O que é autismo de alta funcionalidade?
O autismo de alta funcionalidade é a condição presente no Transtorno do Espectro Autista (TEA) que permite à pessoa a execução de habilidades como ler, escrever, falar e decidir questões em sua vida. É importante ressaltar que esse nível dá ao paciente uma autonomia diferente do que presenciamos em quem convive com o autismo severo ou médio.
Um detalhe que chama a atenção é o fato de o autismo de alta funcionalidade não ser considerado um diagnóstico médico oficial. Ele é atribuído àquelas pessoas que desempenham todas as funções citadas anteriormente, sem nenhum prejuízo para o seu convívio.
Conteúdo
Existe alguma diferença com a Síndrome de Asperger?
Há um ponto que distingue o autismo de alta funcionalidade e a síndrome em questão: o reconhecimento como uma condição. Isso acontece porque a Síndrome de Asperger é reconhecida pelo DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) como condição distinta do neurodesenvolvimento; e o autismo de alta funcionalidade, não.
Muitos tendem a confundir ambos pelo fato de a síndrome e esse nível de autismo compartilhar os mesmos sintomas, a saber: uso da linguagem sem comprometimentos; desenvolvimento cognitivo; desenvolvimento de habilidades compatíveis com a idade; comportamento adequado para a faixa etária, curiosidades acerca do espaço em que se está inserido, entre outros.
É comum que um número acentuado de pessoas considere tanto o Asperger quanto o TEA (na proporção em que está sendo levada) como a mesma coisa, devido ao quadro sintomático.
Quais são os níveis de autismo?
É importante salientar que desde 2013, quando a Associação Americana de Psiquiatria (APA) lançou a quinta edição do DSM, o TEA é atribuído a três níveis distintos. São eles:
Nível 1: Esse é o mais suave presente no TEA. Quem está incluído nesse grupo geralmente apresenta sintomas bem sutis e que não interferem muito na escola, no trabalho ou nas relações. O autismo de alta funcionalidade e a Síndrome de Asperger estão incluídos nessa categoria.
Nível 2: A partir deste grupo, os pacientes passam a necessitar de um apoio maior, principalmente no que diz respeito à terapia com fonoaudiólogos para trabalhar a linguagem ou intervenções que visem às habilidades sociais.
Nível 3: O terceiro, por sua vez, é o mais crítico. Vale ressaltar que quem está incluído nessa categoria depende muito de auxílio para a maioria dos afazeres, além de ter sempre alguém por perto para ajudar. As terapias geralmente são aplicadas de forma intensiva para estimular o desenvolvimento.
O tratamento
Quem acompanha nossos artigos já deve ter lido que as intervenções dependem de cada caso. Sendo assim, o médico responsável pela pessoa indicará qual a melhor maneira de oferecer o tratamento.
Importante afirmar que os pacientes que convivem com o TEA, em seus mais diferentes níveis, podem precisar das mesmas intervenções, embora aquelas dos níveis 2 e 3 necessitem muito mais de quem está na categoria 1 (autismo de alta funcionalidade ou Síndrome de Asperger. Não deixem de consultar um especialista.
15 Comments
Tenho uma autista menina ela tem 5 anos então fala com.o proceder ? Qual melhor tratamento?
Estou muito interressada pois meu filho se assemelha a este transtorno.
Excelente este artigo, tenho interesse em saber mais sobre TEA.
Prezado Dr. Clay Brites, sou professora e entrei na sua página em busca de informações sobre a síndrome de autismo de alta performance. Trabalhei por 9 anos com um garoto diagnosticado com esta síndrome e estou fazendo um relato do meu trabalho com ele. Para melhor esclarecimento sobre o assunto, gostaria de ter mais informações sobre as possíveis habilidades de crianças com este tipo de autismo.
Acompanhei o garoto em questão na disciplina de Matemática e ele demonstrou uma memória privilegiada, escrita correta e habilidades extraordinárias em cálculo numérico e algébrico.
Espero contar com sua ajuda e agradeço antecipadamente.
Marta
qual o ano da publicação desse artigo? por gentileza
Olá Mônica,
Ano de publicação 18/09/2018 .
Meu filho foi recém diagnosticado com Autismo de Alta Funcionalidade. Foi muito difícil o diagnóstico. Os sintomas foram mais intensos com a quebra de rotina a pandemia. Ele tem 11 anos, é muito inteligente, vocabulário rebuscado, aprende com facilidade, porém tem disfunções sensoriais classificadas como severas (e isso já trabalhávamos em terapias específicas). Nos testes apareceu o tdah, e disfunção de pac. Hoje já temos intervenções ABA, porém as propostas são muito voltadas a crianças pequenas. Até os espaços terapêuticos o são, o que o deixa um pouco desestimulado, visto que está em fase de puberdade.
Gostei muito do artigo, e vou usá-lo como esclarecimento aos professores que lecionam na classe do meu filho.
Ressalto que há um preconceito muito grande com o autista de alta performance, pous o sofrimento que eles atravessam é muito particular e solitário. Não é visível. Eles estão no limite entre a diferença e a igualdade. Há quem acredite que eles não estão dentro do espectro, e isso atrasa muito o diagnóstico, e as intervenções quase sempre iniciam de forma tardia. O processo, no nosso caso, foi muito desgastante para nós, pais, e para a criança, que muitas vezes desenvolve (e foi o caso do meu filho) um transtorno de ansiedade severo, por presenciar situações de dúvida, incompreensão e instabilidade.
