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Mutismo Seletivo: entenda o que é e como tratar

Você já se deparou com aquela situação em que uma criança fala animadamente com algumas pessoas, mas, de repente, fica completamente em silêncio diante de outras? Pode parecer timidez, algo comum, mas às vezes é mais sério e pode ser o que chamamos de mutismo seletivo.

O que é isso afinal?

O mutismo seletivo é considerado por muitos estudiosos como uma desfuncionalidade, responsável pelo aspecto da falta de comunicação por parte da criança. No entanto, o pequeno não deixa de falar com quem não faz parte de seu grupo por mera intencionalidade. Não é voluntário. 

Segundo pesquisas, o contexto social favorece essa situação, evidenciando um quadro de fobia social ou ansiedade. De acordo com estimativas, essa condição afeta 7 de cada mil pessoas.

Uma criança com mutismo seletivo frequenta a escola?

Sim. É possível que algum aluno conviva com esse problema. Nesse caso, o estudante estabelece contato somente com a professora e poucos colegas.
A situação em si é séria, pois o pequeno pode enfrentar momentos de rejeição por parte das outras crianças, principalmente aquelas que não têm a chance de se aproximar.

Mas como saber que não se trata de timidez?

Especialistas chamam a atenção para o fato de a timidez afetar os pequenos em algumas funções, sobretudo aquelas que exigem contato físico e dinâmico com seus pares. Entretanto, um aluno tímido não deixa de falar completamente. Ele pode moderar a frequência, mas não deixa de se comunicar.


Quando a criança manifesta um quadro de mutismo seletivo, ela simplesmente vai se comunicar somente com pessoas que fazem parte de seu hábito diário. Fora desse contexto, não há comunicação.

Quais fatores estão ligados a isso?

De acordo com levantamentos realizados ao longo dos anos, o mutismo seletivo é decorrente de situações traumáticas vividas pelo pequeno, seja de ordem psicológica (algo presenciado por ele, como briga no ambiente familiar) ou física (violência).

Existe alguma faixa etária específica?

Na verdade, não. Contudo, muitas crianças começam a demonstrar esse problema por volta dos 3 anos de idade, quando elas já têm a habilidade da fala adquirida.

Existem comorbidades ligadas ao mutismo seletivo?

Sim. O transtorno de ansiedade e a fobia social são as principais comorbidades associadas ao mutismo seletivo. No bojo delas estão a timidez, o negativismo e o apego às pessoas do seu convívio. Alguns autores já chegaram a realizar uma ligação entre essa desfunção e a Síndrome de Asperger, uma variação mais branda do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Essas crianças podem enfrentar problemas no neurodesenvolvimento?

Estudos já comprovaram que os pequenos, cujo mutismo seletivo está presente, podem também ser diagnosticados com algum distúrbio que evidencie atraso no desenvolvimento, como nos seguintes aspectos: comunicação e coordenação motora.

Como tratar?

O mutismo seletivo deve ser tratado com enfoque na vida da criança. É preciso conhecer o cotidiano do pequeno para que as intervenções sejam eficazes. Sendo assim, os especialistas procuram trabalhar com estratégias comportamentais. Além disso, terapias individuais ou que abarquem toda a família.


Os terapeutas também utilizam meios que estimulem a comunicação. Portanto, o profissional pode contar com outros especialistas para auxiliá-los na busca por um resultado eficaz para o desenvolvimento do pequeno.


Referências:

https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/mutismo-seletivo-afeta-criancas-pequenas-e-precisa-de-tratamento/

PEIXOTO, Ana Cláudia de Azevedo; CAROLI, Andréa Lúcia Guimarães  e  MARIAMA, Silvia Regina. Mutismo seletivo: estudo de caso com tratamento interdisciplinar. Rev. bras.ter. cogn. [online]. 2017, vol.13, n.1 [citado  2024-01-12], pp. 5-11 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000100003&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1808-5687.  http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20170003.

