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O que é Colpocefalia?

Por acaso vocês já ouviram falar da colpocefalia? Essa doença é considerada rara e ela tem como uma de suas características a dilatação desproporcional dos chamados cornos occiptais dos ventrículos laterais, associado com os cornos frontais normais (SALDANHA et al. 2017).
Importante lembrar que a colpocefalia não é uma doença progressiva e tampouco obstrutiva. Isso significa que o indivíduo diagnosticado não passa por cirurgia corretiva para solucionar um eventual problema.

O que está por trás das causas da colpocefalia?

Dentre as possíveis causas, os pesquisadores trabalham com a hipótese de que tal formação congênita também seja resultado de um distúrbio de proliferação ou um caso de “imigração neuronal da embriogênese do sistema nervoso central”. Os estudos tentam consolidar o que estaria por trás dessa doença, embora algumas investigações indiquem problemas no desenvolvimento do sistema nervoso central.
Além disso, injúrias intrauterinas/perinatais (ocorrência do zika vírus, toxoplasmose e citomegalovírus) desordens genéticas e até erros na morfogênese. O uso de medicamentos pela mãe do bebê durante a gravidez pode estar por trás da etiologia da colpocefalia; pelo menos é uma das causas. Mosaicismo trissomia-8 e mosaicismo trissomia-9 também tendem a influenciar o surgimento da doença.
Outras abordagens dão conta que a fisiopatologia está associada ao subdesenvolvimento ou a falta de espessamento do tecido nervoso no período embrionário que ocorre durante a gestação, sobretudo na fase que compreende o segundo e o quinto mês.

A ligação que existe entre a colpocefalia e a agenesia do corpo caloso

A relação que a colpocefalia tem com a agenesia do corpo caloso é a seguinte: a colpocefalia tem associação com outras malformações na área neurológica. Com isso, a agenesia do corpo caloso é uma das mais frequentes. A ligação não para por aí, pois ela (a agenesia) também pode estar relacionada a “distúrbios da migração neuronal, esquizencefalia, microgiria, macrogiria, aumento da cisterna magna, atrofia cerebelar, hipoplasia do nervo óptico, coloboma coriorretiniana, microcefalia, meningomielocele e hidrocefalia” (MAGALHÃES et al, 2020).

Os sintomas variam

É importante salientar que no dia a dia os pacientes diagnosticados com a colpocefalia podem mostrar uma variação em relação aos sintomas. Os quadros incluem déficits motores, alterações visuais, convulsões, graus distintos de deficiência mental, atraso no desenvolvimento psicomotor, entre outros. Lembrando que a situação clínica também pode ser bem variável, independente se há comorbidades ou não. Um dado interessante é que a agenesia do corpo caloso representa 40% dos casos de colpocefalia, quando esta vem acompanhada de alguma anomalia congênita.

A importância do acompanhamento médico durante a gravidez

Os exames durante a gestação são imprescindíveis, pois é possível obter o diagnóstico da colpocefalia ainda enquanto o bebê está sendo gerado. A ressonância magnética é o passo mais indicado para identificar a doença. Vale lembrar que muitos pais optam pela tomografia computadorizada, o que não é tão aconselhável. O motivo está no fato deste exame não ser suficiente para mostrar o corpo caloso em sua integridade. Com isso, vale ressaltar que a neuroimagem é indicada para uma investigação mais detalhada.

Os instrumentos que ajudam a identificar a colpocefalia

Os médicos contam com o auxílio de instrumentos que estão disponíveis para a avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor, a saber: as Escalas Bayley de  Desenvolvimento  Infantil  (Bayley  I,  II,  III). Vale lembrar que a versão Bayley  III  é a  mais  atual,  seu surgimento se deu através da revisão da escala Bayley II.
Tal revisão foi realizada com o objetivo de melhorar a qualidade e aprimorar ainda mais a utilidade do instrumento. Além disso, a finalidade dessa análise da Escala foi o de atualizar os dados normativos; e desenvolver cinco escalas distintas, são elas: cognitiva, linguagem subdividida em comunicação receptiva (CR)  e  comunicação  expressiva  (CE),  motora subdividida  em  motricidade  grossa  (MG)  e  motricidade  fina (MF), socioemocional  e  comportamento  adaptativo.

Referências

MAGALHÃES, Marcella Né Pedrosa de et al. Aspectos clínicos e funcionais da Colpocefalia: um relato de caso no interior da Amazônia. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 38, 2020.
SALDANHA, Rafael et. al. Colpocefalia em recém-nascido: relato de caso e revisão de literatura. Residência Pedagógica, v. 7, n. 3, 2017.
 
