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O desenvolvimento do Autista por meio da psicomotricidade

A psicomotricidade é uma ciência que envolve o desenvolvimento integrado de habilidades motoras associado aos aspectos emocionais e cognitivos, com a finalidade de melhorar e lapidar as expressões coordenadas dos movimentos do indivíduo durante uma atividade ou uma tarefa sequencial. 

Por definição, a psicomotricidade necessita de intervenções que prezam por uma  boa estruturação hierárquica de requisitos funcionais e pela participação global das funções cerebrais.  Neste sentido, a abordagem psicomotora pode ser uma forma de manejo muito interessante em crianças com Autismo, pois seu direcionamento vem de encontro às necessidades destas, as quais têm características evidentes de desestruturação sensorial, motora, na linguagem e na capacidade de perceber ambientes sociais, contextuais e correlacionar com a linguagem verbal ou não-verbal.

A falta de controle  pela criança  de seus impulsos, limites sociais, percepção de espaço de acordo com o contexto e com as demandas de terceiros, fazem com que as formas de se expressar pelo corpo fiquem muito prejudicadas e desorganizadas. O controle de seus movimentos depende de noção espacial, sensibilidade, interação com o meio e com o outro, sendo exatamente a capacidade de integrar estes elementos que define a eficácia de uma ação organizada e também a expressão de um desejo positivo ou negativo durante a  interação com os demais a sua volta.

A psicomotricidade permite que a criança com Autismo possa adquirir o que lhe é mais caro e deficitário: apropriar-se de sua imagem e esquema corporal e  da consciência de seu corpo dentro de um ambiente ou de um contexto.  Para tal objetivo, é importante que se trabalhe com esta criança por meio de estratégias que a faça se auto-perceber e se inter-relacionar com os limites do meio. Atividades como rolar, pular, tocar, mudando de lado ou de posição (frente/atrás) fazem com que ela consiga, aos poucos, perceber os limites entre seu interno e seu externo.  Deve-se, a todo momento, manter o contato visual e ajudar a seguir comandos com mudança de tonalidade de voz, a fim de desenvolver a capacidade de agir, com finalidade de iniciar e terminar processos. É comum estes conhecimentos estarem associados aos métodos de integração sensorial, pois existem muitas intersecções e estratagemas em comum entre ambos.

Em relação às evidências científicas, ainda carecem trabalhos que comprovam a eficácia da psicomotricidade, mas clínicos e profissionais experientes vêm ressaltando seu papel na intervenção e remediação de alguns déficits muito comuns no Autismo, especialmente no que tange à coordenação motora e problemas sensoriais.

O envolvimento da família nestas atividades é fundamental e a mesma pode ser orientada a manter tais atividades em ambiente doméstico. Os cuidadores devem ser instruídos e orientados a entender os objetivos das intervenções e estimulados a ampliar a gama de estratégias nos mais diversos contextos. É salutar que o tratamento psicomotor seja conduzido dentro de uma abordagem interdisciplinar e associado a outras formas de intervenção, pois o desenvolvimento da linguagem, o tratamento de comorbidades e o suporte escolar acrescentam e auxiliam muito a generalizar os resultados do tratamento.

29 Comments

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    Valdenora
    Posted 08/09/2016 at 12:20 pm

    Muito bom. É importante estarmo numa constante troca de experiências, quem sabe assim atender melhor as demandas dos nossos alunos.

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      ANGELA MARIA RODRIGUES BORGES
      Posted 10/09/2016 at 9:46 am

      A integração sensorial me ajuda bastante no desenvolvimento psicomotor dos meus alunos esses estímulos são bem eficazes e nos direciona à ter resultados rápidos.

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      Neizi
      Posted 13/09/2016 at 11:06 am

      Excelente abordagem. Trabalhei durante um período com um jovem de 23 anos co TEA severo. Sou psicomotricista. Os pais já haviam tido atendimento com diferentes profissionais , inclusive uma psicomotricista. O que me disseram me serviu como avaliação para a intervenção psicomotora para estes casos: ” Os profissionais que mais conseguiram uma resposta positiva com ele foram você e a outra psicomotricista.

