Alterações cognitivas no Autismo
O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que engloba certos padrões comportamentais: interesses restritos, comportamentos repetitivos e dificuldades de interação social e comunicação.
Isso acontece pela presença de alterações cognitivas em diferentes partes do cérebro da criança com autismo.
As pesquisas sobre o assunto vêm aumentando com o tempo, mas ainda não existe nenhum estudo que comprove a presença de um padrão que justifique esses comportamentos. Leia mais sobre o assunto abaixo!
Conteúdo
O que é cognição?
A cognição é a função responsável pelo nosso aprendizado. A partir dela, processamos informações que irão contribuir para o desenvolvimento de habilidades importantes para nossa autonomia, como por exemplo: memória, percepção, atenção, linguagem, raciocínio e etc.
Esse processo é extremamente importante e complexo, pois envolve muitas correlações entre nossa cognição e o progresso de nossa autonomia.
Por isso, entender sobre isso é um prerrequisito essencial para entendermos condições que envolvem transtornos de neurodesenvolvimento, como o autismo.
O cérebro autista
Nenhuma pesquisa descobriu uma estrutura cerebral “característica” para o autismo, o que significa que nenhum padrão único de mudanças aparece em cada pessoa com TEA.
Os estudos da estrutura do cérebro frequentemente apresentam resultados diferentes – há uma grande variedade entre os indivíduos em geral. Mas algumas tendências começaram a surgir para subconjuntos de pessoas autistas.
Essas diferenças podem um dia fornecer alguns insights sobre como funcionam os cérebros de algumas pessoas autistas. Eles também podem indicar tratamentos personalizados para subtipos específicos de autismo.
Alterações Cognitvas no Autismo
O perfil cognitivo do indivíduo autista é marcado pela presença de déficits em sua integração social, raciocínio abstrato, tarefas que demandam habilidades de compreensão social e raciocínio verbal.
Sabemos que os autistas realizam, preferencialmente, raciocínios muito mais repetitivos do que atividades que exigem integração.
Deste modo, podemos concluir que o aprendizado da criança com TEA ocorre de forma fragmentada. Ou seja, existe uma fixação por uma parte específica da tarefa ou situação, e não pelo todo.
Uma das causas para isso pode ser as alterações que ocorrem nas funções executivas no cérebro. Essas alterações podem resultar em dificuldades de aprendizagem e planejamento da criança.
Entender e identificar os padrões entre as alterações cognitivas no autismo pode nos ajudar a estabelecer um processo de diagnóstico mais uniformizado e, consequentemente, ampliar a pesquisa sobre terapias e medicamentos.
Sintomas
Os sintomas do TEA podem variar muito de pessoa para pessoa, dependendo da gravidade do transtorno. Os sintomas podem até mesmo passar despercebidos em crianças pequenas com autismo leve ou condições com menores prejuízos cognitivos.
O transtorno do espectro autista é diagnosticado por médicos com base em sintomas, sinais e testes de acordo com o DSM-V, um guia criado pela American Psychiatric Association usado para diagnosticar transtornos mentais.
As crianças devem ser examinadas quanto a atrasos no desenvolvimento durante os exames periódicos e, especificamente, quanto ao autismo nas consultas de 18 e 24 meses.
Os primeiros indicadores que requerem avaliação por um especialista são:
- ausência de balbucio durante o primeiro ano;
- ausência de palavras aos 16 meses ou frases de duas palavras aos 2 anos;
- nenhuma reação quando chamado pelo nome;
- perda de linguagem ou habilidades sociais previamente adquiridas;
- falta de contato visua;
- interesse excessivo em brinquedos ou objetos;
- ausência de sorriso ou receptividade social.
Os indicadores posteriores incluem:
- capacidade prejudicada de fazer amizade com colegas;
- ausência ou comprometimento do jogo imaginativo e social;
- uso repetitivo ou incomum da linguagem;
- interesses excessivamente intensos em assuntos específicos;
- adesão inflexível a novas rotinas ou rituais específicos.
