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Desenvolvimento infantil: saiba identificar sinais de alerta.

Descubra quando é hora de procurar um especialista para avaliar possíveis atrasos nos marcos de desenvolvimento infantil. 

A primeira infância é uma fase de grande desenvolvimento dos seres humanos. Pode não parecer, mas aquele recém-nascido que acaba de vir ao mundo já está em intenso processo de aprendizagem em todos os aspectos: cognitivo, motor, de linguagem e, inclusive, socioemocional.  

À medida que os dias passam, os sinais de que seu filho está aprendendo a viver aqui fora vão ficando cada vez mais claros. Para ajudar nesse acompanhamento, são usados os marcos do desenvolvimento, parâmetros criados por especialistas para avaliar se este está ocorrendo como o esperado. 

Até os 3 anos de idade, são adquiridas habilidades vitais que irão determinar o futuro do indivíduo. Ainda que cada criança se desenvolva no seu próprio ritmo, existe um período em que é esperado que certas habilidades sejam adquiridas. Mas quando é a hora de ligar o sinal de alerta? 

Vale destacar que cada marco é cumprido dentro de uma margem de tempo (por exemplo, o que é esperado aos 3 meses pode ocorrer apenas aos 4 meses), então levar um pouco de tempo para cumprir um ou outro marco não significa, necessariamente, que a criança terá algum transtorno.

No entanto, é preciso muito cuidado com conselhos como “é o tempo dele” ou “cada criança tem seu ritmo”. A demora para atingir determinado marco não deve nunca ser negligenciada para que não se adie o início de recursos terapêuticos fundamentais para remediar um quadro real de atraso de desenvolvimento.

Por isso, a importância da observação atenta dos cuidadores (pais e educadores) é fundamental. Quanto mais cedo forem identificados possíveis atrasos e consequentes dificuldades de aprendizagem, maiores são as chances de intervenções que auxiliem a criança – mesmo aquelas que venham a ser diagnosticadas com algum transtorno de neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista ou TDAH (Transtorno do Défict de Atenção / Hiperatividade) –  a se desenvolver plenamente dentro das suas possibilidades individuais.

SAIBA MAIS: A importância do neurodesenvolvimento infantil de 1 a 3 anos 

Listamos abaixo alguns dos principais sinais de alerta no desenvolvimento da linguagem e motor, de 0 a 3 anos, para que os pais possam identificar o momento de procurar um especialista. 

Sinais de alerta no desenvolvimento motor 

Aos 4 meses: o bebê ainda não sustenta o pescoço;

Aos 6 meses: o bebê ainda não rola;

Aos 9 meses: não senta sem apoio / não se locomove;

Aos 12 meses: não engatinha / não se sustenta em pé apoiando em alguém ou algum móvel;

Aos 18 meses: não anda sem apoio;

Aos 2 anos: não corre / não sobe escadas apoiando em um corrimão ou com ajuda de um adulto;

Aos 3 anos: não pula ou não consegue chutar uma bola.

Sinais de alerta no desenvolvimento da linguagem: 

Aos 6 meses: ainda não vocaliza nenhum som ou sorri em resposta a algum estímulo;

Aos 9 meses: não sustenta o olhar (olha nos olhos) e não demonstra sensação de alegria;

Aos 12 meses: não responde (com gestos, olhares e sorrisos ) ao próprio nome;

Aos 18 meses: não aponta; não fala ao menos 5 palavras;

Aos 2 anos: não forma pequenas frases, como “quer água”; os pais não compreendem o que a criança fala;

Aos 3 anos: não forma frases com pelo menos 3 palavras; sua fala não é compreensível por pessoas estranhas.

Atenção: em qualquer idade, se a criança regredir ou estagnar no desenvolvimento, também é um sinal de alerta. Converse com o pediatra ou neuropediatra para sanar suas dúvidas.

REFERÊNCIAS:

Black MM, Walker SP, Fernald LCH, et al. Early childhood development coming of age: science through the life course. Lancet. 2017;389(10064):77-90

Rodrigues OMPR. Escalas de desenvolvimento infantil e o uso com bebês. Educ Rev. 2012;43:81-100.

SANTOS, Márcia Elena Andrade; QUINTAO, Nayara Torres  and  ALMEIDA, Renata Xavier de. Avaliação dos marcos do desenvolvimento infantil segundo a estratégia da atenção integrada às doenças prevalentes na infância. Esc. Anna Nery [online]. 2010, vol.14, n.3 [cited  2021-03-29], pp.591-598

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