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66 respostas em “Mutismo Seletivo: entenda o que é e como tratar”

Excelente tema e de estrema importância, pois não é muito discutido. Sou professora e na minha sala há uma aluna exatamente assim, porém ela não fala com ninguém da sala. Nem comigo e nem com as outras crianças. Se ela nos vê fora do ambiente escolar falar normalmente ( como por exemplo no dia do aniversário dela, onde os pais me convidaram e tbm convidaram algumas crianças da sala) nesta ocasião ela falou e brincou com todos. Esta criança estuda desde o ano passado na escola, contudo esse não ela está na minha turma, como falei antes. A professora anterior disse que a aluna já tinha comportamento antes, mas não houve progresso. Atualmente a criança é acompanhada por uma psicóloga, mas a profissional também relatou que a criança fica muito quieta e não se comunica na terapia. Gostaria de sabe o que posso fazer pra ajudar essa criança?! E quais tipos de acompanhanto posso indicar aos pais? Obrigada pelo trabalho de vocês!

Há um grupo no Hospital das Clinicas só para Mutismo Seletivo.
No caso da minha neta o desencadeante é o pai – que é manipulador, controlador e dá castigos.
Boa sorte

Boa noite, vc sabe como funciona la no Hospital das Clínicas? Esse hospital fica localizado onde ? Pode me informar por favor?

Eu, sinto no isso na minha casa, mas o meu filho conta 10 anos, li atentamente o que significa mutismo, porém em tudo o que o narrador falou assemelha em 70% no densevolvimrnto do meu filho, faltava a esplicaçåo, faço como para procurar o psicólogo?

Muito bom este contwúdo que para mim até o momento era desconhecido. Parabéns a esta equipe maravilhosa. A cada dia novas aprendizagens!

Minha filha de 13:anos não interagem com o pai não conversa quase nada de trança no quarto ele pra ajudar é quieto também só fala o básico o que fazer pra resolver isso

Minha neta se comunica verbalmente somente com os pais e parentes com os quais convivem, com os demais ela interage por gestos, broca, e alegre, sorri, porém a comunicação e somente por gestos

Bom dia, tenho um aluno que não fala com ninguém. Segundo a mãe ele fala com ela somente, o pai diz que ele também não com ninguém em casa, contrariando a fala da mãe. Além de não dizer nada, não gosta do contato com o outro e isso vem lhe causando muitos problemas na escola. Os pais, mesmo após inúmeras reuniões explicando a situação de risco de aprendizagem, pois a criança não lê e não escreve, os pais não procuram o atendimento. Mesmo com todos os dispositivos legais a favor da criança ainda vemos quadros assim que nós trazem angústia.

Eu também tenho uma aluna assim, esta no segundo ano, não fala com ninguém do portão para dentro da escola, mas em parques e outros locais ela conversa. Vi sobre mutismo escolar.
Agora ela esta regredindo na aprendizagem, fiz encaminhamento para médico especialista mas a mãe ainda não levou, estou preocupada.

Boa noite Jaqueline td bem meu nome é Fabiana meu filho tem quatro ano,s estava lendo a matéria eu vi que eles se tem alguma dessas características ,já falei com a pediatra dele falo que era normal,qual especialista devo procurar.

Meu filho tbem nao se comunica bem com as pessoas, na escola nao tem reclamação, ele esta muito bem academicamente, mas fora da escola, nao sabe interagir com as pessoas e amiguinhos. Em casa ele conversa e se expressa bem. Levamos ele para fazer um teste de autismo. Eles disseram que ele tem alguns sinais, como enfileirar os brinquedos, nao come muitos alimentos por causa da textura, muito sensivel a claridade, as vezes cobre os ouvidos com certos barulhos, as vezes o que ele fala nao tem muito sentido, demorou a falar. Mas nao foi classificado como autista.
Eu moro nos Estados Unidos, e foi aqui que ele fez o teste, mas gostaria de ter sua opinião, pois percebo que tem algo que necessita ajuda, mas como os medicos nao diagnosticaram, nao tem como providenciar psicologo, terapeuta… Muito obrigada desde ja.

