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Crises no TEA  causadas pelo som, o que fazer?

Crises no TEA  causadas pelo som, o que fazer?

Quando se trata das crises no TEA causadas por estímulos sonoros podem se tornar um desafio comum, muitas vezes mal compreendido, podendo impactar significativamente o cotidiano de crianças com autismo.

O TEA é uma condição complexa que molda a percepção do mundo e os relacionamentos interpessoais. Entre os desafios enfrentados por muitas pessoas com autismo está o Shutdown, um estado de sobrecarga sensorial e emocional.

Neste artigo, abordaremos as crises causadas pelos impactos do som, explorando o fenômeno do Shutdown no TEA, seus sintomas, causas e fornecendo orientações práticas para cuidadores e educadores lidarem eficazmente com essa situação.

O que são crises no TEA causadas pelo som?

As crises sonoras no TEA referem-se a reações intensas e negativas diante de estímulos sonoros, que podem variar desde ruídos comuns do ambiente até sons específicos que desencadeiam desconforto extremo.

Para crianças com autismo, a sensibilidade auditiva pode ser aumentada, tornando-os mais suscetíveis a se sobrecarregarem no dia a dia.

Além disso, essas crises podem se manifestar de diferentes maneiras, como os atos de cobrir os ouvidos, gritar, chorar, agitar-se ou buscar um ambiente mais tranquilo.

Portanto, é essencial compreender as causas por trás delas e implementar estratégias adequadas para auxiliar a criança a lidar com a sobrecarga sensorial eficazmente.

Crises no TEA: Sobrecarga sensorial

Crianças com TEA podem enfrentar obstáculos ao lidar com estímulos sensoriais, como luzes fortes, sons estridentes e texturas desagradáveis.

Além disso, elas também tendem a ter dificuldades em interações sociais intensas que contribuem para o aparecimento de reações comportamentais específicas causadas pelo excesso de ansiedade e níveis elevados de stress decorrentes dessas sobrecargas sensoriais.

Dentro dessas reações comportamentais específicas, nós temos o “Shutdown”, caracterizado por uma crise que se manifesta de forma discreta e interna, em que as emoções são reprimidas, dificultando a percepção externa do problema. 

Crises no TEA: O que é o Shutdown?

Shutdown no TEA é um termo utilizado para descrever um momento em que a criança com Transtorno do Espectro Autista se sente sobrecarregada sensorialmente, cognitiva ou emocionalmente, levando-a a se isolar e ter dificuldade de se comunicar ou interagir com o ambiente ao seu redor. 

Neste sentido, um exemplo comum de Shutdown pode ser observado quando uma criança com autismo está em um ambiente barulhento e agitado, fazendo com que ela pare de falar, olhe fixamente para o chão e se recuse a participar das atividades propostas. 

Além disso, é importante que cuidadores e educadores estejam atentos aos sinais de Shutdown nas crianças com autismo, oferecendo apoio e compreensão durante os momentos difíceis, tanto em casa quanto na escola.

Como identificar se a sua criança está tendo um Shutdown?

Identificar um Shutdown no autismo pode ser desafiador, pois nem sempre é fácil distinguir entre ele e outras reações emocionais comuns. Um Shutdown geralmente envolve uma diminuição significativa na capacidade de comunicação e interação social, além de comportamentos repetitivos ou estereotipados. 

Alguns sinais comuns incluem quietude, evitar contato visual, se recusar a falar ou responder perguntas, balançar o corpo para frente e para trás, bater as mãos ou cabeça, entre outros. 

Além disso, as crianças com autismo podem parecer distantes, desconectadas do ambiente ao seu redor e podem apresentar dificuldade em manter contato visual. Por isso, é importante estar atento aos sinais de sobrecarga sensorial, como irritabilidade, agitação ou hipersensibilidade a estímulos externos.

Esses são alguns dos gatilhos comuns que podem levar as crises no TEA a um Shutdown

O excesso de tarefas, especialmente quando não relacionados entre si, alterações abruptas na rotina ou no planejamento também podem gerar estresse e ansiedade, tornando-se gatilhos para as crianças atípicas.

Além disso, receber muitos insumos sociais ou sensoriais fora do ambiente familiar pode esgotar mentalmente essas crianças, já que os momentos recentes de memória e observação da atenção mental exigem muito esforço cerebral que também podem levar ao Shutdown.

Portanto, reconhecer com antecedência os sinais de gatilhos potenciais auxilia a preparação para lidar prontamente com esses momentos, evitando assim possíveis crises futuras.

Crise no TEA: Sinais de Shutdown que você precisa conhecer

Separamos alguns sinais importantes para você ficar de olho: 

  • Grande cansaço: a criança pode ficar extremamente apática, tentando deitar ou dormir no mesmo lugar em que está.
  • Sair do lugar: é possível que a criança tente deixar o local atual e vá para um lugar mais tranquilo, com menos iluminação e movimentação, entre outros fatores. 
  • Incapacidade de se mover:  A criança com autismo pode sentir que o seu corpo está ficando completamente imóvel. Como se estivessem “desligando”.
  • A falta de resposta:  Pode ocorrer quando outras pessoas tentam se comunicar com a criança e ela não responde.
  • Irritabilidade:  A criança pode ficar mal-humorada conforme o estímulo.
  • Perda de habilidades Elas podem esquecer tarefas ou comportamentos simples que normalmente já conhece. Por exemplo, durante um Shutdown as habilidades verbais podem ser esquecidas. 

Como lidar com o Shutdown em casa e em sala de aula?

1. Ofereça um ambiente calmo: Quando você perceber que a criança está começando a sentir-se sobrecarregado, ofereça um ambiente tranquilo e seguro. Reduza estímulos sensoriais, como luzes brilhantes ou ruídos altos, e ofereça opções de relaxamento, como música suave ou um espaço acolhedor para descansar.

2. Seja paciente e compreensivo: Durante um Shutdown, pode ser difícil para a criança com autismo se comunicar ou expressar suas necessidades. Seja paciente e demonstre compreensão, oferecendo apoio sem pressionar por respostas imediatas.

3. Comunique-se de maneira clara e direta: Ao interagir com uma pessoa durante um Shutdown, use linguagem simples e direta. Evite sobrecarregá-la com informações complexas e ofereça apoio de forma explicita e acessível.

4. Ofereça Estratégias de Autorregulação: Ensine a criança com autismo técnicas de autorregulação, como respiração profunda, contar até 10 ou usar objetos sensoriais, para lidar com momentos de sobrecarga.

Em resumo, compreender as crises no TEA e o conceito de Shutdown é fundamental para pais e professores oferecerem um suporte adequado às pessoas com autismo. 

Além disso, ao reconhecer os sinais, criar um ambiente acolhedor e fornecer estratégias de autorregulação, podemos auxiliar essas pessoas a lidarem com momentos de sobrecarga de forma mais tranquila e eficaz. 

Se interessou pelo artigo e quer entender mais sobre como o cérebro funciona no TEA? Assista a este vídeo.


Referências:

https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2023/09/5121983-shutdown-e-meltdown-entenda-as-crises-causadas-por-sobrecarga-no-autismo.html

https://www.bristolautismsupport.org/autism-autistic-shutdowns/

https://autismawarenesscentre.com/shutdowns-stress-autism/

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