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COMO ACALMAR UMA CRIANÇA COM AUTISMO DURANTE UMA CRISE

Saber lidar com a crise de uma criança com autismo é fundamental para promover um ambiente saudável e evitar prejuízos a ela.

O QUE É UMA CRISE NO AUTISMO?

É comum que os pais já tenham enfrentado uma birra ou teimosia do seu filho em algum momento. No entanto, existem diferenças entre birra e uma crise no autismo: a birra consiste em um comportamento direcionado a um objetivo, já as crises ocorrem em decorrência de respostas a sensação de sobrecarga sensorial ou emocional, tendo seu gatilho com ou sem espectadores.

Geralmente, as birras são manipulações usadas pelos infantes para conseguirem o que desejam. Em contrapartida, as crises saem do controle da pessoa com autismo, podendo acontecer em qualquer faixa etária e sendo mais intensas e duradouras em comparação com as birras.

Nesse contexto, as crises podem apresentar sinais de alerta que podem ser exteriorizados pelo acúmulo de emoções, evidenciadas por gritos, instabilidade, movimentos repetitivos, entre outras ações. Estes sinais servem como um alerta de que a pessoa em questão está prestes a perder o controle.

Portanto, administrar as crises em crianças com autismo não é uma tarefa fácil, pois, diferentemente das birras, as crises são mais complexas. Essas crises não são controladas com recompensas, como acontece na birra, afinal, elas não acontecem com o objetivo de se obter algo e sim por uma situação de sobrecarga. Logo, é necessário tempo e estratégias para que os pais e cuidadores saibam gerir tal problema e acalmar a criança.

DICAS PARA ACALMAR A CRIANÇA COM AUTISMO

– Reconhecer sinais de alerta

Os sinais que precedem uma crise geralmente são muito claros para os pais de autistas, por isso é possível detectar o início de uma com antecedência. Nesse sentido, se o pequeno ficar mais retraído ou tenso, apresentar instabilidade emocional e determinados movimentos corporais, significa que você deve ficar em alerta.

Mudar o foco: quando for possível detectar os sinais de alerta para uma potencial crise, distraia o infante da melhor forma, direcionando o seu foco para outra situação a fim de evitar o aumento das emoções.

Fique calmo: passar segurança e tranquilidade para uma criança à beira de uma crise é uma das chaves para acalmá-la. Por esse motivo, respire fundo, fale tranquilamente e com a voz baixa, evite movimentos bruscos e seja paciente.

– Mude o ambiente

Muitas vezes, o gatilho de uma crise pode ter sido gerado pelo ambiente em que o pequeno se encontra, já em outras vezes a culpa não foi do ambiente em si, porém, em ambas as situações a mudança de ambiente é válida. Desse modo, quando for possível, procure um local mais tranquilo para que seu filho tenha estímulos relaxantes.

Uma boa alternativa é a criação de uma sala sensorial ou um ambiente com objetos que o acalme. Quando forem sair, os pais podem levar esses objetos, pois eles serão uma ótima ferramenta para intervir, se necessário.

– Siga uma rotina

Manter uma rotina regular e com estabilidade auxilia de maneira positiva o desenvolvimento e a vivência de uma criança com autismo. Apesar de ser praticamente impossível seguir à risca uma rotina todos os dias, além de ser importante ter uma certa flexibilidade no cotidiano, uma programação previsível é algo que conforta o dia de um autista.

Vale salientar que, para estabelecer uma rotina saudável, a família também precisa estar unida para proceder da melhor forma possível, além de incluir a escola e os profissionais envolvidos. Além disso, caso ocorra mudanças na rotina, procure avisar o pequeno com antecedência, à exemplo de passeios, viagens, férias, entre outros.

– Controle das sensibilidades sensoriais

Existem crianças com autismo que são hipossensíveis, isto é, possuem uma diminuição da sensibilidade aos estímulos sensitivos. Em contrapartida, outras são hipersensíveis, ou seja, são muito sensíveis a estímulos sensitivos, como som alto, luzes fortes, sabores e texturas e demais fatores que possam ser estressantes no cotidiano, gerando novas crises.

Outrossim, cada indivíduo é singular e possui suas características próprias, por isso as estratégias devem ser pensadas e implementadas, levando em consideração, especialmente, as particularidades da criança. Por fim, promover um ambiente que contribua com o desenvolvimento do pequeno e desenvolver dicas que irão ajudá-lo com atividades diárias, como escovar os dentes e tomar banho, podem e devem ser incluídas no planejamento.

REFERÊNCIAS

MARINHO, R. A. de V.; OLIVEIRA, S. K. P. de; GARCES, T. S. Strategies for preventing and coping with sensory crises in Autism Spectrum Disorder in adolescents: a scope review protocol. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 13, p. e04111334430, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.34430. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/34430. Acesso em: 14 out. 2022.

