É comum que as crianças com Transtornos do Espectro Autista — TEA — tenham mais risco de ter outras condições associadas. Neste artigo, vamos falar sobre autismo e dislexia.
Os transtornos mais comuns no autismo são: dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Além destes, as crianças com TEA podem ter epilepsia, deficiência auditiva, ansiedade, depressão e outras condições associadas.
Quando ocorre essa sobreposição de distúrbios, dizemos que há uma “comorbidade”, que pode levar a dificuldades maiores de aprendizagem. O termo comorbidade, significa um diagnóstico duplo ou múltiplos diagnósticos.
No TEA, as habilidades cognitivas, de linguagem, sociais e de comunicações são prejudicadas. Já a dislexia é um transtorno de aprendizagem que afeta as habilidades de leitura e ortografia. Crianças com autismo podem ter dislexia e hoje vamos falar sobre essa comorbidade.
Diferenças entre Autismo e Dislexia
Embora as crianças com autismo ou dislexia apresentam dificuldades semelhantes na escrita e leitura, os padrões cognitivos, perceptivos e de memória são diferentes. A dislexia é um transtorno de aprendizagem e o autismo um transtorno de neurodesenvolvimento.
No autismo, é comum a dificuldade de compreensão na leitura e os professores devem buscar metodologias que facilitem essa compreensão. No entanto, algumas crianças com autismo apresentam dislexia enquanto outras, podem apresentar hiperlexia — capacidade de ler precocemente.
Na dislexia, as crianças têm dificuldade no reconhecimento e na decodificação das palavras, com comprometimento na consciência fonológica. Dessa forma, os alunos podem apresentar inversão de letras, lentidão para ler e escrever e dificuldade para memorizar.
Saiba mais sobre a dislexia.
O que é Dislexia?
A dislexia é um transtorno de aprendizagem que afeta as habilidades de leitura e ortografia. A criança com dislexia tem dificuldade para decodificar símbolos e associar o som à letra. Isso leva a dificuldades na leitura, na escrita, na interpretação de texto e de símbolos matemáticos.
A causa do transtorno é neurobiológica, genética hereditária e não está relacionada a falta de inteligência. As crianças disléxicas apenas apresentam um funcionamento diferente e devem ter suas habilidades ressaltadas e as dificuldades consideradas nas estratégias pedagógicas.
Além dessas características, as crianças disléxicas podem apresentar dificuldades de processamento visual e auditivo, semelhantes à hipersensibilidade ou hipossensibilidade frequentemente associadas ao TEA.
Autismo e dislexia
Como o próprio nome diz, o espectro do autismo é amplo e a intensidade dos sintomas varia muito. A criança com autismo pode ter dislexia. Nesse caso, deve receber tratamentos adequados que respeitem sua individualidade e que visem a superação de suas dificuldades na alfabetização.
Confirmar o diagnóstico de dislexia no TEA é importante — ainda que não seja simples — para se pensar nas melhores estratégias e tratamentos. Pais e professores podem ficar atentos aos erros que a criança apresenta na leitura quando começa a alfabetização.
Caso identifiquem sinais de dislexia, podem procurar um psicólogo ou psicopedagogo que irão realizar testes para realizar o diagnóstico. Lembrando que é normal que as crianças confundam as letras quando estão aprendendo a ler e escrever. Por isso, é a partir dos 8 anos que o diagnóstico de dislexia pode ser fechado.
Embora as crianças com autismo e dislexia tenham dificuldades para aprender a ler e escrever, isso não significa que não são capazes. Tudo que precisam são dos métodos adequados para que tenham sucesso no processo de alfabetização.
Vale lembrar, que as pessoas com autismo e dislexia podem ter outras habilidades surpreendentes e isso deve ser sempre ser valorizado e integrado ao planejamento pedagógico. Quanto mais as crianças forem estimuladas, mais capacidade terão de superar suas dificuldades de aprendizagem.
O número de crianças com autismo e dislexia não é grande, segundo pesquisas. Ainda assim, outros transtornos como dispraxia e discalculia podem estar presente quando as duas condições estão associadas.
Autismo e dislexia na vida adulta
Se as crianças com autismo e dislexia recebem tratamento adequado e se alfabetizam através de estratégias adequadas, têm grandes chances de superar suas dificuldades de leitura e de comunicação.
Dessa forma, na alfabetização, é importante que a consciência fonológica seja trabalhada, onde as crianças tenham oportunidade de praticar a pronúncia das sílabas e perceber os seus sons diferenciados.
Essa estratégia permite que a pessoa com dislexia aperfeiçoe sua capacidade de leitura, melhorando a auto estima e a interação social. Tudo isso impacta na vida adulta e ajuda com que a criança se torne um adulto capaz de superar suas dificuldades.
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Referências:
2 respostas em “Autismo e Dislexia: é comum criança com mais de um distúrbio?”
CRIANÇA COM AUTISMO PODE TER DISLEXIA, A DISLEXIA QUANDO É DIAGNOSTICADA, NÃO SE TEM QUE TIRAR TODAS AS OUTRAS POSSIBILIDADES E NO TEA A DIFICULDADE JÁ É EVIDENCIADA NA LINGUAGEM.
nÃO ENTENDI O ARTIGO, POIS EM OUTROS CURSOS QUE FIZ COM VOCÊS O QUE ENTENDI É QUE A DISLEXIA NÃO PODE ESTAR ASSOCIADA AO TEA.
AGARDEÇO SE POSSÍVEL O RETORNO.
ARIANA
Olá Ariana,
Acesse o vídeo com link ao lado sobre NEUROLIVE: Dislexia e Autismo: Como diferenciar ? https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=W-ocuEX_FA0.
Atenciosamente
Equipe NeuroSaber