Como funciona a Escala de Triagem no Autismo?
A escala de triagem no autismo é parte do processo diagnóstico do TEA — Transtorno do Espectro Autista. Saiba mais, neste artigo.
Os sinais de autismo podem ser observados antes mesmo da criança completar dois anos. Dessa forma, é fundamental que pais e cuidadores conheçam quais são os primeiros sintomas do TEA para detectá-los precocemente.
O diagnóstico precoce do autismo favorece os resultados das intervenções, por isso ele é tão importante. Como não há um exame clínico para detectar o transtorno, o diagnóstico é feito através da observação da criança, conversa com os pais e alguns testes, que fazem parte da Escala de Triagem no autismo.
O M-chat é o teste mais usado na triagem, mas existem outros como o ADI-R e o ADOS. A escala de triagem é uma ferramenta valiosa no processo de diagnóstico do autismo. Pensando nisso, escrevemos este artigo para você entender um pouco mais sobre o seu funcionamento.
Conteúdo
Escala de triagem no autismo
A escala de triagem no autismo é uma ferramenta que ajuda os médicos e especialistas a detectar comportamentos atípicos nas crianças, o que facilita o diagnóstico e a percepção de outros sintomas do TEA.
Um instrumento que ajuda a detectar os sinais de autismo precocemente de maneira sistemática. A partir de um ano e meio, ela já pode ser usada no processo de diagnóstico do TEA.
Nos últimos 20 anos as escalas de avaliação no autismo tem se desenvolvido muito e são cada vez mais usadas no diagnóstico, pois possuem estudos clínicos sólidos. Isso significa que os testes foram submetidos a metodologias científicas que asseguram a eficácia dos mesmos.
Antes de apresentar as principais escalas de triagem no autismo, vamos falar um pouco sobre os critérios para o diagnóstico de TEA.
Critérios para o diagnóstico de TEA
O diagnóstico de TEA deve seguir alguns critérios, segundo o DSM-V — Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. São eles:
- déficits na reciprocidade sócio emocional e na comunicação não-verbal;
- dificuldades no contato visual e na linguagem corporal;
- déficits nas interações sociais;
- comportamentos estereotipados/repetitivos;
- aderência inflexível a rotinas, padrões ou comportamentos ritualizados;
- interesses restritos e fixos;
- hiper ou hipo sensibilidade a estímulos sensoriais, entre outros.
Para ser realizado o diagnóstico de autismo estes sintomas devem estar presentes desde o primeiro ano da criança, assim como devem causar prejuízos no funcionamento social, na aprendizagem e no autocuidado.
Além disso, é importante que outras condições sejam descartadas, como deficiência intelectual, por exemplo. A gravidade dos sintomas será avaliada em um segundo momento de acordo com as dificuldades de comunicação e de comportamento apresentadas.
Agora que você já conhece os critérios para o diagnóstico de TEA, vamos apresentar as três principais escalas de triagem no autismo: M-Chat; ADOS e ADI-R.
Principais escalas de triagem no autismo
M-Chat
M-Chat ou Modified Checklist Autism in Toddlers é a escala mais usada no diagnóstico de TEA. Essa ferramenta ajuda a determinar a presença de um risco alto de autismo, através da observação da criança em interação com seus pares de idade.
O M-Chat é aplicado pelo médico responsável pelo processo de diagnóstico e trata-se de um teste com perguntas direcionadas aos pais, do tipo sim/não. Além disso, existe uma segunda parte — a Entrevista de Segmento, que ajuda na avaliação dos resultados.
Os pais respondem às perguntas a partir da observação do comportamento de seus filhos. No final, os pontos são somados e o resultado pode indicar a presença de sintomas de TEA, mas não confirma o diagnóstico. Quando a pontuação é alta, a criança é encaminhada para uma equipe multidisciplinar ou um especialista para avaliação.
ADOS
ADOS ou Autism Diagnostic Observation Schedule-Generic é um teste que avalia a interação social, o brincar, a imaginação e a comunicação das crianças em processo de diagnóstico de autismo.
Consiste em observações divididas em quatro módulos de 30 minutos cada, onde são vivenciadas situações de interação social, comunicação e brincadeiras. O objetivo é provocar comportamentos e avaliar as respostas das crianças a esses estímulos.
Geralmente, essa escala é aplicada em crianças maiores, entre 5 e 12 anos, e fornece contextos para a observação do comportamento da criança e do seu nível de linguagem expressiva.
ADI-R
O ADI-R ou Autism Diagnostic Interview-Revised é uma escala de triagem para o autismo que utiliza uma entrevista semiestruturada com os pais da criança. O objetivo é avaliar o comportamento da criança desde o seu nascimento.
O teste foi revisado em 1994 e reorganizado, para poder ser usado na avaliação de crianças com idade menos de 18 meses, mas também em adultos. A escala é composta por cinco seções, com perguntas sobre a comunicação, a interação social, o brincar e comportamentos.
A entrevista foca em três áreas principais: qualidade da interação social; comunicação e linguagem; comportamentos repetitivos e estereotipados.
Agora que você já sabe como funciona a escala de triagem no autismo, compartilhe este artigo em suas redes e ajude outras pessoas!
Referências:
SILVA, Camila Costa e e ELIAS, Luciana Carla dos Santos. Instrumentos de Avaliação no Transtorno do Espectro Autista: Uma Revisão Sistemática. Aval. psicol. [online]. 2020, vol.19, n.2 [citado 2021-07-12], pp. 189-197 .
Losapio, Mirella Fiuza e Pondé, Milena PereiraTradução para o português da escala M-CHAT para rastreamento precoce de autismo. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul [online]. 2008, v. 30, n. 3 [Acessado 12 Julho 2021] , pp. 221-229.
4 Comments
Boa noite,
Quem escreveu esse artigo? Gostaria de colocar na referencia do meu trabalho de pesquisa.
Olá Lorena, tudo bem?
Para realizar referência de site de publicação periódica sem autor, você deve colocar: TÍTULO da matéria. Nome do site, ano. Disponível em: URL. Acesso em: dia, mês e ano.
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙
Ótimo artigo! Parabéns!
Onde consigo encontrar as escalas ?
Olá Vera, tudo bem?
Obrigada pelo carinho! Continue sempre acompanhando!
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