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Como acalmar uma criança com autismo durante uma crise?

Como acalmar uma criança com autismo durante uma crise?

Lidar com a crise de uma criança com autismo é um desafio significativo que muitos pais e cuidadores enfrentam diariamente.

Entretanto, compreender as nuances dessas crises e saber como manejá-las é fundamental para criar um ambiente saudável e de suporte tanto para a criança quanto para sua família.

Neste artigo, vamos explorar o que são as crises associadas ao autismo, e quais estratégias eficazes para ajudar a acalmar a criança durante esses momentos difíceis.

O que é uma crise no autismo?

É comum que os pais já tenham enfrentado uma birra ou teimosia do seu filho em algum momento. No entanto, existem diferenças significativas entre uma birra e uma crise no autismo.

Neste sentido, a birra consiste em um comportamento direcionado a um objetivo. Por outro lado, as crises são respostas a sobrecargas sensoriais ou emocionais, podendo ocorrer com ou sem espectadores.

De maneira geral, as birras são manipulações usadas pelas crianças para conseguirem o que desejam. Em contrapartida, as crises no autismo saem do controle da pessoa, podendo acontecer em qualquer idade e sendo mais intensas e duradouras.

Criança com autismo em crise: Sinal de alerta

As crises podem apresentar sinais de alerta, como acúmulo de emoções, gritos, instabilidade e movimentos repetitivos. Dessa forma, estes sinais indicam que a pessoa está prestes a perder o controle.

Portanto, administrar crises em crianças com autismo é complexo, pois, diferentemente das birras, não são controladas com recompensas. Além disso, as crises acontecem por uma situação de sobrecarga, necessitando de tempo e estratégias específicas para serem geridas.

Dicas para Acalmar a Criança

1. Reconhecer Sinais de Alerta:

Os sinais que precedem uma crise geralmente são claros para os pais de crianças com autismo. Portanto, se a criança ficar mais retraída ou tensa, apresentar instabilidade emocional e determinados movimentos corporais, é necessário ficar em alerta.

2. Mudar o Foco:

Quando for possível detectar os sinais de alerta, distraia a criança da melhor forma, direcionando seu foco para outra situação, evitando o aumento das emoções.

3. Manter a Calma:

Passar segurança e tranquilidade para uma criança à beira de uma crise é essencial. Ou seja, respire fundo, fale tranquilamente e com a voz baixa, evite movimentos bruscos e seja paciente.

4. Mudar o Ambiente:

Muitas vezes, o gatilho de uma crise pode ser o ambiente. Procure um local mais tranquilo para que seu filho tenha estímulos relaxantes. Criar uma sala sensorial ou levar objetos calmantes ao sair pode ser uma ótima intervenção.

5. Seguir uma Rotina:

Manter uma rotina regular e estável auxilia no desenvolvimento e vivência de uma criança com autismo, pois é importante que a família, escola e profissionais envolvidos estejam alinhados para seguir essa rotina.

6. Controlar as Sensibilidades Sensoriais:

Algumas crianças com autismo são hipossensíveis, enquanto outras são hipersensíveis a estímulos como som alto, luzes fortes, sabores e texturas. Além disso, as estratégias devem ser pensadas considerando as particularidades da criança, promovendo um ambiente que contribua com seu desenvolvimento.

Lidar com crises em crianças com autismo requer paciência, compreensão e estratégias bem planejadas. Reconhecer os sinais de alerta, manter a calma, mudar o ambiente, seguir uma rotina e controlar as sensibilidades sensoriais são passos essenciais para promover um ambiente mais seguro e acolhedor para a criança.


Referência:


MARINHO, R. A. de V.; OLIVEIRA, S. K. P. de; GARCES, T. S. . Strategies for preventing and coping with sensory crises in Autism Spectrum Disorder in adolescents: a scope review protocol. Research, Society and Development[S. l.], v. 11, n. 13, p. e04111334430, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.34430. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/34430. Acesso em: 3 jun. 2024.

How calm child autism classroom. Alliant International University 2018. Disponível em: https://www.alliant.edu/blog/how-calm-child-autism-classroom. Acesso em: 3 jun. 2024.

23 Comments

  • Avatar
    daniele
    Posted 22/11/2022 at 11:33 pm

    Gostei muito desse artigo, a leitura é prazerosa e esclarecedora.
    Parabéns !

