Como funciona a avaliação diagnóstica de dislexia?
Quanto mais cedo uma criança com dislexia for diagnosticada, mais eficazes serão as intervenções educacionais. No entanto, identificar a dislexia em crianças pequenas não é uma tarefa fácil, pois os sinais e sintomas nem sempre são óbvios. Por isso, a avaliação de dislexia é fundamental.
Vale lembrar que a dificuldade para ler pode estar relacionada a diferentes fatores. Dessa forma, é preciso avaliar se algum problema de saúde a está causando, como problemas de visão, de audição, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), entre outros.
Caso essas hipóteses sejam descartadas após avaliações médicas, pode ser ainda que as dificuldades estejam relacionadas ao método de ensino, problemas familiares ou de relacionamento na escola. A avaliação de dislexia deve ser feita, quando tudo isso for descartado. Saiba mais, neste artigo.
Conteúdo
Como identificar a dislexia?
Os principais sintomas da dislexia são problemas com a decodificação, fluência de leitura e ortografia. Distúrbios fonológicos e dificuldades na linguagem, geralmente são as causas dos problemas de alfabetização associados à dislexia.
É importante ressaltar que as dificuldades geradas por essa condição são referentes à linguagem e não estão relacionadas às habilidades cognitivas ou à inteligência. Os problemas de processamento fonológico são a principal causa da dislexia.
O processamento fonológico refere-se à capacidade de analisar a fala, desde a identificação das palavras até as sílabas e fonemas (sons da fala). A avaliação de dislexia deve ser feita por um profissional que irá verificar se o aluno tem dificuldades com o processamento fonológico.
Quando a criança apresenta dificuldades na alfabetização, mesmo com metodologia adequada, a avaliação clínica é necessária. A avaliação da dislexia envolve testes individuais e uma equipe de profissionais qualificados, como fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos.
A avaliação irá identificar a presença da dislexia e fornecer dados importantes para o planejamento pedagógico.
Como funciona a avaliação de dislexia?
A avaliação de dislexia coleta informações para identificar os fatores que contribuem para a dificuldade do aluno de aprender a ler. São realizadas conversas com os pais e professores para compreender o desenvolvimento e as oportunidades educacionais que foram oferecidas.
As informações coletadas com os pais e professores dizem muito sobre o desenvolvimento geral do aluno, assim como aponta os seus pontos fortes e fracos. Como a dislexia está ligada a fatores genéticos, a história familiar indica a probabilidade de sua ocorrência. Se a criança aprendeu a falar tardiamente, isso também pode causar dificuldades de leitura.
Em seguida, são feitos testes para avaliar os seguintes pontos:
- habilidades de leitura e escrita (consciência fonológica, fluência de leitura, etc)
- desenvolvimento da linguagem e vocabulário;
- raciocínio lógico;
- memória;
- velocidade do processamento de informações visuais e auditivas;
- habilidades organizacionais, entre outros.
Depois que a criança for avaliada, ela receberá recomendações do que pode ser feito para melhorar as áreas que têm dificuldades. A intervenção precoce é muito eficaz, pois ajuda a criança a superar suas dificuldades no início do processo de alfabetização.
Após a avaliação de dislexia, a escola pode contar com as informações coletadas para elaborar um planejamento pedagógico individualizado que considere as necessidades do aluno.
O relatório gerado pela avaliação de dislexia contêm informações relacionadas ao histórico da família, problemas médicos significativos que a criança possa ter, condições pré-natais, de nascimento e desenvolvimento pré-escolar, dentre outras.
Este material fornece uma estrutura para a avaliação detalhada das habilidades e dificuldades do aluno. Isso leva a um diagnóstico que aponta a causa da dificuldade da criança para aprender a ler, à dislexia.
A tarefa de relacionar e interpretar as informações coletadas deve ser responsabilidade dos profissionais capacitados, com conhecimento da influência do desenvolvimento da linguagem e do comportamento na alfabetização.
Planejamento das intervenções pedagógicas
A avaliação de dislexia ajuda a identificar os métodos de ensino mais apropriados para atender às lacunas e fragilidades de habilidades específicas identificadas.
Muitas crianças com dislexia desenvolvem habilidades iniciais de leitura. Assim, nem sempre é preciso começar do zero no processo de alfabetização e a avaliação diagnóstica ajuda o professor a saber como deve proceder a partir do ponto em que a criança se encontra.
Por este motivo, as informações sobre as necessidades e habilidades específicas da criança devem ser detalhadas no relatório para ajudar a identificar o ponto de partida para a instrução.
As estratégias de intervenção consistem em buscar os métodos mais eficazes para alfabetizar os alunos com dislexia. Dessa forma, a avaliação de dislexia é essencial para a aprendizagem do aluno, principalmente na alfabetização, pois ele poderá ter suas dificuldades consideradas no planejamento pedagógico.
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Referências:
ALVES, Rauni Jandé Roama et al. Teste para Identificação de Sinais de Dislexia: processo de construção. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2015, vol.32, n.3 [cited 2020-08-12], pp.383-393. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2015000300383&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1982-0275. https://doi.org/10.1590/0103-166X2015000300004.
RODRIGUES, Sônia das Dores e CIASCA, Sylvia Maria. Dislexia na escola: identificação e possibilidades de intervenção. Rev. psicopedag. [online]. 2016, vol.33, n.100 [citado 2020-08-12], pp. 86-97 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000100010&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0103-8486.
5 Comments
Bom dia!! O laudo de dislexia e TDA feito na infância serve para meu filho que está concluindo a faculdade de artes visuais? Ele não está conseguindo fazer o TCC…. como posso ajudá-lo?
Bom dia. Não, a vigência de um laudo de transtorno específico da aprendizagem, como os relatados por você, é de 6 meses a 1 ano. Pois o panorama muda com o amadurecimento das conexões cerebrais, crescimento físico, tratamentos e intervenções realizadas. Suas dificuldades podem continuar, mas legalmente, perante a universidade, o laudo e suas sugestões de avaliação, não tem mais validade. Sei que já passou bastante tempo da pergunta, mas fica a informação para quem precisa.
Ótimo artigo, me ajudou muito!
Olá Lorena, tudo bem?
Obrigada pelo carinho! Continue sempre acompanhando!
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙
Conteúdo de fácil compreensão. Obrigada.