O que é autorregulação no TEA?
A maioria dos leitores já está por dentro sobre alguns detalhes importantes dentro do autismo, como o fato de tal condição ser caracterizada por uma disfunção global do desenvolvimento.
No entanto, como o assunto é bastante amplo e mostra-se, a cada dia, um verdadeiro desafio para pesquisadores da área; nota-se que é preciso ainda muita divulgação dos estudiosos ao grande público acerca de alguns fatos inerentes ao tema. A autorregulação no TEA é um exemplo.
Vocês por acaso já ouviram falar a respeito? O que vem a ser autorregulação e como ela influencia a vida da criança e do jovem que vive com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Diante da necessidade pais e profissionais sobre essa temática, o artigo de hoje vem com o propósito de esclarecer o que a autorregulação no TEA simboliza e significa de fato.
Conteúdo
O que vem a ser a autorregulação?
A autorregulação significa a habilidade de poder monitorar e modular sentimentos, a cognição e o comportamento a fim de “atingir um objetivo e adaptar-se às demandas cognitivas e sociais para situações específicas”.
Interessante notar que durante o desenvolvimento do processo de autorregulação há uma convergência e integração de mecanismos regulatórios dos grupos a seguir: regulação cognitiva, regulação emocional e regulação comportamental. Todos eles são imprescindíveis para um bom funcionamento do aspecto desenvolvimentista de uma pessoa.
Vale ressaltar que outros fatores, como o temperamento, relativo ao controle voluntário, também contribui muito para o desenvolvimento do processo de autorregulação da criança. Veja mais abaixo sobre cada um desses processos que contribuem para a autorregulação em sua totalidade.
– Regulação cognitiva
A regulação cognitiva pode ser definida como a habilidade de o indivíduo reter na mente e manipular as informações (como uma memória de trabalho). Além disso, consiste também na “habilidade de resistir à tentação de fazer algo (controle inibitório)”.
Interessante ressaltar que o funcionamento executivo inclui o uso de reflexão e outros aspectos, como competência e independência para completar tarefas e resolver diversos problemas (LINHARES & MARTINS, 2015).
Há que se ressaltar que a regulação cognitiva envolve importantes mecanismos neurocognitivos, como os que vocês verão a seguir: atenção, inibição, compartilhamento de tarefas e memória de trabalho. Além disso, dentro da regulação cognitiva, a habilidade de dar enfoque na atividade (tal como bom controle inibitório e boa capacidade de prestar atenção) está intrinsecamente ao bom desempenho escolar.
– Regulação emocional
A regulação emocional está ligada às habilidades e estratégias que são utilizadas para manejar, articular, inibir e aprimorar a ativação emocional, de uma forma a oferecer suporte a itens como adaptação social da criança e respostas não sociais.
– Regulação comportamental
Já a regulação comportamental é responsável pela habilidade de desempenhar o controle de seu próprio comportamento, que inclui os seguintes itens: obedecer a determinadas demandas e solicitações provindas dos adultos; controlar algumas respostas impulsivas; engajar-se em certas atividades específicas. “No dia a dia, pode-se observar a regulação comportamental, por exemplo, quando a criança consegue sentar para ouvir histórias ou andar sem correr.”
Autorregulação no autismo: como promovê-la?
Sabe-se que o desenvolvimento das habilidades de uma criança depende de sua autorregulação, pois, como visto acima, tais processos são a base para a autonomia dos pequenos perante os desafios que farão parte do seu cotidiano. No entanto, é importante salientar algumas maneiras de promover esse conjunto de práticas imprescindíveis.
Psicopedagogia para estimular autorregulação no TEA
Dentre as várias intervenções para auxiliar os pequenos na estimulação de sua autorregulação, a psicopedagogia aparece como uma alternativa eficaz nesses casos. Pesquisadores da área afirmam que a psicopedagogia tem a prerrogativa de se basear na “observação e análise profunda de uma situação concreta”.
Isso possibilita que o psicopedagogo tenha conhecimentos prévios e fundamentados das características do TEA e, assim, proporcionar aos pequenos uma intervenção eficaz; principalmente que trabalhe os aspectos comportamentais e cognitivos.
A área da psicopedagogia em si lida com a aprendizagem como processo de construção. Isso é responsável pela formulação de aspectos (inquietações, curiosidades e reformulações) que se apresentam como desafios para os profissionais, sobretudo na busca por uma interação mais aprofundada com o indivíduo.
A atuação dos psicopedagogos ocorre com o enfoque diferente dos demais especialistas, cujas intervenções também são voltadas para esses casos (autismo). Vale ressaltar que a ação psicopedagógica procura focar não a patologia em si (TEA), mas os aspectos que contribuem na aprendizagem da criança.
Terapia ocupacional e autorregulação no TEA
A Terapia Ocupacional também é uma ótima escolha para pais que procuram formas de desenvolver habilidades ligadas à autorregulação dos pequenos. Tudo isso porque as técnicas utilizadas pelos terapeutas trabalham aspectos de áreas fundamentais, a saber: atividades da vida diária, atividades relacionadas à vida escolar e ao aspecto lúdico (brincadeiras).
O profissional da Terapia Ocupacional induzirá a criança à descoberta dos sentidos e, com isso, na busca de suas potencialidades, utilizando a interação com o ambiente que a cerca. Vale lembrar que o objetivo primordial desse campo de atuação é ajudar a pessoa com TEA a obter melhor qualidade de vida tanto em casa quanto na escola. O terapeuta contribui para introduzir, manter e melhorar as habilidades a fim de que as pessoas com autismo possam chegar à sua independência tão precisa.
– Veja a seguir o que as crianças podem obter quando recebem as intervenções de terapeutas ocupacionais.
– Desenvolver relacionamentos com seus pares e adultos;
– Aprender a se concentrar em tarefas;
– Expressar sentimentos em formas mais adequadas;
– Envolver-se em jogo com os pares;
– Aprender a se auto-regular;
– Realizar atividades mais refinadas como: escovar dentes, lar laço, vestir-se etc.
– Independência;
– Aprendizagem;
– Autoconfiança;
Um dos programas que podem te ajudar é o PROTEA – Programa Especializado no Transforo do Espectro Autista. Nele você aprende a intervir no Autismo com fundamentação científica e garanta um futuro social e acadêmico brilhante ao seu aluno ou paciente.
Depois de finalizar este programa você vai saber como lidar com a agressividade e comportamento inadequado no Autismo e entender como funciona a mente das pessoas que têm o espectro, para fazer a inclusão, medicar e intervir com segurança.
7 Comments
Olá
Adorei todas as informações !! Tudo sobre TEA é de extrema importância.
Adorei todas essas informações…..estou aprendendo Mto!!! Obrigada
Essas informações são excelentes, pois nos esclarecem muitas dúvidas e também nos apresenta muitas novidades no tema escolhido!!! Gostei muito.
Muito interessante e oportuno esse artigo…Adorei!
Olá Cíntia,Que bom! Ficamos felizes em sempre poder auxiliá-los!
Boa noite o que posso fazer para um adolescente autista auto se regular sem precisar pular tanto ? pois ele tem 15 ano tem 1,83. E já está sentindo dores nos ossos do quadril , pois estou muito preocupada com a saúde física dele
Olá Francisca, tudo bem?
Primeiramente agradecemos pela confiança! Nesses casos orientamos buscar um especialista pessoalmente para lhe dar melhores informações e orientação assertivas sobre o caso. De qualquer forma, temos conteúdos no youtube.com/neurosabervideos e Artigos em nosso Blog: http://www.neurosaber.com.br/artigos que podem te ajudar em muitas questões.
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