    • Avatar
      Solange
      Posted 28/11/2022 at 1:17 pm

      Olá Daniele, tudo bem?

      Obrigada pelo carinho! Continue sempre acompanhando!

      Sol,
      Equipe NeuroSaber 💙

    • Avatar
      Adna
      Posted 05/04/2023 at 5:39 pm

      Aprendi muito muito obg

  • Avatar
    Joeli dos Reis Marques
    Posted 08/02/2023 at 11:46 pm

    Obrigada por esta .Vou adquirir mais experiência. Amo cuidar

    • Avatar
      Solange
      Posted 09/02/2023 at 2:58 pm

      Olá Joeli, tudo bem?

      Obrigada pelo carinho! Continue sempre acompanhando!

      Sol,
      Equipe NeuroSaber 💙

  • Avatar
    Rosangela
    Posted 17/02/2023 at 10:17 pm

    Não sei o que fazer, minha situação é de desespero, minha filha de 13 anos(autista) come o dia inteiro, se não come destroi tudo dentro de casa, e toda vez que pesquiso algo para ela fazer fora de casa, também me sinto um nada, pois sem o apoio do meu marido não consigo levá-la a lugar nenhum. Me sinto a pior das mães, por não meter a cara e levá-la sozinha.Ela tem um metro e 1.70 e quase 80 quilos. Ela é não verbal, de grau moderado ao severo.

    • Avatar
      Solange
      Posted 22/02/2023 at 5:38 pm

      Olá Rosangela, tudo bem?

      Agradecemos a sua confiança em compartilhar isso com a gente e pedir ajuda.

      Temos uma ótima aula sobre o tema em nosso canal do Youtube, que vale a pena conferir: https://www.youtube.com/watch?v=at-m2FJu_T0

      Sol,
      Equipe NeuroSaber 💙

      • Avatar
        Ana Paula
        Posted 13/04/2023 at 8:18 am

        Meu Nome é Ana Paula tenho 5 filhos uma delas tem 4 anos e por causa do comportamento diferente não dormia direito cantava imitava galo na madrugada chorava do nada começou a me bater se isolava passei ela na medica e ela foi encaminhada pra neuro pediatra consegui o ano passado passar a Maria Isis a medica passou a Risperidona desde então Maria tem dormindo graças a Deus logico que preciso fechar cortina deixa tudo escuro se não ela fala ta claro e nao de noite e sobre as terapias aqui a onde moro não tem profissionais Sufieciente pra demanda de crianças a Maria esta na fila ela tem grande seletividade alimentar e cheiro na escola ela tem um comportamento mais quando chega em casa ela muda totalmente as vezes grita me bate quando contrariada as vezes vomita chora muito quando contrariada e fala que vai embora de casa e depois do nada ela começa a sorrir ou me pedi desculpa mais ela nao senti nada no momento que bate a medica colocou no relatorio cid 10, 84,9 e encaminhou ela pras terapias assim fecha o laudo .

    • Avatar
      Anônimo por ser estudante.
      Posted 27/04/2023 at 5:44 pm

      Olá Rosangela!
      Eu sou estudante de psicologia e sou estagiaria em ABA.
      Já ouviu sobre pec’s? Pec’s são imagens de comunicação que usamos com crianças com TEA não verbais (usamos com crianças verbais também). Você pode esta montando em casa ou pode comprar em sites, fica na sua preferência. Por início isso irá te ajudar muito com sua filha.
      Você passou ela em algum profissional (neuropediatra)? Se sim, tenta encaminhar ela em uma clínicas multidisciplinar, existe profissionais que pode ajudar quanto você quanto sua filha. Nas clínicas multidisciplinares também existe a possibilidade de acolhimento com os pais, procure um mais próximo da sua casa.

      Espero ter ajudado.

  • Avatar
    Fernandilza gama
    Posted 21/02/2023 at 12:42 pm

    Estava agindo de maneira errada com meu neto

    • Avatar
      Solange
      Posted 22/02/2023 at 5:58 pm

      Olá Fernandilza, tudo bem?