How calm child autism classroom. Alliant International University 2018. Disponível em: https://www.alliant.edu/blog/how-calm-child-autism-classroom. Acesso em: 14 out. 2022.

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23 respostas em “COMO ACALMAR UMA CRIANÇA COM AUTISMO DURANTE UMA CRISE”

Não sei o que fazer, minha situação é de desespero, minha filha de 13 anos(autista) come o dia inteiro, se não come destroi tudo dentro de casa, e toda vez que pesquiso algo para ela fazer fora de casa, também me sinto um nada, pois sem o apoio do meu marido não consigo levá-la a lugar nenhum. Me sinto a pior das mães, por não meter a cara e levá-la sozinha.Ela tem um metro e 1.70 e quase 80 quilos. Ela é não verbal, de grau moderado ao severo.

Meu Nome é Ana Paula tenho 5 filhos uma delas tem 4 anos e por causa do comportamento diferente não dormia direito cantava imitava galo na madrugada chorava do nada começou a me bater se isolava passei ela na medica e ela foi encaminhada pra neuro pediatra consegui o ano passado passar a Maria Isis a medica passou a Risperidona desde então Maria tem dormindo graças a Deus logico que preciso fechar cortina deixa tudo escuro se não ela fala ta claro e nao de noite e sobre as terapias aqui a onde moro não tem profissionais Sufieciente pra demanda de crianças a Maria esta na fila ela tem grande seletividade alimentar e cheiro na escola ela tem um comportamento mais quando chega em casa ela muda totalmente as vezes grita me bate quando contrariada as vezes vomita chora muito quando contrariada e fala que vai embora de casa e depois do nada ela começa a sorrir ou me pedi desculpa mais ela nao senti nada no momento que bate a medica colocou no relatorio cid 10, 84,9 e encaminhou ela pras terapias assim fecha o laudo .

Olá Rosangela!
Eu sou estudante de psicologia e sou estagiaria em ABA.
Já ouviu sobre pec’s? Pec’s são imagens de comunicação que usamos com crianças com TEA não verbais (usamos com crianças verbais também). Você pode esta montando em casa ou pode comprar em sites, fica na sua preferência. Por início isso irá te ajudar muito com sua filha.
Você passou ela em algum profissional (neuropediatra)? Se sim, tenta encaminhar ela em uma clínicas multidisciplinar, existe profissionais que pode ajudar quanto você quanto sua filha. Nas clínicas multidisciplinares também existe a possibilidade de acolhimento com os pais, procure um mais próximo da sua casa.

Espero ter ajudado.

Olá Fernandilza, tudo bem?

Compreendo a sua situação e entendo que não seja fácil, a informação técnica e de qualidade seguida do diagnóstico de um profissional responsável é a melhor forma de lidar com esse tipo de situação. Temos conteúdos disponíveis em nosso site e canal do Youtube acerca da temática, vale a pena conferir: https://youtube.com/neurosabervideos

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

Eu tenho filho que eu suspeito dele ser autista!.
Apesar da mensagem ser esclacedora,quando ele quer algo e eu não dou ou seja eu não posso dá aquilo que ele quer começa os gritos,ele mesmo se bate e nem sempre eu consigo acalma-lá. Grita para não ir a Escola joga as coisas no chão não sei mais o que eu faço! Por mais que eu tente ele prefere não falar e ficar sozinho!

Olá Adriele, tudo bem?

Compreendo que essa situação pode ser muito desafiadora para você como mãe. É importante que você busque ajuda profissional especializada para avaliar a possibilidade de seu filho ter Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou qualquer outra condição que possa estar afetando o comportamento dele.

Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras infantis, são capazes de realizar uma avaliação detalhada e ajudar no diagnóstico, caso seja necessário. Além disso, uma avaliação médica pode ser necessária para descartar possíveis condições médicas subjacentes que possam estar afetando o comportamento de seu filho.

Enquanto você busca ajuda profissional, é importante que você continue mantendo uma comunicação afetuosa com seu filho, mesmo que ele não fale muito. Tente entender e respeitar as necessidades dele e encontrar maneiras de se conectar com ele, mesmo que sejam diferentes do que você está acostumada.

Estabelecer rotinas previsíveis pode ajudar a trazer mais segurança e estabilidade para seu filho. Tente estabelecer uma rotina diária, com horários consistentes para alimentação, sono e atividades, e envolva-o no planejamento dessas atividades para que ele se sinta mais incluído.

Também é importante procurar por grupos de apoio locais para famílias de crianças autistas, pois eles podem fornecer informações e apoio valiosos durante esse processo. Espero que essas informações sejam úteis para você e seu filho.

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

Tenho um neto de dois anos e meio e começou esse ano a ter determinada situações que eu não consigo entender ,ele não fala direito e tem comportamento agressivo na escola ,e não sei como lidar com isso

Olá Débora, tudo bem?

