OS EFEITOS DO AUTISMO NAS FAMÍLIAS

OS EFEITOS DO AUTISMO NAS FAMÍLIAS – Conheça a importância do apoio familiar no desenvolvimento e na vida das crianças autistas, além de saber como lidar com as dificuldades do cotidiano. Antes de mais nada, crianças com desenvolvimento atípico – como é o caso de uma criança com TEA, apresentam alguns desafios. A princípio, é de conhecimento da maioria das pessoas que, ao implementar o tratamento adequado e com profissionais qualificados. Ou seja, será possível perceber evoluções da criança em vários aspectos. Entretanto, esse tratamento pode ser potencializado quando a relação entre a família e a criança é positiva. Tendo um grande impacto não só para o desenvolvimento do indivíduo. Também para a qualidade de vida de todo o núcleo familiar. OS EFEITOS DO AUTISMO NAS FAMÍLIAS Logo, os pais/responsáveis são imprescindíveis para um tratamento eficaz, pois a aliança entre eles e os profissionais envolvidos será uma poderosa condutora das estratégias alcançadas nas terapias para o cotidiano. Por isso, a família é fundamental para que os pequenos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) consigam superar e lidar com as dificuldades e desafios decorrentes do autismo. DIAGNÓSTICO Por vezes, o momento do diagnóstico é uma etapa impactante e uma das principais barreiras entre a família e o autismo. Geralmente, as pessoas criam estereótipos sobre o autismo, imaginando que o autista é genial ou obsessivo, agressivo ou responde mal. Ou seja, essa mentalidade dificulta bastante a aceitação da família. Além de que é sabido que existe muita coisa entre os extremos idealizados sobre o autismo. Somado a isso, outra questão que atrapalha bastante é o diagnóstico tardio. Pois em alguns casos existe uma dificuldade em conseguir diagnosticar precocemente por falta de conhecimento e procura. Todavia, quanto mais cedo seu filho for diagnosticado, mais fácil será de conseguir os seus direitos e de buscar uma terapia adequada. O PAPEL DA FAMÍLIA NA VIDA DA CRIANÇA AUTISTA Primeiramente, ao pensar em um ambiente saudável e propício para o desenvolvimento infantil, é natural que o núcleo familiar esteja diretamente envolvido na construção desse contexto.  Isso é uma verdade não só para as crianças típicas. Mas também quando falamos da realidade dos pequenos com TEA. Pois o contexto familiar e a participação ativa para promover todas as condições de desenvolvimento são indispensáveis. Logo, o apoio, carinho, afeto e suporte devem se fazer presentes na realidade dessa criança. Diante disso, para o pequeno com TEA, a participação da família em seu cotidiano fica ainda mais evidente ao percebermos que as intervenções e ações realizadas a partir de profissionais só terão o efeito desejado com a continuidade delas. Portanto, é de suma importância a orientação parental, que é um dos papéis dos profissionais que estarão em torno do pequeno e de seus familiares. COMO ORIENTAR OS PAIS De antemão, a ação educadora realizada pelos profissionais da saúde com os pais ou responsáveis tem o intuito de promover o ensino de princípios básicos de questões comportamentais e estratégias para lidar com o comportamento. Desse modo, os progenitores e cuidadores aprendem a como realizar o manejo adequado diante de situações variadas que possam vir a acontecer com seus filhos. Esse trabalho de educação familiar é fundamental para o ganho de autonomia nas intervenções necessárias, como também na compreensão de quais condutas são adequadas, resultando, assim, em um ambiente bem mais saudável para toda família. Então, a orientação feita aos pais, familiares e cuidadores é extremamente necessária, tendo em vista que ter o conhecimento sobre as práticas e condutas positivas na criação do filho diminui significativamente as chances de erros. A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA A partir do que foi descrito, fica evidente a importância da família na vida da criança quando falamos de desenvolvimento infantil, principalmente no âmbito do autismo. Tanto os familiares quanto às demais pessoas envolvidas nos cuidados da criança são peças-chave para a promoção de um ambiente saudável e positivo. Afinal, as terapias, os tratamentos e as intervenções não poderão propiciar o desenvolvimento infantil se não houver a participação e o envolvimento da família em todos os aspectos. OS EFEITOS DO AUTISMO NAS FAMÍLIAS – REFERÊNCIAS PINTO, R. N. M. et al. Autismo infantil: impacto do diagnóstico e repercussões nas relações familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 37, n. 3, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/Qp39NxcyXWj6N6DfdWWDDrR/?lang=pt. Acesso em: 11 nov. 2022. MONHOL, Patricia Poleto et al. Filhos com transtorno do espectro autista: percepção e vivência das familias. J. Hum. Growth Dev., Santo André, v. 31, n. 2, p. 224-235, ago.  2021.   Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822021000200006&lng=pt&nrm=iso. Acesso em:  11 nov.  2022.  http://dx.doi.org/10.36311/jhgd.v31.12224. Autismo e família: a importância do núcleo familiar na vida de crianças autistas. Genial Care, 2022. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/autismo-e-familia/. Acesso em: 11 nov. 2022.