Boa tarde, sou psicopedagoga e gostaria de mais informações de como trabalhar com crianças com TEA _ multismo seletivo.
Quais as atividades mais indicadas?
Vocês oferecem cursos?

Olá Adriana , o curso PROTEA da neurosaber é sobre autismo entre na opção ( curso) do site para mais informações .

Descobri que minha filha precisava de ajuda em 2020, 1 mês antes da pandemia, quando ela começou a frequentar a escola aos 4 anos. Ela já não falava com os avós ou tios, bem com as visitas… Mas a pediatra disse que isso melhoraria quando frequentasse a escola. Um mês após o início das aulas, 2 dias antes de iniciar a pandemia, fui chamada na escola e a diretora e professora dela me falaram que ela não falava com ninguém na sala, nem mesmo com a professora. Ela só ficava sentadinha… Mas ela fazia todas as tarefas que eram pedidas. Em 2021 ela começou o tratamento com psicólogo, T.O. e fonoaudiólogo. Depois trocaram o fono por psicomotricista… Ela está agora com 7 anos e ainda não se comunica verbalmente nem em sala e nem com outras pessoas que não morrem aqui. Ela brinca e fala normalmente comigo, com meu esposo e com as irmãs… Mas, felizmente, agora ela acena com a cabeça para responder a professora ou médicos e psicólogos. Ela não fazia isso antes. Ano passado, também, ela foi diagnosticada com autismo leve, depois de muitos testes com neuro… Ela tem um ótimo aprendizado, mas o mutismo dificulta muito a vida social dela… Não tem amigos no condomínio, nem na escola… Antes ela não falava sobre como se sentia, mas, recentemente, ela me disse que quer falar, mas que não consegue. Isso é um grande avanço pra nós, pois sabemos que ela tem muita dificuldade de se expressar. Mas está melhorando… No ritmo dela… Um passo de casa vez.

Minha filha foi assim também, principalmente com o retorno das aulas presenciais, antes da pandemia era uma criança que se comunicava com todos, na escola era ate elogiada pelas professoras que diziam que ela ajudava com os pequenos e cantava para eles dormirem, pós pandemia minha filha tornou-se outra, começou tratamento com fonoaudióloga por conta da troca de letras, ela fala a língua do “Q/C”, por ex todas as palavras que ela pronuncia tem o som do Q ou C, Amanda virou Amanca, queijo é queico, Sergio é Quéquio e por ai vai… a gente como mãe acaba entendendo, as pessoas de fora não, junto a fono percebemos que ela não se comunicava com outras pessoas, a não ser que sinta vontade, foi questionado na escola e em outros ambientes que ela frequenta, e com isso começamos com psicólogos, e quase dois anos de tratamento com esses profissionais ela foi diagnosticada com mutismo seletivo, esse ano mudou de fonoaudiólogo e até então todas as sessões não fala, apenas com a psicóloga e dependendo do dia nem com ela conversa. Não é fácil, mas converso bastante com ela e tento incentivar de alguma forma ela se expressar, ela adotou a dança como maneira de demonstrar algo. E como disse é um passo de cada vez, hoje ela esta com 5 anos, e ainda temos uma longa caminhada.

Iniciei um estágio da faculdade em uma escola e fiquei me deparei com um garoto com mutismo seletivo. Nossa! Nunca tinha ouvido falar disso em toda minha vida. Fiquei estupefato com a variedade de transtornos que existem. Eu faço pedagogia, e pretendo ser psicopedagogo. Fiquei curiosíssimo. Só que não é tão fácil quanto se pensa. Aguardarei novidades e continuarei pesquisando sobre este novo conceito de transtorno global que acabei de descobrir.
Obrigado!

Eu tenho um aluno na escola exatamente assim, tem 13 anos e não se comunica verbalmente com ninguém na escola, não tem amigos, na família fala somente o estritamente necessário, gostaria de saber mais para poder auxiliar este menino que parece muito triste com um olhar distante e apático.