Agradeço pelo artigo, e só ressalto que a diferença entre Asperger e autismo de alta funcionalidade, hoje não é mais relevada. Ambas estão dentro do espectro, e se caracterizam como a segunda.
Gostaria de conversar mais sobre esse assunto… meu filho tem 5 anos e eu não faço ideia do que ele tem. E estamos a quase dois anos (desde o início da pandemia) pulando de psiquiatra em psiquiatra. Não tenho diagnóstico, mas vi que se encaixa muito com o descrito aqui. Como faço para entrar em contato Patrícia. Gostaria de conhecer mais sua história.
Vai dar tudo certo! Procure psicólogos que já trabalham com adolescentes/adultos autistas. Eu moro em Arapongas PR e vou na Dr Jenifer Camargo. Fica a indicação.
Seu relato me tocou muito. Tenho 27 anos e acabei de ser diagnosticada. Os espaços são voltados pro infantil, quando ia nas sessões com a neuro achavam que eu era mãe de alguma criança. É isso, o limite entre a diferença e a igualdade sempre esteve presente na minha vida e eu não sabia o motivo.
Oi Patrícia
Meu nome é Andréa e tenho um neto com 2 anos e 9 meses que está tendo dificuldades de adaptação na pré escola.
Ele frequenta escola municipal e minha nora tem recebido constantes chamados das professoras para que ela vá busca lo porque não se alimentou e conversas constantes sobre o comportamento do Miguel…que está sempre sozinho…não socializa com os amiguinhos e a duas semanas elas aconselharam minha nora a leva lo no neurologista para investigar um possível autismo.
Vi que vc é uma mãe experiente no assunto…será que poderia entrar em contato comigo para nos orientar que caminho seguir?
Segue meu e-mail
[email protected]
Agradeço desde já
Sou autista de alta funcionalidade e posso dizer que eu sempre tive um desenho melhor na escola mas na vida fora da escola era bem difícil. Depois de anos consegui um emprego e foi só através de concurso público. Não se enganem, ser altamente funcional não facilita a vida.
Olá Simony, tudo bem?
Compreendo a sua situação e entendo que não seja fácil, desejamos que tudo dê certo na sua jornada. Em nossos canais temos muitos conteúdos que vão te ajudar a entender melhor. Confira nosso canal no Youtube e nosso Blog e continue sempre de olho em nossas redes sociais! 💙
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙
Cara amiga Simone, eu tenho tambem a epilepsia, que me acompanha desde os 8 meses de idade e o neurologista também diagnosticou o Autismo, mas, naquela altura era se dizia “Ele tem uma síndrome”, nunca dizia “autista”, como nunca soube como são então as outras pessoas ditas normais, o que eu mais tratei foi a epilepsia. Diziam que eu tinha um modo de falar “pedante” e pausado, daí o entendimento obsorvido desde a educação primária ou fundamental até o ensino superior. Amo de paixão desenvolver algo, aos 12 anos, nas férias passadas na casa de meus avós, eu me divertia muito de acompanhar meu amigo vizinho de frente a ajudar o pai dele entregar jornais e eu recebia depois, era muito bom. Depois, aos 15 fui trabalhar no banco de office boy, escriturario e também era divertido, havia muita coisa diferente, já maior de idade, saí do Brasil e fiquei morando na europa com minha namorada e hoje esposa e temos 2 filhos. Voltei porque não fui educado para viver longe de meus pais por longos tempos e ir e voltar de lá era caro e os empregos não permitiam. De volta no Brasil perdi os meus pais e então precisei de ajuda e na altura, me aliviava estudar pra concursos publicos, esquecia que eles tinham morrido e também saia o resultado 2 ou 3 dias e era bom. Fiz 14 em diversas funções, mas, fiz Direito e então tinha preferencia para algo neste assunto como procurador do ministerio publico ( MPU), promotor publico estadual, tribunal de contas da união, a oab e alguns administrativos e tive as notas suficientes para entrar em 11 deles, alguns com a nota cheia ou “gabaritar” na gíria que relacionam ao gabarito de respostas. Não assumi quase nenhum, afinal, tenho epilepsia refratária e falam que o autismo ajuda a não concluir nada de longo período. O que vejo com carinho é que o acaso me levou a trabalhar por breve tempo na Assembleia Legislativa do Rio colaborando com novas leis, 3 delas estão em vigor e é legal porque uma é sobre autistas como eu, outra é sobre a obrigatoriedade que submetiam às mulheres gravidas a passar na roleta do ônibus urbano, agora elas estando gravidas podem entrar ela outra porta e a outra sobre a prevenção do suicidio nas escolas. Em Portugal gostei muito de trabalhar num açogue de um supermercado, numa fabrica de peças plasticas e num hospital, como segurança e um carinho por ter trabalhado numa casa noturna de danças latinas como copeiro. Continuam me achando excentrico ou estranho até os dias de hoje. Meu 2 filhos também são laudados autistas. Obrigado, acho que escrevi muito. Obrigado seu tempo, fica com Deus.
No DSM V de 2013, síndrome de Asperger passou a fazer parte do Espectro Autista, como um transtorno do neurodesenvolvimento. Este artigo de 2018 esta se referindo, aparentemente, ao DSM IV ( anterior a 2013 e por obviedade anterior ao artigo da neurosaber). Se faz necessario corrigir o texto para não ser mais um dos inumeros instrumentos de desinformação tão abundantes. A comunidade TEA de fato e direito só ganhara com isto.