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Como realizar a inclusão do autismo em sala de aula?

A inclusão do autismo na escola é um tema polêmico, mas muito importante. Por isso, escrevemos este artigo para ajudar você a realizá-la, confira!

A inclusão escolar da criança com autismo é um direito adquirido por lei, que garante o acesso de crianças com necessidades especiais nas escolas regulares, assim como dita que essas devem fornecer todo o suporte para os professores, para que possam efetivá-la.

A grande questão é que sabemos que a maioria das escolas não está preparada para a inclusão e que temos que muito a caminhar, mas as crianças com autismo estão nas escolas e precisamos incluí-las. 

A inclusão é importante tanto para a criança com autismo, como para qualquer outra, com ou sem necessidade educacional especial. Da mesma forma, toda e qualquer criança requer, em algum momento, ser incluída. Portanto, é esse olhar que devemos ter para a inclusão, ela é inerente ao processo de ensino-aprendizagem.

Como realizar a inclusão do autismo

Detecção precoce 

Não dá para falar em inclusão sem falar em detecção precoce. Você que é professora, prefere receber uma criança que teve um diagnóstico de autismo com 2, 3 anos ou uma que teve diagnóstico com 6, 7 anos?

Quanto antes for feito o diagnóstico, mais cedo as intervenções são realizadas e melhor será o processo de inclusão da criança com autismo. Vale lembrar, que o processo de inclusão não começa na escola, precisamos de uma política pública de detecção precoce dos Transtornos do Espectro Autista para facilitar o processo de inclusão do autismo.

Canal de comunicação aberto com a família

Estar em contato com a família é fundamental para conhecer bem a criança com autismo. O professor deve buscar saber quais terapias e estímulos o aluno recebe fora da escola, para ajudá-lo a encontrar as melhores formas de incluí-lo em sala de aula.

O espectro autista é amplo e cada criança irá apresentar características únicas. Algumas terão mais dificuldades na fala, outras podem precisar de mais estímulos sensoriais para aprender, enfim, cada característica da criança é importante para a elaboração de planejamento pedagógico eficaz.

Apoio multidisciplinar 

A família precisa estar muito envolvida e comprometida nesse processo que não é fácil e que não tem receitas. No entanto, o professor também precisa do apoio de todos os profissionais que lidam com a criança com autismo: médico, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros. Isso porque não há uma criança com autismo igual a outra: algumas falam, outras não, umas têm deficiência mental, outras são superdotadas.

Devido a essa variedade de sintomas e níveis de gravidade no espectro autista, cada criança tem que ser analisada de acordo com a sua individualidade. O professor precisa do apoio de uma equipe multidisciplinar para auxiliar no processo de inclusão escolar, pois é muito difícil para ele, dar conta sozinho.

Sensibilização de todos os funcionários da escola 

Para realizar a inclusão do autismo na escola, é muito importante levar conhecimento sobre o espectro e sobre a criança para toda a equipe. Sensibilizar não só os professores, mas as pessoas que cuidam da limpeza, da alimentação, da secretaria. 

Todos os funcionários da escola têm que saber o que é o autismo, como ele se manifesta e como aquela criança se comporta em determinada situação. A escola deve ser um ambiente de combate de todas as formas de preconceito que, muitas vezes, estão relacionadas à falta de informação.

Troca com os professores

Outro ponto fundamental é manter reuniões pedagógicas periódicas com os professores, para que estes possam trocar informações, relatos e experiências. Esse espaço de troca e de formação é fundamental para suavizar preconceitos e construir olhares positivos sobre a inclusão do autismo.

Os desafios da inclusão do autismo

A escola é um ambiente pedagógico, onde a criança vai para aprender. Muitas vezes, a criança com autismo precisa de adaptações no conteúdo, o que não quer dizer um conteúdo diferenciado. É muito importante que ela aprenda o mesmo que seus colegas, ainda que com recursos específicos e em um tempo diferenciado.

O que queremos dizer é que a criança com autismo, assim como toda criança que vai à escola, deve aprender, se desenvolver, e não apenas brincar ou ser inserida em sala de aula sem um planejamento pedagógico adequado, que considere suas dificuldades, habilidades e necessidades.

O conteúdo inclusivo é aquele onde a criança tem alguma aprendizagem de cunho pedagógico. Sabemos que o nosso sistema educacional tem muitas falhas, inclusive para crianças que não tem nenhuma dificuldade, imagine quando se trata da inclusão de crianças com autismo.

No entanto, não podemos desistir diante os desafios e dificuldades, temos que fazer o que está no nosso alcance, buscando conhecimento e envolvendo família, escola a outros profissionais para auxiliar no processo de inclusão do autismo.

A inclusão é para todos, todos saem ganhando em uma escola onde a diversidade está presente. Os professores não precisam temê-la, mas sim buscar o apoio que precisam — que lhes é garantido por lei — para que possam realizar a inclusão o autismo em sala de aula.