Os sintomas do autismo mudam com o tempo?
Na maioria das vezes, conforme a criança cresce e realiza o tratamento comportamental, os sintomas diminuem significativamente.
Durante a adolescência, algumas crianças com TEA podem ficar deprimidas ou ter problemas comportamentais, e seu tratamento pode precisar de algumas modificações durante a transição para a idade adulta.
Pessoas com TEA geralmente continuam a precisar de serviços e suporte à medida que envelhecem, mas dependendo da gravidade do transtorno, as pessoas com autismo podem ser capazes de trabalhar e viver de forma independente ou em um ambiente de suporte.
Como o autismo é tratado?
Não há cura para o autismo. As terapias e intervenções têm como objetivo atenuar sintomas específicos e melhorarem a qualidade de vida do paciente e de sua família.
O plano de tratamento ideal coordena terapias e intervenções que atendem às necessidades específicas do indivíduo. A maioria dos profissionais de saúde concorda que quanto mais precoce for a intervenção, melhor.
Portanto, podemos concluir que as alterações cognitivas no cérebro autista podem variar de acordo com o grau e intensidade do TEA, e por se tratar de um Transtorno com diversas formas de manifestações, ainda não foi possível identificar um padrão que esteja presente em todos os indivíduos com autismo.
Quer aprender mais sobre como funciona o cérebro com TEA? Que tal assistir a esse vídeo do Dr. Clay Brites sobre o assunto? Clique aqui!
DW.COM. n.d. The brain of an autistic person simply works differently | DW | 02.04.2021. [online] Disponível em: <https://www.dw.com/en/the-brain-of-an-autistic-person-simply-works-differently/a-57072777> [Acesso em 27 Agosto 2021].
Ninds.nih.gov. n.d. Autism Spectrum Disorder Fact Sheet | National Institute of Neurological Disorders and Stroke. [online] Disponível em: <https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/Fact-Sheets/Autism-Spectrum-Disorder-Fact-Sheet> [Acesso em 27 Agosto 2021].
Siteantigo.portaleducacao.com.br. n.d. Portal Educação – Artigo. [online] Disponível em: <https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/aspectos-cognitivos-do-autismo/17048> [Acesso em 27 Agosto 2021].
7 Comments
suportes visuais são usados como ferramenta de comunicação para pessoas no espectro autista, principalmente para as crianças, e ajudam no desenvolvimento de independência e autonomia. Esse recurso contribui para potencialização dos indivíduos com TEA a encontrarem maneiras eficazes de se comunicarem.
Muitas crianças com TEA costumam ter fortes habilidades visuais, e nós já falamos sobre isso em nosso artigo, como cérebro autista funciona. Entretanto, é bom enfatizar que nem todas as pessoas com autismo pensam por meio de imagens. Cada pessoa é única e, autista ou não, sua forma de pensar também é singular.
Neste artigo, você vai conhecer mais sobre esse recurso, e sua importância para auxiliar quem tem dificuldade em utilizar a comunicação auditiva.
Quais os benefícios em utilizar os suportes visuais?
Os recursos visuais expandem a capacidade de uma criança com autismo de interagir com o ambiente ao seu redor. Eles podem dar às crianças um senso de autonomia e permitir que façam escolhas e expressem necessidades.
Os recursos visuais também ajudam as crianças a:
Compreenderem a rotina e contribuir com suas atividades;
Melhorar a comunicação entre crianças com autismo e sua família;
Entender o que está sendo dito ou ensinado, sem ter que dar sentido às palavras faladas rapidamente.
Tenho estereotipia motora , e problema na cognição só
Olá Jéssica, tudo bem?
Em nossos canais temos muitos conteúdos que vão te ajudar a entender melhor. Confira nosso canal no Youtube e nosso Blog e continue sempre de olho em nossas redes sociais!
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙
Doutor Clay gostava de assistir seus vídeos… Que Deus o tenha em um bom lugar 🙏
Olá Josilane, tudo bem?
Agradecemos pelas palavras de conforto! Obrigada pelo carinho!
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