A dislexia é um transtorno de aprendizagem que engloba dificuldades na leitura e na escrita por um déficit no processamento fonológico. No entanto, o desenvolvimento cognitivo não é comprometido, a não ser que ela esteja em comorbidade com outros transtornos.
Na escola, a aprendizagem torna-se um desafio para o professor e para o aluno com dislexia, uma vez que este precisa de métodos de ensino alternativos. Dessa forma, é fundamental que os professores e demais profissionais que trabalham com a educação de crianças disléxicas, conheçam as características do transtorno e as melhores intervenções pedagógicas.
Sabemos das dificuldades do professor, muitas vezes já sobrecarregado pelas tarefas habituais e também do despreparo de algumas escolas para lhes oferecer suporte. Pensando nisso, escrevemos este artigo sobre o que é dislexia e como identificá-la, além de dicas valiosas para lidar com o aluno disléxico na escola.
Conteúdo
O que é dislexia
Como dissemos acima, a dislexia é um transtorno de aprendizagem que envolve a linguagem fonológica que leva a problemas na alfabetização. É resultante de disfunções em áreas específicas do cérebro responsáveis por processos que envolvem a escrita e a leitura.
A criança disléxica apresenta um processamento mais lento e uma capacidade de fluência e memorização reduzido — podem demorar cerca de 4 vezes mais para entender uma frase. Isso porque, os sons, as formas e as letras se confundem ao serem percebidos por ela, o que acaba prejudicando o processo de formação de palavras.
Como identificar a dislexia
Não é possível identificar a dislexia em exames, mas somente pela observação da criança quando entra em contato com letras e números. É mais comum em meninos e geralmente, é uma herança genética.
Nos primeiros anos de vida, percebe-se atrasos na fala, omissões de sílabas ou uma fala inteligível. A medida que as crianças crescem, podem ser mais desengonçadas, sem muita coordenação motora e esquecidas. Na alfabetização, têm dificuldade de memorizar letras e sons e acabam se desinteressando por livros ou atividades que envolvem a leitura.
O diagnóstico é clínico e passa por uma avaliação interdisciplinar do neurodesenvolvimento da criança — neuropediatra, fonoaudiólogo, psicopedagogo, entre outros — e pela exclusão de outras patologias.
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — DSM — a dislexia é denominada como “Transtorno Específico de Aprendizagem” e está inserida na categoria dos “Transtornos do Neurodesenvolvimento”. Segundo o manual, para chegar ao diagnóstico de dislexia é preciso identificar pelo menos um desses sintomas:
- Leitura de palavras é feita de forma imprecisa ou lenta, demandando muito esforço;
- Dificuldade para compreender o sentido do que é lido;
- Dificuldade na ortografia, sendo identificado, por exemplo, adição, omissão ou substituição de vogais e/ou consoantes;
- Dificuldade com a expressão escrita, podendo ser identificados múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases; emprego ou organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza.
Vale ressaltar que qualquer um desses sintomas pode também ser decorrente de outras deficiências, síndromes, problemas emocionais e/ou sociais. Por isso é importante perceber se eles persistem mesmo com intervenções por mais de 6 meses, se o desempenho acadêmico está abaixo do esperado e se as dificuldades não são devidas a outros transtornos.
Quanto antes identificar a dislexia na criança, mais intervenções poderão ser feitas para minimizar os efeitos negativos do transtorno.
Dicas para trabalhar a dislexia na escola
Sabemos que é na escola que as dificuldades das crianças com dislexia são mais aparentes, pois é ali que a leitura e a escrita são mais utilizadas e valorizadas. Surge, então, a dificuldade dos professores em encontrar métodos de ensino que se adequam às necessidades dessas crianças.
A escola e os professores precisam buscar formas alternativas que resgatem o prazer de aprender do aluno com dislexia, que pode estar comprometido diante tantas dificuldades pregressas. Preparamos dicas valiosas para estimular e trabalhar as habilidades cognitivas das crianças com dislexia na escola. Confira!
Atividades que trabalham a percepção auditiva
Atividades com música estimulam a criança com dislexia e trabalham ritmo, concentração e atenção. Usar rimas, por exemplo, é ótimo, pois o som trabalha a forma como ele é produzido e processado. Bater palmas para criança imitar enquanto soletra palavras, trabalha a percepção da sequência auditiva, além de todas as habilidades de consciência fonológica.
