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Como deve ser feita a inclusão escolar de crianças com TEA

Pelas suas próprias características, é um verdadeiro desafio a inclusão de crianças com Autismo. A dificuldade de interação social, as restrições na comunicação e a tendência em demonstrar interesse muitas vezes em assuntos ou situações desconectadas da realidade escolar, fazem com que o processo de adequação da criança com Autismo na escola seja sempre precedida de muita ansiedade.

Cada autista é de um jeito e cada um deles recebeu o diagnóstico num momento diferente. Uns falam, outros sequer emitem uma palavra. Alguns receberam o diagnóstico num momento ótimo, precoce, e tiveram a oportunidade de passar por uma intervenção precoce. No entanto, a maioria chega ao diagnóstico tardiamente, com atrasos que não foram trabalhados e que demandarão maiores esforços para a equipe pedagógica. Assim, é necessário que sejam sempre tomadas medidas de avaliação e análise caso-a-caso. A partir do diagnóstico deve-se avaliar seu nível intelectual e sua linguagem, descrever seus comportamentos mais difíceis, preferências, fobias/medos e alterações de sensibilidade, além de ver o potencial pedagógico, pois alguns autistas já identificam letras e números cedo enquanto outros demoram e precisam de intervenções e recursos específicos.

Devido à heterogeneidade do quadro, a escola deve estar preparada para as mais diversas situações e para os mais diferentes perfis de crianças com Autismo, sendo importante adotar materiais e meios didáticos que permitam criar vínculo da criança com a sala de aula e com as propostas de estimulação. Muitas crianças com TEA não suportam barulhos, vozes de humanos, mudanças de rotina, imposição de regras e a identificação destes fatores estressores previnem e permitem conforto para que ela continue frequentando a escola sem maiores contratempos. Os professores devem adaptar o currículo de acordo com a criança, sempre direcionando o modelo para um foco mais individualizado. Não raro, é essencial que a criança tenha um professor de apoio individual e especializado aos seus cuidados, pois uma das maiores dificuldades é condicionar esta criança a começar e terminar atividades e tarefas com significado e finalidade.

Muitos autistas apresentam comorbidades como TDAH, Ansiedade, TOC, fobias específicas, déficit de atenção e problemas de sono, os quais podem atrapalhar muito o engajamento da criança para os processos de aprendizagem e nestes casos o uso de medicamentos pode ser muito útil e até imprescindível. O médico especialista deve ser avisado da evolução após a introdução de alguma medicação.

Por fim, a escola e este especialista devem encaminhar a criança para intervenções específicas como apoio fonoaudiológico e/ou comportamental em caso de atrasos em pré-requisitos para a leitura e a escrita, pois estas medidas não devem somente visar uma boa escolarização mas, em paralelo, também promover o desenvolvimento infantil global e habilidades básicas para uma boa inclusão social.

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42 respostas em “Como deve ser feita a inclusão escolar de crianças com TEA”

Eu gostaria de receber instrução de materiais lúdicos pedqgógiros para trabalhar com os meus alunos com autismo.

ola maria sou antonia ideane mãe de autista que hoje tem 5 anos e que foi alfabetizado em casa por mim, confeccionei todo o material para isso, de forma lúdica . meu wats e (95) 981017828 posso te enviar o meu material para que vc tenha uma opção extra para trabalhar com seus alunos.

Estamos esperando que as escolas se preparem para receber os alunos com necessidades especiais, por enquanto a lei não saiu do papel, na maioria das escolas.

Esses artigos muito tem me auxiliado no dia a dia.
Espero em breve poder participar dos cursos. No momento não estou em condições de arcar com tal despesa, apesar de ser prioridade para minha vida.
Obrigada por tudo e abraços.

Bom dia Família Neuro Saber (Entendendo o Autismo), parabéns por mais um artigo sobre TEA, muito preciosa as informações sobre A Inclusão Escolar do aluno com TEA. Sabemos que o professorado é deficitário nas informações voltadas para as metodologias inclusivas e o Dr. Brites, Luciana e sua equipe não têm ideia do quanto vem somando ao currículo do professor, pais, responsáveis e profissionais da área, essas informações contidas nos artigos, congressos e vídeos diversos. Com carinho, Sênia.

