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Autocuidado e habilidades sociais no ABA

Quem tem alguma criança que convive com o autismo ou outro distúrbio neurobiológico sabe muito bem que existem situações cuja atenção deve ser redobrada, mas por quê? Bom, nesse caso em específico podemos citar as habilidades sociais como aquelas que geralmente preocupam pais e mães no que diz respeito à conduta dos pequenos.
O motivo é justo, pois quando nossos filhos têm o controle do aspecto comportamental, eles tendem a alcançar a autonomia para ocasiões onde eles realmente podem desempenhar suas funções sem a ajuda de ninguém, como vestir uma roupa, escovar os dentes, etc. Peguemos como exemplo o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e as limitações que a condição muitas vezes impõe ao indíviduo.
A criança com TEA precisa ser treinada para superar o bloqueio que ela enfrenta em sua relação com o ambiente externo, em especial a interação estabelecida com outras pessoas. É justamente este ponto que o artigo de hoje vai tratar sob a ótica da Análise do Comportamento Aplicada ou simplesmente ABA.

O que é ABA?

A ABA é uma área de conhecimento responsável por desenvolver pesquisas e aplicações a partir dos princípios básicos da ciência da análise do comportamento. Ao longo das décadas, pesquisas descobriram uma série de tecnologias cuja elaboração procurou desenvolver repertórios comportamentais que fossem saudáveis e eficazes nas populações mais diversas.
É importante lembrar que ABA não é um método, mas um campo que investiga e promove uma aplicação dinâmica que evolui de acordo com novos princípios comportamentais à medida que novas pesquisas são realizadas. Sendo assim, muitos terapeutas utilizam o embasamento da ABA para levar a seus pacientes.

Como a ABA pode influenciar o autocuidado e as habilidades sociais?

Importante salientar que a ABA estabelece o planejamento das condições de ensino, além do que geralmente chamamos de encadeamento consistente de comportamentos. Vale ressaltar que isso sempre parte dos comportamentos mais simples para aqueles mais complexos.
Isso significa que a intervenção a utilizar os preceitos da ABA deve ser aplicada levando em conta os diferentes contextos da vida do paciente, considerando também o comportamento da criança analisada e tratada.
Tomemos como exemplo uma situação corriqueira, mas que representa muito para a criança e para os pais: escovar os dentes. Esse ato pode ser dividido em várias partes que devem ser ensinadas separadamente. Veja o exemplo que já foi publicado no Entendendo Autismo:

  1. Entrar no banheiro e acender a luz;
  2. Ficar de frente para a pia;
  3. Pegar a escova;
  4. Posicionar a escova na pia;
  5. Pegar o tubo de pasta de dentes;
  6. Alinhar o tubo de pasta de dentes com a escova;
  7. Colocar a quantidade adequada de pasta de dentes na escova;
  8. Segurar a escova de maneira adequada;
  9. Movimentar a escova de maneira adequada entre os dentes por alguns minutos;
  10. Enxaguar a boca algumas vezes;
  11. Lavar a escova;
  12. Guardar a escova;
  13. Guardar a pasta;
  14. Sair do banheiro e apagar a luz.

Interessante notar que um comportamento de autocuidado pode ser introduzido na vida do pequeno em partes, o que facilita no aprendizado de tal tarefa. As terapias baseadas na ABA também proporcionam estratégias que visam ao ensino de pontos que fazem toda a diferença no aspecto comportamental da criança, induzindo-a à prática de habilidades sociais, algo tão importante para o seu desenvolvimento.
 
Dr Clay Brites

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