Se restou alguma dúvida, deixe nos comentários.

Referências:

LEMOS, Emellyne Lima de Medeiros Dias; SALOMAO, Nádia Maria Ribeiro  and  AGRIPINO-RAMOS, Cibele Shírley. Inclusão de crianças autistas: um estudo sobre interações sociais no contexto escolar. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2014, vol.20, n.1 [cited  2020-10-19], pp.117-130.

A inclusão de alunos autistas em salas de aulas. Pedagogia ao Pé da Letra, 2018.

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10 respostas em “Como realizar a inclusão do autismo em sala de aula?”

Olá! Recentemente fiz um curso TEA, e esse ano pretendo trabalhar na educação especial. Sou professora do ensino regular, porém tenho que passar por uma entrevista para trabalhar com alunos TEA. Podem me dar uma ajuda? Quais perguntas podem fazer nessa entrevista ?

EU VOU FAZER O TCC E ESTAVA PERDIDA COM O QUAL O TEMA ESCOLHER, FUI PESQUISAR E ESCOLHIR O TEMA , A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTA EM SALA DE AULA, PERCEBIR QUE É UM TEMA QUE PRECISA SER BASTANTE ABORDADO POORQUE INFELIZMENTE AINDA TEM PESSOAS QUE NÃO SABE O QUE É AUTISTA.

Olá Leticia, tudo bem?

Que bom! Em nosso blog você encontrará bastante material para o seu tema. Vamos juntos! Um NeuroAbraço!!!!!

Solange,
Equipe NeuroSaber 💙

Olá Aurea, tudo bem?

Em nossos canais temos muitos conteúdos que vão te ajudar. Confira nosso canal no Youtube e nosso Blog e continue sempre de olho em nossas redes sociais!

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

estou iniciando na Educação especial e meu primeiro aluno, autista, tem 4 anos. Sinto dificuldade em mante-lo dentro da sala regular e as atividades voltadas e preparadas para ele são distrações para as demais. Como devo agir?

Olá Karina, tudo bem?

Primeiramente, é importante destacar que cada criança autista é única e pode apresentar necessidades diferentes. Por isso, é fundamental buscar orientação de um especialista em educação especial ou um terapeuta ocupacional que possa ajudá-lo a compreender as necessidades específicas do seu aluno e a adaptar as atividades e estratégias de ensino para atendê-las.

Dito isso, aqui estão algumas sugestões que podem ajudá-lo a trabalhar com o seu aluno autista de 4 anos dentro da sala regular:

Estabeleça uma rotina previsível: Crianças autistas geralmente se beneficiam de rotinas previsíveis e consistentes, por isso, tente manter uma rotina estruturada e consistente na sala de aula. Comunique antecipadamente as mudanças que ocorrerão, como mudanças de atividades ou horários, e utilize um calendário visual ou agenda para ajudar a criança a compreender a sequência de eventos ao longo do dia.

Utilize recursos visuais: Crianças autistas muitas vezes são visualmente orientadas, então, tente usar recursos visuais, como fotos, desenhos ou pictogramas, para ajudar a criança a compreender as instruções, atividades e comportamentos esperados na sala de aula. Cartazes de rotinas, tabelas de atividades e quadros de comunicação são exemplos de recursos que podem ser utilizados.

Ofereça atividades sensoriais: Crianças autistas muitas vezes são hiper ou hipossensíveis a determinados estímulos sensoriais, como sons, texturas, cheiros e luzes. Por isso, oferecer atividades sensoriais que a criança goste pode ajudá-la a se sentir mais calma e engajada. Algumas ideias incluem brincar com massinha, bolinhas sensoriais, piscina de bolinhas e jogos com texturas diferentes.

Ensine habilidades sociais e de comunicação: Crianças autistas podem ter dificuldades em se comunicar e interagir com os outros. Ensinar habilidades sociais e de comunicação, como pedir ajuda, compartilhar e esperar a vez, pode ajudar a criança a se sentir mais confortável e engajada na sala de aula. Utilize jogos e atividades lúdicas para ensinar essas habilidades.

Ofereça atividades individuais e em grupo: Crianças autistas podem ter dificuldades em lidar com situações sociais complexas, como interações em grupo. Oferecer atividades individuais e em grupo pode ajudar a criança a se sentir mais confortável e incluída na sala de aula. Comece com atividades individuais e gradualmente introduza atividades em grupo.

Busque a ajuda de um especialista: Como mencionei no início, cada criança autista é única e pode apresentar necessidades diferentes. Se você ainda está tendo dificuldades em trabalhar com o seu aluno autista, considere buscar ajuda de um especialista em educação especial ou terapeuta ocupacional. Eles podem oferecer orientação específica e estratégias de ensino adaptadas para o seu aluno.

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

Bom dia, Equipe!
Gostaria de saber se vocês teriam alguma pessoa para falar um pouco sobre autismo aqui na na escola para professores. Acompanho vocês sempre.

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