Oi,boa tarde tenho um filho de sete anos e estou passando por dificuldades na escola,ele conhece as letras,mas não consegue fazer a junção delas e não sei como ajuda-lo,nem as professoras tem conhecimento do mutismo seletivo e nem como trabalhar com ele. De que maneira seria melhor?

Olá Samantha!
Procurar um neuropsicólogo ou psicopedagogo seria interessante, pois poderia trabalhar essas questões.

Ainda não tenho certeza,mas acredito que meu filho tenha esse problema,todas as características se ligam com o comportamento dele,meu filho tem 11 anos, não se comunica bem na escola, não consegue se defender de ataques a ele na escola, não acompanha as conversas dos amigos e por isso,acaba sendo desprezado,quando está com os primos da esma idade,fica bem pouco tempo perto,logo depois se isola,quando é precionado há alguma situação, coça a cabeça e faz de tudo pra sair dela,as pessoas mais próximas ficam chamando ele de maluquinho.
Não foi ninguém que me disse,fui eu que vi uma matéria dessa no Facebook e quando li, comecei a buscar e vi que é todo o comportamento que meu filho tem se ligam ao que o mutismo apresenta.
As escolas não estão preparadas para lhe dar com esse problema,na verdade são leigas quanto ao problema. Já fui a escola e falei com TDS por que meu filho sofre bullying por causa disso. Mas eles nunca tinham falado nada sobre isso.
Ele irá iniciar um tratamento com psicóloga em agosto, e será quando terei certeza do problema.

Esse tema foi muito esclarecedor, mas eu tenho algumas dúvidas, caso essa criança tenha sido espancada por motivos variados e ao crescer se tornou incapaz de perceber que tudo ali vivido não ocorrerá mas ,não daquela forma,essa pessoa pode se tornar extremamente dependente dos pais agressores a ponto de não deixar enterrar os restos mortais e persistir em ficar com a urna dos pais em casa ? Pq esse sintoma de não falar sempre ocorre no casamento e eu busco enfrentar o problema como posso já q ele não aceita ir ao médico.Att Gyĺl

Olá Gyll, tudo bem ? Sem avaliação não podemos dar uma orientação
precisa sobre caso .
É importante buscar um especialista para lhe dar melhores informações e orientação para uma
intervenção.De qualquer forma , temos conteúdos no youtube.com/neurosabervideos e também em nosso
blog que podem te ajudar em muitas questões

Boa noite tenho uma filha de 8 anos ,elas tem estes sintomas. Em casa ela comunica muito bem é muito inteligente aprende rápido, mais na rua com os vizinhos alguns parentes ela não comunica de jeito nenhum,na escola ela não interage com os outros colegas não tem muitas amizades. Gostaria de saber qual profissional que devo procurar,obs quando eu era criança era muito tímido mais não chegava a tau ponto,o que devo fazer, muito obrigado

Não conhecia o tema, gostei muito vou estudar melhor o conteúdo. Finalizei a pós em Psicopedagogia e preciso aprimorar meus conhecimentos!!!

Olá, sou mãe de duas meninas, uma hoje com 8 anos e uma de 4. A mais velha foi diagnosticada com a síndrome de mutismo seletivo aos 3 anos e meio, minha filha nunca sofreu um trauma, de acordo com a neurologista, psicóloga e psiquiatra que acompanham ela, é uma questão genética. Recentemente minha filha mais nova também foi diagnóstica e também faz acompanhamento. Acho importante considerar a questão genética na hora de verificar a causa, passei por vários momentos onde fui tratada com desprezo, principalmente na escola, por professoras e coordenadoras questionarem qual o trauma sofrido, pois em todos os artigos que lemos sobre mutismo falam em traumas por violência familiar, como se minhas filhas sofressem e a culpa fosse minha, sabe? É muito difícil o dia a dia de uma criança com mutismo, É para nós pais também, pois muitas vezes só desejo que isso tudo passe e elas tanham uma vida normal. No caso das minhas filhas, elas adoram ir a escola mas não falam com professoras nem colegas. É necessário que haja mais pesquisas na área para que seja desenvolvidas técnicas de terapia que realmente ajudem. E seria ótima se houvessem grupos de ajuda, aqui em Florianópolis infelizmente não há.

