Os 5 erros que atrasam o diagnóstico do TEA
O diagnóstico de autismo não é um processo simples, mas quanto antes for detectado, melhores serão os resultados das intervenções. Conheça os 5 principais erros que atrasam o diagnóstico do TEA, neste artigo.
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Erros que atrasam o diagnóstico do TEA
Neste artigo, listamos os 5 principais erros que atrasam o diagnóstico do autismo, são eles:
- Prender-se ao mito da idade.
- Negar os sinais de autismo.
- Negligenciar a hiperatividade.
- Não verificar sintomas de autismo em crianças com atrasos no desenvolvimento.
- Não encaminhar para o especialista.
Prender-se ao mito da idade
O primeiro erro que atrasa o diagnóstico de TEA é prender-se ao mito da idade, ou seja, acreditar ser preciso esperar até uma certa idade tardia para fazer diagnóstico de autismo. Na verdade, é o contrário, qualquer sinal de autismo desde o nascimento precisa ser avaliado. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor.
Além disso, é preciso averiguar outras condições. Por exemplo, uma criança que não faz contato visual, pode ter uma deficiência visual, outra que não presta atenção no que os pais falam, pode ter uma deficiência auditiva. Da mesma forma, uma criança que não dá atenção ou um retorno adequado, pode ter uma lesão neurológica, uma deficiência intelectual ou qualquer outro problema.
Por isso, quando os pais observarem esses e outros sinais de autismo é preciso investigar e não se deve esperar até os cinco anos, porque além de atrasar o diagnóstico de TEA, outras condições também podem passar despercebidas.
É muito importante observar o desenvolvimento da criança nos primeiros três anos, pois os sinais de autismo já podem ser percebidos nessa idade. Os professores da educação infantil também podem identificar esses sinais e alertar os pais.
Negar os sinais de autismo
O segundo erro que atrasa o diagnóstico de TEA é a negação dos pais diante os sinais de autismo. Numa tentativa de negar essa condição em seus filhos, muitos pais demoram para procurar ajuda médica, o que prejudica o tratamento do autismo também.
Muitas vezes, os professores alertam os pais, que também percebem sinais de TEA, mas diante a resistência em confrontar a realidade, buscam médicos e profissionais que também negam a presença do TEA.
É muito importante que os pais entendam a importância do diagnóstico precoce no desenvolvimento de seus filhos. Somente detectando o autismo precocemente é que as intervenções também poderão ser precoces, e, assim, mais eficazes.
Negligenciar a hiperatividade
O terceiro erro que atrasa o diagnóstico de autismo é negligenciar a presença da hiperatividade. Uma criança hiperativa, inquieta e agitada, que não dorme direito, que apresenta comportamentos desafiadores também deve ser investigada.
Muitos estudos mostram que os sintomas da hiperatividade são um possível sinal de autismo. No entanto, muitas vezes, os profissionais e os pais focam na hiperatividade e esquecem que ela pode ser um sintoma do TEA.
A criança hiperativa que tem déficit de atenção, dificuldade em compartilhar e que não dá retorno adequado quando alguém conversa com ela pode ter autismo. Da mesma forma, aquela que não toma nenhuma iniciativa de comunicação social, tem mais chance de ter TEA do que somente a hiperatividade.
Não verificar sintomas de autismo em crianças com atrasos no desenvolvimento
O quarto erro que atrasa o diagnóstico de TEA é não verificar sintomas de autismo nas crianças que apresentam atraso no desenvolvimento, seja motor, linguístico, social, adaptativo ou cognitivo.
A criança que apresenta algum atraso nessas áreas do desenvolvimento também precisa ser investigada. Isso porque esses atrasos podem ser sintomas de autismo, então não podemos parar no diagnóstico de atraso global de desenvolvimento, sem investigar suas causas.
Não encaminhar para o especialista
O quinto e último erro que atrasa o diagnóstico do TEA é não encaminhar a criança para um especialista. É muito importante que, diante de sinais de autismo, o pediatra a encaminhe para uma investigação mais profunda.
O diagnóstico de autismo geralmente é realizado por um médico especialista, em conjunto com outros profissionais também especializados, como psicólogos ou terapeutas ocupacionais.
Uma equipe multidisciplinar acompanha o processo de diagnóstico para investigar a presença do TEA. Da mesma forma, o tratamento será multidisciplinar, para garantir que a criança com autismo desenvolva suas habilidades em diferentes áreas.
O tratamento para o TEA envolve terapia ocupacional, fonoaudiologia, além de acompanhamento médico e psicológico. Professores e psicopedagogos também trabalham em conjunto com esses profissionais para garantir a inclusão e a aprendizagem do aluno com TEA.
Agora que você já conhece os 5 erros que atrasam o diagnóstico do TEA, compartilhe este artigo em suas redes e ajude outras famílias!
Referências:
SILVA, Micheline and MULICK, James A.. Diagnosticando o transtorno autista: aspectos fundamentais e considerações práticas. Psicol. cienc. prof. [online]. 2009, vol.29, n.1 [cited 2021-05-03], pp.116-131.
ZANON, Regina Basso; BACKES, Bárbara e BOSA, Cleonice Alves. Diagnóstico do autismo: relação entre fatores contextuais, familiares e da criança. Psicol. teor. prat. [online]. 2017, vol.19, n.1 [citado 2021-05-03], pp. 152-163 .