A importância da estimulação da cognição social para aprendizagem no autismo
A estimulação da cognição social é essencial para o desenvolvimento das habilidades sociais. Neste artigo, vamos falar sobre a sua importância para a aprendizagem no autismo.
Crianças com Transtorno do Espectro Autista — TEA, ou outros transtornos do neurodesenvolvimento, podem apresentar déficits na cognição social. Como o funcionamento cerebral no espectro difere do das crianças com desenvolvimento típico, os prejuízos na comunicação afetam a interação social.
A estimulação da cognição nas crianças com autismo traz benefícios para o desenvolvimento infantil, inclusive para a aprendizagem escolar. Aspectos culturais, educacionais e familiares influenciam o desenvolvimento cognitivo e quando a estimulação é insuficiente, podem ocorrer atrasos que impactam na aprendizagem. Entenda melhor.
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A importância da estimulação da cognição social
Estimular o desenvolvimento cognitivo da criança é importante em todos os seus aspectos, pois auxilia o desenvolvimento da memória, linguagem, atenção e outras habilidades fundamentais para a aprendizagem.
Ser capaz de perceber e processar informações e integrá-las é essencial para aprender a responder adequadamente aos estímulos do ambiente. Da mesma forma, a estimulação da cognição social, ajuda as crianças a compreender quem são e a perceber o outro, habilidades importantes para viver as situações sociais.
Habilidades de linguagem não verbal, como reconhecer e interpretar gestos são importantes para a aprendizagem. Para as crianças com autismo, essas ações requerem uma atenção especial, visto que uma das principais características do espectro é a dificuldade na linguagem verbal e não verbal.
Cognição social e aprendizagem no autismo
As crianças com transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, podem apresentar déficits nas habilidades sociais. Por isso, é muito importante criar estratégias de estimulação da cognição social para esses alunos.
Embora a cognição seja estimulada nas crianças desde o seu nascimento, no contexto familiar, quando ela é insuficiente, a probabilidade de dificuldades de aprendizagem aumenta. Principalmente, nas crianças com autismo.
Estimular o desenvolvimento da cognição social nada mais é do que estimular o desenvolvimento das habilidades sociais. Dentre essas habilidades, importantes para a interação social e aprendizagem, estão: capacidade de compartilhar objetos, olhar no olho, aprender a esperar a vez em uma conversa, entre outras.
Sabemos que no espectro autista, essa habilidades podem estar comprometidas, o que torna ainda mais importante a estimulação da cognição social. Da mesma forma, as crianças com autismo podem ter dificuldade com generalização e para aplicar o que aprendem nas situações cotidianas.
Por isso mesmo, é importante que escola e família trabalhem juntas para criar estratégias para estimular o desenvolvimento da cognição social no autismo.
Diagnóstico precoce e aprendizagem no autismo
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta as habilidades sociais e cognitivas, assim como o desenvolvimento global do indivíduo. Os pais percebem alteração no comportamento social de seus filhos nos primeiros anos de vida.
No entanto, o espectro autista engloba diferentes níveis de gravidade dos sintomas: leve, moderado e severo. Isso vai influenciar o grau de prejuízos cognitivos. As crianças com autismo severo terão mais dificuldade para desenvolver a linguagem e precisam de muito apoio em suas interações sociais.
Da mesma forma, no autismo leve, essas dificuldades tendem a ser menores, embora existam. Ainda que os problemas de comunicação e sociabilização permaneçam por toda a vida, com o tratamento adequado, as crianças podem desenvolver as habilidades sociais.
Independente do nível do autismo, os tratamentos visam estimular o desenvolvimento social e comunicativo, aprimorar a aprendizagem e a capacidade de solucionar problemas, diminuir comportamentos prejudiciais para a aprendizagem e ajudar as famílias a lidar com o autismo.
Dessa forma, o diagnóstico precoce favorece o desenvolvimento da criança com autismo e, consequentemente a sua aprendizagem. Isso porque as intervenções também serão precoces.
É importante que os pais estejam atentos aos sinais, principalmente na comunicação não verbal. O prejuízo nas habilidades de atenção compartilhada é um dos sinais mais significativos para um diagnóstico precoce, assim como o atraso da fala e comportamentos repetitivos e estereotipados.
Como é o diagnóstico do autismo
O diagnóstico do autismo não é uma tarefa fácil, pois os comportamentos das crianças não verbais com déficits de linguagem ou aprendizagem, podem ser confundidos com autismo.
Ainda que os sinais estejam presentes antes dos dois anos, aos três anos, as crianças apresentam mais características que preenchem os critérios diagnósticos. Um diagnóstico tardio pode afetar o desenvolvimento de estratégias de estimulação efetivas.
A comunicação e as habilidades cognitivas são fundamentais para a aprendizagem escolar. Da mesma forma, são aspectos comprometidos no autismo, o que torna ainda mais urgente a estimulação da cognição social.
O diagnóstico precoce favorece os esforços e as diretrizes de tratamento para superar as dificuldades de linguagem e comunicação que interferem na aprendizagem.
Se restou alguma dúvida sobre a importância da estimulação da cognição social para a aprendizagem no autismo, deixe nos comentários.
Referências:
BOSA, Cleonice Alves. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2006, vol.28, suppl.1 [cited 2020-11-09], pp.s47-s53.
2 Comments
Infelizmente conheço três adolescentes de famílias diferentes, onde os jovens tem comportamentos diferentes, porém as famílias tem dificuldades de aceitar e querem que eles sejam iguais aos outros. Percebi que eles até se esforçam para acompanhar os seus irmãos, mas eles ainda não entenderam. Um deles a família até briga com ele na frente de terceiros e isso é muito desagradável.
É importante diagnosticar e acolher as crianças que apresentam qualquer transtornos, mas as famílias como essas devem também ser tratadas, por que elas criam muitas resistências e isso atrapalha o próprio filho, mas eles acham que é frescura e não aprendem porque não quer.
Quando os pais não aceitam que a criança tem o transtorno espectro autista, o trabalho pedagógico, de nós professores fica realmente comprometido, e a criança fica sem o seu direito de inclusão, de fato, no processo de aprender.