Você sabia que os processos de alfabetização e letramento são distintos, mas complementares? Alfabetizar e letrar é inserir as crianças no universo da leitura e da escrita. Aprender a ler é o objetivo do processo da alfabetização. Uma criança alfabetizada adquiriu habilidades que a permitem ler e escrever, pois é capaz de codificar fonemas em grafemas e decodificar grafemas em fonemas. Veja neste artigo as vantagens das atividades de alfabetização e letramento. Alfabetização e letramento Esses processos ocorrem juntos e são contínuos. É importante estimular a oralidade das crianças, pois isso favorece esses processos. As crianças aprendem a ler e escrever na alfabetização e se tornam letradas quando aprendem a relacionar a leitura e a escrita com o contexto social. Quando está sendo alfabetizada, a criança adquire essas habilidades à medida que aprende a memorizar o alfabeto, reconhecer sílabas e letras e decodificar os elementos da escrita. No entanto, é preciso também que ela aprenda a interpretar o que lê. Essa aprendizagem se dá através do letramento, até que a criança seja capaz de interpretar e aplicar esse conhecimento no contexto em que está inserida. Portanto, letrar não é apenas ensinar a decodificar a nossa língua, mas a interpretá-la. A criança alfabetizada e letrada adquiriu a habilidade de compreensão da escrita e da leitura, assim como a capacidade de usar essas habilidades diante as demandas sociais. Dessa forma, as atividades de alfabetização e letramento são essenciais para que a criança aprenda a ler, escrever, interpretar textos, pensar sobre o que leu e organizar discursos. Vantagens das atividades de alfabetização e letramento O papel do professor no processo de alfabetização e letramento é desenvolver as habilidades de escrita e leitura em seus alunos. Dessa forma, é preciso planejar as atividades com muita clareza sobre seus objetivos. As atividades de alfabetização e letramento oferecem oportunidades às crianças de desenvolver habilidades como interpretar textos e aumentar vocabulário, desde que estejam relacionadas com o cotidiano delas. Contação de histórias, com ou sem debate (dependendo da idade das crianças), leitura e análise de jornais, atividades de culinária, brincadeiras e jogos são atividades que favorecem a alfabetização e o letramento. Essas atividades devem ter como foco não somente o ensino da leitura e da escrita, mas também em como usá-las diariamente. Para isso, é fundamental que o próprio ambiente da sala de aula seja estimulante e alfabetizador, com livros e materiais que promovam essas habilidades. A partir das atividades de alfabetização e letramento, as crianças aprendem como se dá a comunicação e se apropriam desse processo. Elas promovem a aprendizagem da leitura, da escrita e da interpretação dos textos. Embora a alfabetização ocorra de forma sistemática nas escolas, o processo, assim como o de letramento, se concretiza em sua vida em sociedade. Dessa forma, é preciso sempre considerar aspectos como a cultura e o tempo de aprendizagem de cada criança. Alfabetizar letrando é oferecer atividades que envolvam os interesses e se relacionem com o cotidiano das crianças, para que elas possam aprender a ler e escrever, mas também a usar essas habilidades em suas vidas. Dicas de atividades: Vimos que a grande vantagem das atividades de alfabetização e letramento é que elas permitem o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e interpretação. Os jogos e brincadeiras, assim como a contação de histórias e a música são os principais meios para tornar essas atividades eficazes. Brincar é fundamental na aprendizagem, é brincando que as crianças aprendem. Por isso os jogos, brincadeiras e atividades lúdicas favorecem a alfabetização e o letramento. Dessa forma, as crianças aprendem habilidades como consciência fonética e fonêmica, ampliam seu vocabulário e aprendem a ler, escrever e a interpretar. Ou seja, tornam-se alfabetizadas e letradas. Atividades com música, por exemplo, ajudam a desenvolver a linguagem. Cantar para os bebês e também inserir as canções e cantigas de roda na educação é fundamental para prepará-los para a alfabetização. Da mesma forma, contar histórias e ler livros para as crianças são atividades que devem fazer parte do cotidiano escolar e familiar. Além disso, é importante chamar a participação das crianças nessas atividades, fazendo perguntas para elas, como o que mais gostaram na história, qual seu personagem favorito, etc. A partir das atividades de alfabetização e letramento, as crianças aprendem habilidades essenciais não só para a aprendizagem, mas para interagir e compreender o mundo ao seu redor. Se você gostou de saber sobre as vantagens dessas atividades, compartilhe este artigo em suas redes! Referências: GOULART, Cecília M. A. O conceito de letramento em questão: por uma perspectiva discursiva da alfabetização. https://www.scielo.br/pdf/bak/v9n2/a04v9n2.pdf MARTINS,Edson.Luana Cristine Spechela. A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO. http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n3/6%20ARTIGO%20LUANA.pdf
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No Brasil, desde 2013 a matrícula de crianças na educação infantil a partir dos 4 anos tornou-se obrigatória. Dessa forma, conhecer as estratégias de alfabetização e letramento é essencial para os professores. Muitos não entendem as vantagens desses processos na educação infantil, como se a alfabetização e o letramento só ganhassem importância no ensino fundamental. No entanto, atividades lúdicas, jogos e brincadeiras nessa fase ajudam as crianças a aprender a ler, escrever e a interpretar o que leem. Letramento e alfabetização são dois processos diferentes, embora caminhem juntos em muitos momentos. Entenda melhor cada um deles e quais são suas vantagens, neste artigo. Alfabetização e Letramento A alfabetização é processo de ensino e aprendizagem das letras, onde a criança adquire habilidades linguísticas para que possa se comunicar atraves da leitura e da escrita. O letramento se relaciona a função social da escrita, ou seja, a aprendizagem da compreensão da leitura e da escrita, identificando a sua aplicabilidade na vida. Isso significa que nem todas as crianças alfabetizadas são necessariamente letradas, podendo apresentar dificuldades para interpretar a leitura e as técnicas de escrita. Dessa forma, o letramento e a alfabetização são processos que devem andar juntos. Processo de alfabetização e letramento O