SINAIS DE AUTISMO EM BEBÊS DE 1 ANO

SINAIS DE AUTISMO EM BEBÊS DE 1 ANO – Fique atento e conheça alguns sinais de autismo que podem ser observados em bebês de 1 ano, pois o diagnóstico precoce é a melhor ferramenta para ajudá-los. Por mais que não exista cura para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a detecção precoce deste transtorno é fundamental para iniciar o tratamento o quanto antes e, com isso, promover uma grande melhora na vida das crianças afetadas e de suas famílias.  Nos dois primeiros anos de vida, o desenvolvimento do indivíduo acontece de forma exponencial e com grandes mudanças. Geralmente, os bebês crescem e, por volta dessa idade, já conseguem falar e andar. Lembrando que isso é uma média, pois o ritmo varia de criança para criança e, portanto, cada uma deve ser vista como um ser único. Nesse sentido, os sinais do autismo podem aparecer em bebês de 1 ano. As dificuldades em se comunicar e brincar com outros da mesma faixa etária são alguns dos sintomas que comumente são notados. Dessa forma, conheça os principais sinais de autismo nos bebês de 1 ano de idade. SINAIS DE AUTISMO – Não reagir a sons: Um dos sinais é a não reatividade do bebê a sons ou estímulos auditivos. Normalmente, os infantes conseguem ouvir e reagir aos estímulos desde a vida intrauterina e, ao nascerem, é comum que eles se assustem com ruídos altos, como também é esperado que eles direcionem o rosto no sentido de algum som ou música, por exemplo. Em contrapartida, quando o pequeno não reage aos estímulos sonoros, a primeira coisa que os pais pensam é na possibilidade dele ter nascido com surdez, mas, na verdade, o autismo pode ser a causa. Nesse sentido, o conhecido teste da orelhinha pode ser feito com o intuito de tirar as dúvidas sobre um possível comprometimento da audição. Caso a criança não tenha nenhum problema auditivo, a suspeita de TEA aumenta. – Não emite sons: É comum que os bebês, nos momentos em que estão acordados, tentem interagir ou chamar atenção dos pais ou responsáveis com gritos ou gemidos. Entretanto, quando o pequeno tem autismo, ele não costuma emitir sons, mesmo que não tenha comprometimento da fala, pois prefere não interagir com os outros à sua volta. Na faixa etária dos 2 anos ou mais, já é esperado que as crianças consigam formar pequenas frases. No entanto, infantes com TEA geralmente não usam mais de 2 palavras, pois preferem apontar, caso queiram algo, ou repetem palavras que lhe foram ditas várias vezes. – Ausência de expressões faciais Por volta de 2 meses, os bebês podem esboçar sorrisos, ainda que não compreendam o que um sorriso significa. Comumente, eles fazem essas expressões faciais quando estão perto de adultos ou de outras crianças. Todavia, o bebê com TEA tende a apresentar a mesma expressão facial ou apresentar poucas variações, dentre elas, o sorriso pode não estar presente e isso faz com que pareça que ele nunca está alegre ou satisfeito.. – Recusar beijos e abraços Os bebês normalmente se sentem amados e seguros ao receberem abraços e beijos dos pais. Em relação ao TEA, os pequenos com esta condição costumam não gostar desses tipos de demonstração de afeto. Muitas vezes, eles não gostam nem de ficar no colo, não conseguem olhar nos olhos e podem ter repulsa ao contato muito próximo, mesmo com seus familiares. – Não responder quando é chamado Nessa fase de 1 ano de idade, em crianças típicas já existe a capacidade de responder quando chamadas. Por exemplo, quando o pai ou a mãe chamam, elas respondem, indo de encontro a quem chamou ou emitindo algum som em resposta. No caso do bebê com autismo, essa resposta não existe, de modo que ele não tenta responder de nenhuma forma, ignorando completamente o chamado como se não tivesse escutado nada. SINAIS DE AUTISMO EM BEBÊS DE 1 ANO – REFERÊNCIAS REIS, S. T.; LENZA, N. A Importância de um diagnóstico precoce do autismo para um tratamento mais eficaz: uma revisão da literatura. Revista Atenas Higeia, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 1 – 7, 2019. Disponível em: http://atenas.edu.br/revista/index.php/higeia/article/view/19. Acesso em: 17 out. 2022. ARAÚJO, Érika de F.; TARABAL, T. R.; LOPES, D. S. L.; SILVA, M. C. B.; OLIVEIRA, E. P. INVESTIGAÇÃO DE SINAIS DE RISCO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO EM BEBÊS USUÁRIOS DE UM CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO. Apae Ciência, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 12–19, 2022. DOI: 10.29327/216984.17.1-2. Disponível em: https://apaeciencia.org.br/index.php/revista/article/view/216. Acesso em: 17 out. 2022. 12 Early Signs of Autism in 1-year-olds. InSTEPPS, 2018. Disponível em: https://www.instepps.com/2022/08/24/12-early-signs-of-autism-in-1-year-olds/. Acesso em: 17 out. 2022.

