Causas do sucesso e insucesso dos processos de alfabetização no TEA
A alfabetização no TEA (Transtorno do Espectro Autista) é algo que precisa ser observado com total atenção, pois, se a alfabetização em si já é um processo bastante complexo, quando os educadores lidam com um aluno que convive com autismo, a metodologia deve ser ainda mais objetiva.
O estudante em questão necessita de um direcionamento que visa a facilitar o seu entendimento e a sua convivência dentro de sala de aula e nos demais ambientes que se relacionam com a escola. Sendo assim, a forma que os professores vão conduzir a exposição de conteúdos para a criança ou o jovem diz muito sobre o desempenho do discente.
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Ponto inicial da alfabetização no TEA
É preciso que um roteiro seja estabelecido, onde as principais características fiquem elencadas a fim de que o corpo pedagógico faça um apanhado sobre as necessidades do aluno. Esse detalhe é importante, uma vez que a criança ou o jovem pode ser correspondido de acordo com sua demanda.
No entanto, outro fator que precisa ser considerado é a comunicação com os terapeutas. Sim, pois antes de o estudante ir para a escola, o pequeno deve ser acompanhado por profissionais de áreas distintas, como: psicologia, fonoaudiologia, neurologia, pediatria, psicopedagogia, etc.
Esse preparo que antecede à alfabetização pode ser determinante, pois o diagnóstico precoce ajuda na proposição de intervenções que tendem a contribuir com o desenvolvimento do paciente.
As causas do sucesso e do insucesso dos processos de alfabetização no TEA
– Sucesso
Começando pelo lado positivo, salienta-se que a inclusão representa o detalhe mais importante de todo esse processo. Em artigos anteriores, já mostramos o poder que isso simboliza.
Estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul (UFSM/RS), traz uma importante contribuição em relação à inclusão do aluno com autismo. Kubaski (2013 apud AMBRÓS; OLIVEIRA, 2017) relembra os quatro conceitos (presença, participação, aceitação e aprendizagem) trazidos por Tony Booth e Mel Ainscow (2000) que determinam a inclusão plena e efetiva. Segundo Booth e Ainscow:
- Presença: sem classes separadas ou outra segregação, se o aluno participa de práticas conjuntas ou separadas de seus colegas, como a frequência desse aluno na escola, o local que esse aluno está inserido, correspondência entre o ano escolar e a idade cronológica.
- Participação: qualidade de experiências educacionais; tais como o engajamento do aluno em atividades conjuntas.
- Aceitação: pelos professores, colegas e equipe da escola, ou seja, relação com colegas, professores e demais funcionários da escola, melhores amigos, quem o auxilia, quem ele busca.
- Aprendizagem: ganhos acadêmicos, emocionais e sociais, por exemplo, como é realizada a avaliação desse aluno, principais recursos e dificuldades, etc. (KUBASKI, 2013 apud AMBRÓS; OLIVEIRA, 2017, p. 216).
– Insucesso
Por outro lado, o insucesso da alfabetização no TEA pode partir de alguns detalhes que não são observados, tais como:
– Quando o diagnóstico do aluno não é devidamente respeitado (sobretudo na elaboração de um plano de estudo mais adaptado);
– Não identificar a maneira pela qual a criança ou o jovem aprende;
– Adotar metodologias que não respeitem a característica do estudante;
– Não proporcionar as condições mais elementares para o ensino e aprendizagem do pequeno;
– Deixar de estabelecer uma avaliação psicopedagógica para analisar a situação cognitiva, social, afetiva, etc.
A importância da adaptação curricular
A adaptação, como forma de impulsionar a alfabetização no TEA, é um detalhe que deve ser feito a fim de proporcionar ao aluno o aproveitamento do conteúdo. Essas modificações procuram adaptar o currículo regular de forma que o torne apropriado às necessidades da criança. Lembrando que adaptar não é criar uma nova grade, mas apenas dinamizá-la para atender o estudante.
Referência
AUSTIMO: escola e família como aliados. Neurosaber. Neurosaber: Arapongas, 2019. E-book. Acesso em: 06 jan. 2020.