Estas informações são muito importantes para deixar os profissionais que trabalham ou convivem com estas crianças,e as vezes ficam desesperados por não saberem mais o que fazer, e desinteressados a continuar,achando que não vai ter solução ou mesmo sentindo-se incapazes!
A família é a primeira a esconder o diagnóstico da criança , são raras as que assume e correm atrás e participam ativamente na vida desta criança!

A cada dia me interesso mais por estes assuntos ,estou muito feliz por vcs estarem me dando a chance de aprender coisas novas sobre TEA

Acho ótimo todo esse enfoque para o Autismo, pois tenho um neto autista e tudo isso me interessa para entendê-lo e acompanhá-lo melhor.

Com o acompanhamento de profissionais da área, mas principalmente com um trabalho direcionado e preparação dos pais.

Obrigada por este material maravilhoso.trabalho em uma escola inclusiva , mas está sendo muito difícil pois o gestor e coordenação resistem . Sou a coordenadora da sala do AEE e estou angustiada pois a coordenação não se preocupa em fazer a adaptação curricular nem se quer uma reunião com os educadores, não abre espaço para falar do assunto ,Como devo proceder,quias atitudes devem ser tomadas. Obrigada.

Agora como a família deve proceder quando sua filha autista chora toda vez que vai a escola e não somente, só de fazer menção a qualquer atividade escolar entra em pânico, chora copiosamente, implora pra não ser levada a escola? O que fazer quando perguntamos como foi seu dia na escola e sua filha chora dizendo que seus amiguinhos a excluem e mais, riem e a machucam? E mais… sabendo que está a anos em ensino regular e ainda aos 11 anos não conseguiu se alfabetizar? Já tentamos de tudo… Escola menor, poucos alunos em sala de aula, turma com alunos menores, mudança de escola… Nada adiantou. Sei que sem interesse e prazer nenhuma criança aprende, nem especial e nem sem qualquer problema de desenvolvimento… O que fazer? Manter a criança na escola mesmo sem avanços? Mesmo que traga sofrimento? Todos os profissionais nos orientam que é sempre melhor que a criança esteja em escola pela convivência… Mas quando a criança se queixa inclusive desse convívio? Uma luz por favor!![

Meu filho está com 3 anos e 3 meses. Está em escola regular com professor de apoio. A escola não está fazendo adaptação de material, sinto que estão com muita dificuldade. Como fazer essa adaptação? Como posso ajudar a escola?

Bom dia, gosto de ler seus artigos, pois trabalho na Educação Infanti e os assuntos abordados são interessantes para a minha área. Parabéns para essa equipe maravilhosa. Obrigada.

Bom dia, Este ano terei um aluno autista no 1 ano. Gostaria de ter informações sobre atividades pedagógicas. Grata ÂNGELA

Eu imprimo o texto e entrego na escola, converso com eles, pois são muito úteis, haja vista que apesar do grande número de pessoas especiais nas escolas, as mesmas ainda não estão realmente preparadas p/lidar c/elas, tampouco os profissionais estão atualizados, inteirados, ou tem alguma especialização que os ajude quanto ao que fazer.

Muito bom o texto, fala da individualidade de cada um e do olhar do professor. Muito importante também a participação da família oferecendo os acompanhamentos com especialistas e a parte clínica acompanhando a evolução ou até mesmo intervindo quando não está acontecendo a mesmo. Conclusão: Se todos não estiverem envolvidos o sucesso dessa inclusão pode se tornar fracasso. Obrigada pelas informações, sempre que posso participo dos cursos que vocês oferecem!

TENHO SÓ ELOGIOS PARA O NEURO SABER E SEUS PROFISSIONAIS ,POIS ESTÃO SEMPRE NOS ATUALIZANDO SOBRE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS E TRANSTORNOS ,CADA UMA NA SUA ESPECIALIDADE E A PREOCUPAÇÃO EM NOS DEIXAR INFORMADAS E ESPERANÇOSAS , COM A CERTEZA QUE CONSEGUIREMOS ATINGIR NOSSOS OBJETIVOS , QUE ESTAS CRIANÇAS TENHAM UMA VIDA MENOS SOFRIDA E MAIS APOIO DE TODOS ,POIS SÃO CAPAZES DE APRENDER E SOCIALIZAR-SE PARA NA FASE ADULTA NÃO SEREM DEPENDENTES E EXCLUÍDOS..OBRIGADA CASAL BRITES!!!

tenho um filho com Tdah e déficit de atenção co cinco anos moro em Niterói e por aqui tem muitas escolas particulares não aceitando crianças dizendo que não tem professores…..mas pergunto a lei ja não está funcionando p às escolas terem auxiliares ? por favor me respondam

Com certeza Maria Antonieta! as escolas não podem estar negando matriculas e sim capacitando sua equipe para receber esse aluno.

