Impacto do diagnostico do Autismo nos pais
Receber a notícia de que seu filho tem Autismo ou TEA é algo de grande impacto emocional. No consultório, é muito comum os pais chorarem e expressarem uma enorme decepção. Sem dúvida, muitos de nós jamais desejamos filhos com problemas de desenvolvimento pois os imaginamos perfeitos, competentes e que um dia terão plena autonomia. A chegada desta notícia costuma arrasar expectativas e expor, na família, a perspectiva de que o filho(a) com TEA terá sempre que ser conduzida, levada a várias clínicas de intervenção, tomar medicação e estudar em escolas especiais ou que tenham sensibilidade para trabalhar com ele(a).
“Será sempre assim?” “Meu filho vai sofrer bullying?” “Não será compreendido?” “Como posso fazer para ajudar logo?” “Quando ele vai falar?” Estas perguntas norteiam as consultas e fazem com que a ansiedade sempre esteja presente na relação da família com os profissionais médicos e não-médicos. Existem situações que a família não aceita o diagnóstico e passa a migrar para vários profissionais a fim de encontrar um que discorde e dê uma notícia melhor. Esta atitude faz com que a criança perca tempo precioso e que a melhora clínica seja empurrada e postergada piorando o prognóstico de boa funcionalidade desta criança.
Estudos vem mostrando que o TEA pode gerar, nos pais da criança, sentimentos de baixa autoestima, culpa, perda de confiança no futuro, estresse conjugal, crises de ansiedade e pânico, problemas de sono e redução de renda familiar. No que tange `a renda, esta família passa a gastar dinheiro com diversas terapias e eventuais medicações além do fato de que um dos cônjuges normalmente ou reduz carga horária de trabalho ou pede demissão do trabalho para poder cuidar melhor desta criança.
Em nossa sociedade, ainda é comum a mulher ser a responsável pelos cuidados básicos dos filhos e, neste caso, não é exceção. Elas que mais perdem oportunidades profissionais e tendem a se comprometer mais com as necessidades desta criança. Muitas vezes, o marido a abandona ou se afasta das responsabilidades exigidas pelo filho especial o que redobra as demandas deste pelos cuidados de sua mãe. Pesquisas tem evidenciado que um casamento sólido e solidário associado `a compreensão da família em seu entorno fortalecem o relacionamento e tornam os tratamentos mais eficazes e duradouros para esta criança com Autismo.
Assim, são muito importantes estas orientações:
1) logo no primeiro diagnóstico ou na primeira suspeita, levem a criança para as intervenções nos seus atrasos de desenvolvimento mesmo que você não aceite que seu filho tenha autismo;
2) os pais devem, ambos, responsabilizarem-se pelos cuidados com a criança com autismo;
3) revezar cuidados, noites mal dormidas e suporte físico;
4) reforçar o laço do casamento;
5) exigir e buscar todos os direitos previstos para estas crianças no que tange o suporte escolar, acesso a transporte, benefícios para reforçar a renda, concessões dos convênios particulares para garantir reembolso para terapias mais eficazes;
6) devemos providenciar atendimento psicológico e suporte de assistência social `as famílias; e
7) lembrar sempre que não existem culpados pelo Autismo mas que todos devem fazer a sua parte. Estas medidas aliviam a carga de atividades e melhoram a relação dos pais com as demandas exigidas pelo tratamento de seu filho autista além de trazer uma dinâmica holística e não-reducionista.
Para mais informações, acesse esta referência:
Schmidt C, Bosa C. A investigação do impacto do autismo na família:
Revisão crítica da literatura e proposta de um novo modelo. Interação em Psicologia, 2003, 7(2), p. 111-120
23 Comments
Quando se é pai e mãe sozinho isso é bem penoso,tendo em vista que ficamos de mãos atadas porque não temos como abandonar o emprego e assim não passamos no quesito BPC. Não conseguimos fazer muitas terapias porque não temos como sair toda hora para Lever o pequeno … Acaba que fico só com as medicações e o apoio dá escola ( que por sinal é maravilhosa). E claro,que com os vídeos de vocês que aliviam muito quando estamos perdidos. Gratidão sempre dr Clay e Luciana
Obrigada Bernadete! abraços
Meu filho foi diagnosticado aos 6 anos com TDAH e agora, aos 12 anos, recebemos o diagnóstico de autismo. É um diagnóstico difícil de lidar, embora tenha me ajudado a entender porque ele tem tantas dificuldades que outras crianças com TDAH não parecem ter, agora muitas coisas fazem sentido para mim. Estou tentando aprender o máximo para poder ajudá-lo.
