O que é Ecolalia?
Todos vocês sabem que quando uma pessoa é diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) alguns aspectos podem ser prejudicados, principalmente aqueles que estão ligados direta ou indiretamente ao comportamento. Sendo assim, o assunto de hoje é sobre um distúrbio comum em pacientes que convivem com autismo: a ecolalia.
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Afinal, o que é a ecolalia?
A ecolalia pode ser definida como um distúrbio caracterizado pela repetição daquilo que a própria criança acabou de dizer ou pelo o que seu interlocutor falou há pouco tempo. O pequeno repete sistematicamente a sequência proferida, de forma não espontânea. Por conta disso, a ecolalia é considerada um problema que atinge o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Quais os tipos de Ecolalia?
Existem dois tipos de ecolalia: a imediata e a tardia.
- A ecolalia tardia é um comportamento muitas vezes observado em crianças com autismo, caracterizando-se pela repetição da fala de forma patológica e pode ser uma parte do desenvolvimento da linguagem em crianças.
- A ecolalia imediata ocorre quando a criança repete imediatamente o que ouviu, enquanto a ecolalia tardia refere-se à repetição em eco da fala do outro, geralmente ocorrendo após um período de tempo. Ambas as formas são comuns em crianças com transtorno do espectro (tea) e podem ter uma função comunicativa.
Estudos indicam que a ecolalia faz parte do desenvolvimento normal da linguagem, especialmente em crianças com deficiência intelectual ou síndrome de down. A imitação de frases inteiras é um aspecto importante do aprendizado de fala e linguagem em pessoas com autismo.
Desde 1943, a ecolalia é reconhecida como um transtorno do neurodesenvolvimento, sendo um elemento relevante na avaliação do desenvolvimento normal da linguagem em crianças. Ecolalia e Autismo: a compreensão do uso da ecolalia é fundamental para apoiar o progresso comunicativo de crianças com autismo e outros distúrbios de linguagem.
O TEA e a linguagem
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição responsável por afetar o neurodesenvolvimento do indivíduo. Dentre as várias características que podem ser manifestadas, é preciso destacar aquelas que estão presentes na linguagem (e, consequentemente, na comunicação e interação social). A ecolalia pode ser notada em parte considerável desses sintomas que interferem na fala.
Sendo assim, o tratamento com especialistas, como os fonoaudiólogos, é a principal forma de propor a melhora no quadro que se apresenta. Além disso, o autismo indica outros sinais como a compreensão pobre do discurso e o uso de linguagem literal e unilateral.
De acordo com a ciência, é importante reiterar a seguinte situação: no que diz respeito ao campo de comportamentos repetitivos presentes na linguagem, é válido ressaltar que o discurso repetitório mostra-se proeminente; e ele pode se manifestar através da autorrepetição da sua fala ou repetição do outro. A fala ecolálica é um dos pontos que chamam a atenção de profissionais pelo fato de interferir no processo comunicativo. Todos esses pontos serão tratados a seguir.
Como é o dia a dia na escola da criança com esse distúrbio?
Bom, é importante que o aluno cuja ecolalia foi identificada já esteja dentro de um projeto de adaptação ao programa pedagógico da escola em que está matriculado. No entanto, dentro desse processo, o pequeno também deve ter o aspecto da comunicação trabalhado por meio de técnicas com especialistas, como os fonoaudiólogos, por exemplo. É um trabalho em conjunto e que deve ser levado a sério, pois a ecolalia tende a ser o aspecto de uma situação mais complexa, como o autismo em si.
Falando sobre tratamentos, qual a importância do acompanhamento fonoaudiológico nesse processo?
Devemos sempre pontuar que a intervenção para ecolalia tende a ser desenvolvida de forma satisfatória por um fonoaudiólogo devido ao seu amplo conhecimento acerca da comunicação e da linguagem. Os especialistas dessa área aplicam técnicas que trabalham com os déficits apresentados pelos pacientes.
Entretanto, vale ressaltar que os profissionais fazem uma apuração acerca das principais características observadas na ecolalia de cada pessoa. Dessa forma, eles podem direcionar um tratamento que vá trabalhar diretamente na necessidade do pequeno assistido.
Uma das metodologias adotadas pelos fonoaudiólogos é o trabalho sobre as formas pré-simbólicas conversacionais, com o intuito de diminuí-las ou até mesmo eliminá-las, como o grito. Há que se ressaltar que tais exercícios focam no desenvolvimento dos mecanismos conversacionais da habilidade de comunicação.
