O que é comunicação suplementar alternativa, e por que é efetiva no TEA?
Problemas de comunicação são um dos primeiros sinais de transtorno do espectro do autismo (TEA). O autismo abrange um espectro de desafios; cada criança pode apresentar problemas de comunicação de forma diferente.
Algumas crianças podem ter um grande vocabulário e aprender a ler em uma idade jovem. Essa mesma criança também pode se esforçar para contextualizar o que leram. Responder a quem, o quê, onde, quando, porquê e como as perguntas podem representar um enorme desafio. Outras crianças podem ter conversas, mas lutam com comunicação não verbal (gestos, expressão facial e linguagem corporal por exemplo).
Nesse ponto, queremos abordar alguns problemas de comunicação em crianças com autismo, identificando e compreendendo, além de falar sobre a metodologia de comunicação suplementar alternativa para o desenvolvimento.
Conteúdo
Problemas de comunicação em crianças com TEA
Déficits persistentes na comunicação social e interação social através de múltiplos contextos, como os que serão explicados a seguir são alguns exemplos ilustrativos encontrados em crianças com TEA:
- Déficits na reciprocidade sócio-emocional, variando, por exemplo, da abordagem social anormal e do fracasso das conversas normais de ida e volta; redução da partilha de interesses, emoções ou afetos; ao fracasso em iniciar ou responder a interações sociais.
- Déficits nos comportamentos comunicativos não-verbais usados para interação social, variando, por exemplo, da comunicação verbal e não-verbal mal integrada; anormalidades no contato visual e na linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso de gestos; a uma total falta de expressões faciais e comunicação não-verbal.
- Déficits no desenvolvimento, manutenção e compreensão de relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldades de ajuste de comportamento para adequar-se a vários contextos sociais; às dificuldades em compartilhar brincadeiras imaginárias ou em fazer amigos; a ausência de interesse pelos pares. ”
Déficits persistentes na comunicação social e interação social através de múltiplos contextos, como os que serão explicados a seguir são alguns exemplos ilustrativos encontrados em crianças com TEA:
Mas e a Comunicação Suplementar Alternativa, o que é?
A comunicação suplementar alternativa (CSA) destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.
Ela pode acontecer sem auxílios externos e, neste caso, valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos, tais como: sim, não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero (determinada coisa para a qual estou apontando), estou com fome e outros conteúdos de comunicação necessários no cotidiano.
A CSA é realmente efetiva no TEA?
Para muita crianças vivendo com autismo, problemas de comunicação são os mais reconhecíveis sinais do Distúrbio do Espectro de Autismo. Uma vez que o autismo compreende uma gama de desafios, diferentes crianças apresentarão diferentes problemas de comunicação.
Outras crianças, entretanto, podem ter facilidade de se comunicar verbalmente, mas apresentam dificuldade em entender aspectos não verbais da comunicação, como gestos, expressões faciais e linguagem corporal. E então, algumas crianças com autismo podem ser completamente não verbais.
E o CSA tem o objetivo de buscar o desenvolvimento dessas dificuldades, com diversas aplicações práticas do dia a dia para a criança.
Com trabalho multidisciplinar, resultado é ainda melhor
Mais uma vez é preciso lembrar que o trabalho deve ser feito em equipe. Em se tratando de TEA, a multidisciplinaridade é o que pode garantir resultados satisfatórios, pois cada profissional trabalha uma habilidade, uma necessidade; e são esses quesitos que podem proporcionar o progresso da criança e do adolescente.
6 Comments
Excelente! Aprendo muito sobre as deficiências e transtornos.
Gratidão pela oportunidade.me ajuda muito.Deus os ilumine sempre
Olá Cleonice
Agradecemos pelo carinho!!!
Equipe Neurosaber
Boa tarde. Percebi na internet que existem diversas figurinhas para a comunicação alternativa. No mundo inteiro ainda não pensaram em criar um modelo único, padronizado e eficiente como em LIBRAS, por exemplo?
Se isso existir poderia, por favor me indicar o link?Muito obrigada. Sou professora e acompanho muito vocês.
Olá Carmen,
Ainda não temos um conteúdo sobre este tema.
Mas vamos colocar em nossa pauta abordar sobre este assunto também.
Obrigada pelo contato!
A LIBRAS (língua brasileira de sinais) é padronizada apenas no Brasil. No exterior é outra língua e outros sinais.