Entendo que você esteja preocupado com as dificuldades que seu neto está enfrentando.
A orientação de um profissional é fundamental para entender as necessidades específicas do seu neto. Com a ajuda adequada, é possível lidar com essas situações e apoiar o desenvolvimento e bem-estar dele.

Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙

Acabei de ler os artigos e comentários e creio que me ajudaram bastante estamos lidando com crises na madrugada com nossa filha de 4 anos Ela chora muito ficamos muitos desesperado sem saber o que fazer ainda bem que estamos percebendo e já vimos alguns vídeos que nos ajudaram a manter a calma e ela dorme bem melhor .
Percebi que ela fica muito no celular aí eu o pai quando chego anoite ela quer brincar creio que as vezes não e o suficiente pelo meu cansasso aí depois na madrugada ela acorda e chora depois ela se acalma e dorme

Olá minha filha tem 3 anos ela interage com outras crianças, porém tem atraso na fala e tem umas crises bem severas quando contrariada ela chora grita muito, não aceita roupas de inverno, ainda acorda muitas vezes a noite e fica bem agitada, não aceita as refeições me sinto perdida sem saber o que fazer.

Olá Cintia, tudo bem? É importante consultar um profissional de saúde, como um médico pediatra ou um psicólogo infantil, para uma avaliação adequada da situação da sua filha. Eles poderão fornecer orientações personalizadas com base em uma análise mais completa do quadro dela.

Dito isso, aqui estão algumas informações e sugestões que podem ser úteis:

Consulte um profissional de saúde: É sempre recomendado buscar a orientação de um especialista para avaliar as questões que sua filha está enfrentando. Um pediatra ou um psicólogo infantil pode ajudar a identificar se há algum problema subjacente e fornecer um plano de tratamento apropriado.

Estimulação da fala: Se sua filha está apresentando atraso na fala, é importante fornecer estímulos adequados para desenvolver suas habilidades de comunicação. Converse com ela de forma clara e consistente, incentive-a a se expressar verbalmente e leia livros juntos. Se necessário, um fonoaudiólogo pode ser consultado para auxiliar no desenvolvimento da fala.

Lidando com crises: Quando sua filha fica contrariada e tem crises intensas, é importante manter a calma. Procure entender as razões por trás do comportamento dela e tente identificar gatilhos específicos. Uma abordagem gentil e tranquilizadora pode ajudar a acalmá-la. Reforçar comportamentos positivos e ensinar estratégias de autorregulação também pode ser útil.

Problemas de sono: As dificuldades de sono são comuns em crianças, mas é importante estabelecer rotinas consistentes e adequadas para ajudá-la a relaxar antes de dormir. Certifique-se de que o ambiente do quarto seja confortável e propício para o sono. Se as dificuldades persistirem, um pediatra pode orientá-la sobre como lidar com a situação.

Aceitação de refeições: É importante oferecer uma variedade de alimentos saudáveis e nutricionalmente equilibrados. Tente tornar as refeições mais atraentes e envolventes, apresentando os alimentos de forma criativa. Se preocupada com a nutrição da sua filha, consulte um pediatra para avaliar seu crescimento e discutir opções.

Paciência e amor: Seja paciente com sua filha e mostre-lhe muito amor e apoio. O cuidado e o carinho podem ajudá-la a enfrentar esses desafios.

Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙

Olá Edson, tudo bem?

O código CID-10 F84.1 refere-se ao Transtorno Autista (ou Autismo Infantil), que é um transtorno do desenvolvimento que afeta a interação social, a comunicação e o comportamento da pessoa. O grau de autismo não é especificado no CID-10.

Atualmente, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) é a referência mais comummente utilizada para o diagnóstico e classificação do autismo. O DSM-5 utiliza uma abordagem dimensional e categoriza o autismo em um espectro, com diferentes níveis de gravidade que podem ser determinados com base na avaliação das habilidades de comunicação, interação social e comportamento da pessoa.

É fundamental consultar um profissional de saúde especializado para um diagnóstico e avaliação adequados.

Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙 

Qual medicamentos para dar para uma criança de 7 anos em crise como muito choro , grito e que fica muito bravo ?

Olá Edson, tudo bem?

A administração de medicamentos para crianças deve ser feita sob a supervisão de um médico, que avaliará a necessidade e prescreverá o tratamento adequado. Em alguns casos, podem ser recomendadas abordagens não medicamentosas, como terapia comportamental ou aconselhamento familiar.

Lembre-se de que apenas um profissional médico qualificado pode fornecer a melhor orientação com base na avaliação individual da criança.

Jhulli, Equipe NeuroSaber 💙 

Ola, meu nome é Divino, pretendo namorar uma pessoa que tem um filho autista, mas, ainda não estamos muito próximo, possivelmente, porque, é uma defesa dela, então procurei entender mais a situação,e fiquei muito interessante, e estou muito mais interessado no assunto por dois motivos, conviver com ele, para poder auxiliar ela,e também acho que cultural pois no Brasil são poucas pessoas que tem conhecimento em lidar com esta situação

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