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Hiperlexia X Autismo: qual a relação?

Compreender a relação entre hiperlexia e autismo é um passo importante para pais e cuidadores. Embora crianças com hiperlexia possam ser diagnosticadas com autismo, estas condições não estão profundamente relacionadas.

Neste artigo, veremos detalhadamente a hiperlexia e sua relação com o autismo, fornecendo informações importantes para pais, cuidadores e profissionais de saúde e educação.

O que é hiperlexia?

A hiperlexia é percebida principalmente em crianças até os 5 anos. Nessa fase, as crianças se mostram capazes de identificar e decodificar palavras de forma avançada para sua idade. É comum em crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas nem sempre é o caso.

Vale ressaltar que a hiperlexia não está relacionada a habilidades de inteligência superior e pode ser resultado de alterações do desenvolvimento da linguagem. Isso quer dizer que, apesar de muitas pessoas relacionarem o aparecimento precoce da habilidade da leitura a uma inteligência superior, isso não é demonstrado pelas pesquisas e estudos.

Portanto, uma criança com hiperlexia apresenta avanços significativos no desenvolvimento de áreas cerebrais específicas, mas também alterações nas áreas de linguagem e aprendizagem. 

Características que você precisa saber

A principal característica da hiperlexia é a aquisição espontânea e precoce da habilidade de leitura que ocorre antes dos 4 anos. Outros sintomas comuns são: déficits na linguagem e comunicação e boa memória. Encontra-se também dificuldade para compreensão do contexto verbal, atrasos nas habilidades linguísticas, dentre outros.

Além disso, as crianças podem demonstrar fascinação por letras e números, e isso demonstra uma atitude repetitiva e restrita, traço comum no autismo.  E ainda gera  dificuldades nas interações sociais e na compreensão da linguagem falada.

Pesquisas apontaram para três características principais da hiperlexia, sendo elas:

  1. Desordem do desenvolvimento de comunicação, comum principalmente em crianças com TEA. 
  2. Adquirir habilidade de leitura antes dos 5 anos sem instrução explícita.
  3. Apresenta um reconhecimento avançado de palavras para sua idade.

O autismo

Sabe-se que a maior dificuldade do autismo se encontra na comunicação e no comportamento. Afinal, os primeiros sinais e sintomas aparecem na primeira infância, ainda que muitas pessoas sejam diagnosticadas somente quando adultas. Isso acontece, pois os sintomas de autismo podem ser confundidos com outras condições e transtornos, ainda que o oposto também aconteça.

Pode ocorrer que a criança tenha hiperlexia, quando lê muito cedo ou mostra outros sinais de alta inteligência, mas também apresenta outras dificuldades, como na comunicação. Porém, as crianças podem ser diagnosticadas com autismo e hiperlexia ao mesmo tempo, mas nem sempre essas condições estão juntas.

Hiperlexia e autismo

A hiperlexia costuma ser diagnosticada em crianças com autismo. Afinal, ela é considerada um transtorno de linguagem e de comunicação, e costuma estar presente nos transtornos leves desse espectro ou Transtorno. Ou seja, muitas crianças com autismo são hiperléxicas, mas isso não significa que toda criança com hiperlexia tenha autismo. 

Portanto, é fundamental o diagnóstico precoce, pois com ele, é possível proporcionar para as crianças intervenções e tratamentos adequados para seu desenvolvimento e aprendizagem, além de trabalhar com o social e afetivo na criança. 

Precisamos identificar a hiperlexia e buscar entender se é um sinal de autismo ou não. Para cada caso, é necessária uma intervenção e tratamento específico e adequado. Para isso, busque um profissional especialista para realizar a consulta. 

Por fim, pode-se optar por procurar uma equipe que ofereça intervenções multidisciplinares. Assim, os profissionais podem trabalhar os diversos pontos que precisam ser desenvolvidos com a criança. Para saber mais dicas sobre como auxiliar crianças com hiperlexia, leia este artigo em nosso blog. 

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Referências:

BALDAÇARA, Leonardo et al. Hiperlexia em um caso de autismo e suas hipóteses. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 33, p. 268-271, 2006.

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