Olá Tamara , agradecemos o contato e por compartilhar conosco sua experiência , vamos anotar como sugestão de assunto a ser abordado pela NeuroSaber .

Olá Tamara , agradecemos por compartilhar conosco sua experiência , e vamos anotar como sugestão de assunto a ser abordado mais profundamente pela equipe.

Olá Thamara, me conforta ouvir isto, pois a 3 dias meu filho foi diagnosticado com mutismo seletivo, ao estudar sobre, o que mais vi foi sobre traumas, me senti péssima, incapaz e tentando encontrar motivo para isto. Meu sonho sempre foi ser mãe e maior alegria da minha vida foi ter ele, e ao ler que o mutismo está relacionado a traumas como bater e castigos e etc, fiquei horrorizada… Ele iniciou uma avaliação com a neuropsicológica para entender mais o caso. o que pode se como vc mencionou…questões genéticas.
Estou digerindo tudo isto, ja chorei muito, mas se Deus quiser vamos conseguir ajudar o meu pequeno pois sei que ele sofre.

Meu filho parou de falar aos quatro anos e aos seis, foi diagnosticado com asperger. Desde que parou de falar, consultamos várias psicólogas e fizemos tratamento por quatro anos, mas nada adiantou. Ele só falava normalmente com um primo e, comigo, em voz baixa. Sempre foi um excelente aluno e aprendeu a escrever sozinho, muito cedo. Comecei a fazer pesquisas e descobri um jeito de fazê-lo falar, o que chamei de gavetinhas de desbloqueio do cérebro. Ele fechava os olhos, eu esfregava minhas mãos até esquentar e colocava as palmas nas têmporas dele. Deu certo. Ele ainda não gosta de contatos físicos, fala pouco, mas está terminando o mestrado em engenharia elétrica em uma universidade pública.

Olá Fátima , que lindo ele merece todo sucesso e você faz parte disso com sua dedicação também , agradecemos pelo contato e por compartilhar conosco sua experiência .

Boa noite!
Ouvi falar disso hoje com o psicopedagogo da minha filha de 7 anos. Ela é uma criança tida como tímida… em casa comunica com a gente normalmente, mas com outras pessoas que não faz parte de sua rotina, ela simplesmente não dá uma palavra e evita qualquer tipo de contato.

Não sabia que existia essa condição, sempre achei que eu era uma criança muito tímida. Sempre fiz as atividades e nunca “aprontei” mas nunca falei com ninguém que não fosse uma amiguinha da sala. Minha mãe até chegou me levar na APAE a pedido da professora, mas lá a profissional disse que eu não tinha problema algum. Não era só na escola, em qualquer ambiente que não fosse o de casa, eu não falava. Só comecei a falar depois da primeira série mas até hoje sofro com ansiedade social.

Muito obrigado por essa valiosa informação.

Eu tenho 30 anos e descobri faz pouco tempo que sempre padeci de mutismo seletivo. Na escola quando criança sempre tive dificuldade em gerar uma comunicação e interação social normal com os colegas ou professores. Sofri bullying na escola, meu circulo era realmente de até dois amigos. Eu pensava que sofria de timidez mas em casa ou em lugares onde eu conhecia com pessoas conhecidas era totalmente diferente, falava muito, interagia etc. tive problemas de fazer xixi na cama e todo ambiente social novo me gerava muita ansiedade. Hoje em dia já adulto como nunca tratei desde criança ainda sofro essa ansiedade absurda com pessoas e lugares. Tenho crises, ou seja, as vezes consigo controlar, interagir ou me comunicar normalmente, mesmo sentindo medo sem sentido e outras vezes passei por momentos vergonhosos como suar exageradamente, tremor, palpitações e vontade de fazer xixi constante.