COMO ACALMAR UMA CRIANÇA COM AUTISMO DURANTE UMA CRISE

Saber lidar com a crise de uma criança com autismo é fundamental para promover um ambiente saudável e evitar prejuízos a ela. O QUE É UMA CRISE NO AUTISMO? É comum que os pais já tenham enfrentado uma birra ou teimosia do seu filho em algum momento. No entanto, existem diferenças entre birra e uma crise no autismo: a birra consiste em um comportamento direcionado a um objetivo, já as crises ocorrem em decorrência de respostas a sensação de sobrecarga sensorial ou emocional, tendo seu gatilho com ou sem espectadores. Geralmente, as birras são manipulações usadas pelos infantes para conseguirem o que desejam. Em contrapartida, as crises saem do controle da pessoa com autismo, podendo acontecer em qualquer faixa etária e sendo mais intensas e duradouras em comparação com as birras. Nesse contexto, as crises podem apresentar sinais de alerta que podem ser exteriorizados pelo acúmulo de emoções, evidenciadas por gritos, instabilidade, movimentos repetitivos, entre outras ações. Estes sinais servem como um alerta de que a pessoa em questão está prestes a perder o controle. Portanto, administrar as crises em crianças com autismo não é uma tarefa fácil, pois, diferentemente das birras, as crises são mais complexas. Essas crises não são controladas com recompensas, como acontece na birra, afinal, elas não acontecem com o objetivo de se obter algo e sim por uma situação de sobrecarga. Logo, é necessário tempo e estratégias para que os pais e cuidadores saibam gerir tal problema e acalmar a criança. DICAS PARA ACALMAR A CRIANÇA COM AUTISMO – Reconhecer sinais de alerta Os sinais que precedem uma crise geralmente são muito claros para os pais de autistas, por isso é possível detectar o início de uma com antecedência. Nesse sentido, se o pequeno ficar mais retraído ou tenso, apresentar instabilidade emocional e determinados movimentos corporais, significa que você deve ficar em alerta. Mudar o foco: quando for possível detectar os sinais de alerta para uma potencial crise, distraia o infante da melhor forma, direcionando o seu foco para outra situação a fim de evitar o aumento das emoções. Fique calmo: passar segurança e tranquilidade para uma criança à beira de uma crise é uma das chaves para acalmá-la. Por esse motivo, respire fundo, fale tranquilamente e com a voz baixa, evite movimentos bruscos e seja paciente. – Mude o ambiente Muitas vezes, o gatilho de uma crise pode ter sido gerado pelo ambiente em que o pequeno se encontra, já em outras vezes a culpa não foi do ambiente em si, porém, em ambas as situações a mudança de ambiente é válida. Desse modo, quando for possível, procure um local mais tranquilo para que seu filho tenha estímulos relaxantes. Uma boa alternativa é a criação de uma sala sensorial ou um ambiente com objetos que o acalme. Quando forem sair, os pais podem levar esses objetos, pois eles serão uma ótima ferramenta para intervir, se necessário. – Siga uma rotina Manter uma rotina regular e com estabilidade auxilia de maneira positiva o desenvolvimento e a vivência de uma criança com autismo. Apesar de ser praticamente impossível seguir à risca uma rotina todos os dias, além de ser importante ter uma certa flexibilidade no cotidiano, uma programação previsível é algo que conforta o dia de um autista. Vale salientar que, para estabelecer uma rotina saudável, a família também precisa estar unida para proceder da melhor forma possível, além de incluir a escola e os profissionais envolvidos. Além disso, caso ocorra mudanças na rotina, procure avisar o pequeno com antecedência, à exemplo de passeios, viagens, férias, entre outros. – Controle das sensibilidades sensoriais Existem crianças com autismo que são hipossensíveis, isto é, possuem uma diminuição da sensibilidade aos estímulos sensitivos. Em contrapartida, outras são hipersensíveis, ou seja, são muito sensíveis a estímulos sensitivos, como som alto, luzes fortes, sabores e texturas e demais fatores que possam ser estressantes no cotidiano, gerando novas crises. Outrossim, cada indivíduo é singular e possui suas características próprias, por isso as estratégias devem ser pensadas e implementadas, levando em consideração, especialmente, as particularidades da criança. Por fim, promover um ambiente que contribua com o desenvolvimento do pequeno e desenvolver dicas que irão ajudá-lo com atividades diárias, como escovar os dentes e tomar banho, podem e devem ser incluídas no planejamento. REFERÊNCIAS MARINHO, R. A. de V.; OLIVEIRA, S. K. P. de; GARCES, T. S. Strategies for preventing and coping with sensory crises in Autism Spectrum Disorder in adolescents: a scope review protocol. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 13, p. e04111334430, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.34430. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/34430. Acesso em: 14 out. 2022. How calm child autism classroom. Alliant International University 2018. Disponível em: https://www.alliant.edu/blog/how-calm-child-autism-classroom. Acesso em: 14 out. 2022.