processo de alfabetização e letramento engloba três períodos: o descobrimento da escrita, a aprendizagem da escrita e o seu uso. Para descobrir a escrita a criança precisa estar em contato com livros e outros meios que despertem o seu interesse pela leitura. O aprendizado da escrita é basicamente o processo de alfabetização e a habilidade de usar a escrita, o processo de letramento. Criar o hábito de leitura nas crianças é muito importante para que desenvolvam o senso critico e possam aplicar essa habilidade nas tomadas de decisões, nas interações sociais, na aprendizagem e no convívio em sociedade. Ser capaz de usar e praticar a leitura e a escrita é o objetivo do processo de alfabetização e letramento. Vantagens da alfabetização e letramento As vantagens da alfabetização e letramento na nossa sociedade se relacionam a capacidade de ler e interpretar os diversos contextos, selecionando as informações a que somos expostos diariamente. Para isso, é fundamental que escola e família estimulem as crianças, desde a educação infantil. Dicas para estimular a Alfabetização e o Letramento Para estimular as crianças no processo de alfabetização e letramento é preciso promover a leitura, a escrita e a linguagem de forma geral. Assim, é importante que pais e professores estejam atentos às seguintes situações: Converse com as crianças frequentemente, faça perguntas e escute com atenção o que elas dizem. Promova diálogos e contação de histórias para que aas crianças sejam expostas a novas palavras e ampliem o seu vocabulário. Converse com as crianças sobre fatos e acontecimentos históricos importantes e deixe-as expressar seus sentimentos em relação a eles. Aprecie os desenhos das crianças, desde os primeiros rabiscos, pois estes são uma forma de se comunicar ao mesmo tempo que desenvolvem a coordenação motora e visual. Brinque com as crianças de escrita usando diversos materiais, como areia, massinha, jornais e revistas. Cultive o hábito da leitura, lendo para as crianças diariamente e despertando o interesse delas pela leitura. Cante para e com as crianças suas canções favoritas, brinque com rimas para que elas possam desenvolver habilidades auditivas e de memória. Jogos de Alfabetização na Educação Infantil O brincar faz parte do processo da aprendizagem das crianças. Para fortalecer o processo de alfabetização e letramento, nada melhor do que jogos e atividades lúdicas. Preparamos 3 dicas de brincadeiras para as crianças na educação infantil. Confira! Música para crianças pequenas A música pode estar presente desde quando a criança ainda é um bebê. Canções de ninar e cantigas de roda ajudam as crianças a desenvolver a linguagem, por isso devem fazer parte do cotidiano dos pequenos. Qual é a letra? Essa é uma brincadeira que pode ser feita em sala de aula ou em casa. Você vai precisar de letras do alfabeto emborrachadas ou de madeira. Deixe-as na frente das crianças e coloque objetos variados em uma caixa. Tire um por vez, mostrando para as crianças e pedindo que elas digam qual o nome do objeto. Em seguida, peça para que elas encontrem qual é a letra inicial deste objeto nas letrinhas a sua frente e mostrem para você e para a turma. Contação de histórias Esse simples atividade já faz parte da educação infantil e também da rotina de muitas familias. No entanto, você pode utilizá-la ainda mais se ao final da historia pedir à criança para contar o que mais gostou da historia, com qual personagem se identificou, dando liberdade para ela se expressar e desenvolver sua compreensão. Agora que você já sabe as vantagens da alfabetização e letramento, compartilhe este artigo em suas redes a ajude outras familias e professores! Referências: GOULART, Cecília M. A. O conceito de letramento em questão: por uma perspectiva discursiva da alfabetização. https://www.scielo.br/pdf/bak/v9n2/a04v9n2.pdf MARTINS,Edson.Luana Cristine Spechela. A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO. http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n3/6%20ARTIGO%20LUANA.pdf
A alfabetização e o letramento são processos importantes que introduzem a criança no mundo da escrita e da leitura. Entenda as diferenças entre eles, neste artigo. Aprender a ler, a escrever e a se comunicar através da língua e da escrita é fundamental para a inserção social. Dessa forma, o processo de alfabetização é sempre um momento muito aguardado pelos pais e um desafio para os professores. No entanto, é importante ressaltar que uma criança alfabetizada não é necessariamente, letrada. Existem diferenças importantes entre esses dois conceitos e é preciso saber identificá-las para oferecer as oportunidades certas para a criança se desenvolver nos dois processos. Pensando nisso, escrevemos este artigo para você compreender as diferenças entre letramento e alfabetização. Boa leitura! Diferenças entre letramento e alfabetização No Brasil, segundo a lei, o processo de alfabetização deve ocorrer nos dois primeiros anos do ensino fundamental. Os professores buscam as melhores metodologias para ajudar os alunos na aprendizagem das habilidades de leitura e escrita. Antes de falarmos sobre atividades que favorecem ambos os processos, precisamos entender a diferença entre alfabetização e letramento. Embora façam parte de um mesmo processo, são conceitos diferentes. Alfabetização é o processo de aquisição de leitura, de técnicas e habilidades para a prática da leitura e da escrita. Quando a criança domina o sistema de escrita ela conquistou habilidades de codificação de fonemas em grafemas e de decodificação de grafemas em fonemas. Podemos dizer que ela está alfabetizada. Já o letramento é um conjunto de práticas que dizem da capacidade de usar diferentes materiais escritos, ou seja, a habilidade de interpretar e aplicar a leitura e a escrita no cotidiano. Dessa forma, o papel do professor é ser mediador desse conhecimento, desenvolvendo as habilidades de seus alunos. Na alfabetização, a criança aprende a decodificar os elementos da escrita, o que não significa que ela será capaz de interpretar o contexto do que lê, por exemplo. Esse processo passa por etapas: como memorizar o alfabeto e reconhecer as letras e as sílabas. O letramento é um processo de aprofundamento da alfabetização, pois não se trata apenas da decodificação da língua, mas da sua interpretação e domínio. Um aluno alfabetizado, capaz de compreender uma história que lê e se expressar com clareza a respeito desse entendimento, é um indivíduo letrado. Portanto, a criança