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Autismo: é proveniente de fatores hereditários?

Os distúrbios apresentados no autismo podem ter origem na hereditariedade. Isto é fato comprovado por especialistas, mas será que é algo muito recorrente? Desde os anos 40, a comunidade médica lida com casos de pessoas autistas e, a partir de então, muitos estudos passaram a ser realizados com a finalidade de encontrar respostas para as várias dúvidas que surgiam com os questionamentos.

A relação autismo – hereditariedade existe?

É preciso voltar à ideia da complexidade a qual os estudos eram realizados e reforçar a variação nos dados que eram obtidos. Sendo assim, é possível encontrar pesquisas antigas que atribuem o aspecto hereditário a mais da metade dos fatores do autismo a uma pessoa. Outros, por sua vez, diminuem a porcentagem e mostram que existem mais motivos que podem ser considerados como a causa da incidência do transtorno.

No entanto, novos estudos sugerem que o TEA (Transtorno do Espectro Autista) tem maior predisposição genética, seguido pela ambiental, em detrimento do aspecto hereditário. Explicando: todas as coisas hereditárias são genéticas, mas nem tudo que é genético deve ser considerado hereditário.

Isso significa que o autismo pode ter sido originado por uma nova mutação em um embrião, o que tira a responsabilidade dos pais como a causa do transtorno na criança. Porém, existem casos de autistas que foram diagnosticados com TEA a partir de fatores ambientais e que, provavelmente, considerou-se a presença de outra pessoa com autismo que convive no núcleo familiar do paciente (parentes de primeiro grau).

Um estudo publicado pelo The Journal of The American Medical Association (JAMA) revelou que a hereditariedade explica apenas metade das causas do autismo. A pesquisa divulgada baseou-se em um grande levantamento feito com aproximadamente dois milhões de crianças nascidas na Suécia, entre 1982 e 2006.

A herança genética do autismo

Muitos especialistas consideram a participação genética como a responsável por 90% das causas associadas ao TEA. Os 10 % restantes ficariam a cargo do aspecto ambiental (complicações durante o nascimento, infecções, estresse, desequilíbrios metabólicos, uso de substâncias, etc.).

Descobertas mais recentes dão conta de que mutações em um único gene podem levar uma criança a desenvolver autismo. Isso acontece, mais especificamente, nas sinapses (espaço cerebral em que os estímulos são transferidos de um neurônio para outro).

Essa linha de investigação veio à tona a partir de um estudo realizado no Instituto Pasteur, na França, em que foram identificados mutações em proteínas (neuroliginas) em dois irmãos na Suécia.

Importante ressaltar que as neuroliginas estão presentes na superfície de um dos neurônios da sinapse. Elas se ligam a outras proteínas (neurexinas) localizadas em outro neurônio. Diante disso, pesquisas procuram estabelecer que o aparecimento do autismo está associado a essa interação entre as proteínas (neuroliginas e neurexinas) nas sinapses, o que influenciaria os sinais excitatórios e inibitórios que transitam entre os neurônios.

Nota-se, então, uma preocupação muito grande em não generalizar nenhuma informação acerca do autismo por conta do aspecto multifatorial existente. No entanto, não se deve descartar nenhuma das possibilidades citadas acima. A melhor informação é aquela obtida com o médico de seu filho para a proposição de uma intervenção adequada.

Veja mais neste vídeo sobre incidência no TEA:

11 Comments

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    Maria Goretti Nunes de Abreu
    Posted 23/12/2017 at 9:31 am

    Dr.Clay Brites. Neste ano busque sempre ler os seus artigos e da Luciana ouvir os seus vídeos. Como resultado a minha bagagem de formação cresceu. Consegui ajudar crianças que a anos frequentavam a escola sem ler e nem escreve. Obrigada! Pelo trabalho, e partilha de conhecimento. Deus abençoe a vossa missão. Feliz Natal! Abraço! Goretti