Quanto mais rápido acharem o problema e o tratarem, melhor será a vida adulta, profissional e social dos seus filhos. Pais e mães tem que ficar de olho com essas manifestações dos seus filhos e tentar entendê-los e procurar ajuda com profissional.

Curiosamente trabalho com moda atendendo pessoas e me apresentando para publico.

Um abraço e espero que a minha experiência serva de alguma forma.

Abraços.

Olá André,
Agradecemos por compartilhar conosco!
Para nós é um prazer poder contribuir 🙂
Atenciosamente,
Equipe NeuroSaber

Olá, boa noite! a todos!
Meu filho foi diagnosticado com Mutismo Seletivo por uma especialista em comportamento infantil .
A escola cobrava o desfralde, todos os alunos estavam desfraldando , menos ele aos 3 anos de idade… Me sentia culpada, afinal todos iam sem fralda. A escola pediu para não mandar ele de fralda … resumo desse episodio, ele nao urinava na escola, nem evacuava, ficava por 12 horas sem ir ao banheiro ou quando não aguentava fazia na roupa… fiquei desempregada e ele começou a frequentar as aulas meio período , comecei a notar que em casa ele ia normalmente ao banheiro. E comecei a questionar a escola, se ele pedia para ir ao banheiro e conversava com as tias. ” Não mãe, seu filho é muito tímido, não conversa, só tem um amigo” . Como ele poderia pedir para ir ao banheiro se ele não conversa? Ninguém na escola percebeu isso? há, sim, perceberam que ele não concluía a lição e que eu deveria incentiva-lo. Foi horrível saber o quanto ele deve ter sofrido, mas como adivinhar. Em casa muitas vezes ele apontava quando queria algo, até para ir no banheiro ele colocava a mão na barriga.. eu sempre perguntava.. oque foi? Estamos brincando de mimica? E ele começou a falar que ia ao banheiro. Até hoje a ansiedade dele é tão grande que ele deixa de ir ao banheiro para evacuar, e tenho que colocar lo no banheiro … até que consiga rsrs. Barulho, bexiga nem pensar, coloca a mão no ouvido. Me questionei varias vezes será que é autismo ? mas a médica descartou. Hoje estou mais tranquila, e quando alguma pessoa pergunta algo a ele , eu já respondo .. ele tem mutismo ! Fui em um dentista e o mesmo perguntou ao meu filho : o Gato comeu sua língua? triste saber que existe muitas pessoas que não tem conhecimento sobre esse assunto.. quantas crianças tem no mundo com essa dificuldade e quantas sofrem caladas. Ainda não estou tranquila com o tratamento .. mas vou continuar a pesquisar o que eu posso fazer para ajuda-lo.
Hoje ele tem consultas com psicóloga infantil, mas ainda não vi o progresso, ainda estou perdida em como ajuda-lo a não sofrer… Festas nem pensar, falar nas aulas nem pensar.. vejo que ele sofre, fica emburrado.. e sempre explico a ele que estou por perto.. mas quando não for possível ficar por perto? Vendo o relato de todas a mães e professores aqui, vejo o quanto é importante essa informação. Mas somos privilegiadas de conhecer sobre o assunto e poder estar do lado deles! Abs

