Práticas Pedagógicas para alunos com TGD

A inclusão escolar é um direito. Ao mesmo tempo, isso tem figurado como um dos maiores desafios da atualidade, tendo em vista que as crianças e adolescentes com Transtorno Geral do Desenvolvimento (TGD) precisam e devem ter sua permanência em sala assegurada. No entanto, os professores necessitam da estrutura da escola para possibilitar a execução de tarefas que favoreçam tanto a aprendizagem quanto o desempenho dos alunos diante das dificuldades que cada um pode demonstrar.
Há que se ressaltar o fato dessas práticas pedagógicas transformarem os estudantes em personagens ativos dentro desse contexto; e não em meros espectadores. Afinal, a inclusão está ligada a uma proposta de capacitação de todos que fazem parte desse conjunto de estratégias. No artigo de hoje vocês verão algumas ideias que tendem a contribuir com esse projeto de valorização dos alunos que vivem dentro de algum quadro de TGD.
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O que é o Transtorno Geral de Desenvolvimento?
O TGD pode ser definido como um grupo de síndromes cuja característica é a interferência em determinados aspectos, principalmente aqueles relacionados à interação social, à comunicação, à linguagem, ao contato visual, entre outros. Vale salientar que casos de autismo, psicose infantil e demais transtornos podem ser incluídos no conjunto que compreende o TGD.
Quais práticas podem aplicadas a um estudante com TGD?
– Estabelecer uma metodologia que seja responsável por trabalhar a percepção do aluno quanto ao conteúdo exposto em sala de aula, adaptando os exercícios e as dinâmicas utilizadas;
– Contar com a ajuda dos colegas para monitorar a criança e o adolescente diante de alguma dificuldade na realização de determinadas tarefas;
– Criar maneiras alternativas para potencializar a comunicação entre professor-aluno; aluno-professor; aluno-aluno. Considerando que a criança ou adolescente com TGD pode se comunicar de forma deficitária. Nesse caso, é fundamental que haja o auxílio de fonoaudiólogo e psicólogo;
– Apostar em atividades pedagógicas lúdicas que aproximem ainda mais o conteúdo dado ao cotidiano do aluno;
– Explicar o conteúdo de forma objetiva e sem usar expressões de duplo sentido. Utilizar linguagem literal possibilita o entendimento do aluno e não abre margem para equívocos;
– Propiciar um tempo maior para a realização de exames e estudos dirigidos;
– Contar, sempre que necessário, com a ajuda de um acompanhante em dias de prova;
– Realizar com frequência uma avaliação diagnóstica acerca da aprendizagem do aluno com os conteúdos vistos em sala de aula.
O que fazer para reforçar a iniciativa de propor atividades?
É interessante lembrar que antes de propor alguma ação voltada para crianças e adolescentes com TGD, os professores devem fazer uma análise acerca da situação da turma. Observar a quantidade de alunos, como é a relação do estudante em questão com seus colegas e pensar em estratégias que abarquem todos que estão presentes é necessário.
Capacitar os professores também é essencial. As experiências formativas do educador devem ser significativas o suficiente para providenciar o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Isso significa “que conteúdos e práticas relacionadas à inclusão de alunos com TGD devem ser vivenciadas tanto na formação inicial quanto na continuada.” (CASTANHO & PAPI, 2015)
Vasques e Baptista (2014) afirmam que a escolarização de alunos com TGD é algo que exige um trabalho “a ser desenvolvido no coletivo, bem como a construção de um estilo próprio de ensinar e a responsabilização por um processo a ser sustentado em diferentes instâncias.”
A partir disso, torna-se possível pensar em atividades cujos resultados tendem a ser bastante eficazes para o desenvolvimento da criança. Outro detalhe é promover reuniões com todo o corpo pedagógico da instituição a fim de contar com uma rede de apoio que tenha a contribuição de funcionários da escola e até mesmo dos pais de alunos.
Referências
CASTANHO, Jéssica Ruth; PAPI, Silmara de Oliveira Gomes. Transtornos globais do desenvolvimento e inclusão escolar. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 12., 2015, Curitiba. Anais […]. Ponta Grossa: UEPG, 2015.
VASQUES, Carla K; BAPTISTA, Cláudio Roberto. Transtornos globais do desenvolvimento e escolarização: o conhecimento em perspectiva. Educação & realidade, v. 39, n. 3, Porto Alegre, jul./set. 2014.