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    Tiago
    Posted 09/09/2016 at 3:49 pm

    Muito bom o texto, me chamo Tiago, educador físico e trabalho com crianças autistas há 12 anos.
    A atividade física é de suma importância para as crianças dentro do espectro autista.

    Parabéns!!!

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    Patrícia Costa
    Posted 10/09/2016 at 10:16 am

    Excelente matéria!!!! Parabéns! Admiro demais o trabalho de vcs. Sou muito fã!!
    Sou Psicóloga, Psicopedagoga e trabalho na APAE, Projeto Autismo. Oriento as famílias e gosto demais desse foco: pais e filhos numa atividade psicomotora. Auxiliar nesse vínculo é um trabalho mais q gratificante.

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      Socorro Nobre
      Posted 11/09/2016 at 8:28 pm

      Sou pedagoga e psicóloga e coordeno uma escola há mais de 20 anos e ultimamente está cada vez mais comum convivermos com crianças autistas, já com diagnóstico e também ainda em fase de rastreamento e realmente a psicomotricidade nas atividades diárias, faz a diferença em nossas crianças.

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      Lidiane Rita Pereira de Paula
      Posted 27/06/2021 at 10:28 pm

      me manda seu contato

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    Célia
    Posted 10/09/2016 at 6:16 pm

    Texto muito esclarecedor e informativo, com certeza vai me ajudar muito na minha prática pedagógica.
    Obrigada.

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    valéria
    Posted 10/09/2016 at 7:10 pm

    Muito bom o tema. Parabens! e o artigo també, toda informaçao é sempre bem-vinda

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    Rose
    Posted 11/09/2016 at 2:00 am

    Agradecendo e parabenizando o conteúdo enviado porque colabora com duas áreas de atuação: psicologia clínica na rede pública, atuando com TEA jovens e Profª do AEE na SRM, com Grupo de Pesquisa interdisciplinar (Educ. Física+Artes+ Música) tb na rede pública. Estamos pesquisando sobre o tema para crianças com TEA não verbal.

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    Cássia Elizabeth
    Posted 11/09/2016 at 5:38 am

    Ótima a matéria. Vou propor as famílias dos meus alunos a trabalhar em parceria com a escola em relação a atividade psicomotora e assim melhor o desenvolvimento das crianças com autismo. Parabéns pela matéria!

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    Lucilene Guimarães
    Posted 11/09/2016 at 5:39 am

    Muito bom o texto,pois a integração social é tudo para as crianças com autismo,não só o autismo como todas as síndrome,sou Professora,e na minha formação,eu trabalhei dois anos com criança com autismo,gostei muito.Quero seguir nesta área,sou apaixonada pelo que faço.Cada vez mais estudo sobre todas as síndromes,todo conhecimento é muito importante para quem está na área..

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    Inês Segura Reis
    Posted 11/09/2016 at 11:20 am

    Nossa, material riquíssimo, sou fã número 1 de toda equipe, falo de vcs pra todos os pais de TEA e outros que conheço ,quero também deixar uma dica, floortime/ DIR, corrobora para o desenvolvimento do TEA e outras síndromes, principalmente para os pais aplicarem, excelente recurso. Visto que precisa de mt recurso financeiro pra pagar todas as terapias necessárias para o quadro e as comorbidades das síndromes em geral, especificamente o Espectro do Autismo. Grande Abraço!

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    Tania Mara Brukmuller Vaner
    Posted 11/09/2016 at 9:30 pm

    Gostei muito , embora a criança que eu atendo como estagiária em uma escola pública,
    deva ter um grau de autismo muito pequeno, pois ela não se enquadra na maioria dos
    casos que eu leio. Como estagiária não posso falar com a mãe, isso cabe a professora
    do pré II, mas tudo que eu posso fazer para ajuda-la eu faço.
    Obrigada.

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    Gilvaneide dos Santos
    Posted 11/09/2016 at 11:35 pm

    Excelente abordagem! Foi para mim de grande valia, especialmente por ser mãe de autista e atuar como educadora terapeuta na área de Psicomotricidade, onde atendo à crianças de 4 à 12 com vários tipos de deficiências, sendo algumas com autismo. Foi enriquecedor. Parabéns à toda equipe organizadora!

