O que são ‘Masking’ e ‘Camuflagem’ no contexto do autismo e do TDAH?
Para compreender melhor as complexidades do autismo e do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), precisamos estar atualizados, e atualmente há dois termos que estão em evidência: “masking” e “camuflagem”.
Essas palavras se referem à habilidade que algumas pessoas, possuem de esconder ou controlar certos comportamentos relacionados ao seu diagnóstico.
Neste artigo, falaremos sobre o significado desses termos, como eles afetam a vida das pessoas com autismo e TDAH, e quais podem ser as consequências disso.
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O que é “masking” e “camuflagem”?
O “masking”, também conhecido como mascaramento em português, refere-se à habilidade que algumas pessoas com autismo ou TDAH possuem de esconder seus sintomas, ou comportamentos considerados atípicos.
Além disso, o objetivo principal do “masking” ou “camuflagem” é se encaixar nas expectativas sociais para evitar julgamentos e discriminação. Porém, muitas vezes isso é feito inconscientemente, no decorrer do crescimento da criança, para se encaixar socialmente.
Como perceber um “masking” ou camuflagem no autismo e tdah?
Na camuflagem social, as pessoas frequentemente adotam comportamentos que imitam padrões sociais considerados típicos. Por exemplo, um indivíduo com autismo pode observar e reproduzir expressões faciais ou gestos comuns para se adequar a interações sociais.
Além disso, controlar expressões emocionais é uma prática comum para o TEA e para o TDAH, por exemplo, alguém com TDAH pode esconder impulsividade ou agitação, suprimindo reações naturais para evitar julgamentos.
Portanto, essas atitudes, embora compreensíveis como estratégias adaptativas, destacam a necessidade de criar ambientes sociais inclusivos e diversos.
Autismo e TDAH: Tipos de “Masking” que você precisa conhecer
Existem três formas de camuflagem social que podem ser utilizadas para se adaptar melhor às situações sociais: compensação, mascaramento e assimilação.
Compensação: Envolve copiar comportamentos e falas de outras pessoas, criando um roteiro para interações sociais mais fluidas.
Mascaramento: Consiste em monitorar expressões corporais e faciais para não revelar o esforço necessário para lidar com determinada interação social.
Assimilação: É a atuação em um contexto social específico, utilizando estratégias e comportamentos próprios ou até mesmo de outras pessoas, para transmitir a impressão de que a interação social está ocorrendo naturalmente.
Os custos invisíveis e impacto no bem-estar
Embora o masking e a camuflagem possam parecer estratégias úteis para lidar com as dificuldades sociais enfrentadas por pessoas com autismo e TDAH, essas práticas podem ter consequências negativas significativas. Ao reprimir seus comportamentos verdadeiros, os indivíduos podem experimentar um esgotamento emocional crescente, ansiedade, baixa autoestima e até mesmo uma perda de identidade pessoal.
Além disso, a energia gasta na tentativa de se ajustar às normas sociais pode prejudicar seu desempenho acadêmico e profissional. Portanto, é crucial prestar atenção especial à camuflagem social, especialmente durante a adolescência, quando as demandas sociais aumentam, principalmente entre as meninas.
Embora ambos os sexos adotem essa estratégia, ela é predominante nas meninas e mulheres sem deficiência intelectual (TEA nível 1 de suporte), conforme observado em estudos.
O que você precisa saber sobre “masking” em mulheres?
Você sabia que o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas? Essa estatística intrigante foi revelada no relatório do CDC de 2020.
Dessa maneira, podemos dizer que o cérebro feminino é naturalmente mais social, com maior habilidade empática e comunicativa, favorecendo a camuflagem dos comportamentos associados ao TEA, o que torna ainda mais desafiador o diagnóstico do transtorno no público feminino.
Portanto, por conta da máscara social, as mulheres acabam tendo um diagnóstico tardio e isso prejudica o seu atendimento adequado em serviços de saúde mental
Em resumo, a camuflagem social do TEA e do TDAH pode ajudar a evitar estigmas e discriminação, mas é importante reconhecer que essa prática pode trazer consequências negativas à saúde mental.
Desse modo, é fundamental promover ambientes inclusivos que aceitem as diferenças individuais e ofereçam suporte adequado às necessidades da comunidade atípica.
Referências:
“Masking: um alto custo para esconder o autismo” – O Tempo- (Disponível em: https://www.otempo.com.br/super-noticia/interessa/saude-e-ciencia/masking-um-alto-custo-para-esconder-o-autismo-1.2646116)
“Diagnosticos camuflados: autismo pode ser mascarado em meninas e mulheres” – O Povo Mais- (Disponível em: https://mais.opovo.com.br/reportagens-especiais/autismo-mulher-adulta-sintomas/2023/03/09/diagnosticos-camuflados-autismo-pode-ser-mascarado-em-meninas-e-mulheres.html)
“TDAH: conheça 4 pontos de avaliação para diagnosticar o transtorno” – Revista Galileu
(Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2023/10/tdah-conheca-4-pontos-de-avaliacao-para-diagnosticar-o-transtorno.ghtml)