      Compreendo a sua situação e entendo que não seja fácil, a informação técnica e de qualidade seguida do diagnóstico de um profissional responsável é a melhor forma de lidar com esse tipo de situação. Temos conteúdos disponíveis em nosso site e canal do Youtube acerca da temática, vale a pena conferir: https://youtube.com/neurosabervideos

      Sol,
      Equipe NeuroSaber 💙

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    Adriele Palmeira Santana
    Posted 03/04/2023 at 12:26 pm

    Eu tenho filho que eu suspeito dele ser autista!.
    Apesar da mensagem ser esclacedora,quando ele quer algo e eu não dou ou seja eu não posso dá aquilo que ele quer começa os gritos,ele mesmo se bate e nem sempre eu consigo acalma-lá. Grita para não ir a Escola joga as coisas no chão não sei mais o que eu faço! Por mais que eu tente ele prefere não falar e ficar sozinho!

    • Avatar
      Solange
      Posted 04/04/2023 at 10:10 pm

      Olá Adriele, tudo bem?

      Compreendo que essa situação pode ser muito desafiadora para você como mãe. É importante que você busque ajuda profissional especializada para avaliar a possibilidade de seu filho ter Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou qualquer outra condição que possa estar afetando o comportamento dele.

      Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras infantis, são capazes de realizar uma avaliação detalhada e ajudar no diagnóstico, caso seja necessário. Além disso, uma avaliação médica pode ser necessária para descartar possíveis condições médicas subjacentes que possam estar afetando o comportamento de seu filho.

      Enquanto você busca ajuda profissional, é importante que você continue mantendo uma comunicação afetuosa com seu filho, mesmo que ele não fale muito. Tente entender e respeitar as necessidades dele e encontrar maneiras de se conectar com ele, mesmo que sejam diferentes do que você está acostumada.

      Estabelecer rotinas previsíveis pode ajudar a trazer mais segurança e estabilidade para seu filho. Tente estabelecer uma rotina diária, com horários consistentes para alimentação, sono e atividades, e envolva-o no planejamento dessas atividades para que ele se sinta mais incluído.

      Também é importante procurar por grupos de apoio locais para famílias de crianças autistas, pois eles podem fornecer informações e apoio valiosos durante esse processo. Espero que essas informações sejam úteis para você e seu filho.

      Sol,
      Equipe NeuroSaber 💙

  • Avatar
    Débora Renata De Souza
    Posted 16/05/2023 at 2:31 am

    Tenho um neto de dois anos e meio e começou esse ano a ter determinada situações que eu não consigo entender ,ele não fala direito e tem comportamento agressivo na escola ,e não sei como lidar com isso

    • Avatar
      Jhulli
      Posted 29/05/2023 at 3:51 pm

      Olá Débora, tudo bem?

      Entendo que você esteja preocupado com as dificuldades que seu neto está enfrentando.
      A orientação de um profissional é fundamental para entender as necessidades específicas do seu neto. Com a ajuda adequada, é possível lidar com essas situações e apoiar o desenvolvimento e bem-estar dele.

      Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙

  • Avatar
    Fabio Nogueira
    Posted 18/06/2023 at 9:12 am

    Acabei de ler os artigos e comentários e creio que me ajudaram bastante estamos lidando com crises na madrugada com nossa filha de 4 anos Ela chora muito ficamos muitos desesperado sem saber o que fazer ainda bem que estamos percebendo e já vimos alguns vídeos que nos ajudaram a manter a calma e ela dorme bem melhor .
    Percebi que ela fica muito no celular aí eu o pai quando chego anoite ela quer brincar creio que as vezes não e o suficiente pelo meu cansasso aí depois na madrugada ela acorda e chora depois ela se acalma e dorme

  • Avatar
    Cintia Santos
    Posted 18/06/2023 at 10:38 pm

    Olá minha filha tem 3 anos ela interage com outras crianças, porém tem atraso na fala e tem umas crises bem severas quando contrariada ela chora grita muito, não aceita roupas de inverno, ainda acorda muitas vezes a noite e fica bem agitada, não aceita as refeições me sinto perdida sem saber o que fazer.

    • Avatar
      Jhulli
      Posted 04/07/2023 at 2:06 pm

      Olá Cintia, tudo bem? É importante consultar um profissional de saúde, como um médico pediatra ou um psicólogo infantil, para uma avaliação adequada da situação da sua filha. Eles poderão fornecer orientações personalizadas com base em uma análise mais completa do quadro dela.

