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COMO AJUDAR CRIANÇAS AUTISTAS A BRINCAR SOCIALMENTE?

Brincar socialmente serve de estímulo para o aprendizado e a prática de habilidades sociais das crianças autistas.

A IMPORTÂNCIA DA CRIANÇA AUTISTA BRINCAR E SOCIALIZAR

Assim como as crianças típicas, as que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA) também gostam de brincar e, através disso, desenvolvem diversas habilidades motoras e cognitivas. Entretanto, se o seu filho tem autismo, brincar socialmente pode ser um grande desafio para ele, tendo em vista que, em decorrência do TEA, ele geralmente apresenta dificuldades e atrasos relacionados às habilidades sociais.

Por isso, estimular a criança autista a brincar com outras é fundamental para que ela desenvolva não apenas aptidões sociais, como também outras competências agregadoras ao seu desenvolvimento como um todo, que são imprescindíveis para a socialização e autonomia. Algumas habilidades como compartilhar e dividir, se comunicar, ter empatia e revezar, são exemplos de competências que podem ser adquiridas ao brincar com outras pessoas.

Além disso, fazer amizades é indispensável para os pequenos e brincar é uma das melhores formas de criar laços de amizade, o que promove a confiança, autoestima e o sentimento de pertencimento.

ETAPAS DA SOCIALIZAÇÃO PARA BRINCAR

O desenvolvimento da socialização para brincar com outros é dividido em fases ou etapas, ou seja, a depender da capacidade da criança, ela será enquadrada em um determinado estágio.

Vale salientar que quando o infante está no processo de aprender a brincar com outros, em alguns casos é comum que ele queira brincar sozinho, algo normal e que não deve ser motivo de preocupação. No entanto, é interessante acompanhar e observar em qual etapa a criança se encontra, a fim de apoiar e ajudar na progressão para a próxima fase.

Segue abaixo as etapas e como elas são definidas:

– Brincando sozinho: nesta fase, os pequenos brincam sozinhos, pois não tentam se enturmar ou se aproximar de outras crianças, não possuem interesse e nem se atentam aos outros colegas e suas brincadeiras.

É importante incentivar o bom desenvolvimento dessas brincadeiras solitárias para que eles consigam aproveitar ao máximo o que elas têm a oferecer. Por esse motivo, estimular a prática de brincadeiras lúdicas e objetivas pode ser um bom ponto de partida para as crianças autistas. Dica: o quebra-cabeça simples é uma ótima opção desse tipo de jogo.

– Brincando ao lado de outros: etapa que se caracteriza pelo começo das brincadeiras ao lado de outras crianças.

Nessa fase, os pais podem incentivar as brincadeiras ao permitir que o filho brinque sozinho, mas ao lado de outras crianças, pois, como ele ainda está se familiarizando com novos contatos, é importante respeitar o seu tempo.

Você pode incentivar que o pequeno copie e faça as brincadeiras que os outros estão fazendo, mesmo que esteja brincando sozinho, pois isso servirá como um “pontapé” inicial para que seu interesse em socializar aumente.

– Brincando e compartilhando: aqui, as crianças interagem diretamente umas com as outras, recebem e compartilham brinquedos.

Como forma de auxiliá-las, antes mesmo de chegarem nessa etapa, enquanto ainda brincam sozinhas, você pode incitar a troca de brinquedos ou brincadeiras, visto que isso ajudará na capacidade de brincar e compartilhar. Por exemplo: se seu filho está brincando sozinho com os carrinhos, você pode incentivá-lo a brincar com a bola.

– Brincando competitivamente com os outros: brincar competitivamente inclui seguir e entender as regras, inventar regras, trabalhar em equipe, saber ganhar e perder.

Contudo, muitas dessas regras podem ser de difícil compreensão para a criança autista, criando, assim, obstáculos que dificultam o desenvolvimento da ação por parte dela. Dessa forma, para ajudá-la, você pode explicar as regras de forma clara e simplificada, e, com paciência, demonstrar o passo a passo de determinada brincadeira competitiva, que é composta por tais regras.

DICAS PARA AJUDAR CRIANÇAS AUTISTAS A BRINCAREM SOCIALMENTE

  • Opte por jogos simples, como pega-pega, jogo da velha, jogo da memória e esconde-esconde. Essas são brincadeiras descomplicadas que estimulam fatores importantes da socialização, além de possuírem objetivos claros;
  • Use dias determinados para promover as brincadeiras, como os finais de semana, e faça e/ou receba visitas de familiares ou amigos que tenham filhos na mesma faixa etária. Desse modo, você pode pedir aos parentes da mesma idade do seu filho que ajudem e expliquem como jogar.
  • Estimule o engajamento do seu filho e, mais uma vez, peça para que as crianças mais próximas o ajudem a fazer essa comunicação. Um exemplo de como o infante pode iniciar uma socialização é: “Oi, meu nome é Luiz, posso brincar com você?” ou “Você quer jogar bola comigo?”.
  • É comum que o pequeno sinta dificuldades ou tenha resistência para socializar com outros, portanto, é importante observar atentamente para descobrir o motivo. Além disso, os pais devem estar em contato direto com a escola e é essencial que busquem ajuda de profissionais capacitados.
  REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, I.; BENITEZ, P. O brincar e a criança com transtorno do espectro autista: revisão de estudos brasileiros. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. 4, p. 1939–1953, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15i4.12811. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12811. Acesso em: 11 ago. 2022.

Playing with others: autistic children. Raising Children, 2021. Disponível em: https://raisingchildren.net.au/autism/school-play-work/play-learning/playing-with-others-autistic-children. Acesso em: 11 ago. 2022.

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