alfabetizada sabe ler e escrever e a letrada sabe usar a leitura e a escrita de acordo com as demandas sociais. A criança letrada pode organizar discursos, interpretar textos e refletir sobre o que lê. Assim, podemos dizer que as principais diferenças entre alfabetização e letramento se relacionam com a qualidade de domínio e frequência do uso da leitura e escrita no cotidiano. Além da capacidade de interpretação e de lidar com as demandas sociais Transformando um aluno alfabetizado em letrado A criança entra em contato com a escrita antes mesmo de entrar na escola. No entanto, é importante ajudá-la a se inserir no mundo letrado, desenvolvendo a consciência fonológica e promovendo a aprendizagem das letras. Inserir a criança no meio letrado, ajuda na alfabetização. Ao tornar a leitura e a escrita presentes nas atividades do dia a dia, pais e professores ajudam a criança a construir uma relação com o mundo das letras e da língua. Dessa forma, alfabetizar sem inserir a criança no mundo da escrita e da leitura, no seu cotidiano, não irá torná-la letrada. Saber ler e escrever simplesmente, não significa que a criança tenha aprendido o som da palavra ou que a compreende em diferentes contextos. A criança passa por fases na alfabetização até se tornar apta para ler e escrever. É muito importante respeitar o tempo de cada criança e prepará-las para ao aprendizado da decodificação, sem pular etapas. Dessa forma, pode ser alfabetizada e se tornar capaz de usar esse conhecimento em sua vida diária. O professor pode ajudá-la nessa travessia, de passar de alfabetizada a letrada, usando recursos que fazem parte da vida dela, interpretando as histórias que lê, promovendo o contato com a musicalidade e ajudando-a em suas dificuldades. Ainda que as diferenças entre alfabetização e letramento sejam sutis, é importante compreendê-las, porque afetam o desenvolvimento das crianças. Ao planejar as atividades, o professor precisa ter clareza sobre as habilidades que quer trabalhar, se elas têm relação com o cotidiano dos alunos e, principalmente, se são capazes de desenvolver o vocabulário e a interpretação. Atividades que favorecem esses processos são: leitura de histórias com debate, análise de textos de jornais e revistas, receitas culinárias e atividades lúdicas. Algumas ferramentas digitais ajudam na alfabetização e letramento, como livros, jogos e aplicativos. Restou alguma dúvida sobre as diferenças entre alfabetização e letramento? Deixe nos comentários. Referências: MARTINS, Edson e Luana Cristine Spechela. A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO. Disponível em: http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n3/6%20ARTIGO%20LUANA.pdfGOULART, Cecília M. A.O conceito de letramento em questão: por uma perspectiva discursiva da alfabetização. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/bak/v9n2/a04v9n2.pdf
O objetivo da alfabetização é ensinar a ler e escrever e o letramento diz respeito a aquisição da habilidade de fazer uso da leitura e da escrita nos espaços sociais. Os processos de alfabetização e letramento são interdependentes e, quando bem articulados, levam a uma aprendizagem mais significativa. Aprender a ler e escrever também requer compreender o mundo, o tempo, o espaço, a realidade em torno de si. A alfabetização se inicia nos anos iniciais do ensino fundamental e o letramento pode estar presente desde a educação infantil. Alfabetizar letrando significa propiciar às crianças um ambiente alfabetizador. Nos primeiros anos do ensino fundamental é fundamental um ambiente lúdico e materiais que instiguem as crianças a ler e escrever, dando a elas a possibilidade de perceber o uso da leitura e da escrita no contexto social. Saiba mais, neste artigo. A relação entre alfabetização e letramento Alfabetizar e letrar são práticas que precisam ser desenvolvidas juntas, como um processo contínuo que se constitui conforme a criança se desenvolve. O estímulo da oralidade desde cedo impulsiona esse processo. Isso porque a oralidade é uma produção cultural que se dá por meio da interação com as outras pessoas. Quando as crianças chegam na educação infantil é importante que já estejam provocadas ao processo de alfabetização e letramento, pelo estímulo da oralidade. A medida que elas crescem, percebem que tudo ao seu redor tem significado, iniciam um processo de leitura de mundo e começam a interpretar e conhecer o meio em que estão inseridas. Muito antes de ser capaz de ler, a criança entende e interpreta as funções dos objetos. Dessa forma, podemos dizer que antes de entrar na alfabetização e letramento, ela já vem com um amplo conhecimento de mundo, com curiosidades que devem ser estimuladas e aprimoradas pelos professores. Ler o mundo leva a compreensão do espaço, das coisas, dos objetos e ajuda a fazer as tarefas do dia a dia. Leitura e escrita fazem parte da linguagem que pertencem ao cotidiano das crianças e dos adultos por isso, tão essencial para inserção social. Alfabetizar é oferecer condições para desenvolver a leitura e a escrita, através da habilidade de codificar a língua oral em língua escrita e vice-versa. Letrar está relacionado com a prática da leitura e da escrita no contexto social. O letramento ligado a alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental envolve práticas de leitura e escrita que levam a criança a aprender a ler, escrever e interpretar essa ação. O papel da educação infantil O objetivo da educação infantil é proporcionar às crianças a compreensão do mundo e estimular o seu desenvolvimento. Através de vivências significativas por meio do fazer e do brincar, as crianças se desenvolvem e descobrem o mundo. Na educação infantil não se ensina a ler e escrever formalmente, mas se oferece oportunidades que ajudam as crianças a ingressar no processo nos anos iniciais do ensino fundamental. Isso se dá pelo acesso à leitura e escrita de forma lúdica e desafiadora. O contato com o letramento na educação infantil não é para alfabetizar, mas para inserir a criança em um contexto alfabetizador. Dessa forma, as crianças são instigadas ao mundo da leitura, mesmo que não saibam ler e escrever ainda. Alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fundamental Alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fundamental é mais que ensinar a ler e escrever, mas a usar esses processos em seu dia a dia. Por isso, a sala de aula precisa ser uma ambiente alfabetizador, com livros, jornais, histórias, materiais diversos que ajudam