Oi, tudo bem? Meu nome é Larissa, tenho 20 anos e tive mutismo seletivo na infância também. Lendo seu comentário a respeito do seu filho, consegui ver um pouco de mim naquela época. Eu também não ia ao banheiro na escola. Bom, primeiro porque eu teria que pedir à professora, e isso não aconteceria. Mas outro motivo, eu me lembro bem, era porque a porta do banheiro não trancava (o que é totalmente compreensível quando se trata de uma escola infantil). Meu maior medo era “E se alguém resolver ir ao banheiro quando estiver usando? Vai bater na porta, perguntar se tem alguém e eu não conseguirei responder, e ela vai me pegar fazendo xixi!” Era exatamente esse o pensamento. Com o tempo, eu tive uma infecção urinária, então perceberam que eu realmente não ia ao banheiro. Então, a solução foi colocar uma amiguinha minha para ir comigo e vigiar a porta. Ah, e essa frase do gato comer minha língua… Mas que chatice! É realmente uma pena a falta de conhecimento a respeito desse transtorno. Uma vez, uma professora decidiu tirar o meu recreio caso eu não falasse com ela. É claro que eu não falei e, então, fiquei sem recreio (o que na verdade não fez diferença nenhuma, já que eu não interagia com as outras crianças mesmo…). Fica um pouco pior quando a gente cresce. Afinal, uma criancinha “tímida” é fofinho. Mas uma menina de 14 anos que não responde à chamada?? Que besteira! E, talvez, o mais difícil seja sofrer no silêncio. Afinal, como ouvir o silêncio? Bom, ainda bem que meus pais rapidamente foram capazes de ouvir o meu e logo me puseram na terapia. Se me permitir, o conselho que gostaria de te dar é: permita-se ouvir o silêncio do seu filho. Ele pode parecer estar calado, mas, na maior parte do tempo, ele pode estar gritando internamente. E eu garanto que a maior felicidade que nos existe, aparece no dia em que nos vemos livres para nos expressarmos. E, então, a gente nunca mais se cala em desespero.

Larissa, li todos os comentários e me emocionei demais com seu relato!
Obrigada por vir aqui compartilhar essa informação… Minha filha de 6 anos tem essa condição, somos do interior do Ceará e estou em busca de terapias e tratamentos que possam ajuda lá o mais breve possível pois ela diz: Mamãe será que essa vergonha nunca vai passar? Eu gostaria de saber se você esta bem, e se ja consegue se comunicar com facilidade! Vocês não sabem como foi bom ler cada comentário, acalma meu coração saber que outras pessoas sentem isso e conseguem superar… Obrigada

Olá, Dr Clay

Sou pediatra e uma criança que atendo teve diagnóstico de mutismo seletivo. A mãe me questionou se o método Padovan é aplicável a essa condição.

Muito obrigado pela atenção e por compartilhar tanto conhecimento relevante conosco.

Olá Leonardo, tudo bem?

Primeiramente obrigada pela confiança! Eu adoraria ajudar você, mas não tenho autonomia para isso. Trabalho com a parte do suporte do Instituto NeuroSaber e auxilio os alunos com dificuldade de acesso a plataforma de ensino.

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

Olá , meu filho de 5 anos em casa brinca fala muitoooooo dança rir pergunta demais. Mais quando estamos na rua , ele não fala com as pessoas evita olhar , corre não responde nada fico com vergonha sem saber muito o que fazer . Super inteligente faz o nome dele conhece as letras . Mas pra interagir com as pessoas na rua vizinhos ele não demostra nada . Seria o caso de procurar uma ajuda ?

Olá Eduarda, tudo bem?

Esse comportamento pode ser por muitos motivos diferentes. É importante buscar um especialista para lhe dar melhores informações e orientação para uma intervenção. Temos muitos conteúdos que podem te ajudar a entender melhor isso. Acesse youtube.com/neurosabervideos e também em nosso blog que podem te ajudar.

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

Oi isso pode ser hereditario ?.E que eu tive esse poblema na infância sofri bastante com isso hoje acho que estou um pouco melhor ja consigo conversar com outros quenao sejam do meu convivio mas tenho uma filha que hoje esta apresentando o mesmo problema como posso ajudá-la pra que nao sofra como eu .hoje ela me disse quando chegou da escola “mae parece que ninguém gosta de mim” fiquei preocupada com isso como posso ajudá-la

