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Inclusão e profissionalização do aluno com deficiência intelectual

A inclusão do aluno com deficiência intelectual é um direito reconhecido por lei no Brasil e no mundo. A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos de Pessoas com deficiência obrigam os Estados a “garantir acesso igual para todas as mulheres e homens com deficiências a técnicas acessíveis e de qualidade, educação profissional e superior, incluindo

universidade e aprendizagem ao longo da vida”.

Já a inserção profissional das pessoas com DI, se dá de acordo com o tipo ou grau de deficiência, nível de autonomia e natureza do trabalho ou função exercida. Oficinas pedagógicas voltadas para esse público funcionam como programas de profissionalização e são realizadas por instituições especializadas.

Instituições como a APAE (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) criam oportunidades de vivenciar o trabalho, mas, muitas vezes, sem retorno financeiro ou descontextualizadas da realidade, o que dificulta a entrada da pessoa com DI no mercado de trabalho. Quando criadas eram propostas inovadoras, mas com o tempo adquiriram um caráter de reabilitação e não educacional.

Saiba mais, neste artigo.

A inclusão do aluno com deficiência intelectual

Os professores enfrentam desafios diários quando o assunto é inclusão, por isso é preciso considerar as características de cada criança com DI para fazer um planejamento pedagógico adequado. Em primeiro lugar, é preciso acreditar na capacidade do aluno de superar os seus limites e conhecer suas habilidades e dificuldades.

Em segundo lugar, é preciso criar formas de ensino que envolvam o aluno com deficiência intelectual, planejando as aulas e as atividades de acordo com suas preferências e habilidades. Por último, mas não menos importante, usar o reforço positivo, elogiando os acertos e premiando os avanços dos alunos com DI, ainda que sejam mínimos.

Profissionalização do aluno com DI

Como vimos acima, no Brasil, a maioria dos programas de profissionalização para pessoas com DI é oferecida através de oficinas pedagógicas. Embora sejam espaços importantes, elas não preparam devidamente as pessoas com Deficiência Intelectual para o mercado de trabalho.

Muitas vezes, essas pessoas experimentam trabalhos sem remuneração ou regras fixas, o que pode até mesmo prejudicar a imagem da pessoa com DI, que é vista como incapaz e é estigmatizada. Ainda existe a opção de trabalho integrado para as pessoas com deficiência, que trabalham em empresas com suporte de um tutor.

A profissionalização das pessoas com DI demanda capacitação e inserção no mercado de trabalho. Um programa eficaz de preparação para o trabalho passa por fases, começando pela educativa, voltada para aquisição de habilidades sociais e de cuidados diários, passando pelo treinamento de habilidades e aptidões de acordo com o interesse da pessoa até a produção e colocação no trabalho, inserindo-a no mercado, com suporte ou sem.

Desafios da profissionalização da pessoa com deficiência intelectual

Um dos maiores desafios da profissionalização de pessoas com DI se refere aos objetivos dos programas. O ensino de habilidades e técnicas é importante, assim como de comportamentos adequados. No entanto, o grande objetivo deve ser formá-la para o mercado de trabalho, que envolve direitos e deveres.

Para preparar a pessoa com DI para o mercado de trabalho, é fundamental ensiná-la habilidades que possam ser generalizadas para várias situações de trabalho. É fundamental a criação de programas que orientem e que formem as pessoas com DI, que ampliem seus conhecimentos e habilidades de trabalho e, principalmente, que articulem a experiência com a realidade.

No Brasil, o Programa de Qualificação de Trabalhadores na área de Pessoas Portadoras de Deficiência foi criado em 1996. Ele oferece uma educação profissional a pessoas com DI, através de parcerias com empresas e sindicatos.

Já a Resolução no 2, de 2001, do Conselho Nacional de Educação estipula que os programas de profissionalização criem oportunidades de acesso e permanência do aluno com DI na escola, com as adequações necessárias.

Infelizmente, as pessoas com deficiência sofrem uma marginalização histórica e foram excluídas do convívio em sociedade. No entanto, essa realidade vem se transformando com a inclusão do aluno com DI na escola e com a criação de programas de profissionalização para esse público.

Ainda que muitas leis criadas garantam a participação de pessoas com DI em cursos profissionalizantes, assim como a sua contratação em empresas privadas e públicas, muito ainda precisa ser feito na prática.

A verdadeira inclusão só acontece quando é possível uma flexibilização e adaptação das leis trabalhistas e das condições de trabalho, para que possam oferecer redução de carga horária e apoio ao trabalhador.

Lembrando que a inclusão do aluno com DI nas escolas é o primeiro passo para sua formação profissional futura. Quanto melhor for a qualidade dessa inclusão e a sua aprendizagem, mais ele estará preparado para se profissionalizar e encontrar um lugar no mercado de trabalho.

Se você gostou deste artigo, compartilhe em suas redes sociais e ajude outras pessoas a entender a importância da inclusão do aluno com DI e sua profissionalização.

Referências:

REDIG, Annie Gomes  and  GLAT, Rosana. Programa educacional especializado para capacitação e inclusão no trabalho de pessoas com deficiência intelectual. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2017, vol.25, n.95 [cited  2020-12-24], pp.330-355.

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1070-4.pdf

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16 respostas em “Inclusão e profissionalização do aluno com deficiência intelectual”

Ótimo artigo. Perfeito qdo se faz a inclusão desse aluno. Trabalhei numa empresa de calçados por muitos anos, conheci um menino especial nessa empresa a Mãe pediu ajuda ao empresário, pois a medida que o adolescente cresce se torna muito dificil para os pais . Até agora no ano 2021 ele se encontra na mesma empresa. Ja esta de cabelos brancos. Todos os funcionários sempre colaboram com a inclusão .

Adorei esse artigo para pessoas com DI,sempre busquei uma escola que ouvesse inclusão e não consegui. Minha filha não conseguiu desenvolver a leitura nem a escrita,por isso não quero desistir de ensinar e lutar pelo aprendizado dela.

Muito proveitoso esse conteúdo.
É fundamental que esse indivíduo tenha direitos como qualquer outro, como pessoa que pode também construir seu futuro e também , participar da nossa economia.

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