os alunos a desenvolver essas habilidades. As crianças percebem que as representações estão por todos os lados e que precisam se apropriar e entender como se dá a comunicação. Nesse sentido, a alfabetização e o letramento são entendidos como processos, onde se espera que a criança aprenda a ler, escrever e interpretar. A escola é lugar que alfabetiza as crianças, quem de fato ensina a elas essas habilidades. Mas o processo de alfabetização se concretiza na sociedade. O educador precisa levar em conta a cultura e o tempo de cada um para compreender esses processos. Propor atividades que envolvam as práticas sociais das crianças é alfabetizar letrando. Mais do que ensinar a ler e escrever, ensinar a usar essa prática no dia a dia. As crianças aprendem a ler e escrever pelas experiências que proporcionamos a elas, e desenvolvem as habilidades inseridas na cultura e na interação social. Assim a escrita e leitura se desenvolvem para além da escola. Restou alguma dúvida sobre alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fundamental? Deixe nos comentários. Referências: FREDDI, Nadine. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: ORGANIZANDO O TRABALHO PEDAGÓGICO. SANTI, Paula Aparecida. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A alfabetização é um processo fundamental na formação de todos nós. Por isso, é importante entendermos os diversos tipos de programas de alfabetização. Essa também é uma das tarefas mais difíceis ao longo da educação básica. É preciso um olhar direcionado para as singularidades de cada aluno, levando em consideração o tempo de cada criança e as suas dificuldades. De acordo com dados da ONU, em 2020, mais 101 milhões, ou 9% das crianças nas classes de 1º a 8º ano, “ficaram abaixo dos níveis mínimos de proficiência em leitura”. Neste artigo, você verá recomendações nacionais e internacionais e as 5 estratégias eficazes para garantir uma alfabetização de qualidade. A importância da alfabetização: mais que ler e escrever Para começar, é importante entender que o processo de alfabetização envolve uma série de habilidades, incluindo a identificação de letras, a associação entre letras e sons, e a compreensão de palavras e frases. Para que as crianças se alfabetizem, é importante que elas tenham acesso a materiais de leitura e escrita, além de uma abordagem que leve em consideração as suas habilidades individuais. Portanto, é indiscutível que a capacidade de ler e escrever é um fator importante na vida das crianças. Dessa forma, elas podem crescer tendo acesso a mais oportunidades sociais, e para que isso ocorra é preciso que tenham uma educação básica consolidada e uma alfabetização eficaz. Para crianças atípicas, a inclusão está diretamente ligada ao processo de alfabetização. Estimular o aprendizado dessas crianças traz inúmeros benefícios físicos, mentais e sociais. A alfabetização pode mudar o mundo? A alfabetização é uma das principais ferramentas para a inclusão social, e é fundamental para garantir o acesso à informação e ao conhecimento. Segundo uma pesquisa da FGV EESP Clear, com o apoio da Fundação Lemann, a qualidade da educação está positivamente associada com maiores taxas de crescimento econômico. Ou seja, investir em educação de qualidade não é um benefício apenas pessoal, mas também é um benefício social. Desde de sempre, as crianças já possuem contato com situações nas quais o letramento está presente. Sendo exemplos disso, as brincadeiras cantadas, a literatura infantil, os trabalhos com rimas e até mesmo a consciência de palavras. Além disso, a inclusão é um processo de extrema importância e para que seja feito de forma natural, é preciso que a imersão seja feita na infância. Fazer com que o ambiente escolar seja um ambiente diverso é uma grande conquista para os professores, para a escola e para as crianças atípicas. Através da Educação Infantil, muitas portas são abertas às crianças, pois é o primeiro contato com o ambiente escolar e um marco na vida acadêmica e social delas. Esse marco deve ser positivo e inspirador aos alunos e familiares, pois é um espaço onde se oferece a oportunidade de se relacionar, se conhecer, de aprender, se desenvolver, descobrir sua identidade e alcançar objetivos e competências diversas. Programas de alfabetização: Recomendações nacionais e internacionais A alfabetização é uma questão mundial, onde cada país e região possui suas particularidades e necessidades específicas. No entanto, existem algumas iniciativas que são consideradas referência em seus respectivos contextos, tais como: Método fônico de alfabetização, utilizado em países como Reino Unido e Estados Unidos, que enfatiza a associação entre sons e letras para a compreensão da escrita e da leitura. Programa “Ler e Escrever”, do governo do estado de São Paulo, no Brasil, que tem como objetivo garantir a alfabetização de todas as crianças até o final do 2º ano do ensino fundamental. Programa “Let’s Read”, da UNESCO, que tem como objetivo promover a leitura e a escrita em língua materna em países de língua não-inglesa, por meio de materiais didáticos e treinamento de professores. O programa brasileiro Literatura Acessível, do Instituto Include, que tem como objetivo produzir, reproduzir e lançar livros em vários formatos, que incluem leitura simples em braille, libras, audiodescrição e pictogramas. Proleia, do Instituto NeuroSaber, que tem como objetivo estimular e destravar o processo de alfabetização de crianças típicas ou atípicas, unindo teorias e práticas consagradas por evidências neurocientíficas. Indo além dos programas de alfabetização: 5 estratégias eficazes Para que uma criança seja alfabetizada com sucesso, é importante que os programas de alfabetização sejam eficazes e que ela seja exposta a uma variedade de práticas, tais como: Alfabetização Fonológica: Essa estratégia se concentra na associação entre sons e letras, e é considerada a base para a compreensão da escrita. A ideia é ensinar as crianças a reconhecer os sons que correspondem a cada letra, facilitando a leitura e a escrita. Leitura Compartilhada: Essa estratégia consiste em ler textos em voz alta para as crianças e discutir o conteúdo com elas. Dessa forma, as crianças aprendem a compreender e interpretar textos, além de serem incentivadas a ler por conta própria. Escrita Criativa: Essa estratégia incentiva as crianças a escreverem suas próprias histórias e textos, estimulando a criatividade e o interesse pela escrita. A ideia é que as crianças sintam