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Dicas para gestão de comportamentos inadequados no TEA

Quando lidamos com crianças, a presença de birras, gritos e outros comportamentos inadequados fazem parte de uma rotina normal, mas ainda assim, gerir essas situações pode ser um processo complicado.

Então, como podemos lidar com esses comportamentos inadequados em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)? 

Apesar de essas birras serem similares às de crianças típicas, existem algumas dicas para lidar com essa situação de uma maneira mais tranquila para você e para a criança. Continue lendo este artigo que preparamos para falar sobre isso!

Entendendo o comportamento da criança com TEA

Geralmente disciplinamos as crianças porque elas agem de maneiras inadequadas, seja pegando algum doce do prato de um irmão ou fazendo uma outra criança tropeçar de propósito no campo de futebol.

No entanto, uma criança com autismo pode não ser capaz de controlar certos comportamentos inadequados e é importante que ela não seja punida severamente por eles. 

Alguns comportamentos inadequados que crianças com autismo podem ter dificuldade para controlar incluem:

  • Morder suas mãos e dedos;
  • Agitar ou balançar as mãos (comportamento auto estimulante que ajuda pessoas com autismo a regular suas emoções);
  • Gritar;
  • Machucar-se ou bater com a cabeça em algum lugar;
  • Não olhar para as pessoas ou não manter contato visual;
  • Agressão física contra colegas e adultos, como morder ou chutar.

Muitos desses comportamentos resultam das dificuldades das crianças em expressarem suas necessidades e desejos ou entender as normas sociais.

Você não deve colocar a criança de castigo, envergonhá-la ou espancá-la por causa desses comportamentos. 

Em vez disso, é importante que você trabalhe para entender melhor por que eles estão agindo dessa forma e, se necessário, tente evitar esses gatilhos no futuro.

Por que é importante estabelecer disciplina e regras para crianças autistas?

Como adultos, as regras da sociedade são importantes porque nos orientam em nossa vida cotidiana. 

Nossa capacidade de interagir com os outros é mais eficaz quando estamos cientes de nossas ações em relação aos outros; isso nos torna sensíveis a como os outros podem nos perceber.

É importante ensinar regras para crianças com autismo porque, sem elas, sua experiência de mundo pode ser mais estressante e provocadora de ansiedade. 

Crianças com TEA percebem o mundo de forma diferente, sua percepção do mundo pode ser uma experiência assustadora; portanto, ao ensinar-lhes regras e impor a disciplina, eles desenvolvem uma maior compreensão de como o mundo ao seu redor funciona e podem, portanto, se tornar mais adaptativos. 

Compreender as regras da vida também fornece um senso de independência conforme a criança cresce, pois ela pode entender o que é esperado pela sociedade e várias situações sociais.

Dicas para gestão de comportamentos inadequados no TEA

Use reforço positivo

Crianças com autismo respondem melhor a técnicas disciplinares que se concentram no lado positivo. 

Com estratégias de reforço positivo, você chama a atenção para as coisas que ela está fazendo certo (usando a voz baixa no supermercado, por exemplo) e a elogia ou recompensa por isso.

Ensine técnicas para manter a calma

Os colapsos são comuns em crianças, mas pode ser mais difícil acalmar uma criança com autismo. 

Algumas crianças autistas podem aprender técnicas para manter a calma e utilizá-las quando começarem a sentir-se fora de controle de si mesmas ou de uma situação.

Uma técnica simples de manter a calma é inspirar e expirar pelo nariz lentamente enquanto fecham os olhos e imaginam algo agradável, como seu gatinho ou seu parque favorito.

Controle o ambiente em que a criança está presente

Especialmente para crianças com autismo, é recomendado que o ambiente em que ela esteja seja confortável.

Encher a área de recreação ou sala com os brinquedos e objetos preferidos da criança pode fazer com que elas se sintam mais seguros e confortáveis, o que pode levar a um comportamento mais regulado.

Siga as rotinas

Muitas crianças com autismo se sentem seguras com rotinas e ordem, portanto podem ter dificuldade em lidar com alguma situação onde as rotinas regulares são interrompidas. 

