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Diagnóstico errado de TDAH é comum?

O diagnóstico de TDAH pode ser mais comum que se imagina. Vários estudos já foram feitos a respeito dos equívocos na realização de consulta para se avaliar a situação da criança. Para se ter uma ideia do quão sério isto pode ser, peguemos um levantamento realizado em 2011 acerca do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. 
Segundo o levantamento, aproximadamente 75% das crianças e adolescentes que já fazem uso de medicamentos para minimizar algum sintoma foram diagnosticados de maneira incorreta. O estudo foi realizado por neurologistas e psiquiatras da USP, da Unicamp, do Albert Einstein College of Medicine e do Instituto Glia de pesquisa em neurociência. 
A pesquisa constatou que apenas 23,7% das crianças (459 ao todo) diagnosticadas com TDAH realmente conviviam com o transtorno em si. Das 128 que usavam medicamentos, somente 27,3% tinham TDAH. Os estudiosos chamaram a atenção para o fato de alguns médicos serem responsáveis por prescrever os remédios sem conhecer a fundo o caso do paciente. 

Nova pesquisa aponta outro motivo para o diagnóstico errado de TDAH

Estudo divulgado na JAMA Pediatrics revela que adiantar a escolarização em crianças pode causar falsas impressões que culminem em características relacionadas ao TDAH. Em outras palavras, é como se tal antecipação do processo pedagógico pudesse ‘atropelar’ etapas importantes do aprendizado. 
O levantamento chama a atenção para o fato de que essa antecipação da série tende a revelar comportamentos como desatenção ou agitação em alunos mais novos quando comparados àqueles mais velhos (que estão na turma indicada para a própria faixa etária). 
No entanto, a conclusão da pesquisa é que muitas vezes os pequenos podem ter, sim, demonstrado tais comportamentos, não porque tinham TDAH, mas pelo fato de serem simplesmente mais novos. Além disso, esses alunos manifestaram dificuldade para aprender por causa da diferença de idade, mesmo que fossem de apenas um ano. 
Os cientistas chamam a atenção para algo que pode se transformar em um problema. Parte das crianças observadas (mais novas; adiantadas na série) manifestou a desatenção e a inquietude como características. Isso pode levar a um possível quadro de depressão, pois queimar etapas não é recomendável. É importante que a criança vivencie cada uma delas. 

Alertas na pesquisa

O estudo realizou uma grande análise, contando com mais de um milhão de crianças no Reino Unido, e percebeu que os pequenos que estavam no trimestre mais adiantado de sua série tendiam a ter 30% mais chances de receber o diagnóstico de deficiência intelectual do que as mais velhas. 
Com isso, os pesquisadores também divulgaram que esses alunos (jovens) tinham 40% de chance a mais de ser diagnosticada com TDAH e 30% de receber o diagnóstico de depressão.
Os autores do estudo chegaram à conclusão de que o fato da criança estar em uma série mais avançada traz um risco iminente de diagnósticos de TDAH e depressão ainda na infância.

Ciência aponta curiosidades sobre o possível diagnóstico do TDAH

Pesquisadores de Harvard, em publicação do New England Journal of Medicine, divulgaram um estudo feito com crianças norte-americanas, mais jovens, poderiam ser diagnosticadas com TDAH, principalmente quando elas estavam no mesmo ambiente que alunos mais velhos. 
Porém, um dado curioso é que os estudantes mais experientes tinham 6 anos de idade e as mais novas, 5. Isso mesmo, os pequenos que haviam acabado de completar cinco anos eram mais desatentas e agitadas do que aqueles de seis anos. Há que se considerar o ambiente: exatamente o mesmo. Eles alertam para o fato de que um ano de diferença pode significar muita coisa no que diz respeito ao desenvolvimento psicopedagógico de uma criança. 

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4 respostas em “Diagnóstico errado de TDAH é comum?”

Bom dia,
Sou disléxica, professora, não leciono atualmente, e trabalho em uma instituição de ensino que tem um núcleo que de atendimento educacional especializado. Gosto muito dos materiais publicados pelo neuro saber e tenho divulgado o site em minhas palestras e entre meus colegas. Gostaria de sugerir que adicionem sempre as referências das informações que divulguem para que os leitores confiem mais nas informações divulgadas. Afinal vivemos numa era de especulações e fakes news

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