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Estratégias de intervenção no desafio da inclusão do autismo no âmbito escolar

Embora toda criança com autismo tenha necessidades e comportamentos únicos, é importante que os professores entendam os tipos gerais de preocupações que eles provavelmente encontrarão.

Existem muitos desafios na inclusão escolar, sendo que a maioria deles está relacionada ao comportamento e a comunicação das crianças com autismo. Neste artigo, vamos falar sobre aspectos comuns no TEA, que os professores precisam conhecer para serem capazes de superar os desafios da inclusão do autismo.

Desafios da inclusão do autismo

Vamos listar algumas características comuns no TEA — Transtorno do Espectro Autista — que podem interferir no processo de inclusão. No entanto, acreditamos que cada criança é única e é fundamental ter isso em mente quando falamos em inclusão. 

Aspectos gerais do transtorno ajudam os professores a compreenderem melhor seus alunos com autismo e a buscarem estratégias de intervenção para superar os desafios que surgem no caminho.

Atrasos no processamento cognitivo

Atrasos de processamento não devem ser confundidos com falta de inteligência, pois não tem a ver com a capacidade de incorporar e avaliar informações. Os atrasos no processamento da linguagem têm base neurológica, o que faz com que as crianças com autismo tenham dificuldades em compreender a linguagem verbal e não verbal.

Os problemas de processamento são semelhantes à maneira como funcionamos quando aprendemos uma nova língua. Enquanto ouvimos um falante nativo conversar, temos que traduzir as palavras e, assim, perdemos muito do que é dito. O mesmo ocorre no autismo.

Em uma sala de aula, os atrasos no processamento representam uma barreira, tanto no aprendizado quanto nas interações sociais. Quando a criança com TEA é chamada pelo professor, ele deve esperar o tempo da criança para responder, sem pressioná-la.

Estratégias de intervenção — Dê ao aluno o tempo necessário para processar uma pergunta, antes de esperar uma resposta. Alguns aprendem métodos para ganhar o tempo necessário para responder, como repetir a pergunta, pedir um tempo ou levantar o dedo para indicar o que estão pensando.

Para aulas orais, os alunos podem ter permissão para usar um dispositivo de gravação ou receber notas resumidas posteriormente.

Dificuldades na percepção sensorial

Uma criança com autismo pode ser sensível a certos sons, sabores e texturas, ter pouco senso de equilíbrio ou falta de percepção de profundidade. Até mesmo o arranhar de um lápis em um pedaço de papel pode deixá-la nervosa.

Estratégias de intervenção — O professor pode conversar com o aluno e pedir a ele que lhe diga o que o incomoda. Ao fazer isso, aprende a evitar muitos problemas que interferem na aprendizagem.

Dificuldade nas interações sociais

Os déficits nas habilidades sociais das crianças com autismo podem fazer com que elas se isolem das demais. No entanto, a sala de aula é o cenário perfeito para adquirir e praticar essas habilidades. O professor deve promover e encorajar a tolerância e o envolvimento de outros alunos para ajudar a criança com autismo a socializar.

As dificuldades de interação social podem surgir porque a criança não consegue, muitas vezes, expressar suas emoções e sentimentos, nem perceber e saber como reagir às dos outros.

Com o tempo e o incentivo correto e consistente, elas podem aprender a moderar sua fala e se comunicar.

Dificuldade nas habilidades motoras

As possíveis dificuldades nas habilidades motoras podem se materializar na caligrafia, por exemplo. Forçar a criança nunca é uma boa solução, mas sim buscar apoio profissional, como um terapeuta ocupacional, para ensiná-la a adquirir as habilidades necessárias para segurar o lápis e escrever.

Os alunos com TEA também precisam de mais incentivo para participar das atividades físicas, onde a coordenação motora é necessária. Nesta situação, é importante reforçar toda e qualquer tentativa da criança para participar, incentivando-a e ajudando-a a se inserir no grupo.

Método ABA para superar os desafios da inclusão do autismo

Por meio do método ABA, tutores e professores podem aprender técnicas básicas para motivar as crianças a superar várias barreiras.

Os professores podem contar com os profissionais que atendem a criança fora da escola, como o terapeuta ocupacional, para aprender algumas dessas técnicas e usá-las em sala de aula.

Da mesma forma, o constante contato com a família do aluno com autismo é essencial para encontrar as melhores estratégias de intervenção e superar os desafios da inclusão escolar. É importante conhecer os aspectos comuns do TEA, mas mais ainda é receber cada criança como única.

Somente a prática pedagógica, o dia-a-dia, é que vai fornecer os elementos que o professor precisa para superar os desafios da inclusão do autismo. Ele deve encarar a missão de ensinar o seu aluno, assim como qualquer outra criança, respeitando suas dificuldades e considerando suas habilidades.

Se restou alguma dúvida sobre os desafios da inclusão do autismo, deixe nos comentários.

Referências:

CAMARGO, SÍGLIA PIMENTEL HÖHER et al. DESAFIOS NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM AUTISMO NO CONTEXTO INCLUSIVO: DIRETRIZES PARA FORMAÇÃO CONTINUADA NA PERSPECTIVA DOS PROFESSORES. Educ. rev. [online]. 2020, vol.36 [cited  2020-12-29], e214220.

https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0423.pdf

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5 respostas em “Estratégias de intervenção no desafio da inclusão do autismo no âmbito escolar”

É realmente o professor precisa conhecer bem cada aluno, e a partir desse conhecimento buscar estratégias para auxilia lo no ensino aprendizagem

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