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6 DICAS DE NEUROCIÊNCIA PARA A SALA DE AULA

Compreender como o cérebro de uma criança funciona, utilizando a neurociência, pode ajudar os docentes no planejamento das aulas, contemplando todos os alunos.

Quando utilizada da maneira correta, as abordagens comprovadas pela neurociência na educação possuem o poder de alavancar as questões da aprendizagem dos alunos na sala de aula. Portanto, a neurociência, dentro do contexto educacional, tem o intuito de potencializar a qualidade do ensino.

Por meio de estudos sobre a forma que o cérebro funciona, foram desenvolvidos métodos e condutas que podem auxiliar e melhorar o processo de ensino-aprendizagem.

6 DICAS DA NEUROCIÊNCIA

1.  Aproveite as experiências anteriores da criança

Quando começamos a ter contato com as crianças em sala de aula, é preciso conhecê-las muito bem, ou seja, saber o contexto em que estão inseridas, suas condições sociais e seu histórico. Essas experiências anteriores podem fornecer dados importantes para os professores, como informações cognitivas, a forma que esse aluno aprende melhor, o funcionamento do cérebro dele e as suas características próprias.

Isso também possibilita que o educador esteja motivado sobre o que deve fazer e como fazer para proporcionar uma melhor experiência para seus alunos a partir do entendimento de como eles pensam, agem e sentem.

Em vista disso, conhecer as experiências anteriores fornece uma lista de prioridades para o docente, que pode destacar os pontos que devem ser trabalhados com maior ênfase em cada criança.

2.  Conhecer bem o que a criança sabe

No momento em que o professor está prestes a iniciar um novo conteúdo ou passar para uma etapa mais complexa de um conteúdo anterior, é fundamental que ele faça exercícios básicos para verificar o quanto o infante domina o assunto proposto.

Isso pode ser feito com todas as disciplinas, porque possibilitará que o educador entenda em qual ponto dar continuidade. Com isso, o pequeno terá mais segurança, tranquilidade para se adequar (caso não domine o conteúdo básico) e confiança, sentimentos estes que proporcionam um maior rendimento no processo de aprendizagem.

Por esse motivo, antes de passar para um novo conteúdo, avalie a turma para analisar quais foram os alunos que ficaram para trás, o que será essencial para o andamento do resto da disciplina.

3.  Deixe a criança pensar

Os tempos atuais exigem que metas sejam cumpridas em tempo hábil, por isso que o cotidiano das escolas ficou cada vez mais corrido. Contudo, esse fato gera um impedimento no raciocínio e pensamento das crianças, pois não permite que os docentes enxerguem de que modo o aprendente se sente com o conteúdo.

A neurociência comprova que quanto mais o aprendente se emocionar com o conteúdo, quanto mais ele refletir e correlacionar o assunto com outras questões, maior será a chance de memorizar e internalizar esse conteúdo.

Essa dica serve não só para os professores, mas também para os pais ou responsáveis do aluno, quando forem ajudar na tarefa de casa. O momento do dever de casa deve ser encarado como uma forma de contribuir para o desenvolvimento do infante, pois é de suma importância que ele pense, faça associações e reflita sobre tais informações. Dessa forma, a capacidade de senso crítico desses indivíduos irá aumentar significativamente.

4.  Associe o conteúdo com o dia a dia do aluno

Associar o conteúdo com o cotidiano é imprescindível para o desenvolvimento dos processos de generalização e abstração da aprendizagem.

Generalizar é captar informações e fazer com que elas sejam aplicadas nos diversos momentos da vida pessoal, em diferentes contextos e lugares, sejam eles próximos ou distantes da sala de aula.

Desse modo, ao generalizar as informações, as crianças aprendem a abstrair, isto quer dizer que elas pegam a informação e começam a representá-la em seus pensamentos para que, quando for necessário aplicá-la em outro lugar, elas identifiquem a informação que foi memorizada e apliquem na prática.

Portanto, os processos de generalizar e abstrair aumentam a habilidade de desenvolver ainda mais o conhecimento básico, melhorando sua memorização e aplicação em questões mais complexas.

5.  Repetir sim, mas com criatividade

Os conteúdos transmitidos para o aluno geralmente são teóricos e estruturados em um espaço em branco, à exemplo do caderno. Dessa forma, é importante que, em muitos momentos da aula, o docente possa fazer paradas e repetições do conteúdo, usando imagens diferentes, sons variados, exemplos inovadores e até mesmo acontecimentos por meio de vídeos ou histórias contadas por alguma outra criança.

Logo, o professor estará repetindo o conteúdo, mas de maneira diferente, com criatividade. A partir dessa repetição, a tendência é que o interesse e a motivação aumentem, além de contribuir de maneira agradável e criativa com o conteúdo.

6.  Mão na massa é melhor!

Quando o docente ministra o conteúdo e possibilita que o pequeno faça movimentos, use peças, desenhe ou utilize dramatizações, ele está colaborando positivamente no aprendizado infantil. Portanto, usar as manifestações motoras dos infantes auxilia a memorização de forma mais dinâmica e detalhada e com menos chances de errar.

O cérebro humano apresenta um conjunto de neurônios chamados de neurônios espelho, cuja função é aproveitar a imitação motora naquilo que o aprendente ouviu, fazendo-o fixar muito mais as informações que acabou de receber. Por isso, é fundamental não ficar limitado apenas às atividades teóricas.

REFERÊNCIAS

DAMASCENO, G. C.; CABRAL, D. A. C.; CAMPOS, F. M. S.; MEDEIROS, J. P. do V.; CABRAL, L. G. C.; CABRAL, K. M. C. Neuroscience contributions to pedagogy: a necessary dialogue. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e33710111846, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i1.11846. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11846. Acesso em: 9 set. 2022.

Applying Insights From Neuroscience in the Classroom. Edutopia, 2021. Disponível em: https://www.edutopia.org/article/applying-insights-neuroscience-classroom. Acesso em: 09 set. 2022.

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