Além disso, temos que relembrar os casos cuja fala verbal é uma prática executada pelo paciente. Quando isso acontece, as intervenções devem ser direcionadas para o desenvolvimento da compreensão e expressão verbal. Esse acompanhamento dá enfoque para a autonomia da criança no desempenho de sua competência comunicacional.
O que acontece se a ecolalia não for tratada? Quais as consequências?
Se a criança não recebe o tratamento adequado, a situação tende a se agravar a partir do momento em que ela não consegue estabelecer interação social com as demais pessoas. O que realmente pesa nisso é o isolamento que ela poderá se encontrar por não achar meios de estabelecer um diálogo e muito menos saber como se comportar nos diferentes contextos que o convívio social impõe a todos nós.
Tratamento multidisciplinar e terapias indicadas
As intervenções devem ser realizadas por profissionais de diferentes áreas a fim de providenciar um acompanhamento que seja eficaz para o desenvolvimento da criança. Sendo assim, é importante que o primeiro passo seja procurar um médico apto a dar o diagnóstico e, assim, indicar as próximas etapas. Psicólogos também são indicados, além dos fonoaudiólogos, como mencionados anteriormente.
As terapias mais utilizadas pelos especialistas costumam ser aquelas que trabalham direta e indiretamente com o aspecto comportamental e comunicacional. Existe uma área de abordagem indispensável para a promoção do desenvolvimento do paciente: a Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Ela é uma ciência a qual os profissionais podem encontrar fundamentos que legitimem determinadas terapias que tendem a encontrar soluções para os casos.
Além da ABA, que é uma ciência, podemos citar o TEACHH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação, em português); e o PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras, em português).
Tópico | Descrição |
Definição | Distúrbio caracterizado pela repetição daquilo que a criança ou seu interlocutor disse há pouco tempo. É considerada uma condição que afeta o desenvolvimento da fala e da linguagem. |
Tipos | Imediata: Repetição imediata do que foi ouvido. Tardia: Repetição após um período de tempo, comum em crianças com TEA. Ambos os tipos podem ter uma função comunicativa. |
Desenvolvimento | Parte do desenvolvimento normal da linguagem em crianças, especialmente em casos de deficiência intelectual ou síndrome de Down. A repetição de frases inteiras pode ser um aspecto importante no aprendizado da fala. |
TEA e a Linguagem | No Transtorno do Espectro Autista(TEA), este distúrbio interfere na fala e na comunicação. Sinais como compreensão pobre do discurso e uso de linguagem literal e unilateral são comuns. |
Escola | A criança com o distúrbio deve estar inserida em um programa pedagógico adaptado, com apoio de fonoaudiólogos e outros especialistas, para trabalhar a comunicação. |
Fonoaudiológico | O fonoaudiólogo, com técnicas direcionadas, atua sobre déficits na comunicação e na linguagem, focando no desenvolvimento da competência comunicacional e autonomia da criança. |
Consequências da Falta de Tratamento | Se não tratada, o distúrbio pode agravar a dificuldade de interação social, levando ao isolamento e à incapacidade de se comportar em diferentes contextos sociais. |
Tratamento Multidisciplinar | Tratamento envolve fonoaudiólogos, psicólogos e médicos. Abordagens incluem Análise do Comportamento Aplicada (ABA), TEACHH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação) e PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras), que trabalham com o comportamento e a comunicação. |
7 Comments
gostaria de saber como referecio este artigo
Olá João,
Faça a citação usando o link do artigo conforme as normas da ABNT.
Parabéns pelo artigo, dispõe de informações importantíssima, sou enfermeira e tenho assistido familiares em desespero, pelo diagnóstico de Ecolalia.
Olá Maria, tudo bem?
Que bom! Ficamos felizes em sempre poder auxiliá-los!
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙
crianças com síndrome de down também pode m ter ecolalia?
Olá Rita, tudo bem?
Sim, crianças com síndrome de Down também podem apresentar ecolalia. A ecolalia é um comportamento repetitivo em que a criança repete palavras ou frases que ouviu anteriormente, geralmente sem entender seu significado ou contexto. É comum em crianças com transtornos do espectro autista (TEA), mas também pode ser observado em crianças com outras condições, como a síndrome de Down.
A ecolalia pode ser um comportamento normal em crianças pequenas durante o processo de desenvolvimento da fala e da linguagem, mas se persistir além do esperado para a idade da criança, pode ser um sinal de um problema de desenvolvimento. Se você tem alguma preocupação com o desenvolvimento da linguagem do seu filho, é importante procurar um profissional de saúde qualificado para avaliar e fornecer orientação apropriada.
Sol,
Equipe NeuroSaber 💙