Alfabetização no autismo – Entenda as etapas do método fônico

Você já viu ou leu algo sobre a alfabetização no autismo? Melhor, você conhece alguém nesta situação que foi alfabetizado? Provavelmente, a pessoa passou por uma metodologia que abrangesse algumas das principais competências envolvidas no processo em questão.
Para chegar a um resultado satisfatório, o aluno que vive com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) encontra no método fônico uma forma de obter as habilidades necessárias para se tornar alfabetizado. Para ficar mais claro, mostraremos a seguir as etapas que os profissionais utilizam a fim de proporcionar esse avanço na vida da pessoa. É importante ressaltar que o método fônico é um dos mais eficazes quando o assunto é a alfabetização no autismo.
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O método fônico
O método fônico parte não apenas do nome das letras, mas também de seus respectivos sons. Isso significa que as pessoas, ao serem alfabetizadas, vão trabalhar a sonorização das letras. Por essa razão, a metodologia recebe essa nomenclatura. Ela parte do pressuposto que o som é muito melhor para ser assimilado pelo cérebro. Temos muitas pesquisas comprovando-as como seguras e altamente eficazes para crianças, adolescentes e adultos que convivam com TEA ou qualquer outra deficiência.
Essas metodologias respeitam o desenvolvimento cerebral, sendo o aspecto cognitivo o mais favorecido nesse processo. Existe todo um cuidado envolvido na metodologia fônica e que precisam ser seguidas à risca pelos profissionais.
Particularidades que precisam ser observadas
O método fônico, quando apresentamos o som das letras, tem algumas particularidades. É o seguinte: no caso das vogais, o nome das letras já é o som que elas têm, por exemplo: A, E, I, O, U. Quando vamos para as consoantes, temos não só o nome delas, mas fazemos o som que exprimem. Aqui temos a letra “F”, mas o som é “ffff”. Por outro lado, quando juntamos “F” com “A” a situação muda e a sonoridade se transforma em “FA”.
O mesmo ocorre com “L”. O som é “lll” (com a língua posicionada atrás dos dentes superiores). Se acrescentarmos a letra “E” teremos “LE”. Esse passo a passo de construção é muito importante durante a alfabetização no autismo.
Contribuições que comprovam o método fônico na alfabetização no autismo
Há na literatura médica uma série de contribuições que evidenciam a eficácia do método fônico. Um dos nomes mais celebrados neste meio é o Dr. Fernando Capovilla, da Universidade de São Paulo (USP). O especialista afirma que o método fônico é ideal por mapear a fala. Além disso, Capovilla salienta que cada criança deve receber um tipo de tratamento adequado à sua necessidade.
Existe diferença entre consciência fonológica e método fônico?
Muitas pessoas costumam confundi-los, talvez pela proximidade das funções que cada um exerce, mas é preciso explicar suas finalidades. Ambos são importantes para a alfabetização no autismo. Porém, é fundamental entender que a consciência fonológica (CF) é diferente do método fônico. Isso é explicado pelo fato de a CF envolver a manipulação auditiva e oral dos sons. Já a metodologia fônica ocorre pela associação de letras e sons para soar símbolos escritos (Snider, 1995).
Pode-se descrever o método fônico como um sistema de ensino de leitura que se baseia no princípio alfabético, cujo componente central é o ensino de correspondências entre letras ou grupos de letras e suas pronúncias (Adams, 1990). Portanto, vale dizer que embora a consciência fonológica e a metodologia fônica estejam intimamente interligadas, elas não são a mesma coisa.
Qual o tratamento mais indicado para esses casos?
O mais aconselhável é que haja um trabalho em conjunto entre pedagogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e médicos. Lembrando que a intervenção multidisciplinar é essencial para o desenvolvimento das crianças, adolescentes e adultos que convivem com o autismo.
Referências
NEUROSABER. O que é a Consciência Fonológica e qual o prejuízo de não trabalhá-la na pré-alfabetização?
Métodos de Alfabetização para crianças com Autismo e outras deficiências | 5 Minutos. Londrina: Neurosaber. Acesso em: 04 dez. 2019. 1 vídeo (3 min. 10 seg.). Publicado por Neurosaber. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GaBoPTeayFQ
4 Comments
Gostei muito do artigo. Enquanto pedagoga alfabetizadora aposentada desejando alfabetizar meu neto autista em casa
Olá Teresa, tudo bem?
Legal, né? Fica ligada nas nossas redes sociais pra ver muito conteúdo útil e didático! 😉
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙
Tenho 65 anos e sou professora e qdo tinha meus 20anos a alfabetização era pelo método fônico. Estou lendo e anotando tudo para poder ter condições de ajudar crianças no espectro. Estou amando.
Olá Mary, tudo bem?
Que ótimo saber que você está se dedicando a aprender mais sobre o tema para ajudar crianças no espectro! É admirável que, mesmo após tantos anos de carreira, você esteja buscando se atualizar e se capacitar para lidar com as novas demandas da educação.
O método fônico é um dos métodos de alfabetização mais antigos e tradicionais, que se baseia na associação entre letras e sons. Embora tenha sido muito utilizado no passado, hoje em dia existem outros métodos e abordagens que podem ser mais eficazes para atender às necessidades das crianças, especialmente aquelas no espectro.
É importante lembrar que cada criança tem suas próprias habilidades e desafios, e por isso é fundamental buscar uma abordagem individualizada e adaptada a cada caso. Além disso, é necessário considerar as particularidades do espectro e as melhores práticas de ensino para garantir o sucesso da aprendizagem.
Desejo a você muito sucesso em sua jornada de aprendizagem e que você possa contribuir de forma significativa para o desenvolvimento e crescimento das crianças que você atender.
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