A alfabetização deve ser encarada como uma construção, logo, para essa construção ser bem-feita, é preciso ter bases sólidas.
O princípio alfabético é uma das habilidades básicas que compõe o processo de alfabetização, sendo de extrema importância para que esse método seja satisfatório. É fundamental que exista o princípio alfabético, pois ele, em conjunto com a consciência fonológica, é responsável por 90% do processo de alfabetização. Esse processo requer habilidades, que são as mesmas que devem ser trabalhadas em todas as crianças, sejam elas típicas ou atípicas, tornando-o indispensável em qualquer situação de alfabetização.
O QUE É PRINCÍPIO ALFABÉTICO?
Essa habilidade fundamental para a alfabetização envolve tanto o reconhecimento das letras quanto a percepção dos sons. Portanto, o termo “princípio alfabético” é utilizado para destacar a importância de não só conhecermos as letras, como também os princípios que definem o seu uso. É conhecer o nome da letra, a grafia e o som que a letra emite quando vamos falar.
- Som da letra = Fonema
QUAL A IDADE RECOMENDADA PARA APRESENTAR AS LETRAS PARA AS CRIANÇAS?
Em média, a idade recomendada é que essa apresentação seja feita a partir dos 4 anos de idade, porque existem crianças dessa faixa etária que ainda não sabem falar de forma clara, por isso dificilmente ela vai conseguir aprender o som da letra antes disso. Existem exceções, mas levando em consideração uma média, essa é a idade indicada.
ESCRITA
Há muitos anos, a escrita foi inventada e hoje é considerada uma escrita alfabética, logo, para a criação dessa escrita foi feito um mapeamento dos sons de acordo com a fala e, a partir disso, foram feitas representações visuais para os sons. Devido a isso, não adianta ensinar apenas os nomes das letras, pois não escrevemos nomes de letras, mas sim sons de letras.
O nosso sistema de escrita não é silábico, então também não adianta ensinar primeiro as sílabas, porque para a formação das sílabas (exemplo: ma-me-mi-mo-mu; la-le-li-lo-lu) juntam-se os fonemas. Primeiramente, a criança tem que entender como as sílabas são compostas para depois fazer as devidas associações. É importante trabalhar a consciência fonêmica dentro da consciência fonológica e do princípio alfabético, tendo em vista que não é suficiente mostrar apenas letras e formas, mas é preciso fazer com que as crianças tenham contato também com os sons desses elementos.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO ALFABÉTICO
– Como foi visto, existem alguns pré-requisitos para a boa aplicação do princípio alfabético, sendo um deles o conhecimento dos sons das letras para a eficácia na identificação de palavras. O ensino do princípio alfabético começa com as vogais (a, e, i, o, u), pois o nome da letra é igual ao som que a letra emite quando é pronunciada. Portanto, deve-se trabalhar a escrita, o nome e o som da letra.
– Além disso, é preciso trabalhar a representação visual da letra para que a criança a olhe e reconheça. Isso deve ser feito de modo que a criança identifique a letra em suas 4 representações (letra de imprensa maiúscula e minúscula, letra cursiva maiúscula e minúscula). Dessa forma, deve-se trabalhar com a percepção visual, auditiva e escrita da criança, e tal escrita pode ser exercitada várias vezes com tarefas que a criança precise cobrir a letra ou até mesmo completar palavras com a letra que está sendo aprendida.
– Outro ponto importante é relacionar as letras com nomes de objetos e/ou seres, à exemplo, nomes de animais que começam com a letra “a” – arara, abelha, avestruz, alce, e fazer a relação do nome desse animal com a imagem dele, deixando o aprendizado ainda mais interessante e enriquecedor para a criança. Ademais, é importante que sejam feitas revisões com a criança para trabalhar a memória de longo prazo, além de trabalhar a habilidade de comparação dos sons e escritas das letras.
– Posteriormente, apresentam-se as consoantes, fazendo a mesma estruturação e didática que foram feitas com as vogais.
- Também podem ser usadas as metodologias ativas, como por exemplo: usar cartas que tenham as letras escritas em suas 4 formas, a imagem de algum animal que o nome comece com a respectiva letra e o nome dele escrito abaixo. Então, cada vez que você fizer o som de uma letra, a criança deve pegar a carta com a letra correspondente ao som emitido.
CRIANÇAS COM ALTERAÇÃO NA FALA (LINGUAGEM)
Geralmente, crianças que possuem alteração na fala vão apresentar problemas e dificuldades para se alfabetizar, pois o sistema de escrita alfabético é baseado na sonoridade da fala. Essas crianças devem receber um acompanhamento especial por um fonoaudiólogo para que ela tenha uma estimulação da sua consciência fonológica e consiga se alfabetizar.
REFERÊNCIAS
SCHERER, A. P. R. Princípio alfabético e consciência fonológica: fatores determinantes no tempo de leitura de crianças em processo de alfabetização. Signo, v. 32, n. 53, p. 82-99, 3 jul. 2007. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/69. Acesso em: 31 mai. 2022.
SCHERER, A. P. R. O tripé da alfabetização: consciência fonológica, princípio alfabético e letramento. Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, n. especial, p. 33-43, 2020. Disponível em: http://193.137.34.195/index.php/EL/article/view/10092. Acesso em: 31 mai. 2022.
6 respostas em “PRINCÍPIO ALFABÉTICO: A CHAVE PARA ALFABETIZAÇÃO”
[…] educação no Brasil sempre foi repleta de desafios. Então, que tal conhecer alguns dos principais desafios atuais da alfabetização e descubra meios de […]
Excelente conteúdo. Assim, irei conduzir a criança para alfabetização correta!
Excelente conteúdo.
Acredito que pra alfabetizar bem! É seguir seguimento corretas.
Princípio Alfabético é uma habilidade precisa.
[…] esse mapeamento inicial bem- sucedido, evidências mostram que a criança está 90% preparada para o processo de alfabetização. E aí sim podemos seguir com o processo de criação do plano de aula. Vamos […]
[…] começar, é importante que os educadores tenham um conhecimento sólido sobre as bases da alfabetização, incluindo o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, o processo de aquisição da leitura e da […]