prazer em escrever e vejam a escrita como algo divertido e prazeroso. Aprendizado Contextualizado: Essa estratégia consiste em ensinar a leitura e a escrita a partir de situações concretas do dia a dia das crianças, como a leitura de rótulos, placas e cartazes. Dessa forma, a alfabetização se torna mais significativa e relevante para as crianças. Avaliação Contínua: Essa estratégia consiste em avaliar o progresso das crianças de forma constante, identificando as dificuldades e adaptando as estratégias de ensino de acordo com as necessidades individuais. A ideia é garantir que todas as crianças tenham oportunidades iguais de aprendizado e desenvolvimento. Essas são apenas algumas das estratégias recomendadas por especialistas em alfabetização. O importante é que as escolas e os educadores estejam sempre em busca de novas formas de ensinar e de adaptar as estratégias às necessidades dos alunos, garantindo uma alfabetização eficaz e de qualidade. Em suma, os programas de alfabetização eficazes podem melhorar as habilidades de leitura e escrita das crianças e fornecer-lhes uma base sólida para o sucesso futuro. Portanto, todos os passos no letramento devem ser adaptados
Conheça o método fônico e sua importância, o qual, segundo evidências, se mostra eficaz no processo de alfabetização das crianças. O QUE É O MÉTODO FÔNICO? Você já ouviu falar do método fônico? Antes de tudo, é preciso entender o que ele é. Em suma, como o próprio nome diz, este método se baseia no ensino dos fonemas, ou seja, dos sons das letras. A partir desses sons, a criança consegue ler e escrever as palavras. Esse é um método que vem sendo cada vez mais estudado. As evidências indicam que se trata de um método eficiente para o processo de alfabetização das crianças, inclusive daquelas que apresentam dificuldades e transtornos do neurodesenvolvimento. OBJETIVOS DO MÉTODO FÔNICO: Vale salientar que para realizar o processo de alfabetização, é importante que o professor faça uso de materiais concretos, tais como letras móveis, jogos, ilustrações e listas de palavras. A IMPORTÂNCIA DO MÉTODO FÔNICO: De antemão, alguns estudos mostram que as crianças com dificuldades em adquirir habilidades metafônicas e consciência fonológica estão mais suscetíveis a ter dificuldades no desenvolvimento da leitura e escrita. Em contrapartida, muitas escolas não priorizam o ensino sistemático e explícito da consciência fonológica e da correspondência grafofonêmica (ou seja, da relação entre a letra e o som). Muitas vezes, em alguns métodos de ensino, é esperado que a própria criança desenvolva essa habilidade e esse conhecimento sem que o professor a apresente de forma explícita. Algumas crianças conseguem, outras não. Ao utilizar o método fônico, todas as crianças aprendem mais rapidamente e de forma mais efetiva. É preciso criar oportunidades para que as crianças desenvolvam a consciência fonológica, percebendo que frases são formadas por palavras, palavras são formadas por sílabas e sílabas são formadas por fonemas. É preciso estimulá-las a identificar e manipular esses sons, e ensiná-las a relacionar esses sons com as letras correspondentes. Nesse contexto, existem várias atividades que podem ajudar significativamente na implementação do método fônico. Essas atividades envolvem, por exemplo, rimas, aliteração (palavras que começam com o mesmo som), segmentação silábica e fonêmica e discriminação de sons. Ao dominar essas habilidades, as crianças tendem a melhorar a pronúncia durante a leitura em voz alta, se saírem melhor no ditado de palavras e na compreensão de textos. Todavia, além da consciência fonológica, é indispensável que as outras habilidades também sejam envolvidas no processo de alfabetização. ETAPAS DO MÉTODO FÔNICO: Desde a educação infantil, é importante serem estimuladas as habilidades preditoras da alfabetização. Dentre elas, destaca-se a consciência fonológica, um dos pilares do método fônico. Para isso, o professor deve proporcionar à criança atividades que a façam perceber os sons da nossa língua. A criança precisa começar a perceber que algumas palavras terminam com o mesmo som (rimas), outras começam com o mesmo som, perceber que as palavras podem ser separadas em partes menores (sílabas) e que podemos brincar com as palavras (por exemplo, transformando MALA em LAMA). Isso pode ser feito por meio de cantigas, poemas, trava-línguas e muitos jogos. Enquanto a criança desenvolve a consciência fonológica, ela começa a ter contato com as letras. Nessa etapa, o professor começa a mostrar as letras de forma que a criança comece a perceber que aqueles símbolos representam os sons que falamos. Utilizando palavras conhecidas pela criança ou histórias focadas no som desejado, o professor começa a apresentar as vogais. Deve ser ressaltado o som e o desenho da letra, bem como imagens de figuras que começam com esse som. Depois das vogais, são apresentadas as consoantes. São utilizados materiais concretos, como letras móveis e jogos, mas também são utilizadas atividades escritas. Aos poucos, a criança começa a juntar as letras para formar palavras. Começa a perceber que os sons das letras podem sofrer mudanças através com combinações. Começa a ler e a escrever palavras regulares. Depois, passa a conhecer as palavras irregulares e com regras (por exemplo, táxi). Constantemente, o professor deve fazer revisões com a criança, sobre o que já foi aprendido, para fixar o conteúdo e a capacidade de leitura dela. Assim, a leitura torna-se cada vez mais fluente. BENEFÍCIOS DO MÉTODO FÔNICO NA ALFABETIZAÇÃO: REFERÊNCIAS SANTOS, G. T. dos; SOUSA, J. S.; LIMA, A. F. Literacy and literacy: the use of the phonic method as a pedagogical resource. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 13, p. e526111335440, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.35440. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35440. Acesso em: 15 nov. 2022. MARINHO, Anna Katharina Barbato; BOCHEMBUZIO, Cintia Milene Fávaro. Alfabetização e Letramento: um olhar crítico sobre o Método Fônico. Revista Eletrônica da Educação, [S.l.], v. 4, n. 2, p. 82-101, june 2022. ISSN 2595-0401. Disponível em: http://www.revista.fundacaojau.edu.br:8078/journal/index.php/revista_educacao/article/view/294. Acesso em: 15 nov. 2022. A importância do método fônico no processo de alfabetização. Incluir e Educar, 2020. Disponível em: https://incluireeducar.com.br/a-importancia-do-metodo-fonico-no-processo-de-alfabetizacao/. Acesso em: 15 nov. 2022.