Ola Tinacris! com certeza o conhecimento é o melhor caminho para ajuda-lo.Continue acompanhando as informaçoes passadas pela neurosaber.Obrigada
Os valores altíssimos para o tratamento, o governo deveria entrar e interver nos gastos absurdos de clínicas particulares que abusam das mães ou pais de taxas altíssimas para o tratamento que muitos não podem pagar como eu, e deve ter benefícios para pessoas , crianças com autismo nestas clínicas por se tratar de especial, deveria ir toda semana enviada pelo o governo uma psicóloga para acompanhamento da pessoa com autismo , graças a Deus vocês aliviam muito, grata
Patricia! seu filho tem garantido por Lei, direito ao atendimento.E voce tambem poderá procurar atendimento para um auxilio no CRAS de sua cidade.Eles lhe informarão sobre os beneficios.Obrigada
Quais sinais de Autismo ?
Meu filho tenhe 3 anos e de tanto ler as vezes tenho dúvida se ele é ou não.
Ola Janete! basicamente os sinais sao: dificuldade de interação social,comunicação; movimentos repetitivos e interesses restritos.Mas é muito importante que seu filho seja avaliado por um especialista no assunto pois somente ele preferencialmete com uma equipe multidisciplinar poderá avalia-lo e dar o diagnostico.
Um dificil ponto a ser vivido e abordado. como foi colocado o luto pelo filho “com defeito” leva a acusações e reações agressivas, o que em nada ganha a criança que precisa antes de tudo ser olhada como um ser humano que necessita cuidados e amor. Parabéns a vcs!
Boa noite, gostaria que vcs citassem testes para realizar com TEA
Audenia procure no canal da neurosaber no youtube que voce encontrará mais informaçoes.
Dr gostaria de saber um comportamento de uma criança quando vc vai falar com ela não aceita começar a gritar sai jogando tudo no chão quando é contrariado qual diagnóstico e para isso ela nunca quer ser contrariada há tratamento?
Sim Regina! procure auxilio de um neuropediatra ou outro profissional habilitado.
Dr.Uma criança que tem dificuldades na fala,por exemplo em falar certas letras. Ela tem TDAH ou DISLEXIA?
Rita é necessario leva-la para ser avaliada com uma fonoaudiologa.
Nao sou pai,talvez nao possa discorrer com propriedade sobre o assunto,no entanto gostaria de frisar dois pontos que julgo serem cruciais e dedica-los a todos os pais e maes que passam por tal situaçao ,cuja reflexao podera lhes ampliar horizontes:
A) Precisamos rever alguns conceitos como por exemplo o que significa para nos ser “NORMAL”! .
B) Entender que o principio e principal meio de propriciar a essas crianças uma vida digna, inicia-se dentro de casa ,com a triade “AMOR,CARINHO E PACIENCIA,os demais suportes sao complementaçoes,e o tempo de aprendizagem dessas crianças ocorre de forma mais lenta,nao menos eficaz…abraços.
Parabens Juliano! perfeitas colocaçoes.
Como pode um Pai que tem, um filho Autista chantageá-lo.
Conheço uma família, onde o Pai faz chantagem com o filho.
O que fazer para mudar o comportamento deste Pai?
Elisangela é dificil dizer o que voce fazer, mas voce conhece a familia, procure alguem de sua confiança que possa ajuda-la
Bom dia …
fiz o curso e nâo consigo imprimir meu certificado.
Silvania mande um email para [email protected]
Dr
Sou professora e tenho uma amiga cujo filho apresenta algumas características de autismo. Ele tem 9 anos e a escola nunca se posicionou. É antissocial com os adultos, tem movimentos repetitivos e demonstra interesse por pouca coisa. Não se emociona com nada. Parece que vive noutro mundo. Como devo proceder? A mãe acha normal, a criança precisa de ajuda, o tempo está passando e sinto-me culpada. A minha cunhada que tbém é amiga dela sugeriu que o levasse a uma psicóloga.
Descobrimos o diagnóstico do nosso filho Teo, o caçula de 4 um pouco tarde quando ele completava 11 anos, sempre achamos ele especial e diferente em alguns comportamentos e muito inteligente..após um acompanhamento com psicólogo ele sugeriu uns exames com neuro onde foi comprovado o TE.. e junto descobrimos que ele também era duperdotado com QI acima de 140, isso mascarada o diagnóstico… aí da não contamos ao nosso filho…ele faz acompanhamento, uso de medicamentos e mesmo eu e o pai sermos separados nos unirmos para o melhor ao nosso filho.