Os transtornos de aprendizagem afetam uma porcentagem significativa da população e a dislexia é um deles. No entanto, os professores, muitas vezes, têm dificuldades para identificar o aluno com dislexia e para ajudá-lo.
Quando uma criança apresenta dificuldades para ler, escrever e soletrar palavras, ela pode ser mal interpretada, como se estivesse desmotivada ou até mesmo preguiçosa para aprender. É muito importante avaliar as causas dessas dificuldades, que podem ser inúmeras, como problemas familiares e de relacionamento com os colegas ou transtornos.
Pensando nisso, escrevemos este artigo para ajudar os professores a reconhecer e a lidar com a dislexia na escola. Confira!
Conteúdo
Dislexia na escola: como reconhecer?
Uma criança com dislexia pode ser inteligente, articulada, criativa e com consciência espacial, mas ter dificuldades na leitura, ortografia e escrita, a ponto de se sentir desconfortável quando solicitada a ler em voz alta, por exemplo.
O aluno com dislexia pode ter medo de que os colegas riam dele ao descobrirem o quanto ele tem dificuldade para ler. Além disso, os professores podem pensar que ele não está se esforçando o suficiente, insistindo em pedir que copiem do quadro, leiam em voz alta e punindo sua grafia incorreta.
Dessa forma, o reconhecimento e a intervenção precoces são fundamentais para a adoção de estratégias de ensino adequadas à dislexia. Vale lembrar que a inteligência dos alunos com transtornos de aprendizagem e sua capacidade de aprender não estão em questão. O seu desempenho pode ser afetado por uma incapacidade de aprender com um processo de aprendizagem tradicional.
Dislexia na escola: como ajudar o aluno
Muitas crianças com transtornos de aprendizagem têm dificuldade em aprender com métodos tradicionais de ensino. No entanto, uma abordagem que considere a dislexia funciona para todos.
Essa abordagem inclui o ensino multissensorial: pequenos passos fornecidos um de cada vez, com oportunidades de repetição, para que os alunos prossigam em seu próprio ritmo e recebam reforço positivo à medida que aprendem.
Tomada de notas
Copiar do quadro pode ser muito difícil para os alunos com transtornos de aprendizagem. O aluno com dislexia tem dificuldade para ler um texto, decifrar a caligrafia de alguém e a cópia se torna um grande desafio para ele.
Além disso, ele pode ter dificuldade com a escrita, muito comum em alunos com dislexia e dispraxia. Depois de decodificar a palavra, ele precisa se concentrar na forma e na direção de cada letra individualmente, desviando sua atenção do que está sendo dito pelo professor.
O aluno com problemas de memória de curto prazo pode ser capaz de lidar apenas com uma palavra ou pequenas partes de uma frase por vez, o que torna o seu tempo mais lento para realizar cópias, por exemplo.
Ao revisar o que escreveu, o aluno com dislexia provavelmente terá um texto incompleto e pode até ter dificuldade em ler sua própria escrita. Dessa forma, o professor deve ajudá-lo nessas anotações, considerando suas dificuldades e a diferença de tempo para produção.
Material escrito acessível à dislexia
Uma das estratégias de ensino para ajudar os alunos com transtornos de aprendizagem, inclui o fornecimento de notas escritas para cada tarefa, para que o aluno com dislexia não precise fazer cópias do quadro.
Os alunos com dislexia podem ter dificuldade com material impresso preto e branco. Se possível, use um tom pastel para apostilas e atividades em papel. Além disso, é recomendável não justificar a margem direita, usar uma fonte clara que facilite a leitura, como Arial tamanho 12.
Apresentando informações aos alunos
Dê uma visão geral das atividades apresentando as informações e, em seguida, resuma o que você abordou. Peça aos alunos para resumirem verbalmente o que aprenderam.
Estude habilidades e estratégias
Para ajudar o aluno com dislexia a ler informações no papel, mapas mentais e diagramas são recomendados. Incentive o aluno a usar canetas marca-texto para conceitos-chave e uma régua sob a linha de texto durante a leitura.
Tecnologia em sala de aula
É cada vez mais comum permitir que os alunos usem laptops na sala de aula. O envio de tarefas e atividades por e-mail pode ajudar o aluno com dislexia.
Uma habilidade útil para ele dominar é a digitação. Embora tenha dificuldades com a escrita, a digitação pode se tornar automática e fluida. Ele trabalha mais rápido e pode lidar com mais informações. Além disso, a digitação com corretores ortográficos melhora as habilidades de compreensão de leitura.
Ler e soletrar com toque visa melhorar a leitura, a escrita, a ortografia, as habilidades com o teclado do computador e a auto-estima, ensinando a digitação como uma solução para a dislexia.
Essas foram algumas orientações para identificar e ajudar o aluno com dislexia. Se você conhece mais dicas, deixe nos comentários e contribua com a discussão!
Referências:
https://www.readingrockets.org/article/dyslexia-schools-assessment-and-identification
2 Comments
Preciso de uma orientação e não consigo encontrar o profissional/ órgão responsável pela validação das adaptações às avaliações/ provas escolares listadas pela neuropediatra de meu filho… o colégio não realizou qualquer tipo de adaptação… desse modo, meu filho pode ser reprovado em caso de não alcançar a nota se ficar de recuperação em 2 ou 3 matérias?
Quem pode impedir que assim aconteça?
Que órgão/ profissional pode intervir por meu filho junto ao colégio?
Olá Márcia, tudo bem?
Separamos um ótimo vídeo sobre o tema com a Luciana Brites, vale a pena conferir: https://www.youtube.com/watch?v=IvU4__xNmBY
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