Quais os critérios de diagnósticos do Autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Autismo é um transtorno de desenvolvimento caracterizado por três sinais e sintomas específicos para sua identificação: dificuldades de interação social, problemas de comunicação social e comportamentos repetitivos e restritos. A apresentação destes sintomas variam intensamente entre os portadores e se expressam normalmente desde o início da vida até os 8 anos, mas de forma mais comum e marcante, antes dos 3 anos de vida.
A nova classificação, o DSM-5, trouxe em seu bojo mudanças significativas nos critérios de diagnósticos do autismo dando maior flexibilidade e amplitude na identificação dos sintomas, levando a uma maior sensibilidade na observação do desenvolvimento do comportamento social e comunicativo da criança. Esta alteração permitiu que mais profissionais pudessem compreender melhor os sintomas autísticos e a ampliar sua identificação. Sabe-se hoje, pelas evidências científicas, que o diagnóstico precoce é fundamental e que somente esta medida pode alterar o prognóstico futuro e corrigir os atrasos mais profundos.
O conhecimento acerca dos critérios do DSM-5 é o ponto de partida para suspeitar do TEA e deve ser amplamente divulgado. Estes são os critérios:
A) Inabilidade persistente na comunicação social e na interação social nos mais variados contextos, não justificados por atraso geral no desenvolvimento, e que se manifesta por 3 características a seguir:
- Déficits na reciprocidade socioemocional;
- Déficits nos comportamentos não-verbais de comunicação usuais para a interação social;
- Déficits nos processos de desenvolver e manter relacionamentos;
B) Padrões restritos, repetitivos de comportamento, de interesses ou atividades manifestado por, pelo menos, 2 dos seguintes itens:
- Fala, movimentos motores ou uso de objetos de forma repetitiva ou estereotipada;
- Adesão excessiva a rotinas, rituais verbais ou não-verbais, ou excessiva resistência à mudanças;
- Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade e foco;
- Hiper- ou hipo-reatividade para percepção sensorial de estímulos do ambiente ou interesse anormal e excessivo para estímulos senso-perceptivos.
C) Tais sintomas devem estar presentes em fase precoce da infância (mas podem aparecer aos poucos, em ordem ou sequência incompleta, progressivamente levando a problemas nas demandas sociais).
É possível identificar crianças com Autismo no primeiro ano de vida. Nesta fase, os sinais mais importantes são: pobre contato visual, ausência do balbucio, pouco ou nenhum desenvolvimento de gestos sociais, não pedir colo e não responder pelo nome. Os pais estranham porque a criança tem pouco interesse por compartilhar objetos e, ao ser chamada para alguma atividade, ignoram e parecem pouco se importar ao serem retiradas daquilo que interessa. É comum terem problemas para dormir e se alimentar, pois acordam muitas vezes e costumam ser seletivas para determinados alimentos. Podem ter medos excessivos de determinados lugares, barulhos, estímulos e excessiva preferência por alguns objetos, cores, texturas ou jogos. Podem demorar a engatinhar (ou nunca vir a engatinhar), andar, falar e, em alguns casos, apresentarem regressão de fala entre 1 ano e 2 anos e meio de vida – este sinal é muito valioso e específico para pensar na possibilidade de Autismo.
Não existem exames de imagem ou de laboratório que confirmem o TEA sendo um transtorno puramente identificado pela observação da criança nos mais diversos ambientes e, neste sentido, o papel da escola e dos cuidadores em instituições pode ser crucial e deve sempre ser solicitado pela equipe que está investigando o comportamento das crianças.
13 Comments
Muito bom, obrigada por compartilhar, tentando entender cada vez mais esse universo paralelo! <3
Autismo algo que devemos sempre buscar conhecimento, e novidades . O conteúdo abordado é de Clara compreensão e objetivo.
Adorei saber e aprender mais sobre autismo otimo estudo
Achei muito interessante a matéria do autismo pois tem muito a ser explorado ainda, entre os professores nessa área,e também no meio da medicina. Principalmente para os professores diferenciar o autismo, e do Espectro autista e como lidar com cada situação.
pelo que tenho lido, com o advento do dsm v, o diagnostico do tea sofreu alteração.
A versão anterior do DSM tinha três critérios principais para diagnóstico:
• Desafios de Linguagem;
• Déficits sociais;
• Comportamentos estereotipados ou repetitivos.
O novo DSM terá apenas duas áreas principais: comunicação social e os déficits e os comportamentos fixos ou repetitivos.
então, a partir de agora, devemos considerar apenas dois critérios p o diagnóstico?
SIM, de hoje em diante são dois pilares apenas! Vc está certo!!
Olá boa tarde, qual seriam os 2 pilares? Fiquei confusa agora.
Gostaria de saber o que diferencia um autismo de alto e baixo risco ?
Poderia me dizer, onde eu acho a data de publicação dos artigos e qual seu autor?
Bom dia meu filho age examente o historial k se relata ai, vivo no país k pouco se fala de autismo, acabo conhecendo vendo nas redes sociais, embora tambem tenha um acompanhamento no hospital local ca em mocambuque,enfim vou aprendendo e vou conhecendo assim a patologia, mas k é dificil lidar é.
Dr. Clay , sinto muito por o Sr está tão longe ! Que profissional ! Parabéns ! O Sr sabe que me veio uma lembrança de um dos comportamentos do meu filho Victor , hj com treze anos .Ele tinha medo de elevador
oi me indique um lbom livro sobre aultismo, defite de atenção, iperatividade e outros por favor.
Muito bem explicado, obrigada!