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Psicomotricidade de 0 a 3 anos: Como avaliar o progresso da criança?

Entenda como educadores podem usar os principais elementos da Psicomotricidade para observar os alunos e propor atividades.

A Psicomotricidade envolve os aspectos físicos, emocionais e mentais do desenvolvimento.

Importante ferramenta de desenvolvimento da criança, a psicomotricidade é uma ciência que aborda o movimento corporal em conjunto com os aspectos mentais e emocionais dos pequenos. Utilizada amplamente para terapia no acompanhamento de transtornos (como Autismo e TDAH), a psicomotricidade pode – e deve – também ser aplicada na escola! 

Para os educadores, é importante saber os principais objetivos e elementos da psicomotricidade para ajudar na avaliação de desenvolvimento dos estudantes. 

Uma das chaves para compreender o funcionamento da psicomotricidade está em seu próprio nome, que traz nas sílabas as pistas do seu significado: é relacionado à mente (psi), ao coração (co), ao movimento e habilidades motoras (motri) e a idade (idade) da criança. 

Assim, em um ambiente recheado de afeto, em que se sintam seguras, com promoção da sua confiança e autoestima, as crianças – dentro da sua idade de desenvolvimento próprio – irão se mover livremente, trabalhando todos esses aspectos de sua subjetividade para se expressar, relacionar-se com o universo à sua volta, crescer e aprender.

Se você pensou em atividades lúdicas para trabalhar a psicomotricidade, acertou em cheio!  Através de jogos e brincadeiras, a criança descobre o potencial do seu próprio corpo e acontece, de forma saudável, o desenvolvimento motor, emocional e psicológico esperado para cada fase da vida.

Ao entender alguns elementos psicomotores essenciais à psicomotricidade, você poderá avaliar o crescimento dos alunos em cada um dos aspectos e assim criar atividades para estimular um deles ou mesmo detectar algum atraso de desenvolvimento nas crianças. 

Esquema Corporal

Está relacionada à consciência corporal das crianças, numa forma de saber adquirido na interação com outras pessoas, os objetos e espaços à sua volta. As descobertas vão sendo armazenadas como informações proprioceptivas (noção corporal sem o uso da visão ou da razão) e sinestésicas, que envolvem vários sentidos. O esquema corporal de cada criança irá se ajustar e modificar à medida que ela cresce e estabelece novas relações.

Imagem Corporal

São as primeiras representações mentais que a criança faz em relação ao seu próprio corpo. Por exemplo, através da observação do outro, apontar onde fica o olho ou a boca. Por meio do uso de espelhos, enxergam a tonalidade do cabelo e da pele, sua similaridade com outros membros da família, etc. Com esse conhecimento quase inconsciente, adquirido gradativamente, a criança começa a ter as primeiras percepções dos sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) que vão possibilitar que ela perceba o mundo externo.

Motricidade fina

Essa é a mais conhecida da maioria dos educadores. Por meio da coordenação fina, a criança será capaz de coordenar movimentos usando os grupos musculares isolados dos braços, mãos e dedos. Refere-se às competências necessárias para manipular um objeto, como um lápis durante a escrita, ou seja, como usar a mão e os dedos de forma precisa, de acordo com a exigência da atividade. Exercícios específicos ajudam a perceber alguma dificuldade ou mesmo habilidade latente.

Tônus Muscular

É um dos fatores avaliados assim que o bebê nasce e segue sendo um ponto importante de observação. O tônus muscular é a tensão fisiológica exercida pelos músculos em suas atividades, fundamental para a coordenação, equilíbrio e postura. A falta de tônus em crianças muito pequenas, por exemplo, pode dificultar a sustentação em determinada posição, como manter-se sentada. Já um enrijecimento muscular pode sugerir tensão. Por isso, avaliar o tônus muscular ajuda inclusive a identificar características emocionais e físicas, como ansiedade, raiva, timidez, hábitos ou manias.

Organização espaço-temporal

Uma criança com a organização espaço-temporal bem desenvolvida consegue se movimentar e orientar de maneira adequada (dentro do esperado para sua idade), por exemplo, alcançar um objeto, sair ou entrar em um local, etc. É fundamental para o desenvolvimento dessa habilidade o trabalho das noções de perto e longe, dentro e fora, antes e depois, em cima e embaixo, entre outros.

Lateralidade

Ganhar o domínio e a capacidade de usar os dois lados do corpo ao mesmo tempo, tendo consciência de esquerda e direita, é fundamental para desenvolver outras habilidades como a coordenação motora grossa e fina e até mesmo o ato da escrita. O conceito de lateralidade se opõe ao de dominância lateral, quando a criança desenvolve uma habilidade em apenas um dos lados do corpo.

Levando em conta tais elementos, você poderá incluir na rotina escolar atividades para o desenvolvimento de cada uma delas. Aqui na NeuroSaber, temos um artigo com indicações de atividades lúdicas para auxiliar na aplicação da Psicomotricidade na educação.

REFERÊNCIAS:

ABP – Associação Brasileira de Psicomotricidade – https://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-psicomotricidade/ Acesso em: 19/03/2022

XISTO, Patricia Baldecera, eLuciana Borba Benetti — A PSICOMOTRICIDADE: UMA FERRAMENTA DE AJUDA AOS PROFESSORES NA APRENDIZAGEM ESCOLAR. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/view/6190

SERRANO, Paulo e LUQUE, Cira de. A criança e a motricidade fina. Introdução. Editora Papaletras. 2ª edição/2016.

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1 resposta em “Psicomotricidade de 0 a 3 anos: Como avaliar o progresso da criança?”

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