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    Cristiane Alcantara
    Posted 12/09/2016 at 12:01 am

    Obrigada pela oportunidade e atenção quanto aos artigos me enviados os links. Sempre divulgo em grupos o trabalho de vcs, por trabalhe na Ed.Especial:AEE. Na escola temos muitos autistas, a maioria sendo acompanhados pelos demais profissionais que se fazem necessário, porem, nós que trabalhamos o pedagógico, precisamos de recursos variados para desenvolver um bom trabalho. Muitas vezes, para alguns de nossos alunos, os peça se tornam aversivos pelos mesmos nas terapias, ficando difícil utilizar deste recurso/método na unidade escolar. A Psicomotricidade e o trabalho com materiais concretos, mostrando o uso e finalidade dos materiais conseguimos melhores resultados.
    Este grupo “entendo o autismo” me ajuda muito, pois cada um tem suas particularidades, e é preciso respeita las e saber fazer os devidos investimentos acadêmicos.
    Sugiro algo relacionado a esta dificuldade citada, sem uso dos peça, para alunos que não tem oralidade.

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      Maria das graças Almeida Mascarenhas
      Posted 07/04/2023 at 5:06 pm

      Como faço? Oi me ajude. Agradeço.

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    MARIENE CLEMENTE SILVA DOS SANTOS
    Posted 12/09/2016 at 2:10 am

    Muito boa matéria!!! Através dela podemos aumentar os nossos conhecimentos tal qual profissional e pessoal.Parabéns aos organizadores

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    Marinete Fernandes
    Posted 12/09/2016 at 2:31 am

    Olá estou gostando muito dos temas apresentados, vocês estão de parabéns!
    Grata!
    Marinete

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    Elisangela Cristini Ros
    Posted 12/09/2016 at 11:15 am

    Excelente. Já tive uma criança autista em minha sala. Se tivesse lido essa matéria, com certeza ampliaria as aulas de Movimento de forma a favorece-la.

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    Paula
    Posted 12/09/2016 at 3:08 pm

    Quando a família se envolve e estimula, as mudanças são evidentes!
    Importante também é seguir a rotina para que haja segurança do autista ao desenvolver as diferentes tarefas.

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    Carla
    Posted 13/09/2016 at 2:00 pm

    Adorei o artigo, aliás todos os assuntos abordados me interessam, pois como psicopedagoga é importante estar sempre atualizada.

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    regina maura
    Posted 14/09/2016 at 10:32 am

    bom dia Luciana ,excelente texto adorei as sugestões de trabalho na psicomotricidade .

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    Érika
    Posted 14/09/2016 at 10:41 pm

    A informação foi básica para a reflexão junto ao trabalho a criança. É importante também a disciplina no processo da interação com o objeto.

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    Maria Cristina Quaresma e Silva
    Posted 16/09/2016 at 4:08 pm

    Estou gostando muito da leitura desses textos, pois eles estão me possibilitando ter um maior entendimento e esclarecimento sobre assuntos do nosso dia a dia dentro da escola, principalmente porque são textos que têm uma leitura clara e objetiva.
    “A psicomotricidade permite que a criança com Autismo possa adquirir o que lhe é mais caro e deficitário: apropriar-se de sua imagem e esquema corporal e da consciência de seu corpo dentro de um ambiente ou de um contexto.”
    Podemos constatar com esse trecho o quanto que a psicomotricidade é importante para o desenvolvimento da criança com TEA. Nesse sentido, o professor precisa se apropriar desses conhecimentos para poder ajudar o seu aluno a se desenvolver de maneira significativa.

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    Juciany
    Posted 20/09/2016 at 9:20 pm

    Muito importante as informações desse texto é fundamental que nós educadores ampliamos nosso saber para conduzir melhor nossa prática pedagógica.

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    nayara
    Posted 19/03/2018 at 3:55 pm

    pena não ter o nome do autor para referenciar em trabalho acadêmico

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    Josefa Mendes da Silva
    Posted 13/10/2018 at 3:40 pm

    Estou amando tudo isso, muito esclarecedor. Aprendendo bastante com esses artigos.

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    Rita de Cassia Maia Chaves
    Posted 13/07/2019 at 1:46 am

    Excelente texto!
    Muito esclarecedor!

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