      Dito isso, aqui estão algumas informações e sugestões que podem ser úteis:

      Consulte um profissional de saúde: É sempre recomendado buscar a orientação de um especialista para avaliar as questões que sua filha está enfrentando. Um pediatra ou um psicólogo infantil pode ajudar a identificar se há algum problema subjacente e fornecer um plano de tratamento apropriado.

      Estimulação da fala: Se sua filha está apresentando atraso na fala, é importante fornecer estímulos adequados para desenvolver suas habilidades de comunicação. Converse com ela de forma clara e consistente, incentive-a a se expressar verbalmente e leia livros juntos. Se necessário, um fonoaudiólogo pode ser consultado para auxiliar no desenvolvimento da fala.

      Lidando com crises: Quando sua filha fica contrariada e tem crises intensas, é importante manter a calma. Procure entender as razões por trás do comportamento dela e tente identificar gatilhos específicos. Uma abordagem gentil e tranquilizadora pode ajudar a acalmá-la. Reforçar comportamentos positivos e ensinar estratégias de autorregulação também pode ser útil.

      Problemas de sono: As dificuldades de sono são comuns em crianças, mas é importante estabelecer rotinas consistentes e adequadas para ajudá-la a relaxar antes de dormir. Certifique-se de que o ambiente do quarto seja confortável e propício para o sono. Se as dificuldades persistirem, um pediatra pode orientá-la sobre como lidar com a situação.

      Aceitação de refeições: É importante oferecer uma variedade de alimentos saudáveis e nutricionalmente equilibrados. Tente tornar as refeições mais atraentes e envolventes, apresentando os alimentos de forma criativa. Se preocupada com a nutrição da sua filha, consulte um pediatra para avaliar seu crescimento e discutir opções.

      Paciência e amor: Seja paciente com sua filha e mostre-lhe muito amor e apoio. O cuidado e o carinho podem ajudá-la a enfrentar esses desafios.

      Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙

  • Avatar
    Edson Toyoshima
    Posted 21/06/2023 at 3:43 pm

    Cid 10 f84.1 qual é o grau de autismo.

    • Avatar
      Jhulli
      Posted 04/07/2023 at 1:52 pm

      Olá Edson, tudo bem?

      O código CID-10 F84.1 refere-se ao Transtorno Autista (ou Autismo Infantil), que é um transtorno do desenvolvimento que afeta a interação social, a comunicação e o comportamento da pessoa. O grau de autismo não é especificado no CID-10.

      Atualmente, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) é a referência mais comummente utilizada para o diagnóstico e classificação do autismo. O DSM-5 utiliza uma abordagem dimensional e categoriza o autismo em um espectro, com diferentes níveis de gravidade que podem ser determinados com base na avaliação das habilidades de comunicação, interação social e comportamento da pessoa.

      É fundamental consultar um profissional de saúde especializado para um diagnóstico e avaliação adequados.

      Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙 

  • Avatar
    Edson Toyoshima
    Posted 21/06/2023 at 3:45 pm

    Qual medicamentos para dar para uma criança de 7 anos em crise como muito choro , grito e que fica muito bravo ?

    • Avatar
      Jhulli
      Posted 04/07/2023 at 1:54 pm

      Olá Edson, tudo bem?

      A administração de medicamentos para crianças deve ser feita sob a supervisão de um médico, que avaliará a necessidade e prescreverá o tratamento adequado. Em alguns casos, podem ser recomendadas abordagens não medicamentosas, como terapia comportamental ou aconselhamento familiar.

      Lembre-se de que apenas um profissional médico qualificado pode fornecer a melhor orientação com base na avaliação individual da criança.

      Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙 

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    Divino Dias Lucas
    Posted 01/07/2023 at 7:22 pm

    Ola, meu nome é Divino, pretendo namorar uma pessoa que tem um filho autista, mas, ainda não estamos muito próximo, possivelmente, porque, é uma defesa dela, então procurei entender mais a situação,e fiquei muito interessante, e estou muito mais interessado no assunto por dois motivos, conviver com ele, para poder auxiliar ela,e também acho que cultural pois no Brasil são poucas pessoas que tem conhecimento em lidar com esta situação

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