As crianças diagnosticadas com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) frequentemente enfrentam obstáculos no processo de escrita. Antes de falarmos sobre os detalhes da escrita para crianças com TDAH, é crucial compreendermos os aspectos fundamentais desse transtorno, que abrange déficits em atenção, hiperatividade e impulsividade, afetando diretamente a autorregulação. Neste texto, exploraremos em detalhes os principais desafios enfrentados por crianças com TDAH no processo de escrita e compartilharemos dicas valiosas para tornar essa atividade mais acessível e prazerosa para elas. PROCESSO DE ESCRITA Escrever é um processo desafiador para o cérebro, pois requer diversas habilidades, como atenção, memória e coordenação motora. Além disso, crianças com TDAH geralmente enfrentam dificuldades nessas áreas, o que pode tornar a escrita uma tarefa árdua e desagradável para elas. Já que o ato de escrever sobrecarrega o sistema cognitivo dessas crianças, levando a frequentes erros e resistência em refazer as atividades. Consequentemente, elas podem demonstrar impaciência e até mesmo comportamentos impulsivos, como quebrar lápis, devido à dificuldade em controlar suas emoções e focar na tarefa. Portanto, essas dificuldades podem afetar negativamente a autoestima e o interesse das crianças pela escrita, tornando essencial o desenvolvimento de estratégias específicas para apoiá-las nesse processo. PRINCIPAIS DESAFIOS DO TDAH QUE DIFICULTAM A ESCRITA Conheça alguns aspectos que podem estar relacionados às dificuldades que crianças com TDAH têm para escreverem textos bem elaborados e organizados: DICAS PARA TORNAR ESSA ATIVIDADE MENOS CANSATIVA E MAIS PRAZEROSA Dicas para tornar a atividade de escrita mais acessível e agradável para crianças com TDAH: Trabalhar atividades de coordenação motora fina e grafomotricidade: Como brincadeiras de montar e desenhar, é possível fortalecer os músculos das mãos e desenvolver habilidades necessárias para a escrita, tornando-a mais fluida e automática. Estimular a percepção visual: Pode ser feita por meio de atividades como identificação de figuras e jogos de quebra-cabeça pode ajudar a criança a reconhecer e memorizar os traçados das letras, facilitando o processo de escrita. Incentivar a escrita sobre temas de interesse da criança: Esse ponto é fundamental para mantê-la motivada e engajada. Permitir que ela escolha os assuntos sobre os quais deseja escrever pode aumentar sua disposição para realizar a atividade. Em suma, mesmo a escrita sendo um desafio para crianças com TDAH, entender suas dificuldades específicas e implementar estratégias adequadas pode ajudar a tornar o processo mais eficiente e prazeroso. Portanto, ao proporcionarmos um ambiente de aprendizagem que valorize as habilidades individuais de cada criança, podemos promover o desenvolvimento acadêmico e emocional delas de maneira positiva. Para mais dicas e informações sobre como apoiar crianças com TDAH na escrita, não deixe de conferir nosso canal do YouTube. REFERÊNCIAS CARVALHO, G. dos S. B.; PAZ, C. T. do N. O processo de aprendizagem da leitura e da escrita em alunos com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: As contribuições de recursos tecnológicos facilitadores / The learning process of reading and writing in students with attention deficit hyperactivity disorder: the contributions of technological resources facilitators. Brazilian Journal of Development, [S. l.], v. 7, n. 8, p. 78647–78663, 2021. DOI: 10.34117/bjdv7n8-200. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/34151. Acesso em: 14 nov. 2022. SOUZA, A. P. L. DE; CASAGRANDE, S. O PROCESSO DE LETRAMENTO DE UM ALUNO COM TDAH NO 3o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. Revista Saberes Pedagógicos, v. 3, n. 2, p. 108–129, 24 maio 2019. Disponível em: https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/pedag/article/view/5114. Acesso em: 14 nov. 2022. Writing Problems Common for Students With ADHD. Verywell Mind’s, 2020. Disponível em: https://www.verywellmind.com/writing-and-adhd-20821. Acesso em: 14 nov. 2022.
A alfabetização deve ser encarada como uma construção, logo, para essa construção ser bem-feita, é preciso ter bases sólidas. O princípio alfabético é uma das habilidades básicas que compõe o processo de alfabetização, sendo de extrema importância para que esse método seja satisfatório. É fundamental que exista o princípio alfabético, pois ele, em conjunto com a consciência fonológica, é responsável por 90% do processo de alfabetização. Esse processo requer habilidades, que são as mesmas que devem ser trabalhadas em todas as crianças, sejam elas típicas ou atípicas, tornando-o indispensável em qualquer situação de alfabetização. O QUE É PRINCÍPIO ALFABÉTICO? Essa habilidade fundamental para a alfabetização envolve tanto o reconhecimento das letras quanto a percepção dos sons. Portanto, o termo “princípio alfabético” é utilizado para destacar a importância de não só conhecermos as letras, como também os princípios que definem o seu uso. É conhecer o nome da letra, a grafia e o som que a letra emite quando vamos falar. Som da letra = Fonema QUAL A IDADE RECOMENDADA PARA APRESENTAR AS LETRAS PARA AS CRIANÇAS? Em média, a idade recomendada é que essa apresentação seja feita a partir dos 4 anos de idade, porque existem crianças dessa faixa etária que ainda não sabem falar de forma clara, por isso dificilmente ela vai conseguir aprender o som da letra antes disso. Existem exceções, mas levando em consideração uma média, essa é a idade indicada. ESCRITA Há muitos anos, a escrita foi inventada e hoje é considerada uma escrita alfabética, logo, para a criação dessa escrita foi feito um mapeamento dos sons de acordo com a fala e, a partir disso, foram feitas representações visuais para os sons. Devido a isso, não adianta ensinar apenas os nomes das letras, pois não escrevemos nomes de letras, mas sim sons de letras. O nosso sistema de escrita não é silábico, então também não adianta ensinar primeiro as sílabas, porque para a formação das sílabas (exemplo: ma-me-mi-mo-mu; la-le-li-lo-lu) juntam-se os fonemas. Primeiramente, a criança tem que entender como as sílabas são compostas para depois fazer as devidas associações. É importante trabalhar a consciência fonêmica dentro da consciência fonológica e do princípio alfabético, tendo em vista que não é suficiente mostrar apenas letras e formas, mas é preciso fazer com que as crianças tenham contato também com os sons desses elementos. