Psicomotricidade de 0 a 3 anos: Como avaliar o progresso da criança?

Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento infantil, e a psicomotricidade desempenha um papel crucial nesse processo.

Dos 0 aos 3 anos de idade, as crianças passam por uma série de marcos importantes em sua jornada de aprendizado e crescimento motor, emocional e cognitivo. E por isso, avaliar o progresso nessa fase inicial é essencial para identificar possíveis áreas de desenvolvimento e garantir que cada criança alcance seu potencial máximo.

Neste artigo, exploraremos a importância da psicomotricidade na primeira infância e forneceremos orientações práticas sobre como avaliar o progresso psicomotor de crianças nessa faixa etária.

Entenda como educadores podem usar os principais elementos da Psicomotricidade

A Psicomotricidade abrange os aspectos físicos, emocionais e mentais do desenvolvimento infantil, desempenhando um papel crucial na promoção do bem-estar e da aprendizagem das crianças.

Além disso, ela é amplamente utilizada na terapia para auxiliar no acompanhamento de transtornos como Autismo e TDAH, a psicomotricidade também tem aplicação na escola, oferecendo aos educadores uma ferramenta valiosa para avaliar o desenvolvimento de seus alunos. O próprio nome da psicomotricidade revela sua essência, relacionando-se à mente, ao coração, ao movimento e às habilidades motoras, bem como à idade da criança.

Portanto, em um ambiente acolhedor e seguro, as crianças têm a oportunidade de se expressar livremente, desenvolvendo-se de forma integral e aproveitando o potencial de seu corpo por meio de atividades lúdicas. Ao compreender os elementos essenciais da psicomotricidade, os educadores podem identificar áreas de desenvolvimento e criar atividades adequadas para estimular o progresso de seus alunos.

Elementos que você precisa conhecer

Separamos alguns elementos da psicomotricidade que vão fazer com que você compreenda de forma abrangente o que consta na psicomotricidade, vamos lá?

Esquema Corporal

Está relacionada à consciência corporal das crianças, numa forma de saber adquirido na interação com outras pessoas, os objetos e espaços à sua volta. As descobertas vão sendo armazenadas como informações proprioceptivas (noção corporal sem o uso da visão ou da razão) e sinestésicas, que envolvem vários sentidos.

Portanto, o esquema corporal de cada criança irá se ajustar e modificar à medida que ela cresce e estabelece novas relações.

Imagem Corporal

As primeiras representações mentais que a criança faz em relação ao seu próprio corpo surgem da observação e interação com o ambiente ao seu redor. Por exemplo, ao observar outras pessoas, ela aprende a identificar partes do corpo como olhos e boca.

Além disso, é por meio do uso de espelhos, ela pode enxergar a tonalidade do cabelo e da pele, além de compará-las com outros membros da família.

Portanto, esse conhecimento gradual e quase inconsciente das características corporais permite à criança começar a explorar seus sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato), o que contribui para que ela perceba o mundo externo.

Motricidade fina

Essa é a mais conhecida da maioria dos educadores, pois está diretamente ligada à coordenação fina, e por meio dela, a criança consegue coordenar movimentos utilizando grupos musculares específicos dos braços, mãos e dedos.

Isso significa que ela adquire as habilidades necessárias para manipular objetos, como um lápis durante a escrita, utilizando a mão e os dedos de maneira precisa, de acordo com as demandas da atividade. Sendo a realização de exercícios específicos auxiliantes na identificação de possíveis dificuldades ou habilidades latentes.

Tônus Muscular

É um dos fatores avaliados assim que o bebê nasce e segue sendo um ponto importante de observação. O tônus muscular é a tensão fisiológica exercida pelos músculos em suas atividades, fundamental para a coordenação, equilíbrio e postura.

Além disso, a falta de tônus em crianças muito pequenas, por exemplo, pode dificultar a sustentação em determinada posição, como manter-se sentada. Já um enrijecimento muscular pode sugerir tensão.

Por isso, avaliar o tônus muscular ajuda inclusive a identificar características emocionais e físicas, como ansiedade, raiva, timidez, hábitos ou manias.

Organização espaço-temporal

Uma criança com organização espaço-temporal bem desenvolvida consegue se movimentar e se orientar adequadamente, conforme esperado para sua idade. Isso inclui habilidades como alcançar um objeto, entrar ou sair de um local, entre outros.

Assim, o desenvolvimento dessa habilidade é fundamental e envolve o trabalho com noções como perto e longe, dentro e fora, antes e depois, em cima e embaixo, entre outras.

Lateralidade

Desenvolver a habilidade de usar ambos os lados do corpo simultaneamente, enquanto se mantém consciente de esquerda e direita, é crucial para o desenvolvimento de outras habilidades, como coordenação motora grossa e fina, e até mesmo escrita.

Além disso, a noção de lateralidade contrasta com a de dominância lateral, na qual a criança adquire habilidade em apenas um lado do corpo.

Em suma, desde a compreensão dos elementos essenciais da psicomotricidade até a aplicação de atividades específicas, os educadores podem desempenhar um papel fundamental no apoio ao desenvolvimento motor, emocional e cognitivo dos pequenos.

Portanto, é essencial lembrar que cada criança é única e desenvolve-se em seu próprio ritmo, e que ao implementar práticas de avaliação contínua e adaptar as atividades conforme necessário, os educadores podem ajudar as crianças a alcançar seus marcos de desenvolvimento de maneira eficaz e satisfatória.

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REFERÊNCIAS:

ABP – Associação Brasileira de Psicomotricidade – https://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-psicomotricidade/ Acesso em: 19/03/2022

XISTO, Patricia Baldecera, eLuciana Borba Benetti — A PSICOMOTRICIDADE: UMA FERRAMENTA DE AJUDA AOS PROFESSORES NA APRENDIZAGEM ESCOLAR. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/view/6190

SERRANO, Paulo e LUQUE, Cira de. A criança e a motricidade fina. Introdução. Editora Papaletras. 2ª edição/2016.