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Autismo e Epilepsia: uma associação frequente e desafiadora

A presença de epilepsia em crianças e adolescentes com autismo é relativamente comum, em torno de 30-35% de seus portadores. Este fato corrobora ainda mais as evidências de que o TEA é um distúrbio de natureza neurobiológica e que leva a desarranjos difusos na arquitetura cerebral.

Em muitos destes pacientes, os sintomas de autismo surgiram após a ocorrência intempestiva de várias crises ou pioraram após seu descontrole. Noutros casos, a presença de epilepsia pode sinalizar um prognóstico pior para a evolução do autismo desta criança ou a presença de deficiência intelectual ou de alguma síndrome genética associada.

Estes dados clínicos e novas evidências tem revelado a médicos e profissionais não-médicos a importância de se conduzir com maior atenção os pacientes que apresentam ambas as condições. O bom controle das crises são essenciais para estabilizar e melhorar o comportamento autístico na maioria deles e muitas vezes é difícil discernir um evento epiléptico rápido de uma estereotipia. Os pais, por sua vez, não sabem relatar bem as ocorrências e se torna um desafio para o clínico descobrir a real natureza de alguns comportamentos nestes casos.

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Autistas epilépticos podem apresentar mutações ou repetições de genes específicos que desencadeiam ambas as patologias. Estas mutações podem auxiliar na produção de medicações direcionadas a reduzir os sintomas de ambas e serem mais específicas para cada criança contribuindo para o desenvolvimento de fármacos personalizados. Este procedimento tem sido cada vez mais empreendido e pesquisado além de ser a base de uma ciência chamada de farmacogenética que consiste em identificar substâncias terapêuticas direcionadas especificamente para determinadas anomalias em determinadas pessoas que apresentam códigos genéticos aliados a determinadas doenças.

Estes transtornos – os quais ainda não tem uma causa definida e apresentam enorme heterogeneidade clínica e diversas intensidades de manifestações –   ao se associarem abrem espaço para suspeitarmos de que alguns mecanismos genéticos em comum podem vir a explicá-los e abrir alguma “chave” para descobertas mais definidas de possíveis causas ou de tratamentos que sejam mais eficazes. Isto também reforça a importância de uma abordagem que inclui a investigação de etiologias biológicas através de estudos de neuroimagem, dos processos inflamatórios, de genética e neuroquímica

O cérebro de crianças com TEA e epilepsia podem apresentar desorganização de estruturas corticais em lobos temporais e em jovens acometidos por doenças neurológicas com alto índice de autismo e altamente epilépticas como a síndrome de West e a Esclerose Tuberosa.

Infelizmente, tais pesquisas ainda se encontram longe do público que sofre e que necessita de suas descobertas para melhorarem a qualidade de vida do portador e de suas famílias por ainda se encontrarem em fases preliminares ou laboratoriais. Tais pesquisas ainda são incipientes para serem revertidas em resultados práticos para estas crianças mas representam passo significativo para o desenvolvimento de novos eixos de tratamento.

 

Para mais informações :

Pereira A, Pegoraro LFL, Cendes F. Autismo e Epilepsia : modelos e mecanismos. J Epilepsy Clin Neurophysiol 2012;18(3):92-96

 

28 Comments

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    maria das graças khede ambrosio
    Posted 30/03/2017 at 6:13 pm

    Muito bom aprender cada dia mais. Trabalho com Autismo.

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      José Carlos da Silva Enedino
      Posted 08/12/2021 at 4:04 am

      Eu tenho anjo chamado Lucas. Ele tem altismo , e sempre fez uso de medicamentos,. Respiridona, prosperidade, carbamazepina porém nunca teve crises convulsivas e agora com 17 anos está tendo , porém a última durou .quase 10 minutos ,.falei com o neurologista , que passou ácido volforico pra ele tomar mas sendo quando ele tomar esse medicamento novo ele fica agitado jogando panelas e rindo a toa bebendo água toda hora abrindo torneira , não sei mas oque fazer será aumentando a dose do carbazepina , que sempre tomou desde de pequeno ele para de te essas crises

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    Beatriz
    Posted 30/03/2017 at 9:21 pm

    Tenho um anjo azul de 6 anos que em dezembro de 2016 descobrimos o autismo atípico. Teve as primeiras crises convulsivas durante e após horas do parto e seguido de outras. Hoje epilético com crises de ausência controladas.
    Gostaria de saber, se as crises q ele teve após maior o fez desenvolver as características do autismo ?