EMPATIA: O QUE NÃO FAZER COM CRIANÇAS AUTISTAS

Se você é ou não próximo de uma criança autista, é sempre bom saber quais comportamentos e condutas deve adotar. Saiba o que NÃO fazer com crianças autistas. Apesar da maioria das vezes os pais de crianças com autismo tomarem condutas bem-intencionadas, existem algumas ações e comentários que não são benéficos para os infantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Algumas atitudes tomadas pelos pais ou até mesmo pelas pessoas próximas da criança podem desencadear problemas emocionais, mentais e de desenvolvimento.  Ademais, a desinformação é o maior empecilho para que a criança com TEA se desenvolva da maneira mais saudável possível, pois as pessoas, que não compreendem suas particularidades ou desconhecem as questões sobre o autismo, acabam afetando negativamente a vida dela através de condutas equivocadas. Além disso, existem algumas intervenções que podem interferir no tratamento por divergirem da lógica terapêutica. AUTISMO NÃO É DOENÇA Primeiramente, é preciso ter em mente que o autismo não é uma doença, assim como nem sempre conseguimos identificar imediatamente as pessoas que são ou não são autistas. Dessa maneira, é importante salientar que tratar o autismo como doença pode ser uma ofensa para quem nasceu com TEA e também para seus familiares. DICAS DO QUE NÃO FAZER COM CRIANÇAS AUTISTAS – Não queira que a criança deixe de ser autista É imprescindível que os pais saibam que o autismo não tem cura. Apesar de não ser uma doença, o autismo é um transtorno que apresenta alguns desafios que variam de pessoa para pessoa. Entretanto, o TEA possui um tratamento que visa a melhoria da qualidade de vida através da prática de hábitos positivos e da promoção do desenvolvimento da cognição infantil. Logo, este tratamento traz vários benefícios para o infante, porém, ele não deixará de ser autista. Portanto, pressioná-lo só fará com que ele se sinta ameaçado, podendo, inclusive, causar estresse, medo, ansiedade e outros fatores que são negativos para o seu desenvolvimento. – Evite rotinas estressantes e exageradas As pessoas com TEA geralmente não possuem o mesmo limiar de tolerância em comparação com as que não são autistas. Além disso, em meio a tratamentos, intervenções terapêuticas e obrigações escolares, a rotina do pequeno tende a ficar estressante. Por esse motivo, os pais precisam compreender que seu filho é uma criança e precisa descansar, ter momentos de lazer e entretenimento, pois tudo isso está relacionado à saúde mental e bem-estar. Portanto, organizar uma rotina bem estruturada e definida, que se adeque às necessidades biopsicossociais do infante, é de fundamental importância para evitar a sobrecarga emocional e sensorial, além de ser de grande valia para a saúde do indivíduo. – Não desrespeite as sensibilidades da criança com TEA É importante compreender as coisas que atingem o autista, uma vez que ele pode ser mais ou menos sensível a certas questões que outras pessoas normalmente não são. O autista pode apresentar hipersensibilidade ou hipossensibilidade a ruídos altos, luzes fortes, cheiros, sabores, texturas, dentre outros. Além disso, quando for conversar ou explicar algo, evite usar ironias, expressões com duplo sentido e termos abstratos, pois muitos não entendem ou tendem a relacionar algumas expressões ou termos de forma literal. Sendo assim, opte por estabelecer um diálogo direto e objetivo. – Não ignore o autismo Comumente, o diagnóstico do autismo é muito impactante e assustador para os familiares, como também exige tempo para que as necessidades e demandas da criança sejam cumpridas. Entretanto, acima de tudo, o TEA não pode ser ignorado, o pequeno deve ter um acompanhamento realizado por profissionais capacitados a fim de solucionar ou diminuir os possíveis déficits. Nesse sentido, familiares, escolas, professores e terapeutas devem estar alinhados e trabalhando em equipe com o objetivo de tratar os prejuízos causados ao infante, promovendo uma maior qualidade em sua rotina. – Não deixe de se divertir com a criança O autismo não faz com que seu filho deixe de ser criança, pelo contrário, ele também gosta de brincar e se divertir como qualquer outra. Dessa forma, é indispensável preencher o espaço de entretenimento e lazer na vida do pequeno: promova jogos, brincadeiras e momentos de diversão, estimule-o a participar dessas atividades de modo que elas sejam relaxantes. Essas ocasiões são grandes oportunidades para que você se aproxime do seu filho, saiba dos seus interesses e preferências. Portanto, saber o que deve ou não ser feito com crianças autistas é de suma importância para que seja possível ofertar um ambiente saudável e agradável para elas, fazendo-as se sentirem seguras e confiantes.

ESTRATÉGIAS DE CONVIVÊNCIA PARA CRIANÇAS AUTISTAS

ESTRATÉGIAS DE CONVIVÊNCIA PARA CRIANÇAS AUTISTAS – As estratégias de convivência auxiliam no desenvolvimento das crianças.

COMPORTAMENTO AGRESSIVO EM CRIANÇAS AUTISTAS

Crianças autistas podem apresentar comportamento agressivo. Aprenda como ajudar!