 
 
 

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15 respostas em “O que é Colpocefalia?”

Oi, eu tenho uma filha com o mesmo problema, e corri atrás e consegui o BPC pra ela, vc só precisa ter um laudo médico.
Hoje ela tem 14 anos e desde os 5 ela tem o Beneficio dela. Graças a Deus.
Espero que consiga tbm.

Boa tarde ! Pode me explicar como consegue esse benefício?
Meu filho tb foi diagnosticado c essa doença é confesso q tô perdida .
Que quiser pode me chamar no zap 21969390638

Olá Neuseli, tudo bem?
Sem avaliação não podemos dar uma orientação precisa sobre o caso. É importante buscar um especialista para lhe dar melhores informações e orientação para uma intervenção. De qualquer forma, temos conteúdos no youtube.com/neurosabervideos e também em nosso blog que podem te ajudar em muitas questões.

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

Bom dia!
Eu estou lendo as perguntas e mim indentifico pois,a um mês atrás recebi o diagnóstico de que meu filho de 5 anos tem essa doença,isso após meu filho ter várias crises convulsivas,fortes dores de cabeça,vômitos e febre,no hospital fizeram uma tomografia e mim passaram que ele tinha dois problemas no cérebro (Encefalite e Colpocefalia)
A primeira doença foi tratada no hospital e a segunda ele terá pois é como um sinal de nascença más,que ficou tomando medicamentos controlados pois as crises epiléticas precisão ser evitadas,eu fiquei a mim perguntar como que no pré natal esse diagnóstico não foi observado?
Nunca mim falaram nada,e olha que meu pré natal foi todo realizado pelo setor de gestação de alto risco más nunca mim foi falado sobre isso,foi no seto do alto risco por ser um gestação gemelar,ao descobrir esse problema no meu filho eu parei pra pensar em tudo e perguntei ao neoropediatra que atendeu meu filho,se isso poderia ter sido por que em uma das gestações anterior a dele (meu filho) eu tive toxoplasmose?Ele mim respondeu que não porém,eu li no artigo acima que,toxoplasmose poderia ser um dos fatores a causar essa doença,isso seria possível mesmo? O que sei até o momento é que minha vida mudou completamente,quase não posso trabalhar,tenho sempre medo que meu filho tenha uma crise epilética,o comportamento dele modificou,ele tem momentos que dá surto agressivo e isso pra mim é totalmente novo pois uma das características do meu filho era sempre ser carinhoso e amoroso com todo mundo,sempre abraçava e beijava a todos e agora ele tem esses surtos e mim corta o coração por que depois que passa ele começa a chorar pedido pra gente perdoar ele e diz que não queria fazer isso,eu não sei como lidar com tudo isso,eu nem trabalhar estou indo,e o que mais mim deixa preocupada é que quando ele tem esses surtos,ele sempre fica agressivo comigo e com as pessoas que dá mais amor pra ele,eu sempre mim preoculpei no sentido que ele sempre que corria ou caminhava rápido caia com facilidade mais achava que isso era coisas de criança e muitas vezes ele vinha mim falar algo mais parava e ficava pensando antes e depois mim falava que esqueceu o que iria falar,achava que isso também era coisa de criança com brincadeira e só agora com esse diagnóstico é que vim perceber que não era de criança

Olá Deize, tudo bem?

Compreendo a sua situação e entendo que não seja fácil, a informação técnica e de qualidade seguida do diagnóstico de um profissional responsável é a melhor forma de lidar com esse tipo de situação. Temos conteúdos disponíveis em nosso site e canal do Youtube acerca da temática, vale a pena conferir: https://youtube.com/neurosabervideos

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

É um diagnóstico aparentemente difícil, descobri a alteração do meu filho no final da gestação e após o nascimento veio a confirmação, trata-se de colpocefalia com hidrocefalia compensatória, agenesia do corpo caloso, hipoplasia do nervo óptico e atrofia cerebelar do lado esquerdo.
Contra todas as expectativas e com muito estímulo, aos três anos de idade já identificava corretamente todas as letras, números e cores. Dos cinco oftalmologistas que o viram, quatro disseram que ele não enxergava, e apenas um disse que aparentemente ele enxerga, mas não compreende como rs. Deus é a resposta.
Vemos que a maior dificuldade é motora, mas estamos trabalhando constantemente nisso.
O diagnóstico não determina os resultados dos nossos filhos, mas a nossa abordagem e o comprometimento em melhorar a vida deles sim!

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