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Alfabetização para crianças com Autismo e outras deficiências

Muitos educadores ficam em dúvida sobre qual a metodologia mais adequada para a alfabetização de crianças com autismo e outras deficiências. Descubra, neste artigo.

A alfabetização de crianças com autismo e outras deficiências é sempre um tema polêmico. Isso porque os educadores querem saber qual a metodologia com mais fundamentação científica para alfabetizar essas crianças.

Essa preocupação é muito pertinente, pois o desenvolvimento pedagógico e global da criança depende de como ela será alfabetizada. As técnicas que estimulam devidamente as crianças com autismo, favorecem o seu progresso e sua capacidade de superar os desafios.

Uma estimulação adequada é essencial para que a criança desenvolva as habilidades necessárias para sua alfabetização. Por isso, vamos falar neste artigo porque a melhor metodologia para alfabetização de crianças com autismo e outras deficiências é a metodologia fônica. Confira! 

Metodologia fônica: o que é

A metodologia fônica parte do não só do nome das letras, mas do som elas produzem. A técnica propõe trabalhar a sonorização da letra — o som das letras — ao alfabetizar as crianças. Por isso, o nome método fônico.

Essa metodologia parte do pressuposto de que o som das letras é muito melhor assimilado pelo cérebro. O fato do método fônico ser cientificamente comprovado significa que ele funciona, pois respeita o desenvolvimento cerebral e cognitivo, ou seja, a forma como aprendemos a ler e escrever. 

Pesquisas indicam que as metodologias fônicas são seguras e eficazes para alfabetização de crianças com autismo e outras deficiências. No entanto, para que essa metodologia seja eficiente, o educador precisa ter conhecimento teórico e de como aplicar suas técnicas. 

A nossa sugestão é consultar as várias literaturas que existem no Brasil como, por exemplo, as pesquisas do Dr. Fernando Capovilla, um dos autores com maior destaque neste assunto. Segundo ele, a metodologia fônica é eficaz, pois mapeia a fala, além de proporcionar um tratamento que considera as necessidades de cada criança.

Como funciona o método fônico

A metodologia fônica é baseada no som das letras. Na alfabetização, ao apresentar o som da letra para a criança e não só o seu nome, sua percepção de que a junção das letras formam uma palavra fica mais acessível e clara.

Por exemplo, as vogais têm o mesmo som do nome da letra: a — e — i — o — u. Já as consoantes, não. Então, ao apresentar as consoantes para a criança, na alfabetização, o educador fala o nome da letra, mas também faz o som que ela produz.

A letra F, se chama “efe”, mas o som é: ffffff (fazer o som com a boca). Da mesma forma, a letra L, se chama “ele”, mas  o som é llll (fazer o som com boca). 

Quando, na alfabetização, partimos do som da letra, a criança tem a percepção que quando elas se juntam (f com a) formam uma palavra ou sílaba (fa). Assim, o processo se torna mais simples, adequado e efetivo para as crianças com autismo e outras deficiências.

A importância da mudança de perspectiva para alfabetizar crianças com autismo

As dúvidas mais frequentes dos professores estão ligadas a como alfabetizar uma criança com autismo se ele não é um especialista no assunto. Essas inquietações partem do desafio em que se encontram — o de ensinar a ler e escrever crianças que muitas vezes não estabelecem o contato visual. Como fazer?

Vale ressaltar que é preciso ter como cenário a perspectiva da educação inclusiva, que considera o desenvolvimento global do aluno e não apenas o cognitivo. Os atrasos no desenvolvimento, que muitas vezes o professor percebe no aluno com o autismo, pode fazê-lo pensar que a criança está aquém do processo de alfabetização.

Dessa forma, acredita não se sentir habilitado para exercer sua tarefa, mas não enxerga as reais capacidades da criança. Nesse sentido, buscar metodologias que favoreçam o aprendizado da criança com autismo é fundamental.

A metodologia fônica tem se mostrado a mais eficiente para alfabetização de crianças com autismo e outras deficiências. No entanto, vale lembrar que as crianças com TEA precisam de um atendimento multidisciplinar para que se possam desenvolver suas habilidades.

O trabalho em conjunto — escola, família e profissionais envolvidos — é essencial para se chegar aos melhores resultados.

Se restou alguma dúvida sobre a alfabetização de crianças com autismo e outras deficiências, deixe nos comentários.

 

Referências:

JUSTINO, Maria Inês de Souza Vitorino  and  BARRERA, Sylvia Domingos. Efeitos de uma intervenção na abordagem fônica em alunos com dificuldades de alfabetização. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2012, vol.28, n.4 [cited  2020-06-16], pp.399-407.

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