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    Rivaneide Alves da Silva Cruz
    Posted 30/03/2017 at 10:26 pm

    Boa noite, dr.Cley e Lu Brites! Que bom poder contar com vocês para auxiliar as crianças e adolescentes, famíliares e todos os envolvidos nos​ cuidados e atenção dos sintomas austisticos associados a epilepsia.Sabemos o quanto é difícil identificar esses sinais e sintomas e diferencia-los. Parabéns a vocês pelo trabalho que sempre é tão importante para todos nós! Muito obrigada e que Deus os abençoe sempre!!!💟💟💟💟💟💟💟

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    Déborah Kelly Pereira
    Posted 31/03/2017 at 6:38 am

    Meu filho tem hoje 15 anos ,ao 5 anos começou com crises de ausência. Os médicos chamaram de ausência infantil. Quadro muito sutil, se manifestava ao piscar os olhos. Ainda toma medicamento, mas está controlada. Ele é autista, diagnosticado como Asperger. Toma o Depakote, único medicamento. Será que conseguirá parar com esse remédio?

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    Renata Pereira
    Posted 31/03/2017 at 8:18 am

    Bom ,não sei nem o que dizer! Mas a cada dia aprendo mas éas com vcs Obrigada!!!!👏👏👏👏👏

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    Maria Conceição
    Posted 31/03/2017 at 8:52 am

    Eu só tenho que agradecer por tantos conhecimentos que tenho aprendido com vocês.
    Parabens.!!!

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    Tânia Nascimento
    Posted 31/03/2017 at 3:30 pm

    Obrigada por compartilhar conosco, tudo que você pesquisa.Um grande abraço.

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    Maria Aparecida Pereira Feitosa
    Posted 02/04/2017 at 8:40 am

    Bom dia, gosto muito de ler seus artigos, pois os mesmos trazem informações importantes sobre vários temas.Essa sobre o autismo foi de grande importância para mim,pois tenho umas criançàs com autismo na instituição onde trabalho. Muito obrigado,vocês são pessoas abençoadas por isso que realizam.

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    Conceição sena
    Posted 02/04/2017 at 3:25 pm

    Agradeço de coração por compartilhar esses conhecimentos importante para minha prática pedagógica.

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    Nadja Colombo
    Posted 02/04/2017 at 4:02 pm

    Gosto muito de assistir e ler as informações que vocês compartilham conosco. Muito obrigada pela atenção de vocês: Lu brites e Dr Clay. Uma pessoa epilética pode ter toc?

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    Scheila
    Posted 07/09/2017 at 10:31 pm

    Meu filho teve síndrome de west com 1 ano e 3 meses de vida, foi uma descoberta rápida e um tratamento mais rápido ainda, fizemos o tratamento com AcTh, aparentemente sem danos cerebrais e danos motores dentre de um ano e meio retiramos o restante da medição sabril e depakene e a hipsarritimia não apareceu mais, na mesma época no caso agora neste mês descobrimos que ele é autismo grau leve, será que o autismo dele veio da síndrome ou a síndrome veio do autismo.

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    Claudineide Reis dos Santos
    Posted 15/09/2017 at 5:40 pm

    Olá. meu filho 7 anos, com TEA, começou a apresentar crises convulsivas há 3 meses. Já passou por carbamazepina, e agora Amato. Vocês poderiam falar sobre o espaço-tempo necessário para ação de medicamentos num organismo tão novo? Estou confusa porque em menos de um mês ele teve reajuste de dosagem , mas ainda tem crises. Por favor, aguardo uma resposta.

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    Maria Ilda dos santos do nascimento
    Posted 18/12/2017 at 7:27 pm

    Tenho um filho que tem autismo com síndrome de Asperger gostaria de saber se tem muito tempo de vida ele está com 29 anos e eu me preocupo muito com ele, pois cuido dele sozinha.

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      Maria Ilda dos santos do nascimento
      Posted 18/12/2017 at 7:33 pm

      Eu falei do autismo e síndrome de Asperger, mais ele tem epilepsia também.cada vez que tem as crises são cada vez mais intensa. O nome dele é Victor Hugo machado dá Silva. Tem 29 anos, procuro por um tratamento específico para o caso dele, que é só acompanhado por pisiquiatra e psicóloga.

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      Jessika
      Posted 15/08/2022 at 3:19 am

      Oi vi seu comentario
      Meu esposo e autista asperge esta com 46 anos e tenho mais dois filhos o de 3 anos e meio tambem mesmo q o pai e o de 8 anos autista um pouvo mais severo mais sera q tem um tempo de vida acho q nao.

