Métodos de alfabetização: qual o mais adequado às crianças autistas?

Qual o método de alfabetização mais adequado para as crianças com autismo? Esse é um desafio para professores e pais, por isso escrevemos este artigo para falar sobre esse assunto tão importante.
É muito comum que os profissionais que trabalham com crianças com autismo, tenham essa dúvida: qual metodologia tem mais fundamentação científica para alfabetização de crianças com Transtorno do Espectro Autista — TEA?
Infelizmente, os estudos e pesquisas nessa área não são conclusivos. No entanto, a metodologia cientificamente comprovada para alfabetização de crianças com autismo é a metodologia fônica. Esse método de alfabetização parte não só do nome das letras, mas também do som que elas produzem.
Quando as crianças com autismo entram no processo de alfabetização e trabalham a sonorização da letra através do método fônico. Saiba mais neste artigo
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Métodos de alfabetização para crianças com autismo
A metodologia fônica trabalha o som das letras, pois parte do pressuposto de que assim serão melhor assimiladas pelo cérebro. Muitas pesquisas a indicam como segura e altamente eficaz para alfabetização das crianças com Transtorno do Espectro Autista.
Não é por acaso que a metodologia fônica é cientificamente comprovada, pois ela funciona. Esse método de alfabetização respeita o desenvolvimento cerebral e cognitivo da criança, ou seja, a forma como ela aprende a ler e a escrever.
Por esse motivo, a metodologia fônica é a mais adequada para alfabetizar as crianças com autismo e também com outras deficiências. Para aprofundar os seus conhecimentos acerca desse método, você pode recorrer às pesquisas do Fernando Capovilla e Alessandra Seabra.
Como a metodologia fônica funciona
Já falamos sobre essa metodologia em outros artigos, mas vamos apresentar um passo a passo básico para que você compreenda bem esse método.
Funciona assim, na alfabetização, o professor apresenta o som da letra para as crianças e não só o seu nome. No caso das vogais o nome da letra tem o mesmo som — a,e, i, o, u. No entanto, com as consoantes isso não acontece.
Com a metodologia fônica, o professor reproduz o som da letra para o aluno. Por exemplo, a letra “L” tem esse nome, mas o som é “lllll”. Quando o professor parte do som da letra, a criança adquire a percepção de que, quando ela junta duas letras, o L e A, forma lá.
Dessa forma, o processo de alfabetização se torna mais simples, adequado e efetivo para as crianças com autismo. Vale lembrar que alguns cuidados devem ser tomados antes de iniciar esse processo. É importante conhecer as características comuns do TEA, mas também ter um olhar individualizado para a criança.
Alfabetização e autismo
A alfabetização no autismo é um desafio porque o grau de comprometimento no espectro é variado. Isso significa que uma criança pode falar, enquanto outra é completamente não verbal. Por esse motivo, o olhar individualizado é muito importante.
O professor deve conhecer as habilidades e dificuldades do seu aluno para então traçar as melhores estratégias de alfabetização. Outros cuidados também devem ser tomados, como:
- observar se existem comorbidades associadas no TEA;
- identificar se há a presença de deficiência intelectual;
- saber que mesmo a criança com TEA não verbal, pode se alfabetizar;
- conscientizar os pais sobre o processo de alfabetização;
- trabalhar sempre com instrução explícita e apoio visual.
Dificuldades da alfabetização no autismo
O professor precisa conhecer algumas dificuldades das crianças com autismo que interferem no processo de alfabetização. Em geral, elas terão dificuldades com:
- conhecimento semântico e interpessoal,
- coletar informações para fazer inferências,
- entender a perspectiva de outra pessoa ou de um personagem,
- aspectos sociais e pragmáticos da linguagem, especificamente com a estruturação de uma narrativa para recontar uma história.
A prosódia é muito importante na alfabetização no autismo, pois ajuda a dar contexto, trabalhar a narrativa e exprimir sentimento nas narrações de histórias. Isso porque as crianças com TEA, têm dificuldade em entender metáforas e contextualizar as informações.
Nesse sentido, a dramatização do professor, com alterações do tom de voz, são muito importantes para a compreensão do que está sendo trabalhado.
A alfabetização no TEA não é diferente das crianças neurotípicas. O que ocorre são algumas adaptações nos processos. A instrução explícita e a abordagem fônica também são eficazes para todas as crianças.
Dessa forma, podemos dizer que a alfabetização no autismo se dá pela:
- Consciência fonológica.
- Conceito de impressão.
- Compreensão.
- Vocabulário.
- Princípio alfabético.
- Abordagem fônica e decodificação.
O mais importante é conhecer o seu aluno e realizar as adaptações necessárias para que o processo de alfabetização seja eficaz.
Restou alguma dúvida sobre métodos de alfabetização para as crianças com autismo? Deixe nos comentários.
Referências:
NUNES2, Débora Regina de Paula. Elizabeth Cynthia. Processos de Leitura em Educandos com Autismo: um Estudo de Revisão. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbee/v22n4/1413-6538-rbee-22-04-0619.pdf
Sánchez, J.Ferramenta para Alfabetização de Crianças com TEA. Nuevas Ideas en Informática Educativa, Volumen 14, p. 80 – 88. Santiago de Chile. Disponível em: http://www.tise.cl/Volumen14/TISE2018/80.pdf
5 Comments
Olá, boa noite! É a primeira vez que irei trabalhar com um aluno com TEA e tenho muitas dúvidas. Ele está no pré II, ama enfileirar coisas, como o alfabeto e os números. Ele sabe toda a sequência alfabética e numeral de 0 a 20. Ele também é não verbal e possui um foco muito rápido. Minha dúvida é como iniciar o método fonológico, que atividades proporcionar a ele que não se interessa pela escrita? Como fixar o som das letras e a escrita delas?
Olá Maria Eduarda,
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Atenciosamente,
Equipe NeuroSaber
Meu aluno tem digi uldade de concentração , sabe ler silabando, tem EColalia e dificil comunicação , como avançar na Alfabetização?
Olá, Carolina!
Primeiramente agradecemos pela confiança! Nesses casos orientamos buscar um especialista pessoalmente para lhe dar melhores informações e orientação assertivas sobre o caso. De qualquer forma, temos conteúdos no youtube.com/neurosabervideos e Artigos em nosso Blog: http://www.neurosaber.com.br/artigos que podem te ajudar em muitas questões.
Webster,
Equipe NeuroSaber 💙
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Por favor, gostaria mttt de um esclarecimento… Sou professora particular, tenho um aluno c autismo, ele tem 15 anos. Está no 8 Ano porém, não acompanha os conteúdos. Gostaria de saber se é certo a escola regular oferecer a ele conteúdos dessa série. Sendo q ele não tem conhecimento dos conteúdos básicos do Fundamental 1…
Mtttt obg!!!