Gente passando pra agradecer a todos vcs, adorando todas essas informações que estão sendo passadas, sem dúvidas a nossa maior dificuldade em relação a escola, eu procuro ler bastante e saber dos direitos que o meu filho tem, e irmos em busca desse direito, que por lei não nos pode ser negado

Olá!
Achei o texto maravilhoso e trouxe muitos esclarecimentos. Sou mãe de um autista de 8 anos. Ele não fala nada. Não consegue se adaptar a sala de aula de ensino regular frequenta somente a sala de recursos multifuncional. Gostaria de saber se existe algum Amparo legal que dê a meu filho o direito a ter uma pessoa (cuidador) exclusivo para poder frequentar a sala de aula regular.
Grata pela atenção!

Com certeza Maria Zildeneide! ele tem o direito de ter um professor de apoio especializado para acompanha-lo em sala de aula regular.A lei da inclusão existe e a escola tem por dever cumpri-la.

Oi! Luciana e equipe NeuroSaber

Sabe-se que a inclusão caminha a passos lentos e que a maioria das famílias desconhecem os seus direitos; no entanto, enquanto os estudantes com ou sem deficiência, transtorno, dificuldade e ou altas habilidades\superdotação não estiverem nas escolas, a inclusão nunca ocorrerá. A inclusão deve ser realizada para todos\todas os\as estudantes; isto é: gordos, magros, altos, baixos,destros, canhotos,ambidestros, com e sem dificuldades aparentes, TDHA, TDAHI, TEA, etc. A inclusão deve ser sempre vista pelo pára-brisa e nunca pelo retrovisor. Então, estas mães citadas nestes exemplos, devem continuar buscando matricular seus filhos nas escolas para que se habilitem a ofertar um ensino de qualidade para todas\todos os alunos, Só acrescento que elas devem antes de matricular o\a filho\filha, se informar sobre o ambiente escolar(espaço físico;rampas, bibliotecas,sala de artes,banheiros adaptados,laboratórios, etc). se há Sala de Recurso Multifuncional(sala que trabalha com o\a estudante com deficiência, transtorno, altas habilidades, dificuldades,etc, no contra turno e possui toda parafernália assistiva, lúdica e pedagógica adaptada às dificuldades e ou habilidades de cada pessoa); se há professor\professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE); e, muitas outras coisas devem ser observadas e outras medidas devem ser tomadas para que o\a estudante seja respeitado\da em seu estilo,tempo e ritmo de aprendizagem; se tudo isso e muito mais for observado e exigido, a inclusão ocorrerá de forma irrestrita, incondicional e satisfatória!
Afinal, todos\todas nós temos limitações e especificidades em alguma área de nossa vida secular, escolar, profissional, emocional, etc,etc,etc.

Audray!Parabens pelas suas observaçoes, definiu bem a realidade das escolas e os problemas enfrentados pelos pais. Com certeza devemos lutar para que a inclusão ocorra de fato e com qualidade.

gostaria de saber se a diferença entre autismo,e o tdah,meu filho estudou em um colegio por 2 anos,e nao conseguia fazer nada sozinho,com a professora apoio ele fazia,tirei ele dessa escola e coloquei em outra no meio do ano e la ele melhorou muito e faz as atividades sozinho.levei ele no neuro da minha cidade ele suspeitou de autismo leve, ja a neuro pediatra me falou do tdah .quais sao os sintomas que diferencia os dois?

Ola Bruna! inicialmente podem ser confundidos, embora depois de analisados sejam distintos, como tambem podem estar juntos.É necessario que se faça uma avaliação multidisciplinar para que se tenha um diagnostico mais preciso,

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