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Diagnóstico tardio do autismo afeta a qualidade de vida

Os sinais do transtorno do espectro do autismo surgem na primeira infância. O diagnóstico tardio afeta o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas da criança. Entenda melhor, neste artigo.

Os sintomas do TEA variam muito, mas alguns sinais como a falta de contato visual, atrasos na fala e na linguagem, entre outros, devem ser considerados pelos pais.

Ainda que esses sintomas não sejam suficientes para o diagnóstico de autismo, a presença desses comportamentos são sinais de alerta. Sabemos que é muito difícil para os pais aceitaram essa condição em seus filhos.

No entanto, o diagnóstico precoce é fundamental para que a criança receba as intervenções e tratamentos adequados. Uma equipe multidisciplinar é essencial para detectar a presença do TEA, assim como para atender as crianças com TEA.

As dificuldades no diagnóstico do autismo

É muito importante que as crianças com autismo recebam tratamento precoce para que possam desenvolver habilidades sociais e cognitivas. No entanto, a dificuldade em realizar precocemente o diagnóstico, faz com que ele só ocorra tardiamente, em muitos casos.

O diagnóstico tardio acontece, pois, muitas vezes, a criança recebe outros diagnósticos antes do autismo ser detectado. Muitas são diagnosticadas com TDAH, por exemplo, ou com problemas de processamento sensorial. Assim, o autismo não é detectado até que as demandas da escola e das situações sociais aumentem. 

Essas avaliações iniciais não são necessariamente imprecisas, pois se estima que 30 a 40% das crianças com transtorno do espectro do autismo também tenham TDAH. Da mesma forma, os desafios de processamento sensorial são comuns em crianças com autismo, sendo considerados um sintoma do transtorno. 

No entanto, esses diagnósticos equivocados podem atrasar o diagnóstico de autismo. Enquanto as crianças receberem tratamento para TDAH ou para problemas de processamento sensorial, estarão deixando de fazer terapias que têm um impacto muito maior em suas vidas.

Dessa forma, o diagnóstico precoce é o que vai permitir que as crianças recebam tratamento adequado, ainda na primeira infância.

A importância do diagnóstico correto

Muitas vezes, os diagnósticos são equivocados, pois os sintomas podem confundir os médicos. É muito comum que as crianças que receberam um diagnóstico de TDAH, mais tarde sejam diagnosticadas com o TEA.

O foco precoce em problemas sensoriais, embora possa ajudar algumas crianças, pode atrasar o diagnóstico de autismo. Elas se enquadram no espectro do autismo, mas recebem terapias inadequadas, por terem recebido outros diagnósticos.

Diagnóstico tardio do autismo

Existem várias razões pelas quais as avaliações iniciais da criança não resultam em um diagnóstico de autismo. Tanto os médicos quanto os pais gravitam em torno do diagnóstico com o melhor prognóstico. É compreensível, já que os médicos querem um certo nível de certeza antes de entregar um diagnóstico fechado de TEA. 

Portanto, a abordagem inicial costuma ser tratar o que é tratável e depois reavaliar. Por exemplo, tratar os sintomas como TDAH primeiro e acompanhar o desenvolvimento da criança.

Os pediatras querem dar uma chance ao desenvolvimento, uma vez que as crianças se desenvolvem em ritmos diferentes. Assim, os médicos tendem a tranquilizar os pais, desconsiderando sinais importantes que indicam a presença do TEA.

O diagnóstico do autismo não é simples, requer avaliações com diferentes especialistas e entrevistas estruturadas com os pais sobre os sintomas atuais e passados da criança. Dessa forma, o TDAH associado ao autismo pode ser confundido com um TDAH grave, pois sintomas dos dois transtornos podem ser muito semelhantes, a princípio.

O autismo é um espectro, com uma ampla gama de comportamentos. Muitas vezes, seus sintomas variados levam ao diagnóstico tardio do autismo.

Problemas sensoriais costumam ser detectados na pré-escola e, de fato, podem estar causando sofrimento à criança, mas geralmente não são o quadro completo. Quando o processamento sensorial se torna o foco principal ou único, a criança perde um tempo valioso de tratamento.

Os pais que enxergam sinais de autismo em seus filhos, devem buscar uma avaliação completa, feita por um profissional experiente no diagnóstico do TEA. Da mesma forma, professores também devem estar atentos aos sinais em seus alunos.

A conversa entre escola e família é fundamental para olhar cada criança atentamente e diante de dúvidas, procurar um especialista. Dessa forma, caso seja realizado o diagnóstico de autismo, a qualidade de vida da criança pode ser melhor cuidada.

Compartilhe este artigo em suas redes sociais e ajude outras famílias a compreenderem como o diagnóstico tardio no autismo afeta a qualidade de vida das crianças.

Referências:

PINTO, Rayssa Naftaly Muniz et al. Autismo infantil: impacto do diagnóstico e repercussões nas relações familiares. Rev. Gaúcha Enferm. [online]. 2016, vol.37, n.3 [cited  2020-08-25], e61572. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472016000300413&lng=en&nrm=iso>.  Epub Oct 03, 2016. ISSN 1983-1447.  https://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.03.61572.

http://www.sagolcenter.org.il/wp-content/uploads/2014/07/Davidovitch-et-al.-2015-1.pdf

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8 respostas em “Diagnóstico tardio do autismo afeta a qualidade de vida”

Tenlho um filho com 20 anos chorava muito quando era um bebê,na escola teve muita dificuldade de aprender e compreender as coisas é assim até hoje não sai de casa pra nada só fez um curso de 6 meses na vida dele ,nuca teve um emprego e por duas vezes que fez dois dias de teste foi muito traumático pra ele não sei como lidar com isso ele não tem vicios não bebê não fuma

Meu filho tem 36 anos e qd era pequeno so brincava sozinho. Ñ soltava pipa e nem de pique e nem jogava bola e nem bolinha de gude, enquanto q os irmãos brincavam de td isto e mt mais. Eu ouvia dos médicos q as crianças são diferentes e q isto ia passar.

Meu esposo recebeu o diagnóstico a 8 meses, e está sendo muito difícil pra mim, só se vê artigos sobre autismo em crianças… até mesmo profissionais para tratar adultos com o espectro. Eu estou desorientada literalmente, acho que estou passando por esse período de luto. Não sei se vou dar conta. Se puderem me ajudar, agradeço.

Com o diagnóstico do meu filho, surgiu em mim a dúvida se estou dentro do espectro. Desde nova sofri com a questão das interações sociais e os estímulos sensoriais. Não gosto de sair de casa e quando saio é um sofrimento pegar o ônibus, ver gente falando ou encostando em mim. Barulhos altos e luzes me deixam sem norte, não suporto. Sou servidora pública e hoje em dia consigo lidar melhor com algumas questões, mas ainda sou a ” estranha” pra família e no meu trabalho.

Olá Thaís, tudo bem?

Primeiramente agradecemos pela confiança! Nesses casos orientamos buscar um especialista pessoalmente para lhe dar melhores informações e orientação assertivas sobre o caso. De qualquer forma, temos conteúdos no youtube.com/neurosabervideos e Artigos em nosso Blog: http://www.neurosaber.com.br/artigos que podem te ajudar em muitas questões.

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

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