Uma pessoa com autismo tem outras maneiras de percepção sobre o ambiente ao qual ela está inserida. Isso significa o quão desafiador pode ser para esse indivíduo o fato de ter de lidar com o seu próprio cotidiano. Desde a mais tenra infância até a idade adulta, o autista precisa contar com a ajuda dos familiares e de especialistas para a melhora da qualidade de vida. Tudo ligado às intervenções orientadas pelos profissionais.
Dentre vários fatores que influenciam a vida de quem convive com alguma síndrome relacionada ao TEA (Transtorno do Espectro Autista), podemos citar uma de grande importância: a organização do espaço e do tempo. Além de servir para aquelas tarefas individuais, esse conjunto de aspectos é imprescindível para a socialização da criança autista.
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Por que pensar nisso?
Os motivos mencionados acima são apenas o ponto de partida para a explicação a seguir. Pensemos na riqueza da infância. O comportamento pode ser trabalhado desde então. É assim com todos; e com os autistas também. A organização em espaço e tempo é fundamental, principalmente quando dispomos de formas variadas para trabalhar esses aspectos com os pequenos.
Sala de aula: o lugar ideal para se trabalhar o comportamento
As atitudes dos alunos têm muita ligação com a forma como eles lidam com o espaço e o tempo, com a maneira de se perceberem, etc. A sala de aula é o ambiente propício para que os educadores desempenhem atividades que auxiliarão os autistas que tenham dificuldade para tal organização (espaço-tempo).
Existem tarefas que são muito úteis para a vida dessas pessoas e podem significar um processo de muito desenvolvimento na percepção da criança com o ambiente, com a maneira de se relacionar com os demais e, sobretudo, com ela mesma.
O que pode ser feito?
Na sala de aula, por exemplo, os educadores estabelecem tarefas que suscitam a participação das crianças. São funções que incluem o momento da chegada, a hora de guardar os brinquedos, etc. Veja alguns itens abaixo:
– Ajudar o pequeno a reconhecer o lugar em que ele está inserido;
– Estimular a comunicação dos demais colegas com a criança (vice-versa);
– Estabelecer brincadeiras/atividades que incentivem o interesse do aluno a descobrir novos objetos;
– Criar um ambiente que proporcione a facilidade de locomoção e percepção do autista; assim como uma possível comunicação entre as crianças.
Em casa: a família também tem muito a contribuir
Criar um espaço que contribua a organização do espaço e do tempo de uma pessoa com autismo é um passo relevante para futuros progressos. Com o acompanhamento de especialistas, os familiares podem promover ações que despertem e ensinem a essas crianças como diminuir a dificuldade em organizar determinados aspectos.
Quando pensar nisso?
Não existe uma regra, mas é aconselhável que os pais comecem a trabalhar tal questão desde o diagnóstico. Por isso a conversa com o médico é fundamental para que a intervenção adequada seja aproveitada ao máximo no dia a dia do pequeno.
6 Comments
Conviver com autista é observar de forma primária o mundo isto é ver o mundo pela primeira impressão das coisas.
É de extrema importância que os pais e professores de crianças com autismo tenham o maior número possível de orientações de como lidar com estas crianças para melhor auxiliálas.
Sabe-se que muitas vezes nos questionamos como podemos fazer para que um aluno autista possa ter uma disciplina e ter uma vida escolar bem estruturada para que sua aprendizagem seja efetuada com tranquilidade e positiva.
Eu adorei,tirar as minhas dúvidas sobre essa doença,eu tenho um filho autista,eu descobri ano passado e estou lendo muito para saber ajudar o meu filho.
Dr. Clay Brites, boa tarde.
Perfeito artigo. Muto esclarecedor.
Sou Personal Organizer e estou com um projeto bem ousado, onde, com o apoio de profissionais capacitados (psicólogos, em especial), trabalhamos a organização como forma de inclusão.
O objetivo é levar a organização personalizada para as casas das famílias que possuem crianças com autismo. Trabalhar o lúdico, focar nos espaços e possibilidades para que a criança sinta-se inserida e parte de um todo.
O projeto ainda é novo, mas estamos nos reunindo com familiares e psicólogos, para nos preparamos e conseguirmos atuação positiva. Já vimos que há uma demanda, há um nicho para explorar e há necessidades que vão além do foco financeiro, entende? Acho que o caminho é esse… A empatia não pode ser esquecida.
O que o senhor acha?
Obrigada!
Abraços.
ótima ideia