AUTISMO: 20 ORIENTAÇÕES PARA OS PRIMEIROS DIAS DE ESCOLA

Incluir um aluno com autismo na escola pode ser um obstáculo para os professores. Logo, é imprescindível utilizar métodos que colaborem com sua inclusão. OS DESAFIOS DE ENFRENTAR O PRIMEIRO DIA DE AULA É muito comum que a maioria das crianças, vejam os primeiros dias de aula na escola como algo desafiador, uma vez que conhecer um novo ambiente pode gerar aquele “friozinho na barriga”. Entretanto, esse obstáculo é ainda maior para os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), levando em consideração as características e condições de cada um. Além disso, é importante lembrar que nenhuma criança com autismo é igual a outra, cada uma deve ser tratada de forma singular, de forma que suas necessidades sejam respeitadas. Dessa forma, para auxiliar na inclusão da criança autista nos primeiros dias de escola, estão listadas abaixo – Autismo: 20 orientações para os primeiros dias de escola. AUTISMO: 20 ORIENTAÇÕES PARA OS PRIMEIROS DIAS DE ESCOLA 1)  Leia antecipadamente os relatórios disponíveis do aluno. Isso pois, dentre as informações, podem estar: avaliação fonoaudiológica, psicológica, de um profissional de Terapia Ocupacional e/ou médico, quais medicamentos o pequeno faz uso, entre outros. Além disso, os pais devem informar antecipadamente as características de seu filho. 2)  Entre em contato com os profissionais que atendem o infante. Por exemplo, a escola pode convocar uma reunião com os profissionais responsáveis por acompanhar o aluno e registrar e documentar todas as informações. 3)  Informe-se sobre medicações que o pequeno utiliza continuamente e se ele possui alguma comorbidade. Certamente, esse item é importante porque 85% dos autistas não possuem apenas autismo, geralmente eles têm outra condição associada, como TDAH, TOD, transtorno alimentar, distúrbio do sono, entre outros. 4)  Converse com os professores de anos anteriores da criança. Dessa forma, você pode saber a forma de ensino que mais se adequa ao estilo de aprendizado da criança. Talvez o antigo docente tenha até alguma dica que possa ajudar no processo de inclusão. 5)  Reconheça que o aluno possui pontos fortes e pontos fracos. Dessa maneira, conheça o aluno, reconheça suas dificuldades e também suas habilidades. Nesse sentido, devemos explorar e valorizar os aspectos positivos. Afinal, cada indivíduo possui mais do que pontos fracos. 6)  Elogie todas as conquistas. Pois, por mais que pareça ser algo simples, toda conquista é relevante para a criança com TEA. 7)  Conheça o interesse dos pequenos e os use para planejar sua aula. Muitas vezes, autistas apresentam interesses específicos em animais, objetos, personagens, formas, entre outros. Logo, devemos usar os interesses para estimular a participação durante as aulas e atividades. 8) Lembre-se que pessoas com autismo são mais visuais. Por isso, é importante salientar que elas são mais visuais do que auditivas, ou seja, elas são mais eficazes em usar figuras e imagens do que conteúdos em forma de texto. Portanto, explorar o estímulo visual é uma ótima alternativa. 9)  Separe e priorize os conteúdos. Ademais, escolha o mais importantes e funcionais e os priorize. Nesse sentido, é melhor fazer uso do ensino baseado em acertos, menos conteúdo e repetições, focando mais nos acertos da criança. 