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    Andreia de Jesus Oliveira de Souza
    Posted 23/12/2017 at 7:40 pm

    OLÁ BOA NOITE, A PAZ DO SENHOR JESUS A TODA EQUIPE, AMO LER OS ARTIGOS E ASSISTIR OS VIDEOS, REALIZEI 3 PÓS: EDUCAÇÃO ESPECIAL, PSICOPEDAGOGIA E NEUROPEDAGOGIA, E UNS DOS CONTEÚDOS QUE ME IDENTIFICO É A NEUROCIÊNCIA. E ATUALMENTE SOU PROFESSORA MUNICIPAL DO ENSINO FUNDAMENTAL I E ATUO TAMBÉM NA ESCOLA APAE. E OS CONTEUDOS TRANSMITIDO PELA NEUROSABER ME AJUDA BASTANTE A ENTENDER AS DIFICULDADES DOS ALUNOS. DESEJO A TODOS UM ABENÇOADO NATAL E UM 2018 DE MUITAS PAZ E REALIZAÇÕES. DEUS ABENÇOE VCS!!!

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    Maria Tereza de Souza
    Posted 25/12/2017 at 8:02 am

    Gosto muito de suas exposições sobre o autismo… Tenho assistido suas lives esporadicamente no Facebook, mas não são todas que chegam até mim,.. Tenho uma grande preocupação, duas aliás: recebemos três altistas em 2017, na escola onde trabalho e, tenho certeza de que, ainda, não estamos fazendo a inclusão desses estudantes de forma adequeda, apesar da boa vontade de todos… Um deles é daw; outro é autista severo , mas suspeitamos que existe associação com outro distúrbio, ainda não diagnosticado e o terceiro é simplesmente autista… Outro pproblema: esses estudantes, incluindo um com paralisia cerebral, são acompanhados desde a educação infantil, por duas professoras de apoio … Tenho percebido sua atuação muito mais como cuidadora do que apoio… Ainda temos muitas duvidas… Tudo é tão novo pra nós…

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    Neusa Maria Lima Dos Santos
    Posted 26/12/2017 at 11:41 pm

    Meu filho foi diagnosticado com a Síndrome do X Frágil. É ó que tudo indica é portador de altismo leve ( Asperge) hoje ele tem 20 anos , desenvolveu ( TC) e em determinadas horas do dia grita,da umas espécies de gemidos. O que me deixa bastante angustiada . Não sei como agir.

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    anderson
    Posted 08/01/2018 at 1:07 pm

    boa tarde,meu nome é anderson e meu filho de cinco anos tem autismo,e tem uma variante da sindrome dandy walquer que é um espaçamento no cérebro o que leva a ter crises convulsivas e segundo exames geneticos foi causado por falta de uma proteina chamada carnitina,vi a matéria acima a qual achei interessante e estou buscando mais conhecimento atraves da neurosaber e queria se possivel saber se na materia acima q fala q tem uma porcentagem de tea q ta ligado a genetica e a mutaçao de gene com essas duas proteinas citadas na materia neuroliginas e neuroxinas se pode ser o caso do meu filho ,sei que é dificil me falar sem fazer os exames ou conhecer ele mas se puder me esclarecer se tem relaçao agradeço,só to tentando entender mais pra poder ajudalo desde ja agradeço

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    Angélica
    Posted 23/10/2018 at 2:51 am

    Olá boa noite meu cunhado é autista há chances de eu e meu esposo ter um filho autista tendo em vista que o meu esposo e ele são irmãos. Ou seja, primeiro grau.

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    Priscila Benites mazaro
    Posted 04/09/2020 at 1:26 am

    Qual a probabilidade de primos terem autismo, pois sei que a chance de irmãos terem é grande. Tenho uma irmã por parte de pai,o filho dela é autista e o meu tbm. Genético ou hereditário???

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    Adriana Pereira pinto
    Posted 20/09/2020 at 1:52 am

    Gostaria de saber se autismo é passado de mãe pra filho???

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