O desempenho do Brasil em matemática está entre os mais baixos do mundo, segundo o PISA 2022. Neste artigo, com base no conteúdo do professor Daniel Gonzales da NeuroSaber, você vai entender as causas dessa realidade preocupante e conhecer soluções práticas, acessíveis e baseadas em evidências para transformar o ensino de matemática nas escolas brasileiras.
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Desempenho do Brasil em matemática: uma realidade alarmante
O Brasil ficou na 64ª posição entre 81 países avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) 2022, com uma média de apenas 379 pontos em matemática — muito abaixo da média da OCDE, que é de 472 pontos.
Mais preocupante ainda, 73% dos estudantes brasileiros não atingem o nível mínimo de proficiência em matemática, enquanto apenas 1% alcançam desempenhos elevados. Esses números revelam impactos reais na vida dos estudantes, na sua formação para a cidadania e no futuro do país.
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Esses dados sobre desempenho refletem falhas que se acumulam ano a ano em diferentes etapas da educação, especialmente entre alunos do ensino médio, e exigem ações urgentes do Ministério da Educação e de cada educador.
Principais causas do baixo desempenho em matemática no Brasil
1. Desigualdade socioeconômica
O Brasil apresenta uma das maiores disparidades educacionais do mundo. A diferença de desempenho entre alunos mais ricos e mais pobres no PISA chega a 77 pontos. Crianças de famílias com baixa renda e escolaridade enfrentam barreiras estruturais no acesso à educação de qualidade, o que compromete o aprendizado — especialmente em matemática.
Estudos da Universidade Federal do Rio Grande revelam que regiões como o Rio Grande do Sul apresentam discrepâncias significativas entre escolas privadas e a escola estadual comum, sobretudo em relação à aprendizagem dos alunos na matemática das escolas públicas.
2. Formação inadequada dos professores
Muitos professores do ensino fundamental não recebem formação continuada ou metodologias atualizadas para ensinar matemática de forma significativa e contextualizada. O resultado é um ensino mecânico, que dificulta o desenvolvimento do raciocínio lógico.
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Aprender matemática exige que o aluno desenvolva capacidades cognitivas, como abstração, resolução de problemas e manipulação de informações numéricas, o que só é possível com metodologias eficazes. A falta de domínio dos conteúdos, como o sistema decimal, operações matemáticas (como subtração) e interpretação de problemas, compromete o desempenho até o 9º ano.
3. Progressão continuada sem domínio dos conteúdos
O sistema de progressão continuada permite que alunos avancem de série sem dominar os conhecimentos anteriores. Com isso, lacunas se acumulam e o estudante chega ao ensino médio com dificuldades básicas.
Saiba como identificar dificuldades de aprendizagem em crianças
Muitos estudantes têm dificuldades na escola desde a educação infantil, mas só recebem apoio mais tarde, quando os desafios já interferem em seu desempenho cognitivo.
4. Falta de recursos e infraestrutura
Muitas escolas públicas ainda enfrentam infraestrutura precária, sem materiais didáticos adequados ou acesso à tecnologia, o que limita o ensino de forma equitativa.
Livros didáticos desatualizados e sem maior profundidade conceitual também dificultam a consolidação dos conceitos matemáticos. Isso impacta diretamente o nível básico de proficiência avaliado por sistemas como o PISA e o sistema de avaliação da educação básica no Brasil.
5. Fatores emocionais e culturais
Cerca de 65% dos estudantes brasileiros têm medo de reprovar em matemática, e 74% relatam preocupação constante com dificuldades na matéria. Essa ansiedade matemática contribui para o desengajamento e piora o desempenho.
Dificuldade em matemática: quando é hora de procurar ajuda?
De acordo com o relatório da OCDE, o prazeroso processo de aprendizado deve ser estimulado desde cedo, para que os alunos brasileiros superem crenças negativas sobre a matemática. Muitos se consideram incapazes com base em experiências escolares frustrantes.
Soluções práticas para transformar o ensino de matemática no Brasil
1. Formação continuada com metodologias eficazes
Investir na formação de professores com foco em práticas lúdicas, significativas e baseadas em evidências é o primeiro passo.
O PROMAIS, programa da NeuroSaber, mostra que é possível ensinar matemática de forma divertida e conectada ao cotidiano das crianças, despertando o raciocínio lógico desde cedo.