A consciência fonológica tem a ver com a forma como manipulamos o som, a percepção do tamanho de palavras e a semelhança fonológica entre diferentes palavras. Por isso, as atividades que trabalham a percepção auditiva são super importantes para ajudar as crianças com dislexia a perceberem o som e as formas das palavras.
Atividades que trabalham a percepção visual
Usar jogos dos sete erros, lince, figura e fundo, caça-palavras, ou qualquer atividade que trabalha a percepção visual, ajuda muito a criança associar o som com a forma das palavras.
As atividades que trabalham a percepção auditiva e visual auxiliam na identificação e sequenciação do processo de leitura e escrita.
Gostou das nossas dicas de como identificar e ajudar o aluno com dislexia na escola? Compartilhe esse artigo e ajude outros profissionais!
Referências:
RODRIGUES, Sônia das Dores e CIASCA, Sylvia Maria. Dislexia na escola: identificação e possibilidades de intervenção. Rev. psicopedag. [online]. 2016, vol.33, n.100 [citado 2020-04-20], pp. 86-97 . Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000100010
http://www.dislexia.org.br/como-interagir-com-o-dislexico-em-sala-de-aula/
22 Comments
Adorei o artigo, muito esclarecedor
Olá Andréa , Que bom! Ficamos felizes em sempre poder auxiliá-los .
Muito bom mesmo, gostaria que isso fosse percebido quando era pequeno…. ate hoje tenho dificuldades com a leitura, escrita e para dar sequência em ritmos de música. A criança por muitas vezes acaba se excluindo por brincadeiras e piadas de amigos, por dificuldades com a leitura principalmente. Depois que aprende a lidar com isso voce consegue desenvolver e melhorar essa situação e até se desenvolver outras habilidades que me ajudaram e muito com essa dificuldade
Muito bom saber sobre dislexia, conteúdos bem atuais. Quero muito receber esse conteúdo no meu e-mail.
Olá Rejane ,cadastre-se para receber gratuitamente nossas dicas e novidades por e-mail.
Muito bom mesmo, gostei muito, porém gostaria de receber atividades no meu email
Adorei todas as dicas. Aprendo muito com a Neurosaber. Obrigada por compartilharem tantos conhecimentos. Gostaria de mais dicas como essas.
Olá Elieti, Para nós é um prazer poder contribuir para auxiliar você nessa questão! 🙂
Gostaria de saber a data de publicação para referenciar os atigos.
Olá Verlandia ,faça a citação usando o link conforme as normas da ABNT.
Muito bom conteúdo estão de parabéns!
Olá Erika,Agradecemos o carinho e a confiança.Continue com a gente!
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Boa noite, meu filho tem TDAH, a dislexia e a mesma coisa do TDAH????
Olá Aline,não é a mesma coisa .
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Atenciosamente,
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Adoro a pagina e adoro como vcs respondem em todos ou em maior parte dos comentarios! mto bom trabalho!
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Gostei muito do artigo. Tenho um neto de 7 anos, ele é disléxico, ele tem todos esses médicos para ajudá-lo. Muito esclarecedor, nem todas pessoas conhecem o que é a dislexia, e como ajudar. Parabéns!!!
Muito bom o artigo. Gostaria de receber atividades no e mail
Gostei da matéria. Podem aprofundar mais ? Quero aprender mais e mais . Parabéns pelo belo trabalho.
Olá, Silvia
Ficamos felizes que tenha gostado do assunto, em nosso canal no Youtube temos mais conteúdos. Acesse aqui: https://www.youtube.com/watch?v=gWa83ejZ4gI
Webster – Equipe NeuroSaber 💙
Gostei de saber sobre a deslexia pois meu filho tem ele está no 8º ano
como posso fazer para ajudar ele a cumpri com as tarefas de casa que a escola manda fazer com trabalhos , redações.
Olá Claudia, tudo bem?
Sem avaliação não podemos dar uma orientação precisa sobre o caso. É importante buscar um especialista para lhe dar melhores informações e orientação para uma intervenção. De qualquer forma, temos conteúdos no youtube.com/neurosabervideos e também em nosso blog que podem te ajudar em muitas questões.
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