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    Joana das Neves sousa
    Posted 19/04/2018 at 11:46 pm

    Olá boa noite tenho uma filha com 14 anos ela teve crises epilética aos 3ans de idade creio também que ela tem autismo o q eu possa fazer p lidar com isso já percebi q ele é bem diferente

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    Cinara
    Posted 17/07/2018 at 8:37 am

    Olá! Tenho um filho de 5 anos autista de grau leve. Ele teve 3 vezes convulsão febril e a última o médico falou que foi epiléptico. Ele já toma 1/4 do remédio aristab já tem um ano e quando apresentou a epilepsia tomou o medicamento tupiramato. Ele ficou todo descontrolado, sentindo mal. Começou a não prestar mais atenção. Parei com a medicação do tupiramato por conta própria e voltou ao normal. Vc acha que o uso do Artista com o tupiramato pode não ter sido bom pra ele?

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    Rosy sales
    Posted 24/08/2018 at 8:56 pm

    Tenho filho de 21anos que faz uso de depakote e trileptal mais continua tendo crises,há ele é autista?

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    Moni Santos
    Posted 05/09/2018 at 7:08 pm

    Tenho um bebê de quase 2aninhos e acho qe ele possa ser autista,mas como ainda é novinho os médicos não conseguiram fechar diagnóstico ainda… Ele teve muitas crises convulsivas e tem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor..
    Grata pelas informações.

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    Isaias
    Posted 07/09/2018 at 12:12 pm

    Meu Filho a autista e usa três tipos de remédios ele tinha parado de da ataque mais o médico dele suspendeu um remédio e diminuio os outros e agora ele está voltada a da ataque oque eu faço. Eu volto a da o remédio ou não

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    Charles Pestana Coelho
    Posted 05/11/2018 at 5:54 am

    Meu filho autista com grau leve teve a primeira crise convulsiva aos 9 anos e nunca teve antes. Ele teve 3 convulsões no mesmo dia. A tomografia do crânio não deu nenhuma anormalidade e exames de sangue vfudo normal. Agora iremos fazer um eletroencefalograma para ver se descobrinos a causa das convulsões. Ele tem hoje 9 anos. Preciso de informações e orientações por favor me ajude

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    Barbara Brunetta Pires
    Posted 14/10/2020 at 9:36 pm

    oce que é profissional na área, gostaria de tirar uma duvida… vamos ver se consegue me ajudar. meu nome é Barbara, tenho 25 anos e acabo de receber diagnostico , e que entro dentro do TEA , com o cid 10 f84.1 que seria autismo atipico ,eu tentei pesquisar …sei que tudo se enquadra no TEA, mas fiquei em duvida o porque do termo e pq nao se enquadro no asperger ou em outro , quais as reais diferenças sabe .. nao achei nada muito concreto , estou com dificuldade, gostaria de entender.. o que a médicaa quis passar com isso …
    por curiosidade e aprendizado pois estou quase me formando em fonoaudiologia e quero poder ajudar outros como eu e até mesmo para eu me entender e me ajudar.

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    Maria do Socorro Davi da silva
    Posted 26/05/2021 at 2:45 am

    Olá tenho um filho autista de 29 anos ele tem crise convulsiva comessou com 25 fiquei assustada a última levei no ps mas ele não deixa fazer nada com ele de um ano para cá passa a noite andando sem para não forme direito toma carbamasepina álcool mesmo assim não suceda os fazer nessa hora ?

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    Maria do Socorro Davi da silva
    Posted 26/05/2021 at 2:52 am

    Escrevi tudo erradicado tava nervosa ele tô.a aldol

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    Maria do Socorro Davi da silva
    Posted 26/05/2021 at 2:53 am

    Escrevi tudo errado tava nervosa ele tôma aldol

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    Maria do Socorro Davi da silva
    Posted 27/05/2021 at 1:25 am

    meu filho autista tem 29 anos e aos 24 teve a primeira crise convulsiva ficou três anos sem ter aí voltou ater com 26 teve a última agora.com 29 anda mto ansioso corri pro ps.tomou engecao ele toma carbamasepina aldol duas vezes por dia acho q tá fraco delendo do sus demora o atendimento não tenho as respostas que gostaria ficou preocupada não deu Oq faser , pois todas as vezes estou só com ele ele é um moço grande eu sou pequena pra cegura ele Oq.faco viro ele guando estiver tendo a crise eu só ceguro a cabeça dele é chamo o nome dele até passa dura 5 minutos ele levanta e sai andando eu tenho medo pois ele fica tonto

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