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Mito ou verdade: Meninas não têm autismo?

Sabemos que é muito mais comum encontrar meninos do que meninas com autismo, mas isso significa que o autismo não existe para meninas?

Pesquisas mostram que as atitudes em relação ao autismo e o gênero estão mudando, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Muitas mulheres e meninas com sintomas autistas ainda sofrem para obter o apoio que precisam.

Aqui, explicamos mais sobre o diagnóstico do autismo em meninas e compartilhamos algumas teorias sobre por que mais homens e meninos estão sendo diagnosticados como autistas. Continue lendo para saber mais!

Autismo em meninas: mito ou verdade?

O autismo pode causar estresse para algumas pessoas. Isso pode levar a comportamentos diferentes em meninas e meninos. 

Isso porque meninas são mais propensas a reagir ao estresse de maneiras que as pessoas podem não perceber imediatamente.

Já os meninos podem ser mais propensos a reagir ao estresse externamente – por exemplo, ficando com raiva ou se comportando mal. Este e outros comportamentos mais visíveis pode sinalizar o autismo mais cedo.

As meninas podem ter mais autoconsciência e tentarem mais “se encaixar” socialmente. Isso pode significar que elas são capazes de esconder os sintomas do autismo na infância.

Porém, à medida que as meninas ficam mais velhas e as normas sociais e as amizades se tornam mais difíceis, elas podem encontrar dificuldades para se relacionar com outras pessoas. 

Isso pode significar que elas podem não receber um diagnóstico de autismo até a adolescência, o que alimenta o mito de autismo não existir em meninas. 

Apesar de menos comum, a verdade é que existe, sim, autismo em meninas. 

Porém, por razões sociais, as meninas conseguem “camuflar” os sintomas do TEA por mais tempo que os meninos.

Por que o autismo em meninas é menos comum?

Isso pode significar que pais, cuidadores e profissionais de saúde podem ter menos probabilidade de procurar sintomas de autismo em meninas.

Estereótipos sobre comportamentos típicos de homens e mulheres podem fazer com que algumas pessoas não sintam alguns sintomas. 

Muitas pessoas acham que as meninas são naturalmente mais calmas ou preferem brincar sozinhas mais do que os meninos, por exemplo. 

No entanto, falar menos e preferir ficar sozinho podem ser sintomas de autismo.

Existem diferenças entre os sintomas de autismo em meninas e meninos?

Existem algumas evidências que sugerem que certos sintomas de autismo são mais comuns em meninos do que em meninas. 

Por exemplo, comportamentos repetitivos e dificuldade em controlar os impulsos podem aparecer com mais frequência em meninos autistas do que em meninas autistas. 

Esses sintomas podem ser mais fáceis de detectar do que dificuldades de comunicação ou socialização.

Alguns dos sintomas de dificuldades de comunicação são:

  • Não responder ao seu nome por volta dos 12 meses de idade;
  • Preferir não ser segurado ou abraçado;
  • Não olhar para algo mesmo quando outra pessoa aponta;
  • Dificuldade em explicar o que eles querem ou precisam;
  • Dificuldade em entender como as outras pessoas estão se sentindo;
  • Evitar contato visual.

Outras características importantes do comportamento autista são rotinas rígidas e ações repetidas. Alguns exemplos comuns incluem:

  • Ter dificuldade para se adaptar a uma mudança na rotina;
  • Preferir lidar com objetos ou brinquedos do que pessoas;
  • Ficar se balançando de um lado para o outro;
  • Gastar muito tempo organizando itens;
  • Repetir constantemente certas palavras, frases ou sons;
  • Apresentar uma resposta incomum a certos cheiros, sabores ou sons;
  • Problemas de movimento, incluindo deficiências de equilíbrio e habilidades motoras finas e grossas.

A maioria desses sintomas tende a aparecer durante os primeiros anos da infância, embora nem sempre sejam reconhecidos nessa época. Outros sintomas podem não se tornar óbvios até que a criança seja mais velha.

Consequências de longo prazo

Mesmo depois que uma menina recebe o diagnóstico correto, ela pode receber terapia comportamental e planos de aula especializados, mas são essencialmente os mesmos serviços oferecidos a um menino na mesma situação. 

Cientistas e profissionais de saúde raramente reconhecem os desafios adicionais que ser mulher pode trazer, sejam físicos, psicológicos ou sociais. 

Portanto, concluímos que mulheres com autismo são fundamentalmente diferentes dos homens com autismo. 

Os sintomas do TEA podem ser os mesmos para ambos, mas quando se cruzam com o gênero, a experiência de vida de uma mulher com autismo pode ser dramaticamente diferente da de um homem com a mesma condição.

Ainda assim, reforçamos a importância do diagnóstico precoce para atenuação dos sintomas do TEA, tanto para meninos quanto para meninas. Para isso, é necessário estar atento aos primeiros sinais que essa criança pode apresentar! Você sabe quais são? 

Assista a esse vídeo do Dr. Clay Brites e esteja preparado!

Referências:

Mandavilli, A., 2015. The lost girls. [online] Spectrum | Autism Research News. Disponível emt: <https://www.spectrumnews.org/features/deep-dive/the-lost-girls/> [Acesso em 11 agosto 2021].

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1 resposta em “Mito ou verdade: Meninas não têm autismo?”

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