Descobri que minha filha precisava de ajuda em 2020, 1 mês antes da pandemia, quando ela começou a frequentar a escola aos 4 anos. Ela já não falava com os avós ou tios, bem com as visitas… Mas a pediatra disse que isso melhoraria quando frequentasse a escola. Um mês após o início das aulas, 2 dias antes de iniciar a pandemia, fui chamada na escola e a diretora e professora dela me falaram que ela não falava com ninguém na sala, nem mesmo com a professora. Ela só ficava sentadinha… Mas ela fazia todas as tarefas que eram pedidas. Em 2021 ela começou o tratamento com psicólogo, T.O. e fonoaudiólogo. Depois trocaram o fono por psicomotricista… Ela está agora com 7 anos e ainda não se comunica verbalmente nem em sala e nem com outras pessoas que não morrem aqui. Ela brinca e fala normalmente comigo, com meu esposo e com as irmãs… Mas, felizmente, agora ela acena com a cabeça para responder a professora ou médicos e psicólogos. Ela não fazia isso antes. Ano passado, também, ela foi diagnosticada com autismo leve, depois de muitos testes com neuro… Ela tem um ótimo aprendizado, mas o mutismo dificulta muito a vida social dela… Não tem amigos no condomínio, nem na escola… Antes ela não falava sobre como se sentia, mas, recentemente, ela me disse que quer falar, mas que não consegue. Isso é um grande avanço pra nós, pois sabemos que ela tem muita dificuldade de se expressar. Mas está melhorando… No ritmo dela… Um passo de casa vez.

Olá Ana, tudo bem?

Obrigado pelo depoimento. Procure um acompanhamento para este caso dela para que consiga tratar. Cada avanço conta muito no quadro e na esperança de se resolver a questão. Com o tempo tudo se encaixará, persista e não desista. Sorte e que Deus abençoe!

Sol,
Equipe NeuroSaber 💙

Minha filha tem 8 anos ,e ela não se comunica de maneira alguma com as pessoas da escola(professores, funcionários,nem com os colegas,ou melhor com os colegas ela se comunica através de cartinhas,isso não tem afetado no rendimento escolar,os professores falam que ela é super inteligente,adquire todo o conteúdo com clareza,fora da escola,ela conversa com todos,faz amizades com facilidade em qualquer lugar que frequentamos,conversa com visitas,parentes enfim,nada de errado fora da escola
Uma professora que era psicopedagoga explicou que foi um bloqueio de algo que aconteceu na escola,mas ela diz que nada aconteceu,só não se sente a vontade para dirigir a palavra,outros me mandam levar ela ao psicólogo,mas ela não quer ir de maneira alguma,outros me dizem que se eu levar contra a vontade dela,ela irá perder a confiança em mim.
Não sei o que faço.
Mas alguém com esse problema?

É compreensível que você esteja preocupada com a situação de sua filha e queira ajudá-la. Pode ser difícil entender por que ela se sente à vontade em conversar fora da escola, mas não se comunica com as pessoas na escola.

É importante lembrar que cada criança é única e pode ter suas próprias razões para se comportar de determinada maneira. É possível que sua filha tenha experimentado algum tipo de trauma ou constrangimento na escola que a fez sentir-se insegura ou ansiosa em relação à comunicação com outras pessoas. No entanto, como você mencionou que ela nega ter havido algum evento traumático, pode ser necessário procurar outras causas possíveis.

A recomendação de levar sua filha a um psicólogo pode ser uma boa ideia, mas é importante respeitar a vontade dela em relação a isso. Tente conversar com ela de maneira aberta e franca, e explicar a importância de obter ajuda profissional para lidar com essa dificuldade na comunicação. Você pode tentar encontrar um profissional que trabalhe com crianças e que possa abordar a situação de maneira lúdica e descontraída, para que ela se sinta mais à vontade em participar das sessões.

Também é importante falar com a escola para obter orientações sobre como ajudar sua filha a se sentir mais à vontade para se comunicar com outras pessoas. Eles podem ter ideias de atividades ou estratégias que possam ajudá-la a se sentir mais confiante e segura para se comunicar.

Em resumo, é importante procurar entender as possíveis causas para o comportamento de sua filha e buscar ajuda profissional, caso necessário. Lembre-se de respeitar a vontade dela em relação a buscar ajuda, mas também de estar disponível para conversar e apoiá-la no que for necessário.

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