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TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL

Entendendo o Transtorno do Processamento Sensorial e o impacto que os cheiros podem causar na vida das crianças.

O sentido do olfato funciona o dia todo, sem interrupção, porém, muitas vezes só percebemos os cheiros quando surgem de forma intensa ou quando alguma fragrância nos remete à uma lembrança.

Sendo assim, existem momentos em que o ser humano, ao caminhar na rua, percebe um cheiro desagradável e logo tem o reflexo de tapar o nariz por não suportar mau odor; já em outros casos, o aroma é bom e agradável, de modo que, ao senti-lo, o indivíduo melhora seu humor. Isso acontece porque o sentido olfativo está diretamente interligado com nossas lembranças, emoções e paladar, por isso que a criança que sofre de Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) possui uma sensibilidade aos cheiros, algo que pode atrapalhar vários aspectos de sua vida.

Infantes que sofrem com hipersensibilidade a cheiros são “bombardeados” com aromas e odores que circundam o ambiente, vindos de todas as direções. Diferente das pessoas típicas, esses indivíduos hipersensíveis, em alguns casos, não conseguem permanecer em ambientes comuns por sentirem cheiros que afetam o seu olfato de forma ostensiva.

TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL: O OLFATO EM APUROS

Contudo, nem sempre as outras crianças e professores percebem quando os odores afetam negativamente o indivíduo com TPS. Geralmente, esses pequenos não conseguem se concentrar durante as atividades escolares, uma vez que determinado cheiro desvia seu foco. Esses cheiros podem vir dos produtos de limpeza usados para higienizar a escola ou até mesmo do perfume que alguém está usando naquele ambiente. 

Nesse sentido, as escolas que não são bem arejadas e ventiladas acabam prejudicando ainda mais essas crianças, visto que os cheiros acabam ganhando mais potência em ambientes fechados.

OLFATO DEFENSIVO

As crianças com TPS comumente sentem várias emoções referentes aos odores, os quais passariam despercebidos para a maioria das pessoas, mas que para essas crianças funcionam como um agente agressor ao seu olfato. Dessa forma, os infantes reagem defensivamente ao que eles consideram uma ameaça, algo que prejudica a participação em atividades e a formação de amizades. Geralmente, os cheiros mais agressivos para aqueles que possuem sensibilidade olfativa são produtos químicos, como itens de limpeza, perfumes, sabonetes, entre outros.

A IMPORTÂNCIA DO CHEIRO NA VIDA DAS CRIANÇAS

O recém-nascido usa o sentido do olfato como referência, o que pode ser percebido quando ele é guiado pelo cheiro do leite materno e se move em direção ao seio da mãe a fim de ser amamentado. Além disso, pesquisas evidenciam que o recém-nascido consegue identificar sua mãe pelo cheiro, conseguindo diferenciar o cheiro dela do cheiro de outras mulheres.

DISFUNÇÃO DO OLFATO

Há graus variados e diferentes níveis de disfunção olfativa. Para perceber e identificar essa problemática, é fundamental se atentar aos tipos e sinais abaixo:

Busca sensorial por cheiros
  • Aspira frequentemente para identificar os cheiros das pessoas;
  • Usa o olfato em excesso para identificar um novo objeto;
  • Procura odores fortes;
  • Usa o cheiro para interagir com novos lugares.

Hipersensibilidade do Sentido Olfativo

  • Se incomoda com odores que a maioria das pessoas ignora;
  • Diz aos outros que estão cheirando mal;
  • Fica facilmente irritado com perfumes;
  • Decide se gosta de alguém pelo cheiro de determinada pessoa;
  • Se incomoda com cheiros de cozinha e limpeza;
  • Engasga com o odor de certos alimentos;
  • Se sente mal depois que a casa é limpa com produtos químicos fortes;
  • É muito sensível ao cheiro de fumaça;
  • Exibe maior sensibilidade a aromas e sabores;
  • É exigente e seletivo na hora das refeições.

Hipossensibilidade do Sentido Olfativo

  • Nunca comenta sobre os cheiros das coisas;
  • Não se incomoda com odores fortes;
  • Não percebe cheiros desagradáveis ​​que os outros reclamam;
  • Pode ser incapaz de sentir o cheiro da comida ou refeição;
  • É propenso a comer ou beber itens não comestíveis ou perigosos porque o fator olfativo inicial não inibe ou dá sinais de alerta;
  • Possui problemas para identificar odores.

 REFERÊNCIAS

SILVA, Ávyla G. S.; CHAVES, S. P. L.; ALMEIDA, L. N. A.; NASCISMENTO, R. L. do.; MACÊDO, M. L. M.; SARMENTO, A. Q. Sensory aspects and dietary selectivity of children with autism spectrum disorder: an integrative review study. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e557101018944, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i10.18944. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18944. Acesso em: 6 ago. 2022.

Sensory Sensitivities: Why My Child Shows Sensory Defensiveness to Odors, Strong Smells and Detergents. Integrated Learning Strategies, 2016. Disponível em: https://ilslearningcorner.com/2016-08-sense-of-smell-why-my-child-shows-sensory-defensiveness-to-odors-strong-smells-and-detergents/. Acesso em: 06 ago. 2022.

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2 respostas em “TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL”

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