10)   Separe 10 a 15 minutos da aula para dar atenção especial ao aluno a fim explicar melhor o conteúdo que foi ministrado. Desse modo , pode ser necessário explicar ou adaptar de forma diferenciada o mesmo conteúdo, com o intuito de facilitar a compreensão do infante com TEA. 11)  Seja objetivo.  Para isso, durante a explanação ou execução de atividades, seja objetivo e direcione as coisas de forma simples e rápida. 12)   Evite a repetição excessiva de exercícios. Repetir é bom, mas é imprescindível que não seja feito de forma exagerada. 13)   Evite usar comandos longos. Em sua fala, você deve ser consistente, claro e objetivo para que facilite o entendimento do infante. 14)   A pessoa com autismo gosta de rotina. E isso pode ser usado favoravelmente para a inclusão. Inicialmente, pode ser que a criança com TEA tenha dificuldades para entrar na rotina, porém, quando se encontra nessa rotina, ela gosta bastante de segui-la. 15)   Cobre responsabilidade e organização do seu aluno. Isso para que, os pequenos com autismo que são muito desorganizados, consigam acompanhar outros são extremamente organizado. Estabelecer uma rotina de organização é bom para os dois casos. 16)   Estimule a cooperação e o apoio entre os alunos. A cooperação estimula a criança com TEA a interagir, o que melhora o seu nível de comunicação, e ajuda com que os colegas a sua volta entendam como lidar com o amiguinho que tem autismo, promovendo a conscientização sobre o TEA. 17)   Incentive a participação da família. Porque, sem a família ativa no processo de inclusão da criança, dificilmente a escola conseguirá trabalhar de forma efetiva. A integração do infante dentro do contexto escolar depende da família, dos profissionais e da própria escola. 18)  Utilize formas funcionais de se comunicar. Para alunos com autismo não-verbal, pode-se usar brinquedos e estímulos visuais. O pequeno com autismo não-verbal se comunica melhor através de mecanismos visuais. 19)   Tenha paciência com o aluno caso ele não consiga acompanhar a turma. Visto que, geralmente, crianças autistas não conseguem acompanhar a sua classe, por isso é importante ter paciência e usar adaptações conforme as necessidades do aluno. 20)   Deixe claro para o infante que você está disponível e ajudará quando ele precisar. Para isso, é imprescindível manter uma postura receptiva, pois ele percebe quando você está disposto ou não a ajudar. Esperamos que esse artigo, AUTISMO: 20 ORIENTAÇÕES PARA OS PRIMEIROS DIAS DE ESCOLA, tenha sido de relevância para você. REFERÊNCIAS CAMPOS, Caroline de Carvalho Pereira de; SILVA, Fernanda Caroline Pinto da; CIASCA, Sylvia Maria. Expectativa de profissionais da saúde e de psicopedagogos sobre aprendizagem e inclusão escolar de indivíduos com transtorno do espectro autista. Rev. psicopedag., São Paulo, v. 35, n. 106, p. 3-13, 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862018000100002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em:  02 set. 2022. Autism and School: When to Start. Autism Speaks, 2018. Disponível em: https://www.autismspeaks.org/blog/your-child-autism-ready-start-school-heres-some-advice. Acesso em: 02 set. 2022.

