Como preparar crianças com Autismo para ler e escrever
Você já parou para pensar como a leitura e a escrita são habilidades fundamentais em nossas vidas? Desde muito cedo somos incentivados a desenvolvê-las, por meio de um esquema sistematizado de signos e sons; regras e parâmetros, porém, para crianças com autismo, esse processo pode exigir uma abordagem especializada.
Desse modo, a metodologia utilizada nesses casos é essencial para garantir o sucesso no aprendizado. Neste artigo, vamos explorar como podemos auxiliar essas crianças a se tornarem proficientes na leitura e na escrita. Venha descobrir conosco!
Conteúdo
Alfabetização: um estímulo mais que necessário para crianças com autismo
Vocês sabiam que é possível estimular a alfabetização no TEA? Esse aspecto é importante para a leitura e escrita no autismo. Por meio de técnicas, educadores possuem os parâmetros para possibilitar esse aprendizado. Vejam como a seguir:
Unindo as letras e formando palavras
Quando os educadores trabalham o som da letra, a criança com autismo passa a ter a percepção de unir as letras e formar as sílabas. Importante relembrar que o processo de alfabetização se torna mais simples e mais adequado.
Além disso, alfabetizá-las passa também a ser algo mais efetivo para essas crianças, contribuindo para o aprendizado da leitura e da escrita no autismo.
Utilizando o visual
Os professores podem trabalhar o aspecto da necessidade visual do aluno por meio de uma série de imagens enquanto eles ensinam o conteúdo. Vale ressaltar que tudo isso sem abrir mão de conduzir discussões e explicações.
Como por exemplo, quando os alunos estão estudando sobre um filme, o professor pode fornecer às crianças com autismo (e talvez a toda a classe) uma linha de tempo dos eventos na história do filme. Essa tática ajuda não só no estabelecimento de um raciocínio, mas da comunicação oral também.
Metodologia fônica: aprendendo com sons
Esse método é aquele que enfoca não só o nome das letras, mas o som delas também. Isso significa que as crianças com autismo, ao serem alfabetizadas, trabalham a sonorização das letras. Essa metodologia parte do pressuposto de que o som é assimilado de forma mais efetiva no cérebro.
O que os estudos dizem a respeito?
Estudos conduzidos em décadas passadas, mais precisamente durante os anos de 1970 e 1980, demonstraram que as abordagens fônicas são altamente eficientes e seguras para o tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como outras deficiências.
Além disso, essas técnicas estruturais baseiam-se na consideração dos estágios normais de desenvolvimento cerebral e cognitivo das pessoas envolvidas no processo educacional, muito semelhantes à forma com que nós aprendemos habilidades fundamentais da alfabetização como ler ou escrever.
Crianças com autismo: Como funciona a metodologia fônica?
A metodologia fônica funciona da seguinte maneira: quando você vai apresentar o som das letras, peguemos como exemplo as vogais, o nome da letra já é o som que ela emite (a, e, i, o, u).
No caso das consoantes, precisamos fazer um pouco diferente e trabalhar não só o nome da letra, mas o som que ela faz. Por exemplo:
– Letra F
– Qual o som que ela faz? Mordemos levemente o lábio inferior e soltamos o ar entre os dentes (ffff…)
– Letra M
– Qual o som que ela faz? Juntamos o lábio superior e inferior, então soltamos a voz com a boca fechada (mmmm….)
A percepção da criança
Quando você trabalha o som da letra, a criança com autismo passa a ter percepção de unir as letras e formar as sílabas. Dessa forma, é importante ressaltar que o processo de alfabetização se torna mais simples e mais adequado.
Além disso, alfabetizá-las passa também a ser algo mais efetivo para essas crianças, contribuindo para o aprendizado da leitura e da escrita.
Sala de aula como progresso
Muito mais que colocar uma criança com autismo dentro de uma sala de aula, a inclusão promove aprendizados que vão além de ler e escrever, pois o ambiente proporciona outros ensinamentos.
Além disso, por meio da experiência e da ajuda indispensável dos educadores e auxiliares, os pequenos passam a entender comandos, tentam estabelecer comunicação (lembrando, porém, que esse aspecto é muito relativo) e passam a se integrar socialmente com os coleguinhas.
Crianças com autismo: Como trabalhar em conjunto?
Como vocês puderam perceber, a questão da leitura e escrita voltada para crianças com autismo é algo que depende de muito preparo.
Além disso, o acompanhamento feito por uma equipe multidisciplinar é necessário. Já que profissionais como analistas comportamentais, psicopedagogos, fonoaudiólogos e neuropediatras são imprescindíveis; principalmente por envolver uma área tão sensível como a comunicação e a linguagem dos pequenos.
Em resumo, é evidente que a alfabetização de crianças com autismo requer uma abordagem específica e sensível para atender às suas necessidades individuais.
A metodologia fônica pode ser útil nesse processo, ensinando letras de forma claras e simples aos pequenos aprendizes.
Além disso, a inclusão na sala de aula promove não apenas o desenvolvimento acadêmico das crianças, mas também social e comunicativo essencial ao seu progresso global.
Referências:
BERNARDINO, Leda Mariza Fischer. A importância da escrita na clínica do autismo. Estilos clin. [online]. 2015, vol.20, n.3 [citado 2020-05-14], pp. 504-519 .
NUNES, Débora Regina de Paula. WALTER, Elizabeth Cynthia. Processos de Leitura em Educandos com Autismo: um Estudo de Revisão1 Literacy Process in Students with Autism Spectrum Disorder (ASD): a Review Study.
8 Comments
As orientações, que são repassadas, por vocês torna a minha prática, psicopedagógica, mais eficiente e eficaz.
Grata!
Boa noite, usei o artigo como referência em meu trabalho de conclusão de curso, mas, minha orientadora cobrou a data do artigo, poderiam me passar?
Olá Gisele ,
vamos levar como sugestão , mas no momento não tem data , faça citação usando link conforme as normas da Abnt.
Olá,
tenho uma enteada com TEA e na escola tradicional ela não está conseguindo aprender a ler e escrever, o ritmo está muito lento, mesmo com estímulo em casa. Está no segundo ano. Estou aproveitando o período sem escola pra estudar de forma diferente com ela e os irmãos (tem mais dois de 9 e 12 anos), mas também não estou conseguindo muita evolução com ela. Li sobre alguns exercícios que vcs sugerem e gostaria de saber se tem mais alguma dica pra crianças com dificuldade em entender os sons das letras e a formação das sílabas (ela conhece todas as letras já há mais de dois anos, mas parece não relacionar os sons). Se tiverem alguma dica mais específica pro caso dela, agradeço!
Olá Natalia , Acesse nossos canais, temos muitas informações importantes lá que podem ter respostas a todas as suas dúvidas. Vale a pena conferir!!!
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boa tarde, o artigo e bastante interessante.
o artigo bastante interessante, mas ainda com um pouco de duvidas. tratando de uma criança autista que ainda não fala nenhuma palavra. so murmura.
Olá Admira, tudo bem?
Sem avaliação não podemos dar uma orientação precisa sobre o caso. É importante buscar um especialista para lhe dar melhores informações e orientação para uma intervenção. De qualquer forma, temos conteúdos no youtube.com/neurosabervideos e também em nosso blog que podem te ajudar em muitas questões.
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