Matemática pode ser acessível, envolvente e até prazerosa quando bem trabalhada.
2. Combate à desigualdade educacional
É fundamental garantir recursos didáticos, apoio pedagógico e acesso à tecnologia para todas as escolas, especialmente nas regiões mais carentes. Isso assegura condições mínimas para uma aprendizagem equitativa.
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3. Intervenção precoce nas dificuldades
Atuar desde os primeiros anos escolares é decisivo para evitar que dificuldades se tornem crônicas.
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Segundo pesquisa realizada pela NeuroSaber, entre 10 alunos, ao menos 4 apresentam defasagens significativas em matemática aos 25 anos de idade, quando terminam sua formação básica.
4. Redução da ansiedade matemática
Pais e professores têm papel essencial na construção de um ambiente seguro e acolhedor, celebrando pequenas conquistas e ensinando que errar faz parte do processo de aprendizagem. Criar um ambiente positivo transforma o medo em curiosidade.
Conclusão: transformar a matemática é possível com estratégias certas
Em síntese, o Brasil é um dos países com maior desafio na área da matemática, mas existem soluções viáveis e comprovadas. Investir em formação docente, combater desigualdades, atuar precocemente e cuidar da saúde emocional dos estudantes são ações que podem fazer a diferença.
Com colaboração entre escolas, famílias e políticas públicas, é possível tornar a matemática uma aliada no desenvolvimento do pensamento lógico, da autonomia e da cidadania. Isso permitirá que cada aluno aprender com significado e confiança.
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Perguntas Frequentes Crise Educação matemática no Brasil
As principais causas incluem a falta de formação adequada dos professores de matemática, a escassez de recursos nas salas de aula e a ausência de metodologias diferenciadas que atendam às necessidades dos alunos. Além disso, a matemática que é ensinada muitas vezes não se relaciona com a vida cotidiana dos alunos, dificultando a aprendizagem.
A formação dos professores de matemática é crucial, pois educadores bem preparados conseguem aplicar estratégias pedagógicas eficazes e adaptar suas aulas de matemática às diferentes necessidades dos alunos. Professores com conhecimento atualizado sobre as melhores práticas de ensino podem contribuir significativamente para melhorar a proficiência dos alunos.
As dificuldades mais comuns incluem a compreensão de conceitos abstratos, a falta de prática em problemas matemáticos e a ansiedade em relação às provas. A maioria dos alunos também sente dificuldade em aplicar o conhecimento matemático em situações do dia a dia, o que afeta diretamente seu desempenho nas avaliações.
As séries iniciais são fundamentais para estabelecer uma base sólida no conhecimento matemático. Um ensino eficaz nessas etapas pode despertar o interesse dos alunos e facilitar a compreensão de conceitos mais complexos nos anos seguintes. A abordagem metodológica utilizada nessas séries deve ser lúdica e prática, incentivando a curiosidade e a participação dos alunos.
A avaliação da educação básica, como a Prova Brasil e o SAEB, é fundamental para mensurar o desempenho dos estudantes e identificar as áreas que necessitam de melhorias. Os resultados ajudam a direcionar ações pedagógicas e a reformular estratégias curriculares, visando aumentar a proficiência dos alunos em matemática.
Dentre as estratégias, destacam-se a formação continuada dos professores, a utilização de recursos tecnológicos e a aplicação de metodologias ativas que estimulem a participação dos alunos. Além disso, é importante integrar a matemática ao contexto da vida cotidiana, tornando o conteúdo mais relevante e atraente para os estudantes.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece parâmetros curriculares que orientam o ensino de matemática nas escolas. Sua implementação pode proporcionar uma educação mais uniforme e de qualidade, assegurando que todos os alunos, independentemente da região, tenham acesso a um ensino que desenvolva suas habilidades matemáticas de forma consistente.
O índice de reprovação em matemática é um indicativo de que muitos alunos enfrentam dificuldades significativas com a disciplina. Esse cenário pode levar a um ciclo de desmotivação e evasão escolar, afetando o desenvolvimento humano e acadêmico dos estudantes. É crucial que as escolas identifiquem as causas da reprovação e implementem ações pedagógicas para apoiar esses alunos.