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO ALFABÉTICO – Como foi visto, existem alguns pré-requisitos para a boa aplicação do princípio alfabético, sendo um deles o conhecimento dos sons das letras para a eficácia na identificação de palavras. O ensino do princípio alfabético começa com as vogais (a, e, i, o, u), pois o nome da letra é igual ao som que a letra emite quando é pronunciada. Portanto, deve-se trabalhar a escrita, o nome e o som da letra. – Além disso, é preciso trabalhar a representação visual da letra para que a criança a olhe e reconheça. Isso deve ser feito de modo que a criança identifique a letra em suas 4 representações (letra de imprensa maiúscula e minúscula, letra cursiva maiúscula e minúscula). Dessa forma, deve-se trabalhar com a percepção visual, auditiva e escrita da criança, e tal escrita pode ser exercitada várias vezes com tarefas que a criança precise cobrir a letra ou até mesmo completar palavras com a letra que está sendo aprendida. – Outro ponto importante é relacionar as letras com nomes de objetos e/ou seres, à exemplo, nomes de animais que começam com a letra “a” – arara, abelha, avestruz, alce, e fazer a relação do nome desse animal com a imagem dele, deixando o aprendizado ainda mais interessante e enriquecedor para a criança. Ademais, é importante que sejam feitas revisões com a criança para trabalhar a memória de longo prazo, além de trabalhar a habilidade de comparação dos sons e escritas das letras. – Posteriormente, apresentam-se as consoantes, fazendo a mesma estruturação e didática que foram feitas com as vogais. Também podem ser usadas as metodologias ativas, como por exemplo: usar cartas que tenham as letras escritas em suas 4 formas, a imagem de algum animal que o nome comece com a respectiva letra e o nome dele escrito abaixo. Então, cada vez que você fizer o som de uma letra, a criança deve pegar a carta com a letra correspondente ao som emitido. CRIANÇAS COM ALTERAÇÃO NA FALA (LINGUAGEM) Geralmente, crianças que possuem alteração na fala vão apresentar problemas e dificuldades para se alfabetizar, pois o sistema de escrita alfabético é baseado na sonoridade da fala. Essas crianças devem receber um acompanhamento especial por um fonoaudiólogo para que ela tenha uma estimulação da sua consciência fonológica e consiga se alfabetizar. REFERÊNCIAS SCHERER, A. P. R. Princípio alfabético e consciência fonológica: fatores determinantes no tempo de leitura de crianças em processo de alfabetização. Signo, v. 32, n. 53, p. 82-99, 3 jul. 2007. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/69. Acesso em: 31 mai. 2022. SCHERER, A. P. R. O tripé da alfabetização: consciência fonológica, princípio alfabético e letramento. Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, n. especial, p. 33-43, 2020. Disponível em: http://193.137.34.195/index.php/EL/article/view/10092. Acesso em: 31 mai. 2022.
Utilizar a linguagem como ferramenta social, de compreensão do mundo, é uma das características das crianças que recebem estimulação de Literacia. Embora haja um consenso entre os especialistas quanto ao melhor período da alfabetização, você já leu por aqui artigos em que apresentamos atividades importantes, por exemplo, de consciência fonológica e incentivo ao desenvolvimento da linguagem, a serem realizadas antes do processo formal de alfabetização. Hoje vamos falar de outro aspecto fundamental na formação linguística: o desenvolvimento da literacia. O processo de alfabetização realizado no Ensino Fundamental inicia-se, do ponto de vista do neurodesenvolvimento, muito antes: desde os pequenos sons emitidos pelos bebês, passando pelas conversas com seus pais, as brincadeiras entre seus pares e a descoberta do mundo ao seu redor. A entrada na Educação Infantil deve favorecer a literacia emergente, que deve caminhar junto do ensino para a alfabetização. Esse termo é utilizado para se referir à capacidade de um indivíduo de se apropriar das habilidades preditoras da leitura e da escrita e suas práticas sociais. Do ponto de vista das crianças, isso significa compreender que a escrita pode servir, por exemplo, para formular rótulos de alimentos ou a bula do seu remédio, tendo um caráter mais informativo; ou então mais utilitário, em placas de aviso; até a construção literária das histórias infantis; e assim por diante. Aos poucos, ela mesma domina a linguagem, mas nem todas as crianças alfabetizadas desenvolvem bem a literacia,, justamente por uma lacuna na compreensão desse aspecto da formação. ALFABETIZAÇÃO E LITERACIA ANDAM JUNTAS. Antes mesmo de receber uma instrução explícita sobre o funcionamento da linguagem – e posterior decodificação da mesma referente à alfabetização – a criança já começa o processo de comunicação com o mundo. O ideal é que seja estimulada tanto na escola como em casa (literacia familiar). Antes de apresentar algumas atividades práticas para estimular seu aluno ou seu filho, vamos entender melhor a diferença entre alfabetização e literacia. Alfabetização é o processo de aquisição de leitura, de técnicas e habilidades para a prática da leitura e da escrita. Quando a criança domina o sistema de escrita ela conquistou habilidades de codificação de fonemas em grafemas e de decodificação de grafemas em fonemas. Podemos dizer que ela está alfabetizada. Já a literacia é um conjunto de práticas que estimulam o desenvolvimento da linguagem, ajudando na interpretação do mundo e na (futura) aplicação da leitura e da escrita no cotidiano. ATIVIDADES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL No dia a dia, as crianças precisam ser expostas à linguagem, seja falada, escrita ou visual, preferencialmente de forma integrada e intencional. Os jogos e brincadeiras são ferramentas fundamentais para desenvolver a literacia – que só será concluída posteriormente – assim como a alfabetização. Quando pensamos em desenvolver a consciência fonológica, a coordenação olho-mão, a memória, a atenção e retenção, entre muitas outras habilidades incluídas na pré-alfabetização, deve-se sempre ter em mente também a literacia. A leitura em voz alta seguida por uma breve conversa – de acordo com a idade e nível de compreensão da criança – promove uma espécie de debate. Pode-se fazer perguntas simples sobre o que ouviram, falar sobre as ilustrações, etc. Para as maiores, por volta dos 04 anos, apresente jornais e revistas selecionando fatos curiosos para analisar em sala de aula (ou em casa). Explique a função destas publicações, debatam sobre o tema da notícia. Que tal ir para a cozinha? Sim, criar uma receita juntos envolve ler a lista de ingredientes, entender as orientações e passo-a-passo para preparação do prato e vai envolver as crianças no aprendizado de maneira lúdica e deliciosa! Os passeios também são uma forma de enriquecer o universo