Eles podem atacar ou aumentar comportamentos auto estimulantes para lidar com situações imprevisíveis. 

Ajude-os limitando o número de atividades que eles precisam fazer e dê preferência a uma rotina previsível para a criança.

Comunique-se com clareza

É melhor usar uma linguagem simples e direta com crianças com autismo. 

Crianças com transtorno do espectro autista costumam ter dificuldade para entender as sutilezas da linguagem verbal ou da linguagem corporal.

Quando a criança começar a apresentar um comportamento inadequado, indique o que você prefere que ele faça, em vez do que ele não deve fazer.

Por exemplo, se uma criança está puxando o rabo de um cachorro, não diga: “Pare de machucar o cachorro.” Em vez disso, você pode dizer: “Faça carinho no cachorro”.

Concluindo

Portanto, podemos concluir que comportamentos inadequados podem estar presentes tanto em crianças típicas quanto atípicas, mas devemos realizar uma abordagem mais cuidadosa quando lidamos com crianças autistas.

Entender que a criança com TEA não processa informações da mesma maneira que uma criança que não é autista é o primeiro passo, depois disso podemos fazer o uso de uma linguagem mais clara, reforço positivo e outras formas de estimular a disciplina em seu dia a dia.

Agora que você já sabe algumas dicas de como gerir comportamentos inadequados no TEA, que tal assistir esse vídeo do Dr. Clay Brites falando sobre como lidar com a agressividade no Transtorno do Espectro Autista? Clique aqui e assista já!

Referências:

Deolinda, A., 2021. Disciplining Your Autistic Child: The Ultimate Guide. [online] Autism Parenting Magazine. Disponível em: <https://www.autismparentingmagazine.com/disciplining-autistic-child/> [Acesso em 30 agosto 2021].

Morin, A., 2021. The Most Effective Ways to Discipline a Child With Autism. [online] Verywell Family. Disponível em: <https://www.verywellfamily.com/discipline-strategies-for-children-with-autism-4005045> [Acesso em 30 agosto 2021].

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2 respostas em “Dicas para gestão de comportamentos inadequados no TEA”

Não sei mais o k fazer com meu filho
Tá mto agressivo se auto multilando
Tá mto difícil
Mto choroso

Olá Maria, tudo bem?

Sinto muito em saber que você está passando por essa situação difícil com seu filho. A agressividade e autolesão são comportamentos comuns em algumas crianças com transtornos do espectro autista (TEA), mas é importante procurar ajuda profissional o mais rápido possível para entender as causas desses comportamentos e encontrar maneiras de lidar com eles.
A primeira coisa a se fazer é procurar um profissional de saúde que possa avaliar o seu filho e verificar se há algum problema médico ou de saúde mental que possa estar contribuindo para esses comportamentos. Um psiquiatra ou neuropediatra pode ser indicado para realizar uma avaliação completa do seu filho.
Além disso, é importante procurar um psicólogo ou terapeuta especializado em TEA, que possa oferecer terapias específicas para ajudar a lidar com esses comportamentos. A terapia comportamental pode ser uma opção eficaz para ensinar habilidades de autocontrole e comunicação ao seu filho.
Enquanto procura ajuda profissional, há algumas coisas que você pode fazer para ajudar a lidar com os comportamentos do seu filho em casa. Por exemplo, é importante tentar manter uma rotina consistente, estabelecer limites claros e criar um ambiente calmo e tranquilo em casa. Além disso, é importante tentar evitar situações estressantes ou que possam desencadear comportamentos agressivos ou de autolesão.

Lembre-se de que você não está sozinha e que existem muitos profissionais qualificados que podem ajudá-la a lidar com essa situação. Não hesite em procurar ajuda e suporte quando precisar.

Sinto muito em saber que você está passando por essa situação difícil com seu filho. A agressividade e autolesão são comportamentos comuns em algumas crianças com transtornos do espectro autista (TEA), mas é importante procurar ajuda profissional o mais rápido possível para entender as causas desses comportamentos e encontrar maneiras de lidar com eles.

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