SENSIBILIDADES SENSORIAIS EM CRIANÇAS AUTISTAS

Sensibilidades sensoriais em crianças autistas – Crianças com autismo podem ser muito ou pouco sensíveis aos estímulos. Entenda como lidar!

SINAIS DE QUE CRIANÇAS AUTISTAS ESTÃO SOFRENDO BULLYING

Sinais de que crianças autistas estão sofrendo bullying

HABILIDADES SOCIAIS PARA CRIANÇAS AUTISTAS

As habilidades sociais são essenciais para que as crianças com autismo possam se desenvolver, fazer amigos e aprender. O desenvolvimento das habilidades sociais é um fator importante para que as crianças saibam agir em diversas ocasiões do cotidiano, desde interações mais simples, como conversar com os avós e brincar com os amigos na escola, até atividades mais complexas, como apresentar um trabalho na frente de toda turma. Essas habilidades podem ajudar seu filho a criar laços de amizade, aprender com as outras pessoas, se interessar por alguma atividade ou se identificar com determinado assunto. Dessa forma, o aperfeiçoamento social é fundamental para ajudar nas relações familiares e possibilitar que seu filho crie sua própria identidade, dando a ele um sentimento de pertencimento. Nesse sentido, o bom convívio social é indispensável para a qualidade de vida e, consequentemente, para a manutenção da saúde mental. As habilidades sociais para crianças podem ser divididas em: Habilidades de jogo ou brincadeira – capacidade de dividir o espaço com outros colegas em jogos e compartilhar brinquedos; Habilidades de conversação – capacidade de escolher sobre o que falar ou qual linguagem corporal usar; Habilidades emocionais – saber como lidar com suas emoções e compreender como os outros se sentem através da empatia; Habilidades de resolução de problemas – saber administrar e lidar com conflitos ou tomar decisões em situações sociais. AS HABILIDADES SOCIAIS E O AUTISMO Na maioria das vezes, o indivíduo com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tende a sentir dificuldades em socializar de maneira geral. Por isso, agir em determinadas situações que requerem certas convivências sociais se torna uma barreira na vida da criança autista, enquanto que para as pessoas neurotípicas o desenvolvimento dessas habilidades ocorre de forma natural, apenas com a convivência em sociedade. Portanto, os pequenos com TEA precisam de suporte para desenvolver de forma efetiva as habilidades sociais, levando em consideração suas necessidades pessoais e seu futuro. COMO AJUDAR CRIANÇAS COM TEA A DESENVOLVER HABILIDADES SOCIAIS – Brincar: Brincadeiras e jogos são uma ótima alternativa para ajudar seu filho a aprender e se familiarizar com as habilidades sociais. Ao brincar com a criança, você proporciona alguns eventos que são primordiais para a socialização do pequeno. Por exemplo: em um jogo, o seu filho pode vencer ou perder e isso promove o espírito esportivo de saber lidar com o resultado, algo importante não só para jogos, como também para várias situações da vida; além disso, ao brincar, a criança aprende a dividir, a saber que tem o seu momento de jogar e a vez do adversário. Outro ponto relevante é a consciência em seguir as regras, já que todos os jogos possuem suas próprias regras. Isso pode ser ensinado na escola, em casa ou em outros lugares, ambientes esses onde existem