linguístico dos pequenos. Elas podem recontar mais tarde o que viram, qual sua parte favorita do dia, um fato inusitado que aconteceu. Não deixe de aproveitar a oportunidade para diferenciar as várias formas de comunicação que encontrar: as instruções do ponto de ônibus ou mensagem com o motorista do aplicativo são diferentes das placas de informação sobre os animais do zoológico! Aos poucos, com o desenvolvimento da linguagem, a literacia vai se desenvolvendo, e, aos poucos, a compreensão de que a escrita e a leitura possuem várias funções vai sendo compreendida pelas crianças de maneira natural. Quando for trabalhada de maneira sistemática e explícita em sala de aula, elas perceberão que tudo está conectado com o cotidiano. E assim fica muito mais interessante aprender. Ficou com alguma dúvida sobre letramento? Deixe nos comentários! REFERÊNCIAS: KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Alfabetização e letramento/literacia no contexto da educação infantil: desafios para o ensino, para a pesquisa e para a formação.Revista Múltiplas Leituras, v. 3, n. 1, p. 18-36, jan. jun. 2010. MARTINS, Edson e SPECHELA, Luana Cristine. A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO. Disponível em: http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n3/6%20ARTIGO%20LUANA.pdf
A consciência fonêmica é uma habilidade importante para a alfabetização e trata de ensinar os sons das palavras e letras. Para aprender a ler, antes é preciso desenvolver a consciência de que as palavras são compostas por sons (fonemas). A capacidade de perceber, pensar e manipular os fonemas é consciência fonêmica. Muitos professores se perguntam, então, como ensinar os sons das letras para as crianças? Através de atividades, jogos e brincadeiras que possibilitem o reconhecimento dos sons das palavras. Através do método fônico, o professor ajuda o aluno a entender que, mudando a letra, o som também muda. Saiba mais, neste artigo. Consciência fonêmica Em primeiro lugar, é importante lembrar que a consciência fonêmica é uma habilidade da consciência fonológica, muito importante para que as crianças aprendam a reconhecer e manipular os sons da fala. Compreender que as palavras são divididas em pequenas unidades de som, os fonemas, é fundamental para a alfabetização. Isso porque para aprender a ler e escrever, é muito importante ser capaz de ouvir e manipular os sons das palavras. No entanto, muitos professores ficam em dúvida sobre como ensinar seus alunos a consciência dos fonemas. Para isso, é preciso que eles aprendam a analisar os fonemas, ou seja, a decompor uma palavra nos seus sons. Além disso, o aluno precisa aprender a síntese e fonemas, ou seja, a reunir os fonemas representados pelas letras para produzir o som das palavras. Gradualmente, as crianças aprendem a relação entre um fonema e um grafema (a letra que representa o som). Como ensinar os sons das letras Algumas atividades são mais adequadas que outras quando se trata de ensinar os sons das letras. A primeira delas, é ensinar os alunos a identificar o som de cada fonema de nossa língua portuguesa. Em seguida, é importante que a criança aprenda a discriminar os fonemas, ou seja, compreender as diferenças entre v e f, por exemplo. Somente quando elas adquirem essa compreensão, é que são capazes de identificar o nome de cada letra, e que esta difere do som que ela representa. Por último, o aluno aprende a identificar o fonema mais típico que cada grafema representa. Portanto, a criança precisa aprender a identificar o fonema em diferentes posições na palavra, o grafema que o representa. Além disso, a criança aprende a decompor uma palavra nos fonemas que a constituem e a juntar os sons para formar palavras. Todas essas atividades ajudam os alunos a desenvolverem a consciência fonológica, ou seja, a habilidade de identificar os sons das palavras. As crianças precisam compreender as palavras, sílabas e sons para desenvolver a consciência fonológica e quanto mais fizerem isso, melhores leitores se tornarão. Muitos alunos com dificuldades na leitura têm déficits na capacidade de processar informações fonológicas. Dessa forma, torna-se válido afirmar que um bom desempenho em consciência fonêmica é fundamental para um bom desempenho no letramento e alfabetização. Como desenvolver a consciência fonêmica Ensinar os sons das letras, portanto, nada mais é que desenvolver a consciência fonêmica. Para ser capaz de manipular os fonemas para formar novas palavras, as crianças aprendem primeiro a isolá- los, identificá-los e categorizá-los. Elas só aprendem a segmentar uma palavra em fonemas, quando já passaram por essa fase. Saber combinar fonemas para formar palavras e segmentá-las em fonemas é essencial para o aprendizado da leitura e escrita. Ambas são habilidades de consciência fonêmica, e podemos dizer que dentre outras de consciência fonológica, são as mais importantes para a alfabetização. Para desenvolver a consciência fonêmica em sala de aula, é necessário encontrar atividades que estimulem as crianças. Veja alguns exemplos: Identificar e categorizar sons — soletrar palavras com os alunos ao mesmo tempo em que batem palmas para cada sílaba. Essa atividade ajuda a identificar a quantidade de sons em uma palavra. Combinar sons para formar palavras — como uma brincadeira, fale aos alunos lentamente os sons das palavras e peça-lhes que adivinhem qual é antes que você termine de pronunciá-las. Adicionar ou subtrair fonemas para formar palavras novas — selecione algumas palavras que tenham sons parecidos. Apresente-as aos alunos, tirando e/ou adicionando uma letra de forma que outra palavra seja formada. Substituir os sons para formar novas palavras — como a atividade anterior, substitua agora os sons de algumas palavras para criar outras. Esses foram alguns exemplos para ensinar a consciência fonêmica de forma simples, divertida e muito eficaz! Essas atividades podem ser feitas na educação infantil, de forma que os alunos se preparem para a alfabetização. Se você tem mais dicas de como trabalhar a consciência fonêmica em sala de aula e como ensinar os sons das letras, deixe nos comentários e contribua com a discussão! Referências: LEITE, Rita de Cássia Duarte; BRITO, Larissa Regina Martins de; MARTINS-REIS, Vanessa de Oliveira e PINHEIRO, Ângela Maria Vieira. Consciência fonológica e fatores associados em crianças no início da alfabetização. Rev. psicopedag. [online]. 2018, vol.35, n.108 [citado 2021-06-06], pp. 306-317 . LOPES, Flavia. O desenvolvimento da consciência fonológica e sua importância para o processo de alfabetização. Psicol. esc. educ. [online]. 2004, vol.8, n.2 [citado 2021-06-06], pp. 241-243 .