determinações que devem ser respeitadas e seguidas. – Elogiar: Quem não gosta de ser elogiado? Assim como existem momentos de repreender quando o infante faz algo de errado, é importante elogiá-lo quando ele realiza algo bacana, pois o elogio serve como forma de encorajá-lo a fazer o certo. Por esse motivo, ao perceber que a criança está interagindo positivamente com outras pessoas, faça elogios. Se o seu filho está brincando e você percebe que ele está compartilhando o brinquedo com outra criança, lhe parabenize pelo ato: “Que bacana! Isso que você fez foi muito legal, tenho certeza que seu amiguinho ficou feliz. Você é um menino maravilhoso, continue assim! ”. – Encenar: Encenar uma possível situação social com o seu filho pode ajudá-lo a lidar com situações no cotidiano. Para isso, você pode usar diversas estratégias de como abordar determinados aspectos da convivência em sociedade. Em uma determinada situação em que duas pessoas querem comer bolo, mas só tem apenas uma fatia, você pode ensinar o pequeno que a solução será dividir a fatia. Outro caso é utilizar os jogos que ele costuma brincar e, durante a brincadeira, criar casos que podem acontecer no cotidiano.  – Suportes visuais: Usar imagens na educação de crianças autistas é uma excelente forma de facilitar sua compreensão de vários assuntos. Os suportes visuais também podem auxiliar no aprimoramento das habilidades sociais, visto que essa ferramenta ajuda seu filho a aprender ou lembrar de alguma habilidade. À exemplo disso, você pode utilizar palavras e/ou imagens através de cartões ou cartazes que ilustram ações positivas de convivência, como: conversar com os colegas, dividir o brinquedo, ajudar nas atividades de casa, entre outros. Outrossim, também é possível utilizar imagens que exemplificam ações negativas e que não devem ser realizadas, como: bater no coleguinha, jogar algum objeto no chão ou gritar com outra pessoa. Essas estratégias são fundamentais para explicar e ensinar o que é aceitável ou não. PROMOVER O USO DAS HABILIDADES SOCIAIS EM DIFERENTES AMBIENTES Talvez seu filho tenha aprendido a ter uma boa convivência quando está em casa, com seu irmão, seus pais e familiares. Entretanto, em alguns casos, a criança não mantém o comportamento ideal na escola. Em vista disso, é essencial conversar com o professor para alinhar as abordagens, de modo que as mesmas instruções sejam dadas nos dois ambientes. Ademais, cada criança com TEA possui características próprias. Portanto, é imprescindível que ela tenha sua singularidade respeitada, como também é relevante que ela receba acompanhamento de profissionais capacitados.  REFERÊNCIAS  MARANHAO, Samantha Santos de Albuquerque; PIRES, Izabel Augusta Hazin. Funções executivas e habilidades sociais no espectro autista: um estudo multicasos. Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv., São Paulo, v. 17, n. 1, p. 100-113, jun.  2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-03072017000100011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em:  09 ago.  2022.  Social skills for autistic children. Raising Children, 2021. Disponível em: https://raisingchildren.net.au/autism/communicating-relationships/connecting/social-skills-for-children-with-asd. Acesso em: 09 ago. 2022.